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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Vocação e crise profética

Vocação é o chamado de Deus para o  ministério. Cada um vocacionado(a) tem uma experiência diferente. Se pararmos para ouvir as muitas experiências dos pastores poderemos verificar duas coisas: A diversidade e a força irresistível do chamamento divino para o cumprimento de Sua missão.

Este texto foi produzido a partir do livro: Vocação e Espiritualidade, do Prof. Ágabo Borges de Sousa. Conheci o Ágabo durante o meu Mestrado, ele era o reitor do Seminário e professor. Esta reflexão me impactou muito e espero que fale também com você, querido leitor.

Por que Deus vocaciona alguém? Segundo as escrituras, Ele faz isto para que possa ter um porta voz para falar ao povo. Nesta tratativa Deus escolhe um homem para ser seu profeta, o seu escolhido para anunciar a sua mensagem. Este homem ou mulher, passará por uma experiência completamente singular que validará a sua vocação. Elas são singulares porque são irrepetíveis.

Vamos ver alguns chamamentos de personagens bíblicos para esclarecermos isto:

(Ex 3.2,10) Moisés vê uma sarça ardente e ouve a voz de Deus. Logo depois ele recebe sua missão. Ele teria que se rebelar contra aquele que o criara, faraó, e simplesmente afundar a economia Egípcia retirando toda a mão de obra escrava do Egito. Teria que virar-se contra a sua mãe egípcia e para todos os seus amigos e parentes egípcios adotivos. O que nos parece isto?  Não parece ingratidão?

(Sm 3.10,13) Samuel ouve literalmente a voz de Deus que o chama pelo nome, e recebe uma dura missão de Deus, ele precisará revelar a Eli, aquele que o criou, que ele e seus filhos seriam castigados por Deus por estarem fazendo coisas erradas. Ele chamaria atenção do pastor da igreja, daquele que praticamente o adotou e o criou. Era um verdadeiro suicídio ministerial, o seminarista exortando o pastor.

(Is 6.8,10) Isaias têm uma experiência nova. Após ter uma visão do trono de Deus, fica extasiado e se oferece sem saber para quê nem para onde. Então ele recebe uma missão e a informação que o resultado de sua empreita seria fracassada, ele iria falar para um povo que não iria ouvi-lo porque os seus ouvidos estariam endurecidos e os seus olhos fechados. Imagina você pregar para uma igreja sabendo que ninguém irá se converter.

(Jr 20.7,9,14) Jeremias já é bem diferente. Deus pensa em Jeremias antes de seu nascimento, não foi um oferecimento Pessoal. Jeremias sente medo pela grandeza da sua missão, para a qual se considera inapto: “Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança” (Jr 1.6). Deus o obriga a aceitar um destino que não o atrai e que ele não quer. Ele tenta não aceitar, mas, não consegue resistir a coação divina. Seu chamado era muito complexo: Jr 1.10 – “Te constituo sobre as nações e reinos para arrancar, derribar, destruir, arruinar, edificar e plantar”. Ele iria desconstruir tudo, para reconstruir novamente. Quem gostaria de experienciar um ministério deste?

(Ez 2.3,7) Ezequiel, diferente de Jeremias, aceita de bom grado o chamado. A mensagem de Ezequiel será dura, amarga, mas para ele, em sua boca será doce como o mel. A missão de Ezequiel não é apenas difícil, é absurda, condenada de antemão ao fracasso. A mensagem dele não surtiria nenhum efeito, o povo não se arrependeria e continuaria vivendo a vida da mesma forma.

(Am 7.14-15) Amós era fazendeiro, um pastor em tempo parcial, e deixou tudo para ir ao reino do norte entregar a mensagem de Deus a Jeroboão. Ele disse que o rei iria morrer e Israel seria destruída pelos inimigos. Ele também não foi ouvido, a sua mensagem rejeitada e foi convidado a se retirar da igreja. Não era aquela a mensagem que os membros daquela igreja queriam ouvir. Eles queriam ouvir que estava tudo bem, eles poderiam continuar fazendo tudo o que quisessem, e ainda assim Deus daria a vitória.

Dentre os profetas e profetisas do Antigo Testamento. Pelo menos três deles declararam desejar a própria morte: Elias, Jeremias e Jonas. Não suportaram o peso do ministério, amaldiçoaram o dia que nasceram e pediram para morrer. Nestes últimos anos tivemos a notícia de vários pastores que se suicidaram-se. Que o profeta pode entrar em crise devido à dureza da sua missão, fica claro no relato da fuga de Elias para o Monte Horebe, quando chega a pedir: “Basta, Senhor, tira-me a vida!” (I Rs 19.4b)

A vocação supõe, em certos casos, uma coação para o profeta. Toda a vida do profeta está sob coação de Deus, não lhe sobra sequer um reduto mínimo em que refugiar-se. O profeta Jonas expressou isto de forma esplendida. Nem no porão do navio nem no fundo do oceano consegue libertar-se da palavra de Deus.

Jeremias analisa a sua vocação e as consequências que esta lhe acarretou. Ele utiliza uma metáfora muito forte, se compara a um jovem inocente e ingênuo que foi enganado. Em vez de respeitar a sua ingenuidade, Deus aproveitou-se dele, enganando-o, iludindo-o. Jeremias em seguida só depara com os risos e as zombarias dos outros, carrega o peso da desonra (Jr 20.7).

Vocação e crise é algo que acontece na vida de todos aqueles que verdadeiramente foram chamados pelo Senhor. A vocação nos dá a certeza de que é Deus quem está operando, e a crise nos lembra que somos humanos que depende exclusivamente do poder de Deus para o exercício ministerial.

Quem recebe um chamado divino, experimenta na própria pele o peso desta vocação. Tem experiência com a crise, com a dor, com a dúvida, com as lágrimas, que contrastam com a alegria de fazer a cumprir a vontade de Deus, de estar no centro de sua vontade.

