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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sábado, 25 de dezembro de 2021

Não há lugar para Jesus

 Lucas 2.1-7

O Nascimento de Jesus foi algo supra natural. Maria, uma adolescente judia, foi visitada por Gabriel, o anjo de maior patente espiritual apresentada na Bíblia. Ele disse para ela, que ela ficaria grávida, e que o seu filho seria produzido pelo Espírito Santo. O próprio Deus entraria no útero de Maria, para que ela concebesse.

Maria recebe aquela palavra do anjo e diz: cumpra-se em mim conforme a sua palavra. Ela concebe e José, seu noivo, intenta deixa-la secretamente, mas, ele também é visitado, em sonho, por um anjo, que lhe revelou a verdade. O bebê que Maria carregava no ventre era fruto do Espírito Santo. A partir desta palavra, ele volta e recebe Maria por esposa.

Após nove meses de gestação, Maria e José são forçados a se encaminharem para Belém, para alistar-se. Chegando em Belém, completam-se os dias da gestação. Eles procuram lugar para se hospedarem, mas, não encontram, a cidade deveria estar cheia devido ao recenseamento decretado por Cesar Augusto. O único lugar encontrado foi em uma estrebaria, juntamente com os animais.

Sempre olhamos para a estrebaria a partir de um olhar romântico, como um lugar de palhas, onde foi preparada uma aconchegante manjedoura. Manjedoura é o lugar onde se colocava comida para os animais. Ela improvisou ali um bercinho para o seu bebê. Mas, não tem romantismo nisto. Uma mulher grávida de nove meses, prestes a ter o seu bebê, jamais iria querer dar a luz ao seu primeiro filho em um lugar inóspito como aquele. Ela só foi parar ali porque não havia lugar para eles nas hospedarias.

Eu paro pensando nesta cena, não havia lugar para o filho de Deus ser recebido. Até os dias de hoje, há muitos lugares que Jesus ainda não tem espaço, muitos lugares que ele não pode entrar. Ainda há muitos lugares em que o pior lugar é aquele reservado para Jesus. Estes detalhes me levam a pensar no seguinte:

Quais são os lugares que Jesus pode entrar?

1. Ele só pode entrar em um coração quebrantado

Jesus veio para trazer o seu reino e implantar em cada coração humano. Deus fez a humanidade para que andasse com ele, porém, o homem insiste em andar distante dele. Há muitos corações fechados para Deus, outros só abriram a estrebaria do coração para Jesus e não as suas hospedarias. Ou seja, só há um lugar qualquer no coração e não o lugar de honra, o lugar principal nos corações.

Um coração quebrantado é um coração que preparou uma boa hospedaria para Jesus nascer. É um lugar preparado para recebê-lo. Um coração quebrantado é o lugar que Jesus procura para entrar e ali fazer morada.

Um coração quebrantado é um coração que se entristece com o pecado e deseja uma mudança, uma transformação, busca algo novo para a sua vida.

2. Ele só pode entrar em um coração vazio e aberto

Muitos corações ainda se encontram fechados como aquelas hospedarias estavam. Na verdade, elas estavam lotadas, não tinham mais espaço. Era tempo de recenseamento, então a cidade estava recebendo uma grande quantidade de pessoas que vieram para alistar-se. Maria estava grávida de quase nove meses e, portanto, deve ter ido andando bastante devagar. A distância entre Belém era cerca de 145 Km. De carro já é distante, imagina andando. Eles caminharam cerca de quatro dias, o que dá 36,25 km por dia. Devido a sua morosidade, todos chegaram em sua frente e reservaram suas instalações. Quando Maria chegou, já não havia mais lugar.

Há muitos corações que Jesus não pode entrar, porque não há lugar. Estes corações estão cheios de outras coisas que chegaram primeiro e não há espaço para Jesus. Jesus não pode entrar em um coração que já esteja cheio, é preciso esvaziar-se para receber a Jesus. Um coração cheio é um coração que se torna fechado para ter uma experiência com Jesus.

