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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

O difícil desafio do recomeço

Daniel 1.1-6

Todos nós passamos por tempos difíceis, dias que se pudéssemos riscaríamos da nossa história para que não existisse. Você lembra qual foi o dia mais difícil de sua vida? Aquele dia que você gostaria que jamais tivesse acontecido? Um dia onde tudo deu errado, você perdeu tudo o que tinha: família, negócios, bens, amigos, e escapou da morte, por muito pouco. O medo, a dor, uma angústia aterrorizante, causada pela incerteza do amanhã tomou conta do seu coração, e você pensou que era o fim.

Lembro de um colega de ministério, um pastor muito querido por sua comunidade de fé e pela vizinhança. Ele estava pastoreando uma boa igreja, com quase mil membros. Povo feliz, dedicado que cuidava bem de seu pastor. Uma mulher, membro de sua igreja, estava passando um momento muito difícil em seu casamento, ela foi algumas vezes ao seu gabinete para pedir socorro. Ele não vigiou o suficiente e a mulher acabou apaixonando-se por ele, e ele por ela. Até que um dia eles consumaram a paixão. Aconteceu que o marido da mulher descobriu e a coisa não ficou boa. Ele teve que abandonar um ministério consolidado pelos muitos anos, sair da cidade onde estava muito bem instalado e ainda foi disciplinado pela Ordem de Pastores. A mulher, continuou casada com o seu marido. Uma igreja o adotou, cuidou dele e anos depois ele recomeçou do zero o seu ministério. Foi muito duro, mas, ele não desistiu do seu chamado. Deus o restaurou e ele venceu o dia mal.

Agora, imagina recomeçar após um trauma destes. Não deve ser nada fácil. Daniel passou por uma situação ainda pior que esta. Ele e seus compatriotas que foram levados cativos pela Babilônia. O rei Nabucodonosor sitiou Jerusalém e levou cativo os nobres, a elite de Judá e os mais ricos. Os mais pobres foram deixados para servirem como trabalhadores e produtores da nova colônia babilônica. Muita gente morreu naquela invasão, poucos sobreviveram. Fora o terror, as incertezas, a vergonha, e a dor, que Daniel enfrentou, ele perdeu tudo o que tinha, sobrou apenas a vida e a esperança que tinha em Deus.

A partir de Daniel gostaria de levá-lo a pensar sobre como você pode vencer o difícil desafio do recomeço e prosseguir.

1. Mantendo as suas convicções (1.8)

Daniel tinha sido ensinado desde criança sobre os bons hábitos e bons costumes que precisaria manter, se quisesse alcançar lugares mais elevados. Ele tinha um forte caráter, portanto, sabia bem quem ele era, ele tinha personalidade, não seria influenciado facilmente por costumes estranhos ao que aprendeu. Ele foi ensinado que deveria desenvolver uma dieta sadia, a mesma que praticava em sua terra, se quisesse se sobressair aos demais. Daniel sabia que não poderia se entupir daquelas comidas do rei, porque não iria lhe fazer bem.

Quando estamos recomeçando é preciso vigiar para não se perder. Muitas oportunidades estranhas são oferecidas e é comum sentir-se tentado. Afinal, para alguém que perdeu tudo qualquer porta que se abra parece boa, mas, nem sempre é assim, é preciso atestar de que o que está sendo oferecido não são manjares do rei. Ou seja, coisas que irão te corromper.

2. Mantendo a visão de onde quer chegar (1.11-13)

Daniel tinha uma visão de onde queria chegar, e para ir para onde queria, ele sabia qual o caminho e decisões deveria tomar. Daniel sabia que tinha que manter os olhos fixos em sua visão. Ele sabia que para chegar a lugares mais elevados não poderia desviar-se do seu caminho. É como um atleta que deseja alcançar o podium, ele tem os seus olhos fixos no podium, e nada o faz desviar o seu olhar.

Para recomeçar é preciso não perder a visão de onde se quer chegar. A visão é o que nos motiva a continuar. Se nos contentamos com qualquer coisa, então o que teremos será qualquer coisa. Tenha a visão de lugares mais elevados. Isto serve para todas as áreas de nossas vidas.

3. Mantendo o seu emocional sobre equilíbrio (1.9)

Manter o equilíbrio emocional diante das fatalidades não é uma tarefa fácil, porém, necessário. Quando eu leio este verso, que diz que Daniel conseguiu compreensão do chefe dos eunucos, aquele que era o responsável por cuidar dele e entregá-lo ao rei mais forte e saudável, eu vejo em Daniel uma pessoa emocionalmente equilibrada. Se o chefe dos eunucos tivesse visto em Daniel o desespero, a amargura, a ansiedade, a depressão, ou qualquer outro sentimento destrutivo, ele não teria confiado em Daniel. Daniel passou para o seu chefe confiança, e este foi o segredo dele conseguir conquistar a confiança daquele homem.