O pastor enfrenta uma tentação muito grande, um desejo ardente de ser um semideus. Após tantos estudos da bíblia, ainda está em moda o mito do pastor super-homem, tão bem abordado por Nietzshe. A história mostra que o povo sempre se vê tentado a seguir o pastor super-homem de Nietzshe, aquele homem forte e perfeito que consegue vencer todas as crises e permanecer de pé, sem demonstrar fraquezas. Neste conceito, Hitler seria um excelente pastor e Dietrich Bonhoeffer, assim como muitos outros profetas do passado seriam rejeitados hoje por demonstrarem que apesar de pastores ainda são humanos.

Quando me refiro a humanidade do homem, não estou falando a respeito dos que caíram em pecado, porque cabe ao homem de Deus tentar manter a sua integridade e santidade em tudo. Errou, tente se levantar, pagar pelo erro e continuar. Mas, humanidade a que eu me refiro diz respeito às suas crises, dores, dúvidas, frustrações e lágrimas, no exercício da função ministerial.

Pastor, você tem a sua vocação, o seu chamado de Deus, a sua missão, portanto, a crise é iminente. Lembre-se, que é em meio à esta crise que o Senhor aperfeiçoa os seus ministros para o exercício profético. Não queira ser um pastor super-homem, cuide de você e peça ajuda quando necessitar. Se possível, desenvolva boas amizades, isto faz muito bem.

Que o Senhor abençoe grandemente o seu ministério.

Pr. Sergio Rosa

sábado, 8 de julho de 2023

O homem bem-aventurado transforma solo árido em manancial

Salmo 84.5-6

Em algumas versões, no verso seis aparece a palavra Baca, que quer dizer literalmente pranto. Em algumas traduções aparece a expressão vale árido. O Vale de baca era uma região desértica, um lugar seco, sem vida. O texto fala sobre o homem bem-aventurado, que tendo passado por ali, faz dele um manancial. O que podemos aprender com isto é que, não importa o lugar onde você está, o que importa é a transformação que você poderá realizar ali. O lugar no qual você está hoje pode ser um deserto árido, mas veja o que diz o texto, o lugar poderá ser transformado em manancial, simplesmente pela sua presença ali.

Há momentos, que nos encontramos em determinados lugares, e nos perguntamos o que estamos fazendo ali. Seja em uma empresa, escola, igreja, até mesmo em uma família estranha. Parece que não estamos no lugar certo. Mas o salmista diz que o homem bem aventurado, será reconhecido pela sua capacidade de transformar um deserto em manancial. A presença deste homem ou desta mulher neste local irá fazer total diferença.

Não é fácil transformar uma terra árida em um lugar produtivo e muito mais difícil ainda é fazer surgir ali um manancial. Mas, nós cremos que com Deus podemos fazer proezas, pela fé, nós podemos fazer o impossível tornar-se possível. Então, se está enfrentando uma situação complicada, creia em Deus. Ainda que as evidências sejam as piores possíveis, não deixe de crer, não pare de acreditar no poder que vem do alto.

A terra árida mencionada pelo salmista é uma metáfora para as muitas dificuldades que enfrentamos.  São diversos enfrentamentos da vida, que nos fazem sentir como se estivéssemos atravessando um deserto seco.

O que podemos aprender quando passamos por uma terra árida?

1. Terra árida é o lugar ideal para manifestação do milagre

O povo hebreu tinha várias festas sagradas durante o ano. Estas festas eram realizadas em Jerusalém, cidade sagrada para o povo. Ali ficava o templo, o local de sacrifício e ofertas. O povo seguia várias vezes no ano em peregrinação para a cidade santa. O Vale de Baca era rota para a maioria dos viajantes. Havia longos períodos que o vale ficava completamente seco, sem vida.

O salmista afirma que o homem bem aventura, ao passar por ali, é capaz de transformar aquela triste realidade. Devido a presença deste homem naquele local, o Senhor providencia a chuva que abastece todo aquele lugar e produz vida. Lugar sem água, é lugar sem vida.

Uma outra forma de interpretar este texto é entender que o homem prepara um lugar para reter as águas das chuvas, e quando vem as chuvas, o lugar se enche das águas, se transformando em belas fontes.

Há situações que ficamos chateados por estar em um lugar seco e sem vida, e murmuramos. Pode ser que você esteja em um lugar assim e talvez ache que nem deveria estar ali. Se este é o teu caso, saiba que talvez a razão para você estar ali, é tão somente para que Deus te use para inundar aquela terra árida de chuva. Deus vai levar vida para um lugar morto, através da presença dele em sua vida. Você será usado para que o milagre aconteça. Haverá mudança, haverá vida, através de sua vida.

2. Terra árida é o lugar ideal para ter experiências com Deus

Eu imagino este homem bem-aventurado citado no texto ao chegar naquele lugar. Ele olha e vê as aparências, mas, ele enxerga além das evidências humanas, ele vê o poder de Deus. Ele pensa no que Deus poderá fazer naquele local. Então, ele ora e clama pela providência divina. Não é o homem quem faz chover, ele apenas é o agente da oração. Deus é quem derrama a chuva pelo seu poder, o homem só prepara o local para receber as águas das chuvas.

Tiago 5.17-18 diz: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.

É através da oração que experimentamos as maiores experiências espirituais possíveis ao ser humano. A Bíblia está repleta de testemunhos de fé. Elias é um destes grandes exemplos. Através de sua oração, o céu reteve as chuvas, e por sua oração, o céu liberou as chuvas.

Se estivermos em um lugar de abundância não precisamos de milagre algum. Deus nos faz passar por terras áridas para que tenhamos experiências com ele. C.S.Lewis diz que Deus não deseja o sofrimento do homem, mas ele utiliza os momentos de infortúnios para que nos lembremos de buscá-lo.