3. Ele só pode entrar em um coração que o deseja

Quando Maria e José chegaram em Belém, todos já estavam bem acomodados em seus quartos, e ninguém iria querer saber de sair para dar o seu lugar para outra pessoa.

Só abrimos a nossa casa para quem nós desejamos receber, pessoas que consideramos inconvenientes ou que não queremos ter nenhum tipo de laço, nós as despachamos do portão, não permitimos que entre em nossa casa.

Maria ficou do lado de fora das hospedarias, não havia lugar para Jesus, porque não houve este desejo, se houvesse, os donos das hospedarias abririam suas próprias casas para recebe-los. Mas, isto não aconteceu, porque aquelas pessoas não desejaram receber a Jesus.

Conclusão

Que o seu coração, a sua vida, a sua casa, esteja aberta para que Jesus possa entrar. Que ele possa achar lugar em seu interior. Que a sua vida seja transformada pela sua presença em você.

Que neste Natal, você não rejeite a Jesus, mas, que você abra um espaço em sua vida, um lugar de honra, um lugar principal, para que Jesus possa entrar e reinar em sua vida.

Pr. Sergio Rosa

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Jesus, o Deus que se fez homem

 Lucas 2.39-52

Há uma grande lacuna sobre a vida de Jesus narrada nas Escrituras. Ele nasce e já aparece com os seus doze anos, não há relatos deste período, a não ser nos evangelhos apócrifos. Dos doze aos 30 anos também não há nenhum relato sobre a sua vida. Há muita especulação a este respeito, mas, nada que nos leve a uma conclusão. Tenho por mim que ele levou uma vida comum de um jovem palestino de sua idade. Não foi registrado nenhum milagre neste período de sua vida ou algo relevante, digno de nota. O que nos leva a pensar, que o seu ministério se iniciou de fato aos 30 anos. Até este período deve ter aprendido bastante com os mestres judaicos e trabalhado com o seu pai na carpintaria de sua família (Marcos 6.3). Este e outros detalhes atestam a humanidade de Jesus.

Porém, no século primeiro foi desenvolvida uma doutrina denominada docetismo, que afirmava que Jesus não possuia um corpo humano. Esta discussão sobre a humanidade de Jesus continuou por muitos anos, até que foi realizado um concílio para deliberar sobre o assunto. O Concílio de Niceia que aconteceu no ano de 325 foi o primeiro evento promovido pela Igreja para discutir a fé cristã. O principal objetivo da convocação feita pelo imperador romano Constantino I era a criação de um consenso entre os representantes da instituição acerca da natureza divina de Jesus Cristo.

O concílio declarou que o Filho era verdadeiro Deus, co-eterno com o Pai e gerado de sua mesma substância, argumentando que tal doutrina codificava melhor a apresentação bíblica do Filho, assim como a crença cristã tradicional sobre ele transmitida pelos apóstolos.

O Concílio da Calcedônia, realizado no ano 451, encerrou este debate, afirmando que Jesus era 100% homem e 100% Deus.

De acordo com este concílio há duas personalidades que residiam conjuntamente em Jesus:

1. A plena humanidade de Cristo (v. 2.40)

Jesus nasceu como uma criança comum. Embora o óvulo de Maria tenha sido fecundado pelo Espírito Santo, Jesus levou nove meses para nascer. Nasceu como um bebê comum, teve que tomar o leite materno de sua mãe, teve que aprender a falar e andar. A sua mente foi desenvolvida normalmente como um bebê. Estes detalhes atestam a humanidade de Jesus. Como criança teve toda a fragilidade de um bebê. Ele precisou cuidado e proteção.

Isaías 7:14,15 diz: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal e escolher o bem”.

A versão King James Atualizada traduz manteiga como coalhada. Aliás, coalhada com mel é bom demais, eu sou fã. Faz mais sentido do que manteiga e mel. Mas, o fato é que Jesus criança deveria ser alimentado e cuidado até que aprendesse a desprezar o mal e escolher o bem. Seus pais seriam encarregados de sua educação, eles deveriam ensiná-lo estas coisas. Esta parte atesta a plena humanidade de Cristo. Ele precisou dos cuidados e ensinos de Maria e José.

