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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Realize os seus sonhos – 1. O que é um sonho?

 Teve José um sonho, que contou a seus irmãos” (Gênesis 37:5)

A história de José é uma das novelas mais bonitas da Bíblia. Tudo começa com um sonho. Ele sonha algo grandioso, que estava muito acima de sua capacidade, algo impensável de se realizar. José seria alguém tão importante que até os seus pais e seus irmãos iriam se prostrar diante dele.

José enfrenta momentos muitos difíceis em sua vida: ele é vendido por seus irmãos; torna-se escravo de um egípcio; a mulher deste homem tenta o seduzi-lo, mas, como não consegue, com isto ela o acusa de tentativa de estupro e ele vai parar na prisão. Tanto na casa de Potifar, o seu senhor egípcio, quanto na prisão, José prospera. Ali, preso, ele consegue decifrar o sonho do copeiro e do padeiro. O primeiro retornaria a servir o faraó e o segundo seria morto. Faraó fica sabendo do dom de José e o chama para interpretar o famoso sonho das sete vacas gordas e sete vacas magras. A partir da interpretação do sonho de faraó, José se torna o governador do Egito, abaixo somente de faraó.

Nesta passagem vemos quatro sonhos:  o primeiro de José, o segundo do copeiro, o terceiro o do padeiro, e o quarto o de faraó. Todos sonhos que se realizaram. Inspirado nesta história, eu gostaria de falar sobre o que é um sonho.

Sonho é aquilo que você deseja fazer, realizar, ver pronto e acabado. É aquilo que desenhamos para o nosso futuro. É o lugar aonde desejamos chegar. É um objetivo a ser alcançado. É uma meta a ser atingida. É uma visão a ser transformada em realidade.

O sonho nos impulsiona de maneira impressionante. Funciona a partir de um desejo que nasce em nosso interior e vai crescendo até não caber mais dentro de nós. O sonho nos traz uma inconformidade com o tempo presente, com o status quo, com o que existe hoje. O sonho deseja nos mover para a realização de um futuro que só existe no mundo ideal.

Quando falamos sobre sonhar, falamos de toda a nossa vida, e não apenas parte dela. Sonhos não são meras vontades, mas um grande desejo. Algo enorme, que não faz parte de nossa realidade porque ainda não existe. Este algo mexe com toda a nossa estrutura de vida, com tudo o que nós somos hoje. Ele tem a pretensão de nos transformar em outra pessoa, bem maior e melhor do que somos hoje, nos elevar às alturas, além da nossa capacidade.

Quando falamos de algo que envolve toda a nossa vida, estamos afirmando que tal fato mexerá em toda a nossa estrutura. Toda a parte social, emocional e, principalmente, financeira estará envolvida na realização. Social porque todos a nossa volta, de uma forma ou de outra, poderão ser atingidos, direta ou indiretamente, pelo que estamos fazendo; emocional porque perseguir um sonho não é uma coisa se faça sem que haja uma verdadeira montanha-russa de emoções; financeira porque sonhos costumam ter um custo, em geral, bem alto.

É impossível sonhar sem que o assunto finanças não esteja comprometido. Todo sonho tem um custo. Grandes sonhos custam caro. Bill Gates teve um sonho, ele construiu a Microsoft, ficou rico, ganhou bilhões. Porém, após chegar ao topo de tudo, não parou, ousou sonhar maior e mais nobremente, aplicar grande parte de sua riqueza para ajudar os pobres. O segundo sonho de Bill Gates, que talvez fosse o primeiro grande sonho de sua vida, envolvia boa parte de seus recursos. Ele teria que abrir mão de milhões de dólares para realizá-lo.

Bill Gates, já com sua vida conquistada, buscou outro tipo de realização, por isso fundou a Bill & Mellinda Gates Foundation. O que nos leva a concluir que sonhos, quando realizados, deixam de ser sonhos para se tornarem realidade. A partir do lugar que chegarmos, precisaremos de novos sonhos, nova motivação, novos desafios, caso contrário, ficaremos no mesmo lugar.