Belmonte, na Bahia, foi o lugar em que mais nós orávamos. Tirávamos horas para orar. Lembro das muitas vigílias de orações que fazíamos na praia. A cidade era realmente difícil, o número de evangélicos não passava de 5%, e muitos não davam testemunho devido. Era um lugar árido, mas, foi o lugar que nós mais tivemos experiência com Deus.

Portanto, o melhor lugar para se ter experiências com Deus são os lugares áridos. Jesus quando foi tentado pelo diabo, foi conduzido pelo Espírito ao deserto. Foi ali que ele venceu o maligno. Que você tenha as suas maiores experiências com Deus, quando atravessar o deserto.

3. Terra árida é o lugar ideal para Deus te usar

Imagine se aquele bom homem passando por aquele vale árido se perguntasse: o que é que eu estou fazendo aqui? Eu penso em Deus lhe respondendo, eu te trouxe aqui porque desejo usar você para transformação deste lugar. Este lugar precisa de vida, é um lugar morto, eu confio em você para transformar este lugar.

Naquela pequena cidade do sul da Bahia, eu vi a igreja crescer, desenvolver-se e fazer coisas grandiosas. Tudo foi feito através do poder da oração. Não era apenas eu que orava, eu desafiei a igreja a orar. Orávamos muito, fizemos várias campanhas de jejum e oração de 21 e 40 dias. E, de fato vimos ali uma terra árida, lugar de pessoas incrédulas e perseguição religiosa, se tornar espiritualmente muito produtiva. Ali tivemos muitas experiências com Deus.

Para que você transforme o Vale de Baca em manancial é preciso que você esteja cheio do poder de Deus. É preciso buscar intimidade com Deus.

Conclusão

Acontece conosco, algumas vezes, estar em um lugar que não gostaríamos de estar. Mas, talvez haja uma razão para se estar ali. Na Bíblia vamos encontrar muitas histórias de homens que estavam em lugares que não gostariam de estar, mas Deus usou a eles poderosamente para transformar o lugar: José, no Egito; Daniel, na Babilônia; Paulo em Roma. Deus usou a estes homens poderosamente para transformar terra árida onde estavam em mananciais.

Deus quer usar você para transformar a sua família, sua rua, seu bairro, seu trabalho, seus colegas na escola. Porém, para que isto aconteça, você precisa estar inundado pela presença de Deus. O verso cinco diz que a força deste homem deve estar em Deus e seus caminhos precisam ser planos, sem altos e baixos. Precisa ser um homem centrado em Deus. Aquele que é inconstante, se afasta de Deus na primeira dificuldade.

Você gostaria de ser um crente bem-aventurado, do tipo que transforma desertos em mananciais? Para que isto aconteça, você precisa estar cheio da unção de Deus. É preciso ter intimidade com o Senhor. Busque ao Senhor de todo o seu coração, encha-se com a sua maravilhosa presença. Que Deus te use poderosamente para transformação de lugares áridos em mananciais.

Pr. Sergio Rosa

A importância do autodesenvolvimento

 O que vem a ser autodesenvolvimento?

“O autodesenvolvimento é o processo de investir conscientemente no aprendizado de coisas novas e no desenvolvimento de novas habilidades. Essas habilidades podem ajudar um profissional a aumentar suas chances de alcançar objetivos e obter sucesso na carreira”.

Eu escrevi quatro livros: ‘Antes que as finanças me enlouqueçam’, que trata sobre como cuidar de suas finanças pessoais; ‘Tempo de Conquista’, baseado no livro de Josué, é um livro motivacional, que mostra que Deus nos fortalece para conquistar; ‘Realize seus sonhos’ através de uma perspectiva financeira, onde eu falo sobre planejamento a partir de um sonho, este sonho é na verdade a sua meta; e o último: ‘O Alerta foi dado!’ Este é um romance onde eu trato de problemas próprios da família pós-moderna, através de uma obra romanceada de ficção. Este último você pode adquirir na Amazon.com.br, tanto ebook quanto brochura, os demais só em e-book no meu blog www.srfinancas.com.

No livro ‘Realize seus sonhos’ eu afirmo que o combustível para a realização é ter uma meta. A partir da definição do seu sonho (meta), surge as perguntas: Onde você quer chegar? Onde você se vê daqui a dez, vinte, trinta anos? Como você se vê na aposentadoria? Você tem planejado a sua velhice?

A idade moderna consolidou muitos conceitos: a religião cristã se tornou hegemônica, reis se tornaram absolutistas. O iluminismo começou a questionar todos estes conceitos. O ápice de todo este questionamento foi a revolução francesa. Reis absolutistas foram depostos, a democracia deu lugar ao absolutismo, a igreja foi questionada, a razão deu lugar a fé. Principais pensadores desta época como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Adam Smith, tornaram-se ícones da grande transformação do mundo.

O iluminismo deu origem ao chamado liberalismo, onde todo o passado foi esquecido e viveu-se na utopia de um futuro melhor; Em oposição a este pensamento havia os reacionários, movimento que supervaloriza o passado, bom é só o que havia antigamente. Eram aversos a mudanças, sobretudo à modernização; O pensamento conservador, tentou ficar no meio disto tudo, valorizando o passado como base e fonte de consulta, preservando o presente e elaborando o futuro através das experiências do passado.

Nós estamos em um período chamado por alguns pensadores de pós-modernidade. Porém o filósofo polonês, Zigmunt Bauman classifica este tempo como Modernidade Líquida. A pós-modernidade ou Modernidade Líquida que teve o seu início no meado do século XX, é marcada principalmente pela fluidez, pelo derretimento de tudo o que era sólido, com a finalidade de adequar-se a qualquer lugar, de qualquer forma. Esta fase, segundo Bauman, é uma fase intermediária, não sabemos exatamente para onde estamos indo, e isto afeta diretamente aos mais jovens.