Manter o equilíbrio emocional é alcançar o domínio próprio, que é uma das características do fruto do Espírito mencionado pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.22. O Espírito Santo pode nos ajudar muito a alcançar isto. Não é algo fácil, a vida nos prega muitas peças, mas, o segredo ainda está na confiança em Deus.

4. Mantendo a sua fidelidade a Deus (1.17)

Daniel manteve a sua fidelidade a Deus, apesar das dificuldades e de todas as propostas de facilidade que ele recebeu. Ele venceu aquelas tentações iniciais. Se, já no começo ele tivesse sucumbido e comido os manjares do rei, não teria chegado onde chegou.

Ele poderia ter se revoltado contra Deus, quando viu toda a sua nação sendo destruída pelo inimigo, poderia ter questionado onde estava Deus, poderia ter se rendido aos costumes do novo local, o que facilitaria a sua vida, mas, ele não fez isto, ele manteve-se fiel a Deus. Daniel escolheu o caminho mais difícil e estreito para seguir, o caminho de Deus. Deus o honrou em sua decisão e o elevou aos lugares mais elevados do império babilônico.

Conclusão

Para vencer o difícil desafio do recomeço, é preciso manter as suas convicções e não se esquecer de quem você é, e de onde saiu; é preciso manter o foco de onde se deseja chegar e como chegará lá; é preciso manter-se fiel a Deus, porque ao final de sua luta, ele te honrará. Ainda que você esteja como cativo em terras longínquas, ainda que tudo, aparentemente, tenha dado errado, ainda que você tenha perdido tudo, continue crendo, porque o Senhor irá restituir o que foi tirado, e te levará a lugares mais altos.

Não negocie seus valores para tentar alcançar aquilo deseja o teu coração, faça o seu melhor e deixa que Deus te traga aquilo que ele reservou para você. Mantenha os valores de Deus em sua vida, e encha-se da unção do Espírito Santo, para que ele te dê o equilíbrio espiritual e emocional necessário para que você possa recomeçar, se reinventar, e ser vitorioso em seu novo recomeço.

 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Uma palavra profética para 2022

 II Reis 3.15-17 e 20

2020 e 2021 foram dois anos difíceis. Uma pandemia paralisou o mundo. Perdemos pessoas queridas para a Covid-19; algumas pessoas perderam empregos, negócios, trabalho; Tivemos que fechar diversos estabelecimentos, inclusive as igrejas, aquelas que não fecharam e não tomaram uma série de providências, colocaram em risco a vida das pessoas.

Diante das dificuldades que enfrentamos, eu gostaria de meditar sobre os nossos enfrentamentos e a provisão do Senhor. Com a morte de Acabe, o sétimo rei de Israel, Jorão seu filho assumiu o trono. Tão logo assumiu o poder teve que encarar o seu primeiro desafio. Mesa, o rei de Moabe, que era colônia de exploração de Israel, rebelou-se deixando de pagar os tributos. Acabe era um ditador cruel, que com sua mulher Jezabel aterrorizava a todos. Com a sua morte o rei Mesa quis testar a liderança do novo rei de Israel, Jorão. Mesa apostava que, devido ao fato de ser novo, ainda não tinha consolidado o seu poder e teria uma boa chance de vencê-lo e deixar de ser colônia.  

Na missão de corrigir Moabe, e obriga-la a continuar pagando os impostos, Jorão faz uma aliança com Josafá rei de Judá e com o rei de Edom para guerrearem contra os moabitas. Então eles traçam uma péssima estratégia militar. Certamente generais foram demitidos, depois daquela tragédia.

Tudo foi muito mal planejado e, para piorar, não consultaram a Deus sobre aquela ação. Os três reis trapalhões somente após perceberem que não conseguiriam ter sucesso em sua empreitada é que se lembraram de consultar ao Senhor. O que me faz pensar que quando passamos aperto devemos nos lembrar de Deus, e lembrarmos que temos pastor para nos ajudar, para nos dar uma palavra.

No meio daquela crise terrível, onde eles pensaram que iriam morrer de fome e sede no deserto, eles lembraram de consultar ao profeta Eliseu. No verso 14 lemos as duras palavras do profeta Eliseu para o rei Jorão. Por que o profeta dirige ao rei palavras tão duras? O verso 2 diz que o rei Jorão “fez o que era mal aos olhos do Senhor”. Jorão era um rei idolatra assim como seu pai Acabe e ainda cometia uma série de outros pecados. O profeta Eliseu, utilizou sua autoridade profética para confrontar o rei Jorão e disse que somente iria atender ao seu pedido por causa de Josafá, que era rei de Judá.