Precisamos saber que sonhos são frágeis

Quando um sonho se inicia em nossas vidas, ele é como uma mãe que acabou de descobrir que está grávida. Ela terá que tomar todo cuidado para que o seu bebê cresça de maneira saudável em seu útero. Muitos são os fatores que podem ocasionar um aborto. Mesmo a tomada de todo o cuidado não é garantia de que o bebê irá vingar. Assim são os sonhos. Eles são frágeis. É preciso extrema cautela para que eles possam ser gerados, e mesmo assim pode ser que não vinguem. De uma forma bastante direta, John Maxwell afirma: “Nos estágios iniciais, o sonho é coisa de uma fragilidade inacreditável”. Todo cuidado é pouco para que a coisa toda caminhe muito bem.

Apesar da fragilidade dos sonhos, ninguém deixa de sonhar por isso, assim como as mães não deixam de engravidar por achar que podem perder seu bebê. A probabilidade de dar certo é muito superior a de não dar. Quando sonhamos, os nossos olhos devem estar focados na realização, e não no que pode dar errado.

Quando eu era criança, adorava pegar um copo, colocar sabão em pó com água, formar espuma, pegar um canudo de folha de pé de mamona, molhar na água ensaboada e soprar, formando bolhas de sabão. Ficava ali olhando para elas voarem pelos ares. Algumas logo estouravam, outras subiam alto, refletindo a luz do sol. Biehl (apud Maxwell, 2010, p. 48) faz uma interessante comparação: “sonhos são como bolhas de sabão flutuando perto de rochas pontiagudas em um dia de vento”. Sonhos são frágeis, e há muitas situações que podem simplesmente neutralizá-los.

Não há garantia alguma que os sonhos serão realizados. Aliás, boa parte deles, de fato, será frustrada. Então, por que sonhar se existe uma grande possibilidade de não se concretizar? Se qualquer coisa pode simplesmente miná-lo? Se existem milhares de chances de ele estourar como uma bolha de sabão? Tudo isso é verdade. Realmente sonhos não são fáceis de serem atingidos, porém, quem sonha tem uma chance de ver o seu sonho tornar-se realidade, quem não sonha nunca terá essa oportunidade.

Mesmo que o seu sonho não se concretize, ele sempre te levará a algum lugar. Sempre ganhamos quando perseguimos uma meta. É como alguém que está tentando acertar um alvo; quem não atira, não acerta lugar algum, mas quem lança o dardo certamente chegará mais próximo do alvo do que quem nunca tentou.

A fragilidade dos sonhos está em toda a sua trajetória, desde a sua concepção até a sua realização plena. Quanto mais próxima a sua concepção, mais frágil o sonho será. Todo começo é difícil, toda iniciação é complicada, seja qual for. O sonho, inicialmente, se parece com mais uma ideia que passa pela nossa cabeça, porém, diferente das demais, ela não nos abandona. O sonho permanece firme em nossa mente e vai nos envolvendo de tal maneira que pensamos nele dia após dia.

(Se você leu até aqui, não pare, continue lendo na próxima publicação vamos continuar falando sobre os nossos sonhos, aproveita para seguir o nosso blog para receber as atualizações..)

Pr. Sergio Rosa

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Ninho Vazio? O meu está bem cheinho

 Deixará o seu pai e sua mãe..” (Gênesis 2.24)

O livro do Gênesis mostra algo que é natural, que é quando os filhos deixam os lares de seus pais para viverem as suas própria vidas. Eles crescem, começam a tomar as suas próprias decisões, e um dia, simplesmente vão embora. O chamado ninho vazio, portanto, se dá por conta desta saída dos filhos de casa, seja para trabalhar, viajar, estudar ou casar-se, conforme diz o texto de Gênesis. Este rompimento se dá por meio de diversas formas diferentes, dependendo da posição social, cultural ou até mesmo do relacionamento que foi desenvolvido entre pais e filhos. Hoje vivemos um tempo de grandes migrações, muitos filhos tem deixado a sua família para trabalhar ou estudar em outros países, deixando precocemente a convivência com os seus pais. Em geral é uma experiência de amadurecimento espetacular. Sozinho, em lugares distantes, longe da proteção materna e paterna, os jovens mimados precisam se virar, dar o seu jeito de sobreviver, se encontrar, superar dificuldades e aprender a vencer sozinhos.