Esta inconstância atinge principalmente aos mais jovens, pelo fato da grande dificuldade que há em definir uma meta e planejar um futuro diante de tantas opções, mudanças e dilemas. Para falarmos sobre autodesenvolvimento é preciso definir o lugar onde se quer chegar. Se alguém não quer chegar a lugar algum, por que iria buscar algum desenvolvimento? Eis aí um problema para solucionarmos.

Então, a primeira coisa que precisamos fazer é definir onde queremos chegar. Você já tem uma meta a curto, médio e longo prazo?

Vamos falar sobre como criar uma base ideal para o autodesenvolvimento:

Tópico 1 - Desenvolvendo a inteligência emocional. Prov 15.1,18,28

O meu filho, como uma grande parte dos jovens, é meio irritadinho, qualquer coisa ele já fica bravo, quer falar alto, quer brigar. Esta é a atitude da maioria das pessoas, reagir de forma igual ou superior à pessoa que você acredita está atacando. Mas, será esta uma atitude inteligente?

Vamos supor que você está dirigindo o seu carro e um motorista tenta furar fila e entrar na sua frente. Como você reage?

Eu estava saindo da Av. Presidente Dutra, vinha um carro com uma boa distância, eu acelerei para entrar naquele espaço. Vinha um carro do outro lado, ao invés dele tirar o pé do acelerador um pouco, o motorista acelerou mais, tacou a mão na buzina, e ficou gesticulando querendo falar alguma coisa rude. Quando eu olhei pelo retrovisor eu reconheci o carro, era a esposa de um pastor amigo nosso. Na hora ela não me identificou, mas, depois eu tive a oportunidade de falar com ela sobre o caso. Ficou super sem graça, mas, tentou justificar-se.

Estou contando este caso para pensarmos em quem poderia estar no outro carro que entrou em sua frente. O que vocês acham? um inconsequente, um apressadinho, um espertinho, um mané, alguém socorrendo um doente, uma mulher grávida indo para o hospital, um bandido em fuga, alguém que roubou um carro, um psicopata, um policial marrento, o seu pastor.. quem?

Diante disto qual deveria ser a nossa melhor postura diante de um carro que tenta nos cortar bruscamente?

Estou falando isto porque desenvolvimento emocional deve ser diário, nunca estamos totalmente preparados para as pressões que iremos enfrentar, mas, a pior forma de fazê-lo é de forma reativa. Reagir a altura do que foi feito é igualar-se ao outro. É preciso pensar que você não é o outro. Então, não se apequene ao tamanho do outro. Isto é inteligência emocional.

A pergunta que você deve fazer é como reagir ao outro?

Deve reagir o melhor possível e guardar o máximo de sua emoção. Se alguém pisa no seu pé e você empurra a pessoa, pode ser que você saia de errado.

Não estou dizendo com isto que você deve ser frouxo, fugir dos problemas ou não reagir a ameaças. Não é isto, mas, é utilizar a inteligência e tentar medir o resultado de sua reação, se vale a pena reagir da forma que você pretende. Nunca é bom reagir de cabeça quente, a ira gera adrenalina, que é ótima para potencializar a força, porém, impede o bom raciocínio.

Em geral as grandes empresas procuram por líderes que tenham controle emocional, que conseguem lidar bem com situações de estresse.

Voltando ao que falamos inicialmente, sobre ter um foco, o fato de você saber onde quer chegar, te ajuda a desenvolver uma inteligência emocional. Porque você entende que precisa pagar um preço para chegar onde gostaria. Inteligência emocional exige você engolir cobras, crocodilos e lagartos, sem fazer cara feia.

Tópico 2 - Desenvolvendo o aperfeiçoamento pessoal. Prov 15.14,19

A família ajuda bastante nisto. As famílias que podem, colocam os seus filhos para estudar, fazer cursos, desde bem novinhos. Em geral os pais sabem quais as qualificações básicas os seus filhos precisam ter para se sobressair no mercado de trabalho.

Porém, quando se chega na adolescência, indo para a juventude, os pais já não têm tanto poder sobre os filhos. E, é bom que não tenham mesmo, nesta fase é preciso empurrar as criaturas para eles próprios fazerem as suas escolhas. Eles precisam amadurecer, e as escolhas fazem parte deste processo de amadurecimento.

Quanto mais cedo se tem um foco de onde se quer chegar, mais curta será a jornada para onde se pretende ir.

Eu não tive ninguém para me orientar, como muitos da minha idade. Meus pais eram bastante pobres, estudaram até a quarta série primária. Minha mãe dona de casa a vida toda, depois virou operária, e abandonou a casa. Meu pai, metalúrgico. Meu pai até me deu uma boa orientação, para que eu estudasse engenharia eletrônica, porque no futuro, dizia ele, os carros seriam todos com componentes eletrônicos. E, ele estava certo. Porém, nem ele e nem eu, não tínhamos recursos para pagar uma faculdade de engenharia. E, estudar em uma universidade pública era para poucos. Primeiro porque as vagas eram limitadíssimas, e era difícil um pobre entrar; segundo, porque eu tinha que trabalhar durante o dia para comer. Então, escolhi uma faculdade onde tivesse o maior número de vagas no jornal. Descobri que contadores eram bem procurados. Assim eu não teria o risco de ficar desempregado.

Fiz o que era preciso para sobreviver. E fiz bem feito. Me apliquei ao máximo. Conclusão, me tornei um bom profissional. Gostei de ter caminhado na área contábil financeira, mas, faltava algo. O meu coração ardia por estar no ministério pastoral e eu comecei a achar uma perda de tempo me dedicar a minha carreira profissional. Aí eu fiz bacharel e mestrado em teologia e segui a carreira pastoral. Neste momento, tive que abrir mão de minha ascensão profissional.