Josafá pede para que o Ministro de Louvor toque a harpa. Quando a melodia é tocada Eliseu recebe a instrução do Senhor, que aliás foi bastante estranha, ele mandou construir covas e valas em meio ao deserto, e anuncia que ali mesmo iria jorrar água suficiente para todos, inclusive para os animais. Aquilo era algo impensável. Como iria fluir água no deserto? Mas, aquela não seira a primeira vez que o Senhor faz brotar água na sequidão. Este mesmo milagre aconteceu com Moises, quando estava em Meribá, quando ele bateu na rocha (Nm 20.10-13).

O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 4.18 diz que Abraão creu contra a esperança. Ele e sua mulher já eram de idade avançadíssima. Ele um jovem senhor de cem anos e ela, Sara, uma jovem senhora de apenas 90 anos. Genesis 18.11 diz que já havia até mesmo cessado o costume das mulheres. Mas Abrão creu e viu o impossível tornar-se possível.

Não é fácil crer quando as evidências mostram que não há mais esperança. Quando parece que tudo está perdido, o desespero tenta nos abater, as forças parecem chegar ao fim... lembre-se que nós que somos do Senhor e não andamos por vista ou por aparência, mas sim pela fé em nosso Senhor.

Jeosafá e Jorão creu contra a desesperança naquele fatídico dia e pela manhã, depois do momento de adoração, onde foi entregue a oferta de alimentos ao Senhor, Deus trouxe a provisão, e vieram as águas e as covas e valas ficaram cheias em meio ao deserto de sol escaldante.

Jorão só recebeu a provisão de Deus por causa de Jeosafá, que era um rei submisso a Deus. O que eu entendo com isto é que quando você começar a ser abençoado, as pessoas que estão próximas a você serão também impactadas pela benção derramada sobre a sua vida.

O ano de 2022 nos trará muitos desafios, não será nada fácil. Mas, eu creio que o Senhor te abençoará, e irá te ajudar a transformar toda a dificuldade em uma grande oportunidade, talvez a maior de sua vida, você terá oportunidade de crescer, prosperar, vencer, tornar-se um crente mais espiritual, conseguir fazer discípulos, ser um crente mais consagrado ao Senhor, e aproximar-se mais de Deus, sentindo a sua presença como nunca você sentiu antes.

 Creia e prepare-se, santifique a sua vida, para venham as águas como veio para Eliseu e todos os que estavam com ele. Está é uma bela metáfora para indicar a benção que Deus derramará sobre a sua vida neste ano.

sábado, 25 de dezembro de 2021

Não há lugar para Jesus

 Lucas 2.1-7

O Nascimento de Jesus foi algo supra natural. Maria, uma adolescente judia, foi visitada por Gabriel, o anjo de maior patente espiritual apresentada na Bíblia. Ele disse para ela, que ela ficaria grávida, e que o seu filho seria produzido pelo Espírito Santo. O próprio Deus entraria no útero de Maria, para que ela concebesse.

Maria recebe aquela palavra do anjo e diz: cumpra-se em mim conforme a sua palavra. Ela concebe e José, seu noivo, intenta deixa-la secretamente, mas, ele também é visitado, em sonho, por um anjo, que lhe revelou a verdade. O bebê que Maria carregava no ventre era fruto do Espírito Santo. A partir desta palavra, ele volta e recebe Maria por esposa.

Após nove meses de gestação, Maria e José são forçados a se encaminharem para Belém, para alistar-se. Chegando em Belém, completam-se os dias da gestação. Eles procuram lugar para se hospedarem, mas, não encontram, a cidade deveria estar cheia devido ao recenseamento decretado por Cesar Augusto. O único lugar encontrado foi em uma estrebaria, juntamente com os animais.

Sempre olhamos para a estrebaria a partir de um olhar romântico, como um lugar de palhas, onde foi preparada uma aconchegante manjedoura. Manjedoura é o lugar onde se colocava comida para os animais. Ela improvisou ali um bercinho para o seu bebê. Mas, não tem romantismo nisto. Uma mulher grávida de nove meses, prestes a ter o seu bebê, jamais iria querer dar a luz ao seu primeiro filho em um lugar inóspito como aquele. Ela só foi parar ali porque não havia lugar para eles nas hospedarias.

Eu paro pensando nesta cena, não havia lugar para o filho de Deus ser recebido. Até os dias de hoje, há muitos lugares que Jesus ainda não tem espaço, muitos lugares que ele não pode entrar. Ainda há muitos lugares em que o pior lugar é aquele reservado para Jesus. Estes detalhes me levam a pensar no seguinte:

Quais são os lugares que Jesus pode entrar?

1. Ele só pode entrar em um coração quebrantado

Jesus veio para trazer o seu reino e implantar em cada coração humano. Deus fez a humanidade para que andasse com ele, porém, o homem insiste em andar distante dele. Há muitos corações fechados para Deus, outros só abriram a estrebaria do coração para Jesus e não as suas hospedarias. Ou seja, só há um lugar qualquer no coração e não o lugar de honra, o lugar principal nos corações.