Dediquem-se aos filhos, mas, não se esqueçam de si mesmos

Há muitos casais que ficam perdidos quando os filhos se vão, dedicaram toda a sua vida em favor deles e simplesmente esqueceram de olharem para si mesmos. Alguns destes esqueceram até mesmo de dedicar-se um ao outro. Então, quando os filhos se afastam o sofrimento é muito grande. Mas, a dor não é simplesmente devido a perda da presença física, da saudade que fica, mas, por uma falta de objetivos que vão além da simples dedicação à prole. Os pais que vivem as suas vidas em função dos seus filhos, e que tudo o que pensam, sonham idealizam em suas vidas é com expectativa somente neles, são os que se sentem vazios quando ocorre a ruptura. Muitos não se dão conta de que eles crescem, se tornam adultos, e precisam ter o seu próprio espaço, seguir o seu próprio caminho, tomarem as susas próprias decisões, cometerem os seus próprios erros e acertos.

Quando os filhos se vão, a casa fica maior

Quando há um propósito na vida que vai além dos filhos, há uma sensação de dever cumprido e certo alívio quando eles se vão. Não porque havia um desejo em se livrar deles, ou porque o convívio era ruim, mas, porque quando adultos, os filhos precisam espaço para crescerem e amadurecerem. Eles são espaçosos e acabam tomando espaço demais. Naturalmente, irão querer desenvolver a sua liderança e mandar na casa de seus pais, ou se não, irão querer viver uma vida independente da rotina da casa. O que gera muito desgaste para todos. Este é o momento em que precisam ir e ter o seu lugar próprio, para que possam viver da forma que gostariam. Os pais que compreendem bem isto não terão a sensação de ninho vazio, mas de mais espaço, que antes estava suprimido devido a presença deles. A casa parece ficar maior, diminui o barulho e a tensão.

Há um casal amigos nossos que nos relatou que em conversa com a nora falou o seguinte:  

- Olha, quando for lá em casa avisa, porque eu gosto de andar pelado dentro de casa.

A nora respondeu:

- Ugh!! Que nojo sogro! kkkkk

Esta experiência aponta para um casal que tem uma boa relação com os filhos e seus respectivos cônjuges, que cumpriram bem o seu dever de pais, e agora vivem uma excelente relação de casal. É como voltassem no tempo e pudessem reviver o momento inicial do seu próprio casamento. Um retorno à lua de mel, mas, com menos pressão.

Tenham planejamentos e sonhos para uma vida pós saída dos filhos

É, portanto, salutar que os pais tenham sonhos de realizações para o momento pós partida dos filhos. Quem sabe aquelas viagens que nunca foram feitas, porque todos os recursos estavam destinados a dar uma educação melhor para eles, e para ajudá-los a dar os primeiros passos, tanto em suas vidas acadêmicas, quanto profissionais, e até mesmo ajuda no enxoval de casa própria. Aproveite, porque após a saída dos filhos de casa, não haverá apenas mais espaço, mas, também, uma diminuição nos gastos, e portanto, um efetivo aumento das finanças, que poderão ser usados para objetivos pessoais.

Esta é hora de ocupar-se consigo mesmo, gastar consigo mesmo, investir tempo e dinheiro em algo que goste de fazer. Porém, não é salutar esperar este momento chegar para decidir o que fazer, é bom planejar antes. Até mesmo o que fazer com aquele quarto que ficará vazio. Monte uma pequena academia, uma sala de vídeo ou de leitura, redecore a sua casa para você mesmo. Talvez a casa já não seja tão importante agora, então, aproveite para conhecer novos lugares, novas pessoas, ter novas experiências. Afinal, a vida e curta.

Conclusão

O momento em que os filhos vão embora, o casal já está maduro e o que vai contar é amizade, o carinho, o amor do casal. Em nossa casa, eu e minha amada esposa, estamos com trinta anos de casados, e o nosso filho único casou-se e foi morar em outro Estado. Temos amigos que os filhos foram morar em outro país, e outros que os filhos mudaram-se para o céu. Em todos os casos, vimos experiências sadias. É claro que existe a dor da separação e no caso de morte, a dor do luto. Mas, de qualquer forma, o casal precisa continuar a sua vida e viver as suas experiências. Faça coisas que nunca fizeram, ouse tentar outras coisas interessantes.