Após vinte e três anos de ministério pastoral, comecei a sentir que deveria trilhar para outro caminho, já pensando em minha velhice e aposentadoria. Por isto, decidi fazer o curso de Direito, para ter algo relevante para fazer em um futuro próximo. Convenhamos, pastores velhos não tem muita chance de pegar uma boa igreja. Então, é preciso investir no futuro buscando outra profissão, para poder envelhecer dignamente. Estou apaixonado pelo curso.

Aperfeiçoar-se é olhar para dentro de você, ver o que está faltando e partir para completar. Para aperfeiçoar-se é preciso pesquisar, estudar e trabalhar duro. É preciso fazer uma boa gestão do seu tempo. É necessário que você invista o seu tempo em seu crescimento.

Tópico 3 - Aprendendo a lidar com as críticas. Positivas ou negativas. Prov. 15.31,32

Este ponto está muito ligado com o desenvolvimento emocional. Todos nós somos afetados de alguma forma com as críticas negativas. Isto é normal. O que não pode acontecer é você se deixar abalar por elas. Ao longo dos anos você vai precisar aprender a lidar com elas de maneira mais positiva, por mais difícil que possa parecer.

São os nossos inimigos que mais nos fazem trabalhar, por isto, são eles que nos deixam mais fortes e inteligentes. Se você está cercado somente de amigos, você relaxa e não vigia. Mas, se você está cercado de inimigos, você desenvolve habilidades de defesa. Se você está em uma empresa em que ninguém quer a sua vaga, você esmorece, mas, se está em um lugar de vagas disputadíssimas, você é obrigado a desenvolver-se.

A melhor forma de trabalhar com as críticas negativas é pegar a adrenalina que ela produz e canalizar para o seu desenvolvimento pessoal. Se uma pessoa diz que você é muito lerdo e você fica com raiva, ao invés de esbravejar com a pessoa e ficar se corroendo, faça tudo para se tornar mais veloz, treine forte, se dedique ainda mais; se alguém diz que você não sabe falar direito, então faça tudo para falar melhor. Ou seja, aquele que tece críticas negativas ao seu respeito é quem mais pode te fazer crescer. Eu lembro que no início do meu ministério alguém me disse que eu pregava muito mal. Isto me desafio a melhorar as mensagens e a forma de apresentá-las. Um amigo, quando leu um texto meu, me disse que havia muitos erros, então eu comecei a escrever ainda mais, e estudar gramática. Críticas negativas podem te ajudar mais do que as positivas.

Neste tempo de modernidade líquida, a impressão que me dá é que estamos criando pessoas cada vez mais frágeis. Em uma tentativa de protegê-las, promovemos leis que as fragilizam ainda mais. Um exemplo, eu sou do tempo em que nós ouvíamos muito a frase: aprende a ser homem menino! Eu nem sei se ainda podemos falar isto, sem ser processado.

Estamos tentando privar as pessoas da dor, mas, a dor faz parte de nosso amadurecimento. Ela é ruim, mas, é necessária. Até o evangelho entrou meio nesta linha com a expressão: pare de sofrer. Como se fosse possível ao homem viver sem encarar o sofrimento. Não é a toa que os consultórios psiquiátricos e de psicólogos estão cheios de pessoas frágeis. A dor gera resiliência.

Não há outra forma de se tornar resiliente sem dor. Já viu quando você malha, os seus músculos doem, e quanto maior o peso, maior a dor. Grandes personalidades são geradas nas fornalhas da vida. Estas são as que conseguiram transformar experiências negativas em energia positiva; conseguiram dar a volta por cima e superar os obstáculos; conseguiram engolir sapos em benefício de coisas maiores; conseguiram vencer o cansaço e continuar a caminhada; conseguiram ver um futuro melhor apesar das possibilidades remotas.

Conclusão

Enfim, autodesenvolvimento é buscar a cada dia o melhor de si mesmo, é olhar para o passado e aprender com as experiências, para planejar um futuro melhor, sem esquecer-se de que você está no presente. Logo, é preciso viver bem cada momento. Quem vive apenas de lembrança do passado, ou quem vive somente com a esperança de um futuro, esquece de que o momento mais importante é o que está acontecendo agora. Acredito que a forma ideal para viver o presente é buscando ter prazer nas coisas que você está fazendo. Se está estudando, não estude apenas para passar em uma prova ou concurso, tenha prazer no aprendizado. Não viva como se o passado não existisse ou como se o futuro não fosse chegar, utilize estes momentos como experiência e meta, e não como prisão.

Autodesenvolvimento não tem a ver somente com conhecimento ou desenvolvimento de habilidades ou intelecto, tem a ver também com a saúde emocional, física e espiritual. É importante cuidar da sua saúde, pratique esportes, faça algum exercício físico, para evitar que o seu corpo desfaleça por falta de movimento e você tenha que se entupir de remédios; busque o seu desenvolvimento espiritual, através de uma busca de Deus; e, cuide de suas emoções. Estamos vivendo uma época de muita fragilidade emocional. Há um crescimento muito grande de doenças de origem emocional. 

Para terminar, gostaria de compartilhar uma experiência: Conta-se que houve uma experiência da NASA para desenvolver a biodiversidade em laboratório. A ideia era replicar isto em um outro planeta. Então, montaram uma cúpula gigantesca, totalmente isolada, com as mesmas características do espaço. A experiência pareceu bem sucedida. Porém, notou-se que as árvores cresceram mais do que o normal, mas, completamente ocas e frágeis. Quando pesquisaram a razão, chegaram a conclusão, que a falta de vento na cúpula, impedia que elas balançassem, e assim elas não desenvolveram a resiliência. Sem o vento contrário que as faz trabalhar, se tornaram frágeis.

Que Deus te abençoe, te dê forças e sabedoria, para que você consiga buscar o seu aperfeiçoamento pessoal.

Sergio Rosa

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Jesus e a mulher samaritana - A origem dos samaritanos

João 4.3-30: 

Na Bíblia, há uma narrativa que conta como o rei Salomão teve um sonho em que Deus lhe falou que iria rasgar seu reino em duas partes (1 Reis 11:29-39). Esse episódio ocorreu no final do reinado de Salomão, quando ele já havia se desviado da Lei de Deus e se envolvido com mulheres estrangeiras e com a adoração a outros deuses.