2. A plena divindade de Cristo (2.48-50)

Como Jesus é filho de Deus, provavelmente o próprio Deus também se encarregou de ensinar algumas coisas, tanto que aos 12 anos o vemos no templo discutindo com doutores, homens experimentados na lei. Os seus pais se surpreenderam, então, as coisas que ele disse não aprendeu com os Maria e José. Esta idade de 12 anos sugere que Jesus foi levado ao templo para realizar o seu bar mitzvah. Esta cerimônia é um rito de passagem que os pais fazem com os filhos homens, atestando que a partir daquele momento o menino saiu da infância e tornou-se um homem. Foi somente após este evento que Jesus começou então a manifestar-se.

Quando ele sumiu do meio da caravana, eles voltaram à cidade para procurá-lo. Tiveram uma grande surpresa em vê-lo, assentado, discutindo com doutores da lei. Jesus recebeu diretamente do Pai, a sabedoria. Esta parte não veio através de conhecimento de seus pais, mas foi por revelação do próprio Espírito. Seus pais já não conseguiam acompanhá-lo a partir daí.

Conclusão

As duas personalidades de Cristo se fundem em uma só. Não há separação entre ambas. Jesus é, portanto, o Deus que se fez homem e habitou entre nós. Ele fez isto com uma finalidade, Sendo Deus e homem, Jesus conheceu as nossas dores e por isto, pode nos compreender plenamente. Ele se tornou um modelo a ser seguido, enquanto homem, e um Deus a ser obedecido.

Ele também entregou a sua vida humana, como um cordeiro, para morrer em nosso lugar. A sua morte humana, seu sacrifício na cruz é o que nos liga a ele como Deus. Tudo o que precisamos fazer diante dele é aceitar o seu sacrifício, aceita-lo em nosso coração. Devemos entregar a nossa vida em suas mãos, para que ele entre em nossos corações.

Jesus é o Deus homem que veio ao mundo para nos dar uma nova esperança e nos mostrar um novo e vivo caminho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O caminho da verdadeira adoração

Atos 8.9-22


O livro de Atos, escrito pelo médico amado, Dr. Lucas, é uma grande pesquisa realizada, com a finalidade de informar a Teófilo sobre as coisas que Jesus ensinou e os atos dos seus apóstolos.

Após a descida do Espírito Santo em Jerusalém, os apóstolos iniciaram uma grande obra de evangelização, assim como os discípulos, quando foram severamente perseguidos e tiveram que fugir de Jerusalém. Onde quer que eles passavam, iam levando a preciosa semente.

Simão era um grande mágico, reconhecido em toda a Samaria. Com a sua habilidade de ilusionista, enganava a muita gente. Mas, ele não enganava a si mesmo. Muitos viam nele um grande poder, mas, ele mesmo sabia que não possuía poder algum, ele era completamente vazio, era somente uma ilusão.

Há um sem número de Simões enganando a muitos com artes mágicas. Estes adoram ser considerados importantes pelos outros, mas, vivem completamente frustrados, porque no seu íntimo sabem que não possuem poder algum. Oferecem verdadeiras bolhas de sabão, para as pessoas, que se frustram quando elas estouram. Oferecem paliativos e placebos espirituais, que não podem trazer cura para a alma, para o corpo e nem mesmo alívio para os cansados.

Simão ficou extasiado diante dos sinais e milagres que Filipe realizava e quis aquele poder também para ele. Muita gente é atraída para a igreja quando acontece sinais e milagres. Mas, assim como muitos, ele foi atraído pela intenção errada. Ele queria o poder de Deus para ganhar notoriedade, para validar o seu nome como mágico. Simão não queria um compromisso com Jesus, queria somente o seu poder para benefício próprio.

A verdadeira adoração é bem diferente da superficialidade mágica. Ela é capaz de nos conduzir até a presença de Deus, curar a nossa alma e nos trazer o alívio que buscamos. Simão experimentou as duas coisas, mas, preferiu trocar toda o engano por algo real.

