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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Regozijo na tribulação

Mt. 5.11-12 e Tiago 1.1-4, 12.

No estudo anterior vimos que ser perseguidos por causa da justiça é o mesmo que ser perseguidos por que nos parecemos com Jesus. A vida do crente precisa ser dominada por Cristo, pela lealdade a Cristo, pela preocupação em fazer tudo por causa de Cristo e pelo desejo de ser parecido com ele. "Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, forem perseguidos..." (v. 11). O aspecto peculiar que envolve as perseguições sofridas pelos crentes é que elas são experimentadas "por causa do Cristo".

Se me permitem uma pequena digressão, mas dentro do assunto, lamentavelmente hoje estamos acompanhando na mídia o ocorrido com o Pr. Silas Malafaia. Sobre este assunto não temos um posicionamento, sequer uma opinião, o que sabemos é apenas o que está sendo noticiado pelos meios de comunicação e pelo próprio. Entretanto, a acusação não é por que ele se parece com Cristo, e nem por nenhuma mensagem sobre Cristo ou de salvação por intermédio de Cristo, mas sim devido a suspeitas sobre doações. Sobre este detalhe entendo que devemos aguardar o posicionamento dos magistrados, e não nos precipitarmos no julgamento, a nossa oração é que prevaleça tanto a justiça dos homens quanto a de Deus. Particularmente, eu não gosto deste posicionamento de se jogar o nome de uma pessoa, seja ela quem for, na lama, antes do juízo, gostemos ou não dela.

Voltando ao tema, este complemento da bem aventurança apresentado no texto em epígrafe nos remete para a promessa do porvir, portanto, uma característica geral do crente é que a sua vida deveria ser controlada por pensamentos celestiais e pela visão do mundo vindouro: "Regozijai-vos e exultai, por que é grande o vosso galardão nos céus”.  A ideia de galardão é de recompensa, salário, homenagem por serviço realizado, reconhecimento ou até mesmo um prêmio. Tiago chama de coroa da vida (v. 12). O nosso foco, embora ainda temos muito o que fazer nesta terra, é o céu, por que é lá que finalmente seremos recompensados.

1. Qual deve ser o comportamento do crente nas perseguições por nos parecermos com Cristo?

O nosso Senhor foi perseguido tanto pelos crentes como pelos pagãos. Tanto pelos que estavam na igreja como os que estavam fora. Mas ele não revidou. Lloyd Jones afirma que retaliar é mostrar-se igual ao homem natural, o qual sempre retruca na mesma moeda. O crente não deve retaliar, e nem mesmo ressentir-se daquilo que os homens fizerem contra eles. O texto diz: "alegrai-vos e exultai-vos". Isto não quer dizer que você deve ficar procurando ser perseguido para alegrar-se, ou alegrar-se somente quando estiver passando por perseguição, por que isto seria masoquismo, ou prazer na infelicidade ou na dor. A alegria aqui está tão somente no fato de que ao nos perseguirem as pessoas estão nos comparando com Cristo, isto quer dizer que estamos bem próximos de ser parecidos com Jesus. E este deve ser o motivo de nosso contentamento, simplesmente por que estamos chegando perto de nosso alvo.

2. Fuja do sentimento de orgulho por causa da perseguição.

Se nos alegrarmos na perseguição propriamente dita, e se pensarmos, "ah que bom, estou passando por perseguição por que sou muito melhor do que aqueles que me perseguem", então nos tornamos parecidos com os fariseus e não com Cristo. A perseguição não é algo para nos orgulharmos e sim para lamentarmos por que as pessoas que nos perseguem estão sendo usadas por satanás para nos causar dano. Como disse a alegria é tão somente por que fomos comparados com Cristo e não pelo sofrimento que enfrentamos.

O apóstolo Paulo, de certa feita, colocou a questão nos seguintes termos: "Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas cousas que se veem, mas nas que se não veem; por que as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas" (II Cor 4:17-18).

3. O que nos espera no porvir?

O nosso corpo será transformado e glorificado, e não haverá qualquer dor ou enfermidade. Desaparecerão a tristeza e os gemidos; todas as lágrimas serão enxutas. Tudo será glória para sempre. Não haverá mais guerras e nem rumores de guerras; não haverá mais infortúnios que seja capaz de arrastar o ser humano para a lama, tornando-o infeliz e derrotado, nem mesmo por um segundo.

Alegria pura, glória, santidade, pureza e maravilha! Isso é o que está esperando por nós. Se aqui nesta terra me perseguem, incidentalmente estão provando que eu me pareço com Cristo. Portanto longe de ficarmos ressentidos e de querermos revidar, ou de nos entristecer com a situação. Assim sendo, cumpre-me agradecer a Deus não pelo que estou sofrendo, por que aquelas pessoas que me perseguem estão em condenação, mas por que, conforme Paulo salientou: "...Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação".

Conclusão

A partir deste texto começamos a compreender como é possível regozijar-se na tribulação e não por causa da tribulação. Nosso regozijo vem da visão de onde queremos chegar e do galardão que receberemos.

Percebemos nesta meditação que seremos perseguidos por nos parecer com Cristo e devemos nos alegrar pelo fato das pessoas, ainda que sejam os nossos algozes, nos acharem parecidos com Cristo. Devemos, no entanto, analisar se o motivo da perseguição é realmente por que somos parecidos com Cristo e não por ser um chato, indelicado, grosseirão ou fanático.

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