O seu ninho pode ficar bastante aconchegante se você tiver um bom relacionamento com o seu cônjuge. Portanto, mesmo quando estiver cuidando dos seus filhos, não se esqueçam que uma hora eles irão embora, e o que vai sobrar é o casal. O que vai contar é o que vocês construíram para si; as experiências que vocês acumularam; a cumplicidade do casal; o amor desenvolvido; a amizade entre os dois.

Em nossa experiência de ‘ninho vazio’ nós viajamos juntos, cuidamos da casa juntos, jogamos, brincamos, desenvolvemos negócios juntos, assistimos séries e até futebol, de vez enquanto ela para pra assistir comigo. Cuidamos um do outro da melhor forma que podemos. Assim, o nosso ninho está ótimo. E, quando bate a saudade, ligamos para o nosso filho, viajamos para vê-lo ou convidamos ele para nos visitar, juntamente com a sua esposa.

 Pr. Sergio Rosa

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

O Estado e o Leviatã

Jó 41

O capítulo 41 do livro de Jó fala a respeito do Leviatã. Trata-se de um feroz monstro marinho que é também citado na Tanakh, uma criatura assustadora, mitológica, que pode ser interpretada de maneira literal ou alegórica. Como Jó é considerado um livro poético, eu entendo que a chave hermenêutica deve ser a alegoria em detrimento a uma compreensão literal. Não temos conhecimento científico de nenhum tipo de monstro marinho que tenha sido descoberto.

Algumas religiões e denominações protestantes identificam este monstro com um demônio com poderes inigualáveis, um tipo de príncipe na hierarquia demoníaca, conforme categorizou o teólogo e bispo alemão Peter Binsfeld. Segundo alguns líderes pentecostais, este demônio seria encarregado de governar uma determinada região, de escala continental, através da incorporação em um ser humano. Todo este poder seria utilizado para o favorecimento da vinda do anticristo.

Teorias teológicas, mitológicas e especulações espirituais existem bastante, porém, a linha que eu gostaria de explorar neste texto é puramente teológica filosófica, que nos leva a pensar em uma dimensão política bem mais profunda do que a que habitualmente estamos acostumados. Ultrapassa a amplitude das conversas baseadas no senso comum. É falar de política olhando para a estrutura macro do Estado e não a partir de uma posição pessoal micro ou supersticiosa.

Para esta conversa, eu gostaria de convidar Tomas Hobbes, para tomar lugar à mesa de bate papo junto conosco. Hobbes escreveu um livro intitulado “O Leviatã”, e é a partir de sua definição filosófica que eu gostaria de conversar com você sobre o tema: “Bolsonaro, Lula e o Leviatã”.

O homem em seu estado natural e a necessidade do Estado

Em sua obra, Hobbes descreve um momento hipotético em que os seres humanos eram selvagens e viviam em seu estado natural. Esse momento era caótico, pois o ser humano é naturalmente inclinado para o mal. Segundo o filósofo, os seres humanos precisam da intervenção de um corpo estatal forte, com leis rígidas aplicadas por um soberano forte, para controlar a todos de sua selvageria natural. Hobbes afirma que, em seu estado de natureza, “o homem é o lobo do homem”. Ou seja, ele caça e devora o seu semelhante, por isto precisa de uma intervenção através de leis rigidas e do poder do Estado, para o proteger de sua própria auto destruição.

O Estado seria a solução para uma convivência pacífica, em que o ser humano abriria mão de sua liberdade para obter a paz no convívio social. O monarca, argumenta o filósofo, pode fazer o que for preciso para manter a ordem social. A monarquia é justificada pela sua necessidade como garantia do convívio seguro.

Para Hobbes, o que levou o ser humano a desenvolver o Estado foi o medo. Medo de ser atacado, medo da morte violenta, medo de ter que atacar e defender-se o tempo todo. A partir deste temor, o ser humano delega as suas decisões e reações para o Estado, para que haja um determinado controle sobre as ações.