A experiência de Simão nos leva a pensar em como podemos achar o caminho da verdadeira adoração?

1. Procurando na porta estreita - Mateus 7:13,14


Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Jesus, no sermão do monte, apresentou dois caminhos, duas portas, uma estreita e outra larga, a primeira da salvação e a segunda da perdição. A que conduz a Deus é a mais difícil de trilhar, por isto, poucos são os que vão por este caminho e entram nesta porta.

Certa vez, eu vi uma mulher ficando entalada naquelas antigas roletas de ônibus que chamávamos de curralzinho. Ela era bem forte, e tentou passar, mas, ficou presa. O cobrador teve que fazer muita força para que ela pudesse passar com muita dificuldade. Quando ela finalmente conseguiu, deu um grande suspiro de alívio. Aquela cena me fez pensar que passar por lugares estreitos é bem difícil. Se tivermos inchados pelo pecado, jamais conseguiremos passar pela porta estreita.

O adorador que encontrou o verdadeiro caminho para a adoração é aquele que entrar neste lugar. Aquele que, apesar de todas as dificuldades conseguiu entrar, é aquele que descobriu o segredo da verdadeira adoração.

2. Procurando ouvir a Palavra de Deus - Atos 8.12-13

Filipe o evangelista, estava pregando em toda aquela região, ele estava ensinado a respeito do reino de Deus. A medida que as pessoas ouviam a mensagem, iam se convertendo. Simão também ouviu e quis caminhar com eles. Ele abraçou o movimento, mas, ele gostou apenas do movimento, do que estava acontecendo de emocionante, das curas e milagres. Ele gostou apenas da energia daquele movimento, da adrenalina produzida pela grande aglomeração. Ele viu ali uma grande oportunidade para se beneficiar. Ali estava um poder verdadeiro, que ele não possuía, e quis comprar 8.18.

Simão é semelhante o retrato daquela pessoa que quer se casar, mas quer apenas a parte boa do casamento, não quer saber de preocupações, compromisso, participação e nem pensar em renúncia. Quer apenas usufruir da relação, sem contribuir com nada. Este casamento não será uma relação sadia e certamente não terá continuidade.

Simão não havia entendido a proposta do evangelho. Ele achou que poderia simplesmente pagar e pegar o que quisesse e tudo bem. Ele acreditava que aquilo era um produto, que uma vez adquirido, ele se tornaria dono e poderia usar da forma que bem entendesse. Mas, com pouco tempo ele viu que estava muito enganado.

3. Procurando no arrependimento - Atos 8.20-22

Simão foi severamente repreendido pelo apostolo Pedro, e chamado ao arrependimento. Ele deveria se arrepender daquela triste posição de querer comprar a benção do Senhor; de querer apenas se beneficiar do poder de Deus; de olhar apenas para si mesmo, quando deveria estar olhando para Deus.

Pedro naquele dia apontou para Simão o caminho da verdadeira adoração, o arrependimento: “Arrepende-te, pois da tua maldade”.

O arrependimento é a chave para descobrirmos a adoração verdadeira. Ele nos traz o quebrantamento que nos aproxima de Deus. Salmos 51:17 diz: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

Conclusão

O caminho para a verdadeira adoração é estreito e difícil de trilhar por ele. Mas, a recompensa é grandiosa. A verdadeira adoração é aquela que realmente toca o coração de Deus. É aquela que agrada ao Senhor. Ele está a busca daqueles que encontraram a verdadeira adoração, a verdadeira motivação em estar na presença dele, aquele que o adoram em espírito e em verdade, seja qual for a situação.

Simão o mágico estava seguindo um falso caminho, um falso conceito de adoração, e por isto foi repreendido. Mas, foi convidado a arrepender-se e para que talvez o Senhor pudesse perdoá-lo. O mesmo convite é feito a você, para que possa arrepender-se dos seus maus caminhos e render-se ao Senhor, entregando a ele todo o seu coração. E, desta forma, receber em sua vida a virtude que há no Espírito Santo.