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sábado, 16 de agosto de 2025

Democracia em desequilíbrio

O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento. Porque tu sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu o rejeitarei, para que não seja sacerdote diante de mim” (Oseias 4.6).

O Regime Militar deu-se entre 1964 e 1985, 21 anos ao todo. Destes anos, eu peguei de 1967, ano em que nasci, em diante. Eu estava com os meus 18 anos quando os militares devolveram o poder aos brasileiros. Minha primeira vez votando foi justamente a primeira eleição após a ditadura. Me lembro ainda de bastante coisas. Uma das mais marcantes foi a fila que eu tinha que enfrentar, na época da recessão, para comprar um quilo de feijão e outros alimentos que estavam escassos. Lembro também dos abusos cometidos por militares, que tinham carta branca para cometê-los devido ao regime de exceção implantado através do AI5.

Este foi um período complicado para os brasileiros comuns, principalmente para os mais pobres. O Brasil apresentou um crescimento acelerado, no início da ditadura, o chamado “Milagre Econômico”, queriam implantar o sonho americano no Brasil. Delfin Neto, foi o grande idealizador de toda a política econômica. As ideias de fato não foram ruins, excelentes eu diria. Porém, pecou em um dos principais pontos em que a maioria dos economistas liberais erram, na redistribuição de renda. Apesar do estupendo crescimento inicial e um PIB marcante, rapidamente a coisa toda foi abaixo, transformando-se em uma enorme recessão.

O milagre econômico que diluiu-se

Toda aquela maravilha do tal Milagre Econômico estava sendo bancada por empréstimos, com juros altíssimos, levando o endividamento externo a um crescimento exponencial, muito maior do que o crescimento interno. E, o pior, o lema era “fazer o bolo crescer para depois dividir”. Esta tal divisão nunca aconteceu! Com isto, houve altíssima concentração de renda nas mãos de pouquíssimos, e muita pobreza entre a maioria. Isto é bem parecido com o que acontece na Argentina hoje, onde o PIB cresce e o povo fica cada vez mais miserável. Esta situação não se sustenta por muito tempo. É preciso que haja circulação de moeda no País, para que a economia continue aquecida. Com a distribuição de renda a demanda aumenta e surgem novas necessidades de produção, que resulta no aquecimento econômico.

De 1985 para cá, se passaram apenas quarenta anos. Somos uma jovem democracia. Diferente dos USA que já tem 237 anos ininterruptos. Ainda estamos engatinhando, enquanto eles deveriam estar voando. No entanto, não é o que temos visto neste último ano. Em uma democracia não há como o executivo ter mais poder que os outros poderes, como se estivesse em hierarquia superior. Este posicionamento não corresponde à ideia de tripartição de poderes. E muito menos à teoria dos “freios e contrapesos”, consagrada pelo pensador francês Montesquieu.

Quase voltamos para a ditadura

No Brasil, por muito pouco não entramos novamente em um regime ditatorial, bem semelhante à Venezuela de Maduro. Onde, com apoio de militares, o poder foi tomado. Pelo que está amplamente noticiado, houve um planejamento para uma tentativa de usurpação do Estado. Tudo nasceu de uma inconformidade do candidato vencido, que não aceitou o resultado das urnas. Ele alegou que as urnas foram fraudadas, no entanto, não apresentou nenhum vestígio ou provas desta acusação. Baseado nesta preconcebida ideia, tramou meticulosamente um plano, que envolvia militares de alta patente e a manipulação do povo, colocando-os para protestar em frente aos quarteis, com a finalidade de dar legalidade ao ato golpista. No entanto, a trama não foi bem-sucedida e o ex-presidente está sendo julgado. Se confirmadas as acusações, pode pegar mais de quarenta anos de prisão.

Neste intervalo, seu filho foi para os USA e de lá, trama acintosamente contra o Brasil, incitando aquele governo a super taxar os negócios brasileiros. Segundo o executivo de lá, tudo isto porque ele acha que o ex-presidente brasileiro é inocente, honesto e cumpridor das leis. Até o presente momento, o filho do ex-presidente, um congressista brasileiro, continua com o seu mandato intacto, e recebe seu salário normalmente. Esta semana, no entanto, será encaminhado um pedido de cassação. É estarrecedor, que ele ainda não tenha sido caçado.

O Brasil foi acusado de violar os direitos humanos, será?

Interessante esta postura de defesa a quem tentou implantar um regime através de um golpe, apoiado por militares, e ainda acusar o Brasil de violar direitos humanos. Como alguém que extradita estrangeiros, mandando-os para uma prisão em El Salvador, desobedecendo algumas vezes a ordens judiciais, pode falar de direitos humanos? Como alguém que manda limpar as ruas, retirando todos os sem tetos, sem um plano de contingência e recolocação em abrigos para estes desafortunados, pode falar de direitos humanos? Por enquanto aqui no Brasil todos ainda têm o direito ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa, coisa que não é considerada em ditaduras.

No entanto, com diz o ditado popular: “ema, ema, ema, cada um com o seu problema”. Isto é um problema que eles têm que resolver por lá. Apenas mencionei pelo fato do Brasil estar sofrendo sanções a partir da acusação de estar violando a democracia. O que nos parece com aquela celebre frase atribuída a Lênin: “Acuse os seus adversários do que você faz”. Por aqui, apesar de nossa frágil democracia, os três poderes seguem funcionando, cada um em sua competência.

Assim, percebe-se que alguns líderes mundiais têm a tendência a querer estabelecer-se como governantes absolutistas, ditadores camuflados de republicanos. Eles acreditam piamente que podem melhorar tudo, desde que todos o obedeçam. Praticam toda a espécie de crimes, mas, não querem ser julgados por ninguém. É uma verdadeira síndrome messiânica. Querem ter controle total e absoluto. Para piorar, ainda contam com o apoio da maioria dos frequentadores e líderes da Igreja Evangélica, o que dá uma aparência de justiça divina. Alguns chegam ao ponto de se acharem escolhidos por Deus. Assim, quem os confronta estaria lutando contra o próprio Deus. Mas, não há lugar em um País democrático para este tipo de personagem. E foi, por isto, que deu-se a Revolução Francesa, retirando das mãos de reis absolutistas, e da própria Igreja, o poder total e entregando ao “povo”. Bom, esta é uma outra história, porque parte deste povo não compreendeu bem isto, e vivem realizando protestos para que voltemos para a ditadura.

Sergio Rosa – Pastor.

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