O monarca para Hobbes é o Leviatã

Hobbes diz que aquele monstro marinho apresentado no livro de Jó, com todo aquele poder, é o monarca. O governante, aquele que é revestido de poder pelo povo para tomar as decisões. É uma potestade necessária para organizar a nação. Eu diria que é um mal necessário. É fundamental que haja um líder para que a nação não se fragmente em diversas partes, o que fatalmente ocorreria. Há de se perceber que onde o Estado falha, há um clima de anarquia e o caos impera.

Assim, este Leviatã tem um papel fundamental na estrutura e formação da nação. Ele é o cabeça, aquele através do qual as ideias serão centralizadas e concatenadas, ainda que nem todos concordem com as suas decisões. Como soberano as suas atitudes serão sempre voltadas para si mesmo, pois é um representante de todos. Ele precisa tomar boas decisões para que o Estado prospere. As vezes deverá ser implacável, visando o que considera um bem maior.

Não se espera do Estado que ele seja perfeito ou acerte em tudo. Espera-se que ele consiga o mínimo para fazer com que a sociedade conviva da maneira menos hostil possível. Para que isto aconteça, os cidadãos liberam o porte de armas e concede autoridade para os servidores do Estado que atuam na segurança do País, tanto militares como forças auxiliares, para punir e agir com rigor em situações onde se exige a força.

Os cidadãos também escolhem o seu soberano e o legitima como aquele que receberá todo o poder para controlar, decidir, agir, planejar, tudo o que acontece no Estado, em seu nome. Hobbes escreveu a sua grande obra em 1651, na Inglaterrra, portanto a sua visão política parte do sistema de governo monarquico.

No final do mês de outubro nós teremos o segundo turno das eleições, para os cargos de Presidente e Governadores. No Brasil o nosso sistema de governo é presidencialismo. Nesta ocasião todos os brasileiros estarão votando naquele que acreditam ser o melhor candidato para assumir a presidência do País.

Bolsonaro, Lula e o Leviatã

O ex-Presidente Lula governou o País por oito anos, Bolsonaro apenas quatro, mas, pudemos ver como cada um governa. A partir destas experiências, o eleitor pôde refletir o que poderia ser melhor para si mesmo e também para o Brasil. Cada um dos dois presidenciáveis trabalhou, nos anos em que estiveram no poder, para agradar mais ao seu público, tomando decisões que favoreceram ao seu eleitorado. Lula trabalhou para favorecer à classe trabalhadora, aumentando significativamente o seu poder de compra e favoreceu também aos bancos. Já Bolsonaro trabalhou para melhorar as condições dos militares e empresários.

A resposta à política desenvolvida por cada um dos dois veio nas urnas. Como a maior parte dos brasileiros são pobres, a escolha parece óbvia, o candidato mais votado deve ser aquele que poderia continuar uma política de favorecimento a classe que tem mais eleitores, e que aos poucos estava perdendo o que foi conquistado ao longo dos anos. Mas, a massa nem sempre se comporta logicamente.

O fato é que temos dois fortes candidatos que concorreram ao pleito presidencial e precisamos escolher um. O vencedor será o nosso representante legal. O Leviatã, que terá que trabalhar para unificar um País dividido. O vencedor no segundo turno irá presidir e terá o poder de Chefe de Estado. Nem todas as suas decisões serão acertadas ou boas para todos. Mas, seja como for, concordando ou não, ainda precisamos deste mal necessário. Sem esta potestade, a sociedade não subsistiria, ela se acabaria em guerrilhilhas, facções, divisões. Por esta razão, talvez, o apóstolo Paulo tenha dito que devemos orar pelos nossos governantes. Não porque apreciamos o que eles fazem, mas, porque precisamos de alguém para exercer este papel fundamental.

O que se espera de ambos é que tenham aprendido com os erros e acertos cometidos, e assim venha para governar a nação visando o seu crescimento e desenvolvimento. E, não apenas contemplando uma parte da sociedade, que o apoiou.

O Leviatã é muito poderoso e somente o povo unido tem o poder para controlá-lo. Por esta razão, este monstro sempre trabalha para dividir e conquistar. As nossas brigas com eleitores de outro candidato só serve para fortalecer o Leviatã. Enquanto o povo briga, não se une para cobrar o que lhe é devido e fica refém das migalhas oferecidas.

Pr. Sergio Rosa