O Regime Militar deu-se entre 1964 e 1985, 21 anos ao todo. Destes anos,
eu peguei de 1967, ano em que nasci, em diante. Eu estava com os meus 18 anos
quando os militares devolveram o poder aos brasileiros. Minha primeira vez
votando foi justamente a primeira eleição após a ditadura. Me lembro ainda de
bastante coisas. Uma das mais marcantes foi a fila que eu tinha que enfrentar,
na época da recessão, para comprar um quilo de feijão e outros alimentos que
estavam escassos. Lembro também dos abusos cometidos por militares, que tinham
carta branca para cometê-los devido ao regime de exceção implantado através do
AI5.
Este foi um período complicado para os brasileiros comuns, principalmente
para os mais pobres. O Brasil apresentou um crescimento acelerado, no início da
ditadura, o chamado “Milagre Econômico”, queriam implantar o sonho americano no
Brasil. Delfin Neto, foi o grande idealizador de toda a política econômica. As ideias
de fato não foram ruins, excelentes eu diria. Porém, pecou em um dos principais
pontos em que a maioria dos economistas liberais erram, na redistribuição de
renda. Apesar do estupendo crescimento inicial e um PIB marcante, rapidamente a
coisa toda foi abaixo, transformando-se em uma enorme recessão.
O milagre econômico que diluiu-se
De 1985 para cá, se passaram apenas quarenta anos. Somos uma jovem
democracia. Diferente dos USA que já tem 237 anos ininterruptos. Ainda estamos
engatinhando, enquanto eles deveriam estar voando. No entanto, não é o que
temos visto neste último ano. Em uma democracia não há como o executivo ter
mais poder que os outros poderes, como se estivesse em hierarquia superior. Este
posicionamento não corresponde à ideia de tripartição de poderes. E muito menos
à teoria dos “freios e contrapesos”, consagrada pelo pensador francês
Montesquieu.
Quase voltamos para a ditadura
Neste intervalo, seu filho foi para os USA e de lá, trama acintosamente
contra o Brasil, incitando aquele governo a super taxar os negócios brasileiros. Segundo o executivo de lá, tudo isto porque ele acha que o
ex-presidente brasileiro é inocente, honesto e cumpridor das leis. Até o
presente momento, o filho do ex-presidente, um congressista brasileiro,
continua com o seu mandato intacto, e recebe seu salário normalmente. Esta
semana, no entanto, será encaminhado um pedido de cassação. É estarrecedor, que
ele ainda não tenha sido caçado.
O Brasil foi acusado de violar os direitos humanos, será?
No entanto, com diz o ditado popular: “ema, ema, ema, cada um com o seu
problema”. Isto é um problema que eles têm que resolver por lá. Apenas mencionei
pelo fato do Brasil estar sofrendo sanções a partir da acusação de estar
violando a democracia. O que nos parece com aquela celebre frase atribuída a
Lênin: “Acuse os seus adversários do que você faz”. Por aqui, apesar de nossa
frágil democracia, os três poderes seguem funcionando, cada um em sua
competência.
Assim, percebe-se que alguns líderes mundiais têm a tendência a querer
estabelecer-se como governantes absolutistas, ditadores camuflados de republicanos.
Eles acreditam piamente que podem melhorar tudo, desde que todos o obedeçam.
Praticam toda a espécie de crimes, mas, não querem ser julgados por ninguém. É
uma verdadeira síndrome messiânica. Querem ter controle total e absoluto. Para
piorar, ainda contam com o apoio da maioria dos frequentadores e líderes da
Igreja Evangélica, o que dá uma aparência de justiça divina. Alguns chegam ao
ponto de se acharem escolhidos por Deus. Assim, quem os confronta estaria
lutando contra o próprio Deus. Mas, não há lugar em um País democrático para
este tipo de personagem. E foi, por isto, que deu-se a Revolução Francesa,
retirando das mãos de reis absolutistas, e da própria Igreja, o poder total e
entregando ao “povo”. Bom, esta é uma outra história, porque parte deste povo
não compreendeu bem isto, e vivem realizando protestos para que voltemos para a
ditadura.
Sergio Rosa – Pastor.
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