De acordo com a história, Deus apareceu a Jeroboão, um dos servos de Salomão, e lhe disse que ele seria o novo rei das dez tribos do norte de Israel. Deus lhe disse que isso aconteceria porque Salomão havia se afastado dos seus mandamentos e se voltado para outros deuses. No entanto, Deus prometeu a Jeroboão que, se ele obedecesse aos seus mandamentos, seu reinado seria tão próspero quanto o de Salomão.

Posteriormente, Jeroboão liderou uma revolta contra Salomão e proclamou-se rei das dez tribos do norte, formando assim o Reino de Israel. As tribos do sul, incluindo Judá e Benjamim, permaneceram sob o domínio da dinastia de Davi e formaram o Reino de Judá.

Assim, o sonho de Salomão foi uma profecia divina que se cumpriu com a divisão do Reino de Israel em dois, após sua morte. Esse evento teve consequências significativas na história de Israel, já que a separação entre as tribos do norte e as tribos do sul gerou tensões e conflitos que persistiram por séculos.

A separação entre judeus e samaritanos teve origem na divisão do Reino de Israel após a morte do rei Salomão, no século X a.C. Segundo a Bíblia, Salomão havia governado um reino unificado que incluía tanto as tribos do norte quanto as tribos do sul de Israel. No entanto, após a morte de Salomão, seu filho Roboão se tornou rei e adotou políticas que desagradaram as tribos do norte. Como resultado, as dez tribos do norte se separaram e formaram o Reino de Israel, enquanto as tribos do sul, que incluíam Judá e Benjamim, formaram o Reino de Judá.

A região da Samaria, onde viviam os samaritanos, ficava no centro do Reino de Israel. Durante os séculos seguintes, os samaritanos desenvolveram sua própria forma de religião e cultura, que diferia daquela dos judeus do Reino de Judá. A tensão entre judeus e samaritanos se intensificou ao longo dos anos, e a divisão entre os dois grupos ficou ainda mais evidente após a destruição do Templo de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C. Enquanto os judeus do Reino de Judá reconstruíram o templo e mantiveram suas práticas religiosas tradicionais, os samaritanos continuaram a adorar a Deus no Monte Gerizim, como mencionado anteriormente.

Assim, a separação entre judeus e samaritanos se deve principalmente à história complexa e às divergências religiosas e culturais que se desenvolveram ao longo dos anos. A referência em 1 Reis 12:20 se relaciona com a divisão do Reino de Israel após a morte de Salomão, que marcou o início desse processo de separação entre as tribos do norte e as tribos do sul.

Fazendo um paralelo entre a história da mulher samaritana em João 4 e a divisão do Reino de Salomão em Judá e Israel.

Segundo a narrativa bíblica, após a morte do rei Salomão, o Reino de Israel se dividiu em dois: o Reino de Israel, ao norte, e o Reino de Judá, ao sul. Israel foi governado por uma série de reis, muitos dos quais foram idólatras e não obedeceram aos mandamentos de Deus. Como resultado, Deus permitiu que Israel fosse invadido por várias nações, incluindo os assírios, os babilônios, os persas, os gregos e os romanos.

A invasão dos assírios em 722 a.C. foi especialmente devastadora para o Reino de Israel, que foi conquistado e seus habitantes foram levados como cativos para a Assíria. Como resultado, muitos judeus de Judá se recusaram a se misturar com os samaritanos que habitavam a região norte, considerando-os impuros e infiéis.

A história da mulher samaritana em João 4 mostra a tensão entre judeus e samaritanos, e como Jesus quebrou as barreiras entre os dois grupos ao se envolver em um diálogo respeitoso com a mulher samaritana. Portanto, a história da mulher samaritana pode ser vista como um exemplo de como Jesus transcendeu as divisões entre os povos, oferecendo a todos a salvação e o amor de Deus.

Os samaritanos eram um grupo étnico e religioso que habitava a região da Samaria, situada entre a Galileia, ao norte, e a Judeia, ao sul, na época de Jesus. Eles seguiam uma forma modificada da Lei de Moisés e acreditavam que o local correto de adoração a Deus era no Monte Gerizim, em vez de Jerusalém, onde o templo judaico estava localizado.

A diferença na crença entre os judeus e os samaritanos em relação ao local de adoração criou uma tensão entre os dois grupos. Os judeus consideravam os samaritanos como hereges e não se relacionavam com eles. Na verdade, a hostilidade entre judeus e samaritanos era tão forte que os judeus evitavam viajar pela Samaria e optavam por fazer uma rota mais longa quando precisavam se deslocar de uma região para outra.

No entanto, Jesus desafiou essas barreiras culturais e religiosas ao falar com a mulher samaritana e reconhecer a validade da sua fé. Ao mesmo tempo, Ele também enfatizou que a verdadeira adoração a Deus não está ligada a um lugar físico, mas é uma questão de espírito e verdade. Com isso, Jesus rompeu as barreiras entre os judeus e samaritanos, mostrando que a salvação de Deus está disponível para todos, independentemente de sua origem ou religião.

Os samaritanos seguiam uma forma modificada da Lei de Moisés que diferia da tradição judaica em alguns pontos. Por exemplo, eles possuíam um texto sagrado próprio, conhecido como o Pentateuco Samaritano, que consistia nas mesmas cinco primeiras escrituras da Bíblia Hebraica ou do Antigo Testamento, mas com algumas diferenças de redação e ênfase em relação à versão judaica. Além disso, os samaritanos praticavam alguns rituais e cerimônias religiosas que eram diferentes dos praticados pelos judeus, como a observância do sábado em outro dia da semana e a realização de sacrifícios no Monte Gerizim, em vez de no Templo de Jerusalém.

