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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Incendiando a próxima geração com o fogo de Deus

Juízes 2.6-12

Tem um ditado que diz: pai trabalhador, filho pródigo, netos miseráveis. Isto se diz em respeito aos pais que trabalham a vida toda e conseguem se tornar ricos. Vem os filhos, e muitos não viveram a luta de seus pais, acham que tudo foi conquistado facilmente, e gastam dissolutamente toda a riqueza que o pai conquistou. Quando nascem os netos, já não sobra quase nada para eles. Espiritualmente falando, foi o que aconteceu com a terceira geração depois de Josué. Os pais receberam tantas vitórias de Deus, os filhos viveram das conquistas espirituais dos pais e desperdiçaram tudo o que receberam, mas, para os netos, não sobrou nada.

O que aconteceu com eles? Por que se tornaram tão distantes de Deus? Gostaria de responder a esta pergunta a partir da consideração de três gerações.

1. Primeira geração – Pais cheios de intimidade com o Senhor (v. 7)

Examinando a história de Josué, podemos dizer que a sua geração foi a geração do avivamento. Eles vivenciaram um verdadeiro derramar da presença de Deus. Esta primeira geração é daqueles que tiveram um encontro real com Deus, eles experimentaram um grande avivamento pessoal, viram de perto as maravilhas de Deus, buscaram intimidade e se encheram do Espírito Santo. Eles foram testemunhas oculares da abertura do Rio Jordão, da queda dos muros de Jericó, e da tomada inicial da terra prometida. Estes crentes fizeram diferença em sua geração, fizeram grandes coisas, tiveram ricas histórias escritas em seu currículo.

Quando estava meditando neste texto, lembrei de grandes pastores, que realizaram obras grandiosas, foram homens cheios do Espírito Santo, porém, os seus filhos não tiveram a mesma experiência de seus pais. O que nos leva para a segunda geração.

2. Segunda geração – Filhos religiosos, crentes medianos (v. 8)

A geração seguinte apenas vivia das experiências contadas pelos seus pais. Mas, aqueles fatos em nada os preenchia. Logo eles se tornaram frios e distantes de Deus.

Josué morreu e foi sepultado, e a sua geração também. Ficaram os filhos deles. Eles não viram o agir de Deus. Só conheciam a Deus de ouvir as histórias de seus pais. Estas histórias eram contadas e recontadas em dias de festas. Mas, não representava nada para eles. Eles ainda possuíam algum temor de Deus, mas o suficiente somente para lembrar de Deus vagamente. Por isto, sua religiosidade era vazia, sem expressão, até mesmo hipócrita, porque não viviam nada daquilo que contavam para seus filhos.

Esta segunda geração é a dos filhos saudosistas de algo que não viveram ou eram muito pequenos para lembrar. Fato é que aquelas histórias já não diziam nada pra eles. Eles viviam a religiosidade na fé de seus pais somente. Desta forma, eles não tinham muita preocupação com a perpetuidade da adoração ou da lei de Deus. Eles só achavam legal seguir ao Senhor por causa de seus pais. Mas, para eles tudo aquilo era superficial e sem graça. Esta geração não tem comprometimento com a igreja. Eles querem se redescobrir. Não abandona de vez a base do evangelho, mas também não o vivem. Rompem com as tradições, questionam a fé, e vivem vazios.

3. Terceira geração – Netos, sem nenhum temor do Senhor (v. 10)

A terceira geração é a dos filhos dos crentes medianos. Eles presenciaram a vida dupla de seus pais e pensaram: “ora, tudo isto é uma hipocrisia! Eles não vivem o que pregam”. E a partir daí, partem para buscar as suas próprias verdades. Começam a se interessar por outros tipos de filosofia de vida e vão atrás de outros aspectos religiosos.

O texto mostra que a geração dos netos em diante, não conhecia ao Senhor e nem as obras que Ele fizera em Israel. Como eles estavam completamente esvaziados de qualquer coisa de Deus, eles procuraram se encher com o que melhor lhes agradou. Eles foram apresentados aos deuses daquela nova terra. Que a princípio pareceu bem melhor do que a ideia de um Deus invisível. Os deuses cananeus estavam ligados diretamente a uma expressão livre de sexualidade, sem aquela pureza sexual que os seus avós buscavam. Aos seus olhos, os avós pareciam retrógrados, tinham vários tabus desnecessários. Esta nova geração logo se identificou com aquele deus cananeu que promovia a sensualidade e a fertilidade. Baal e Astarote eram os principais. Então, eles foram e os serviram, abandonaram a Deus e se tornaram idólatras.

O que nos leva a pensar que o abandono a Deus e de seus princípios, em muitos casos, está intimamente ligada a licenciosidade. Muitos abandonam a Deus, porque querem viver uma vida dissoluta, como a parábola do filho pródigo nos ensina.

Conclusão

Eu olho para este texto e me sensibilizo com a terceira geração, porque estão no vácuo, completamente perdidos. A primeira geração vivenciou uma experiência genuína com Deus, eles tentaram, ao seu modo ensinar aos seus filhos a andarem na presença de Deus. Mas, a segunda geração, viveu uma religiosidade fria, com pouca ou nenhuma expressão, o resultado foi que a terceira geração abandonou completamente a Deus, e pior ainda, tornou-se idolatra de deuses cananeus.

Entendo que a nossa geração precisa ser a geração de crente do avivamento, aquele que faz a história, que presencia a ação de Deus, que tem intimidade com Deus, e que se compromete com Deus a fazer de sua geração, uma geração de crentes avivados, vivos em Deus. Mas, não apenas isto, precisamos incendiar a próxima geração. Precisamos deixar um legado de avivamento para nossos filhos e netos. Precisamos ensiná-los a amar a Deus de todo o seu coração e de todas as suas forças. É preciso nos preocuparmos com a próxima geração.

Um evangelho de aparências não é capaz de incendiar nem a nós mesmos, por isto, precisamos tomar uma decisão de nos enchermos da presença de Deus e viver um evangelho autêntico, para não corrermos o risco de cair no mesmo erro de Josué.