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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

TRÊS ELEMENTOS PARA UMA VIDA CRISTÃ SAUDÁVEL

O período que estive pastoreando no interior do sul da Bahia, foi muito bom para diversos aspectos da minha vida, sobretudo para reflexão religiosa. Como Belmonte é quase uma Ilha, distante 75Km de Porto Seguro, que é um pouco maior, ficávamos meio isolados do mundo. O engraçado é que a distância era apenas territorial, por que as igrejas conseguiam realizar ações conjuntas. Associação Jequitinhonhense era composta por vinte e sete igrejas em quinze cidades: Itamarajú, Itabela, Guaratinga, Eunápolis, Arraial d'ajuda, Trancoso, Porto Seguro, Cabrália, Itaji, Itajimirim, Itapebi, Belmonte, Camacan, Paraíso  e Pau Brasil. O paradoxo disto é que aqui eu me sinto muito mais isolado. Lá eu desenvolvi amizade com diversos pastores destas cidades que ficavam a dezenas de Km de distância. Parece que quanto mais gente por perto mais nos sentimos sós.

Devido ser uma cidade de apenas 20.000 habitantes, você acaba não tendo muita coisa pra se distrair, isto me favoreceu me dando tempo para oração, estudo e reflexão bíblico-teológico. Uma das reflexões que pude fazer naquele lugar, foi sobre a minha religiosidade. Três parâmetros permearam minha reflexão:
 

1. Uma leitura sobre o cristianismo na atualidade;

2. Que tipo de cristão eu sou;

3. O que é ser um cristão.

1. Considerando o primeiro parâmetro a minha leitura do cristianismo atual partiu do comportamento dos cristãos que fazem parte do meu pequeno círculo de conhecimento e os que estão na mídia. A conclusão não foi muito boa. Me pareceu que a maioria se perdeu em meio a uma religiosidade antipática, um amontoado de regras e posturas anti-sociais, misturada ao mal gosto de coisas retrô, algumas explorações da fé alheia, um esvaziamento da pessoa de Cristo e um apanhado de seitas e doutrinas divergentes. O essencial parece ter se perdido em meio à caminhada.

2. Parti então para uma análise de que tipo de cristão eu era. De repente eu me encontrei com alguns textos, como este que acabamos de ler de Mt 23.23, e vi que dos três elementos que Jesus destaca eu só tinha um, a fé. A justiça, que de uma forma bem ampla é a conservação do direitos e deveres das pessoas, estava meio defectivo em mim, por que, sinceramente olhamos mais para os nossos direitos e os deveres dos outros do que para fazer cumprir a justiça. Até antes desta reflexão eu me considerava um bom crente, sinceramente, me achava até piedoso, alguém digno de ir para o céu, aos meus próprios olhos, foi então que me deparei com Lucas 18.11 "um fariseu e um publicano..." então me vi como aquele homem, alguém sem vício, sem problemas com a internet, sem problemas por resolver, sem nunca ter passado um cheque sem fundo ou dever a quem quer que seja, marido de uma só mulher, dizimista, ofertante...  

3. Então me veio o terceiro parâmetro, o que é ser cristão. O nome cristão, ao que a história conta, foi utilizada de forma pejorativa aos primeiros seguidores de Cristo, e queria dizer pequenos cristos. A principio deveríamos ser parecidos com Cristo. Isto eu logo descartei, por que para mim é impossível. É impossível para mim lutar contra toda a tirania religiosa existente, é impossível para mim curar doentes com apenas uma palavra, é impossível para mim amar e morrer por quem quer me matar.

Já que me é impossível ser igual a Jesus, o que faria então? Comecei a refletir sobre as mensagens de Jesus, ele disse que deveríamos seguir aos seus mandamentos e resumiu tudo em apenas dois pra facilitar a minha vida: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao meu próximo como a mim mesmo. Vi nisto a base para toda a minha nova fase religiosa. Amar a Deus, contemplá-lo em toda a sua beleza, e em todo o seu esplendor, como um homem apaixonado que baba pela mulher amada, e pensa nela o tempo todo e em como agradá-la. Esta parte estava resolvida, a contemplação é algo que maravilho. A segunda parte do mandamento era mais complicada, como amar as pessoas? Li em um livro chamado "O Monge e o Executivo" algo que me marcou, "o amor é o que o amor faz". Interessante, amor é aquilo de bom que você consegue expressar sem palavras. Um toque, um sorriso, um auxílio. Descobri no auxílio uma forma de expressar este amor sem palavras. Formamos um belo projeto social em Belmonte, que funciona até hoje, PROJETO AGAPE, é o projeto que pratica a ação do amor. Não dizíamos para aquelas crianças que a amávamos, mas, pode ter certeza, elas se sentiam amadas. Onde elas me viam passar pelas, ruas, elas me gritavam: Tio Pastor...

Foi nesta reflexão que entendi o que Jesus estava dizendo para os fariseus sobre Justiça, misericórdia e fé, os três elementos essenciais para um vida cristã saudável. Foi quando eu comecei a perceber que o que agradava mais a Deus não era bem o que eu fazia por minha denominação ou religião, mas, o que eu fazia pelas pessoas; o que eu contribuia para tornar este mundo um pouco mais agradável; o que eu projetava para tornar o ser humano, mais humano.