Essas diferenças foram o resultado de uma história complicada entre judeus e samaritanos que se estendia por séculos. Após a divisão do Reino de Israel em dois, no século X a.C., a região da Samaria foi governada por uma série de reis que introduziram novas práticas religiosas e culturais na região. Os judeus do Reino de Judá consideraram essas práticas como heréticas e, assim, surgiram as diferenças religiosas entre judeus e samaritanos.

Apesar dessas diferenças, é importante lembrar que, assim como Jesus reconheceu a validade da fé da mulher samaritana, os samaritanos também consideravam a figura de Moisés e a Lei de Deus como fundamentais para sua religião. De fato, os samaritanos eram uma comunidade religiosa que acreditava na unicidade de Deus e que, em muitos aspectos, se assemelhava aos judeus de sua época.

Resumo técnico em ordem cronológica:

1.      Em um sonho, Deus fala com Salomão e diz que irá rasgar seu reino em dois, deixando seu filho com apenas uma tribo, enquanto as outras dez tribos formariam um novo reino.

2.      Em 930 a.C., após a morte do rei Salomão, o reino de Israel foi dividido em dois: o Reino de Israel (também conhecido como Reino do Norte) e o Reino de Judá (ou Reino do Sul).

3.      Em 722 a.C., o Reino de Israel foi conquistado pelos assírios, que exilaram grande parte de sua população, e outras tribos foram trazidas de outras regiões para habitarem a região de Samaria. Com o passar do tempo, essas tribos se misturaram com a população remanescente de Israelitas, bem como com outras tribos não-judaicas que já habitavam a região.

 

Dentre esses povos que formaram a mistura encontrada na região de Samaria, podemos citar:

 

1.      Cutas, que eram originários da Babilônia e haviam sido levados à Samaria pelo rei da Assíria como parte do processo de colonização;

2.      Avitas, que eram originários de Hamate, ao norte de Damasco;

3.      Sefarvitas, que eram originários de Sefarvaim, uma cidade próxima a Hamate;

4.      Hamatitas, que eram originários de Hamate;

5.      Elamitas, que eram originários de Elão, uma região ao leste da Babilônia.

 

4.      Após a conquista assíria, a região de Samaria foi habitada por uma mistura de povos de diferentes origens e culturas, incluindo alguns judeus que permaneceram na região e se casaram com não-judeus.

5.      Os samaritanos adotaram uma forma modificada da Lei de Moisés e acreditavam que o local correto de adoração a Deus era no Monte Gerizim, em vez de em Jerusalém.

6.      586 a.C.: O Reino de Judá é conquistado pelos babilônios e os judeus são exilados.

7.      516 a.C.: Os judeus exilados na Babilônia retornam e reconstruem o Templo de Jerusalém.

8.      445 a.C.: Os judeus reconstróem os muros de Jerusalém.

9.      332 a.C.: Alexandre, o Grande, conquista Jerusalém e incorpora a região à Grécia.

10.  63 a.C.: O Reino de Judá é conquistado pelos romanos e torna-se uma província romana.

11.  30 d.C.: Judeus e samaritanos ainda mantinham uma tensão religiosa e cultural.

Jesus tem um encontro com a mulher samaritana no poço de Jacó em Samaria, ensinando a ela sobre a verdadeira adoração e se revelando como o Messias esperado pelos judeus e samaritanos.

Embora a Bíblia não forneça uma explicação detalhada sobre a conexão entre os cinco maridos da mulher samaritana e os cinco povos que formaram a mistura na região da Samaria, é possível fazer uma conexão simbólica entre esses eventos.

Ao mencionar os cinco maridos da mulher, Jesus pode ter buscado fazer uma analogia com a mistura de povos que ocorreu na região da Samaria. A presença de povos como os cutas, avitas, sefarditas, hamatitas e elamitas na região, e sua mistura com os samaritanos, criou uma sociedade híbrida, com características próprias e distintas da cultura judaica.

No entanto, a fala de Jesus pode ter buscado despertar o inconsciente da mulher samaritana para suas raízes no judaísmo, e a conexão entre sua história e a história do povo de Israel. Ao mencionar seus cinco maridos, Jesus pode ter querido trazer à tona as cinco tribos que se misturaram na região da Samaria, e a sua conexão com a história e a tradição judaicas.

A mensagem que Jesus pode ter buscado transmitir para a mulher samaritana é que, apesar de sua sociedade ter se misturado com outros povos, suas raízes e sua identidade ainda estavam enraizados na história e na tradição judaica. A fala de Jesus poderia ter tido um significado profundo para a mulher samaritana, que poderia ter se sentido conectada novamente com suas raízes, bem como para o povo samaritano como um todo.

Ao se encontrar com Jesus, a mulher samaritana pode ter tido a oportunidade de refletir sobre sua própria identidade e sobre o papel do seu povo na história da redenção. Essa reflexão poderia ter despertado nela um senso de conexão com as tradições judaicas e com o povo escolhido por Deus, permitindo que ela encontrasse um novo sentido em sua vida.

Assim, embora a conexão entre os cinco maridos da mulher samaritana e os cinco povos que formaram a mistura na região da Samaria possa parecer simbólica, ela pode ter um significado profundo e poderoso para aqueles que se conectam com a mensagem de Jesus e com a história do povo de Israel.

Marcos Domingos

sexta-feira, 19 de maio de 2023

A matemática do pecado e da iniquidade

 Parábola da ovelha perdida:

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la?

E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso;

E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.” Lucas 15:4-6

O pastor tinha 100 ovelhas e perdeu 1 delas. Para calcular o percentual de perda, dividimos o número de ovelhas perdidas pelo número total de ovelhas e multiplicamos por 100.

 Percentual de perda = (1 / 100) * 100 = 1%

  Parábola da dracma perdida:

“Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?