Um coração quebrantado é um coração que preparou uma boa hospedaria para Jesus nascer. É um lugar preparado para recebê-lo. Um coração quebrantado é o lugar que Jesus procura para entrar e ali fazer morada.

Um coração quebrantado é um coração que se entristece com o pecado e deseja uma mudança, uma transformação, busca algo novo para a sua vida.

2. Ele só pode entrar em um coração vazio e aberto

Muitos corações ainda se encontram fechados como aquelas hospedarias estavam. Na verdade, elas estavam lotadas, não tinham mais espaço. Era tempo de recenseamento, então a cidade estava recebendo uma grande quantidade de pessoas que vieram para alistar-se. Maria estava grávida de quase nove meses e, portanto, deve ter ido andando bastante devagar. A distância entre Belém era cerca de 145 Km. De carro já é distante, imagina andando. Eles caminharam cerca de quatro dias, o que dá 36,25 km por dia. Devido a sua morosidade, todos chegaram em sua frente e reservaram suas instalações. Quando Maria chegou, já não havia mais lugar.

Há muitos corações que Jesus não pode entrar, porque não há lugar. Estes corações estão cheios de outras coisas que chegaram primeiro e não há espaço para Jesus. Jesus não pode entrar em um coração que já esteja cheio, é preciso esvaziar-se para receber a Jesus. Um coração cheio é um coração que se torna fechado para ter uma experiência com Jesus.

3. Ele só pode entrar em um coração que o deseja

Quando Maria e José chegaram em Belém, todos já estavam bem acomodados em seus quartos, e ninguém iria querer saber de sair para dar o seu lugar para outra pessoa.

Só abrimos a nossa casa para quem nós desejamos receber, pessoas que consideramos inconvenientes ou que não queremos ter nenhum tipo de laço, nós as despachamos do portão, não permitimos que entre em nossa casa.

Maria ficou do lado de fora das hospedarias, não havia lugar para Jesus, porque não houve este desejo, se houvesse, os donos das hospedarias abririam suas próprias casas para recebe-los. Mas, isto não aconteceu, porque aquelas pessoas não desejaram receber a Jesus.

Conclusão

Que o seu coração, a sua vida, a sua casa, esteja aberta para que Jesus possa entrar. Que ele possa achar lugar em seu interior. Que a sua vida seja transformada pela sua presença em você.

Que neste Natal, você não rejeite a Jesus, mas, que você abra um espaço em sua vida, um lugar de honra, um lugar principal, para que Jesus possa entrar e reinar em sua vida.

Pr. Sergio Rosa

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Jesus, o Deus que se fez homem

 Lucas 2.39-52

Há uma grande lacuna sobre a vida de Jesus narrada nas Escrituras. Ele nasce e já aparece com os seus doze anos, não há relatos deste período, a não ser nos evangelhos apócrifos. Dos doze aos 30 anos também não há nenhum relato sobre a sua vida. Há muita especulação a este respeito, mas, nada que nos leve a uma conclusão. Tenho por mim que ele levou uma vida comum de um jovem palestino de sua idade. Não foi registrado nenhum milagre neste período de sua vida ou algo relevante, digno de nota. O que nos leva a pensar, que o seu ministério se iniciou de fato aos 30 anos. Até este período deve ter aprendido bastante com os mestres judaicos e trabalhado com o seu pai na carpintaria de sua família (Marcos 6.3). Este e outros detalhes atestam a humanidade de Jesus.

Porém, no século primeiro foi desenvolvida uma doutrina denominada docetismo, que afirmava que Jesus não possuia um corpo humano. Esta discussão sobre a humanidade de Jesus continuou por muitos anos, até que foi realizado um concílio para deliberar sobre o assunto. O Concílio de Niceia que aconteceu no ano de 325 foi o primeiro evento promovido pela Igreja para discutir a fé cristã. O principal objetivo da convocação feita pelo imperador romano Constantino I era a criação de um consenso entre os representantes da instituição acerca da natureza divina de Jesus Cristo.

O concílio declarou que o Filho era verdadeiro Deus, co-eterno com o Pai e gerado de sua mesma substância, argumentando que tal doutrina codificava melhor a apresentação bíblica do Filho, assim como a crença cristã tradicional sobre ele transmitida pelos apóstolos.

O Concílio da Calcedônia, realizado no ano 451, encerrou este debate, afirmando que Jesus era 100% homem e 100% Deus.

De acordo com este concílio há duas personalidades que residiam conjuntamente em Jesus:

1. A plena humanidade de Cristo (v. 2.40)

Jesus nasceu como uma criança comum. Embora o óvulo de Maria tenha sido fecundado pelo Espírito Santo, Jesus levou nove meses para nascer. Nasceu como um bebê comum, teve que tomar o leite materno de sua mãe, teve que aprender a falar e andar. A sua mente foi desenvolvida normalmente como um bebê. Estes detalhes atestam a humanidade de Jesus. Como criança teve toda a fragilidade de um bebê. Ele precisou cuidado e proteção.