E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.”   Lucas 15:8-9

 A mulher tinha 10 dracmas e perdeu 1 delas. Novamente, vamos calcular o percentual de perda.

 Percentual de perda = (1 / 10) * 100 = 10%

  Parábola do filho pródigo:

“E disse: Um certo homem tinha dois filhos;

E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.

E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.”   Lucas 15:11-14

O pai tinha 2 filhos e perdeu 1 deles, que se afastou de casa. Vamos calcular o percentual de perda.

Percentual de perda = (1 / 2) * 100 = 50%

Portanto, de acordo com os números mencionados, a primeira parábola apresenta uma perda de 1%, a segunda parábola mostra uma perda de 10%, e a terceira parábola indica uma perda de 50%.

As três parábolas contadas por Jesus no capítulo 15 do Evangelho de Lucas. A parábola da ovelha perdida, a parábola da dracma perdida e a parábola do filho pródigo, podem, de fato, ser relacionadas para ilustrar um princípio de apostasia gradativa. Embora as porcentagens mencionadas possam variar dependendo da interpretação, a progressão numérica das parábolas pode nos ajudar a refletir sobre o afastamento gradual da fé e a necessidade de arrependimento e retorno a Deus.

 Na primeira parábola, Jesus fala de um pastor que tinha 100 ovelhas, mas uma delas se perdeu. Essa ovelha representa uma pequena porcentagem das 100, apenas 1%. A partir dessa história, podemos entender que a apostasia muitas vezes começa com uma pequena distração, um desvio aparentemente insignificante, mas que pode levar à separação do rebanho.

Na segunda parábola, Jesus conta sobre uma mulher que tinha dez dracmas e perdeu uma delas. Agora, a porcentagem aumenta para 10% das moedas. Isso sugere que a apostasia pode progredir e afetar ainda mais a vida das pessoas. Assim como a mulher fez todo o esforço para encontrar a dracma perdida, Deus também busca incansavelmente aqueles que estão se afastando, desejando trazê-los de volta ao Seu amor.

Por fim, na parábola do filho pródigo, um homem tem dois filhos, mas um deles decide sair de casa e desperdiçar sua herança em uma vida de dissolução. Nessa história, metade dos filhos se afasta, representando uma apostasia mais significativa, de 50%. Ela nos lembra que, mesmo quando a distância entre Deus e o indivíduo se torna maior, o amor e a misericórdia de Deus estão prontos para acolher o pecador arrependido de volta à comunhão.

Essas três parábolas, em sua progressão numérica, nos ensinam que a apostasia pode começar de forma gradual e aparentemente insignificante, mas pode se intensificar e afetar de forma crescente a vida das pessoas. No entanto, independentemente da gravidade da apostasia, o chamado ao arrependimento e ao retorno a Deus permanece. Deus está sempre disposto a buscar e acolher aqueles que se afastaram, independentemente do estágio em que se encontram em sua jornada de fé.

É importante destacar que o significado dessas parábolas vai além das porcentagens mencionadas. Elas têm o propósito de ensinar sobre o amor de Deus, a misericórdia e a graça, e o chamado à reconciliação com Ele. 

Parábola da ovelha perdida:

Termo grego: πρόβατον (probaton) - que significa "ovelha".

A ovelha perdida representa um indivíduo que se desviou do rebanho, simbolizando a condição de pecado e alienação do ser humano. A busca incansável do pastor pela ovelha perdida ressalta a graça e a misericórdia de Deus, que busca aqueles que estão afastados.

Parábola da dracma perdida:

Termo grego: δραχμή (drachmē) - que significa "dracma" (moeda antiga).

A dracma perdida é uma figura daqueles que estão perdidos espiritualmente e que precisam ser encontrados. A diligência da mulher ao buscar a dracma perdida ilustra o cuidado de Deus em restaurar a comunhão com aqueles que se afastaram.

Parábola do filho pródigo:

Termo grego: πατρικός (patrikos) - que se refere a "herança paterna" ou "bens paternos".

A história do filho pródigo destaca a decisão do filho de deixar a casa do pai e gastar sua herança em uma vida de dissolução. A apostasia é retratada nessa parábola, mostrando o afastamento voluntário e progressivo do filho em relação ao pai. No entanto, a parábola também enfatiza o amor incondicional do pai, que o recebe de volta com alegria quando ele retorna arrependido.

As parábolas de Lucas 15 nos mostram o amor, a misericórdia e a busca incansável de Deus por aqueles que se afastaram. Elas nos ensinam que a apostasia pode ser gradativa, mas o chamado ao arrependimento e ao retorno a Deus é constante.

No entanto, a mensagem de esperança e restauração não se limita apenas a essas parábolas. Jesus também nos deixou um convite poderoso em Apocalipse 3:20, onde Ele diz: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo."

Essas palavras de Jesus nos mostram que Ele está sempre pronto para nos receber de volta, independentemente do estágio de nossa apostasia. Ele está à porta, batendo e esperando pacientemente que abramos nossos corações para Ele. Se escolhermos ouvir a Sua voz e abrir a porta, Ele entrará em nossa vida, nos trazendo restauração, comunhão e uma vida transformada.

Essa passagem complementa as parábolas de Lucas 15, pois revela que Deus está constantemente buscando nos reconciliar com Ele. Ele nos chama para uma relação íntima, um relacionamento pessoal de amor e comunhão. Mesmo que tenhamos nos afastado, Ele nunca desiste de nós e está disposto a perdoar e restaurar.

Portanto, diante da apostasia gradual ou mesmo completa, Jesus nos convida a abrir a porta de nossos corações, a responder ao Seu chamado e a permitir que Ele entre e transforme nossas vidas. A porta da reconciliação está sempre aberta, esperando que nós a abramos para receber o amor e a graça divina.

Que possamos ouvir a Sua voz e abrir a porta, permitindo que Jesus entre em nossas vidas e traga a restauração que tanto precisamos.

Marcus Domingos