Isaías 7:14,15 diz: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal e escolher o bem”.

A versão King James Atualizada traduz manteiga como coalhada. Aliás, coalhada com mel é bom demais, eu sou fã. Faz mais sentido do que manteiga e mel. Mas, o fato é que Jesus criança deveria ser alimentado e cuidado até que aprendesse a desprezar o mal e escolher o bem. Seus pais seriam encarregados de sua educação, eles deveriam ensiná-lo estas coisas. Esta parte atesta a plena humanidade de Cristo. Ele precisou dos cuidados e ensinos de Maria e José.

2. A plena divindade de Cristo (2.48-50)

Como Jesus é filho de Deus, provavelmente o próprio Deus também se encarregou de ensinar algumas coisas, tanto que aos 12 anos o vemos no templo discutindo com doutores, homens experimentados na lei. Os seus pais se surpreenderam, então, as coisas que ele disse não aprendeu com os Maria e José. Esta idade de 12 anos sugere que Jesus foi levado ao templo para realizar o seu bar mitzvah. Esta cerimônia é um rito de passagem que os pais fazem com os filhos homens, atestando que a partir daquele momento o menino saiu da infância e tornou-se um homem. Foi somente após este evento que Jesus começou então a manifestar-se.

Quando ele sumiu do meio da caravana, eles voltaram à cidade para procurá-lo. Tiveram uma grande surpresa em vê-lo, assentado, discutindo com doutores da lei. Jesus recebeu diretamente do Pai, a sabedoria. Esta parte não veio através de conhecimento de seus pais, mas foi por revelação do próprio Espírito. Seus pais já não conseguiam acompanhá-lo a partir daí.

Conclusão

As duas personalidades de Cristo se fundem em uma só. Não há separação entre ambas. Jesus é, portanto, o Deus que se fez homem e habitou entre nós. Ele fez isto com uma finalidade, Sendo Deus e homem, Jesus conheceu as nossas dores e por isto, pode nos compreender plenamente. Ele se tornou um modelo a ser seguido, enquanto homem, e um Deus a ser obedecido.

Ele também entregou a sua vida humana, como um cordeiro, para morrer em nosso lugar. A sua morte humana, seu sacrifício na cruz é o que nos liga a ele como Deus. Tudo o que precisamos fazer diante dele é aceitar o seu sacrifício, aceita-lo em nosso coração. Devemos entregar a nossa vida em suas mãos, para que ele entre em nossos corações.

Jesus é o Deus homem que veio ao mundo para nos dar uma nova esperança e nos mostrar um novo e vivo caminho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O caminho da verdadeira adoração

Atos 8.9-22


O livro de Atos, escrito pelo médico amado, Dr. Lucas, é uma grande pesquisa realizada, com a finalidade de informar a Teófilo sobre as coisas que Jesus ensinou e os atos dos seus apóstolos.

Após a descida do Espírito Santo em Jerusalém, os apóstolos iniciaram uma grande obra de evangelização, assim como os discípulos, quando foram severamente perseguidos e tiveram que fugir de Jerusalém. Onde quer que eles passavam, iam levando a preciosa semente.

Simão era um grande mágico, reconhecido em toda a Samaria. Com a sua habilidade de ilusionista, enganava a muita gente. Mas, ele não enganava a si mesmo. Muitos viam nele um grande poder, mas, ele mesmo sabia que não possuía poder algum, ele era completamente vazio, era somente uma ilusão.

Há um sem número de Simões enganando a muitos com artes mágicas. Estes adoram ser considerados importantes pelos outros, mas, vivem completamente frustrados, porque no seu íntimo sabem que não possuem poder algum. Oferecem verdadeiras bolhas de sabão, para as pessoas, que se frustram quando elas estouram. Oferecem paliativos e placebos espirituais, que não podem trazer cura para a alma, para o corpo e nem mesmo alívio para os cansados.

Simão ficou extasiado diante dos sinais e milagres que Filipe realizava e quis aquele poder também para ele. Muita gente é atraída para a igreja quando acontece sinais e milagres. Mas, assim como muitos, ele foi atraído pela intenção errada. Ele queria o poder de Deus para ganhar notoriedade, para validar o seu nome como mágico. Simão não queria um compromisso com Jesus, queria somente o seu poder para benefício próprio.

A verdadeira adoração é bem diferente da superficialidade mágica. Ela é capaz de nos conduzir até a presença de Deus, curar a nossa alma e nos trazer o alívio que buscamos. Simão experimentou as duas coisas, mas, preferiu trocar toda o engano por algo real.

A experiência de Simão nos leva a pensar em como podemos achar o caminho da verdadeira adoração?

1. Procurando na porta estreita - Mateus 7:13,14


Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Jesus, no sermão do monte, apresentou dois caminhos, duas portas, uma estreita e outra larga, a primeira da salvação e a segunda da perdição. A que conduz a Deus é a mais difícil de trilhar, por isto, poucos são os que vão por este caminho e entram nesta porta.

Certa vez, eu vi uma mulher ficando entalada naquelas antigas roletas de ônibus que chamávamos de curralzinho. Ela era bem forte, e tentou passar, mas, ficou presa. O cobrador teve que fazer muita força para que ela pudesse passar com muita dificuldade. Quando ela finalmente conseguiu, deu um grande suspiro de alívio. Aquela cena me fez pensar que passar por lugares estreitos é bem difícil. Se tivermos inchados pelo pecado, jamais conseguiremos passar pela porta estreita.

O adorador que encontrou o verdadeiro caminho para a adoração é aquele que entrar neste lugar. Aquele que, apesar de todas as dificuldades conseguiu entrar, é aquele que descobriu o segredo da verdadeira adoração.

2. Procurando ouvir a Palavra de Deus - Atos 8.12-13

Filipe o evangelista, estava pregando em toda aquela região, ele estava ensinado a respeito do reino de Deus. A medida que as pessoas ouviam a mensagem, iam se convertendo. Simão também ouviu e quis caminhar com eles. Ele abraçou o movimento, mas, ele gostou apenas do movimento, do que estava acontecendo de emocionante, das curas e milagres. Ele gostou apenas da energia daquele movimento, da adrenalina produzida pela grande aglomeração. Ele viu ali uma grande oportunidade para se beneficiar. Ali estava um poder verdadeiro, que ele não possuía, e quis comprar 8.18.

Simão é semelhante o retrato daquela pessoa que quer se casar, mas quer apenas a parte boa do casamento, não quer saber de preocupações, compromisso, participação e nem pensar em renúncia. Quer apenas usufruir da relação, sem contribuir com nada. Este casamento não será uma relação sadia e certamente não terá continuidade.

Simão não havia entendido a proposta do evangelho. Ele achou que poderia simplesmente pagar e pegar o que quisesse e tudo bem. Ele acreditava que aquilo era um produto, que uma vez adquirido, ele se tornaria dono e poderia usar da forma que bem entendesse. Mas, com pouco tempo ele viu que estava muito enganado.

3. Procurando no arrependimento - Atos 8.20-22

Simão foi severamente repreendido pelo apostolo Pedro, e chamado ao arrependimento. Ele deveria se arrepender daquela triste posição de querer comprar a benção do Senhor; de querer apenas se beneficiar do poder de Deus; de olhar apenas para si mesmo, quando deveria estar olhando para Deus.

Pedro naquele dia apontou para Simão o caminho da verdadeira adoração, o arrependimento: “Arrepende-te, pois da tua maldade”.

O arrependimento é a chave para descobrirmos a adoração verdadeira. Ele nos traz o quebrantamento que nos aproxima de Deus. Salmos 51:17 diz: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

Conclusão

O caminho para a verdadeira adoração é estreito e difícil de trilhar por ele. Mas, a recompensa é grandiosa. A verdadeira adoração é aquela que realmente toca o coração de Deus. É aquela que agrada ao Senhor. Ele está a busca daqueles que encontraram a verdadeira adoração, a verdadeira motivação em estar na presença dele, aquele que o adoram em espírito e em verdade, seja qual for a situação.

Simão o mágico estava seguindo um falso caminho, um falso conceito de adoração, e por isto foi repreendido. Mas, foi convidado a arrepender-se e para que talvez o Senhor pudesse perdoá-lo. O mesmo convite é feito a você, para que possa arrepender-se dos seus maus caminhos e render-se ao Senhor, entregando a ele todo o seu coração. E, desta forma, receber em sua vida a virtude que há no Espírito Santo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Gênesis: Tudo ficou muito bom!

 “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom...” (Gênesis 1:31)

O livro do Gênesis é fascinante. É de um mistério inigualável. Ele relata o início de tudo. O momento exato quando Deus criou todas as coisas. Pela leitura, preservada ao longo de muitos séculos, nos é permitido vislumbrar a revelação de Deus sobre a sua criação. Descrito sobre forma poética e não histórica, profética e não científica, é preciso receber o texto da forma que ele chegou até nós. Não se discute a sua literalidade, o que seria uma grande perda de tempo, e nem a sua alegoria, o que seria descabido e sem propósito, recebe-se o texto como um presente divino apenas, como algo que vem responder a mais inquietante pergunta da alma. Aquilo que foi passado por gerações e gerações, contado e recontado de pai para filho, que foi registrado pela escola sacerdotal, virou documento e ganhou notoriedade mundial ao longo dos séculos, não pode ser simplesmente uma estória sem valor. É um documento universal de inestimada preciosidade.

O verso 31 diz que tudo o que Deus fez ficou muito bom. Deus criou a natureza perfeita com toda a biodiversidade, um planeta belo e totalmente autossustentável. Por último, foi criado o ser humano, para que cuidasse bem de tudo o que era muito bom. Um texto deste só pode atestar a bondade humana. É uma mensagem de orientação ao equilíbrio, bem diferente do que a nossa realidade nos aponta. Esta palavra divina deve nos levar a pensar sobre a preservação desta maravilhosa obra da criação do Pai celeste, a natureza. Deus fez tudo de maneira extraordinária e nos entregou, para que pudéssemos melhorar ainda mais. Aperfeiçoar aquilo que foi criado por Deus e entregue em nossas mãos.

Somos todos singulares

Cada coisa que Deus criou tem a sua singularidade e especificidade, cada ser vivo é único e tem a sua programação específica, fazemos parte de um todo, milimetricamente arquitetado e interligado, como se tudo fosse um único organismo. O sol, a lua, os astros, todos em sua distância exata, para produzir vida neste planeta chamado terra. A biodiversidade apresenta um equilíbrio inquestionável. Não precisa estudar muito para saber que se não cuidar das árvores os rios secam, os peixes morrem, os animais não tem como alimentar-se, a catástrofe acontece. Da mesma forma, se não cuidar da água, não haverá vida. Trata-se de uma perfeita cadeia alimentar. Sem a qual, nem o próprio homem pode existir.

Somente o homem tem poder para edificar ou destruir

De toda a criação, o homem é único que é capaz de se auto programar. Somente o ser humano é capaz de criar o novo. O exercício do livre-arbítrio foi dado somente a espécie humana. A natureza e os animais não podem considerar fugir ao que foi programado para ser. Assim, o homem pode edificar ou arruinar, construir ou destruir, cuidar ou abandonar. Desta forma, toda a natureza está subordinada a nós, seres humanos. Por mais poderoso que seja um animal, jamais poderá alterar a sua programação. Ele foi feito para um fim, e exerce o seu fim em si mesmo. Só um gato pode miar, um cão latir, o vento soprar. Por mais forte que seja o vento, ele só pode soprar, não tem escolha. Mas, o ser humano, pode tanto cuidar como exterminar o gato e o cão, e pode usar o vento para criar energia. Esta energia poder usada para o bem ou para o mal.

A bondade faz com que o ser humano cuide bem da criação. A maldade o leva a destrui-la. A escolha entre a bondade e a maldade não é simplesmente uma questão filosófica, mas, de sobrevivência. É impossível a perpetuidade do mundo se todos optarem pela perversidade. Seria uma destruição contínua redundando em completa aniquilação de tudo. Neste sentido, até os mais pervesos precisam de ações bondosas, sem as quais, nem eles mesmos sobreviveriam.

Desta forma, o problema maior que enfrentamos não é o homem em si, mas, a sua escolha pelo mal, que o deforma e destrói o seu entorno. O egocentrismo leva a raça humana a destruir os seus valores morais e se entregar a ações perversas. A crença de que se é especial, superior, escolhido, leva a o ser humano a usar outros seres humanos e toda a natureza para o seu bel prazer, não importando o outro. 

Conclusão

Fato é que, se queremos um mundo melhor, um planeta eficiente, belo, que se aperfeiçoa, não há como isto acontecer a partir de pessoas más. E, não basta se achar bom, neste caso, é preciso provar isto com ações de bondade. É no exercício desta bondade que nos parecemos com o nosso criador e cumprimos o nosso propósito de gestor de toda a criação,  a fim de que tudo continue sendo muito bom.

Pr. Sergio Rosa

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Fome e sede de justiça

 Mt. 5.6 "Bem-aventurados aqueles que tem fome e sede de justiça"

Estamos vivendo um momento de religiosidade cristã onde a busca da benção se tornou primazia. As pessoas estão vivendo o evangelho simplesmente para alcançar algum tipo de benção, mas este não é o evangelho de Jesus e reduzi-lo a isto é diminuir completamente tudo aquilo que foi planejado de plenitude para a vida cristã. Talvez este tenha sido um dos maiores erros da igreja pós-moderna. Fazer com que as pessoas corram atrás de uma benção.

Lloyd-Jones afirma que a Bíblia não aponta a este tipo de atitude, não convém aos santos terem fome e sede de benção, de felicidade ou prazer. Isto o mundo já faz naturalmente. Sobretudo na igreja pós-moderna onde o hedonismo egocêntrico é evidenciado em cada ação. A felicidade e a realização pessoal sempre foram o objetivo natural do ser humano. No entanto, nesta busca frenética pelo prazer, acabam por se distanciar cada vez mais de uma realização plena. Percebe-se que quando o indivíduo chega onde ele queria chegar se sente frustrado e vazio. Ele achou que a posição almejada daria a ele uma sensação de plenitude. Mas não foi isto o que aconteceu. Percebe-se  isto nitidamente na vida de jogadores de futebol, artistas, cantores, empresários e até mesmo pastores de aparente sucesso. Poderíamos citar aqui diversos nomes dos famosos que se suicidaram, se entregaram para as drogas, se divorciaram, são completamente infelizes, mas não se faz necessário devido a notoriedade dos fatos.

Jones exemplifica da seguinte maneira: Suponhamos que alguém está sentindo muita dor, é claro que o indivíduo deseja livrar-se dela. Se ele começar a se automedicar ou tratar somente da dor não ficará livre da doença que está provocando aquela dor. O que ele deve fazer é ir ao médico, que deverá investigar o motivo daquela dor através de exames, chegar a um diagnóstico e tratar da doença com a medicação específica. Há muitas pessoas tratando apenas de sua dor espiritual e não da doença que está causando a dor. Eles querem combater a dor com paliativos. Dinheiro, sexo e poder são os principais.

Há muitos membros de igrejas que também vivem em busca de paliativos espirituais. Eles vivem buscando experiências que irão enchê-las de júbilo e irá arrebatá-las em êxtase espiritual. Procuram isto com fome e sede, mas jamais acharão. O que a Palavra de Deus nos orienta é ter fome e sede de justiça e não fome e sede de experiências espirituais. Felicidade, benção, experiências arrebatadoras são consequências de uma espiritualidade sadia, de uma vida em oração e santidade e jamais podem ser o foco de nossa fé. Nosso alvo é ser parecidos com Jesus. Quando colocamos algo para concorrer com Jesus dá-se a idolatria. Nos tornamos idólatras da benção e da felicidade. Felicidade e benção Deus acrescenta àqueles que buscam a sua justiça.

O que não é esta justiça:

Esta Justiça não é moralidade. Embora a justiça leve a um senso de moral elevado. Ter uma moral ilibada é sem dúvidas uma característica de um caráter íntegro. Mas é inferior à proposta de justiça oferecida por Jesus. O desafio de Jesus é bem mais arrojado do que simplesmente ter retidão nos negócios, ter uma vida equilibrada, honrar os acordos. O conceito de retidão é muito mais profundo do que isto. Conheci pessoas justas nos negócios, mas que mantinham amantes. Bons pais de família e excelentes maridos, mas que mantinham negócios escusos. Pastores íntegros com as finanças da igreja e com a sexualidade, mas que se blindava e abatia a todos que era contra o seu ministério, com medo de ser derrubado. Estes são comportamentos naturais de moralidade. Entre o mundo não há um senso de justiça que transforme o caráter do homem em sua plenitude, então eles vivem de aparência.

O que significa ter fome e sede de justiça?

Ter fome e sede de justiça significa desejar ser livre do pecado, entende-se que o pecado nos separa de Deus. Todas as dificuldades que assediam o mundo atual devem-se ao fato que o homem não está bem com Deus. O desejo de obter a justiça é o desejo de se estar bem com Deus. Ele anseia por retornar àquele antigo relacionamento, àquele relacionamento original de justiça, quando o homem andava na companhia de Deus.

Ter fome e sede de justiça é em última instância o desejo de ser santo. O homem que tem fome e sede de justiça tem o desejo supremo parecer com Jesus.

O ponto de vista profano encara a justiça concentrando toda a atenção no próprio homem e no seu caráter. Mas isto somente produz o orgulho pessoal do fariseu. Como disse C.S. Lewis "orgulho de ser humilde". Ter fome e sede não pode apontar para o esforço próprio, porquanto logo na primeira bem-aventurança somos informados que devemos ser humildes de espírito. Quando há um orgulho em seu próprio caráter então compreende-se que este não pode ter sido produzido pelo Espírito Santo. A humildade gerada pelo Espírito produz ainda maior quebrantamento, por que percebemos nitidamente, com maior clareza, o quanto estamos distantes do propósito de Deus.

Ter fome e sede é bem exemplificado pelo salmista quando diz "como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de ti" (Sm 42.1-2).

Somente Jesus pode saciar a nossa sede e fome de justiça

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. (João 6:35)

Em João 7.37-38 lemos "Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu interior". (João 7:37,38).

Quem tem fome e sede de justiça serão fartos, ficarão satisfeito, serão cheios. Jesus afirmou que nunca terão fome ou sede. Mas este precisa ser um processo contínuo que envolve a santificação.  Fome e sede é uma figura de linguagem, uma metáfora que o Senhor Jesus utilizou para nos informar que é algo que precisamos nos saciar todos os dias. Assim como temos que comer e beber diariamente. É algo que precisa fazer parte do nosso cotidiano diário, e não apenas um dia em uma experiência arrebatadora. Aquele que verdadeiramente encontrou a Jesus, tem a plenitude, por esta razão é bem-aventurado, é feliz, é pleno, por que achou a razão primeira de sua existência, encontrou ao Cristo.