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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sábado, 9 de julho de 2016

Amai os inimigos

Mateus 5.43-48

Chegamos a um dos pontos mais difíceis do sermão do monte. Como amar a uma pessoa a quem detesto com todas as minhas forças? Como amar a alguém que me humilhou, me fez grande mal ou até mesmo não gosta de mim? Seria isto possível? Vamos ver o que Jesus orientou a respeito disto no sermão do monte.

Está é a sexta das seis ilustrações que Jesus se utiliza para nos ensinar sobre a lei de Deus, em contraste com a interpretação dos escribas e fariseus.  Eles ensinavam “amarás ao teu próximo e odiará ao teu inimigo”. Para eles o próximo era sempre outro israelita. Porém, Jesus vai ensinar na parábola do ‘bom samaritano’ que qualquer pessoa pode ser o seu próximo, até mesmo aquele a quem você considera inimigo, por que Judeus consideravam samaritanos como povo inimigo. Jesus declara para eles: “Eu, porém, vos digo, amai a vossos inimigos e orai pelo que vos perseguem”. Estas palavras de Jesus devem ter doído um bocado.

Origem da interpretação dos escribas e fariseus

Em que os escribas e fariseus se basearam para chegar a esta interpretação? Segundo Lloyd-jones foi
no fato de que o povo hebreu quando estava para entrar na terra prometida recebeu ordens de Deus para exterminar aos cananeus. Para Lloyd-jones foi neste fato que eles baseavam toda estrutura hermenêutica de interpretação. Durante toda a ocupação da terra prometida, foi necessário cumprir esta ordem. Porém, o povo hebreu não o fez em sua totalidade. O resultado foi que até o dia de hoje ainda existem guerras naquele local.

O que Jesus está dizendo no sermão do monte é que naquele tempo foi necessário agir daquela forma, mas que agora é um novo tempo, e se faz necessário amar aos nossos inimigos. Nos versos anteriores Jesus havia dito que é preciso oferecer a outra face e caminhar outra milha, agora no verso 44 ele diz que precisamos amar estas pessoas. Difícil, se pensarmos em fazer isto naturalmente. Mas se você rever as bem aventuranças, há de se lembrar daquelas características: humilde de espírito, quebrantado, manso... Portanto, para cumprir o que Jesus disse, só é possível para aquele que genuinamente é dirigido pelo Espírito de Cristo.

Amai a vossos inimigos

Partindo deste princípio divino precisamos urgente repensar a forma com que tratamos aos outros. Quais tem sido os nossos pensamentos e sentimentos em relação a bandidagem que assolam o nosso Rio de Janeiro. Já vi alguns posts na internet desejando que morram. Não estou aqui defendendo bandidos e nem afirmando que são pessoas dignas de serem amadas. Não devemos amá-los por que eles merecem, por que de fato, não merecem; estão colocando terror nos cidadãos de bem. Não estou sequer advogando a seu favor, por que são indignos aos nossos olhos. Entretanto a orientação de Jesus é que devemos amá-los e orar por eles. Devemos amá-los por quem somos, pelo que há em nós, por que Deus é amor e vivemos no seu amor.

A maioria das pessoas não pensam assim por que são pessoas naturais, elas fazem tudo conforme a sua natureza humana. Por que devemos agir de forma diferente destas pessoas? Por que somos crentes e o crente é alguém que foi separado do mundo. Se vivermos conforme o mundo, que diferença temos? O crente não pertence mais a este mundo, o nosso Reino não é deste mundo. O crente é alguém transformado, é uma nova criatura; por isto ele consegue ver as coisas a partir de uma perspectiva diferente. Ele experimentou o amor de Deus e vive sobre este amor.

Amar não é uma questão sentimental

Perceba que não se trata aqui de um sentimentalismo do tipo: eu vou ser bondoso com as pessoas e elas se tornarão bondosas. Há muitas pessoas perversas no mundo que estão à procura de pessoas bondosas somente para dar golpes e se aproveitar. Há pessoas ligadas aos direitos humanos que advogam que todo bandido deve ser tratado com bondade para que ele seja transformado; por causa disto muitos bandidos têm se aproveitado do sistema para ter penas mais brandas. Penas mais brandas não simbolizam amor e sim injustiça. O amor de Deus não está ligado a indolência e nem a injustiça, pelo contrário, seu amor caminha junto com sua justiça.

Amar não quer dizer passar a mão sobre a cabeça ou amenizar o castigo. Quem comete crimes precisa responder por eles. Pais que dizem amar aos seus filhos, mas não impõe limites, não estabelece regras e não pune os erros, certamente confundiu amor com passividade. E esta criança irá crescer e se tornará um adulto sem limites. O fato de amar as pessoas diz respeito a tratá-las com humanidade dentro de um ambiente de justiça. E não apenas isto, devemos orar por elas, para que haja uma transformação real, realizada pelo Espírito Santo.

Por que devemos orar pelos que nos perseguem?

Por dois motivos: 1. Por que a oração pode transformar a vida daquela pessoa; 2. Por que a nossa oração nos faz enxergar a situação pelos olhos espirituais. Quando oramos por alguém que nos persegue o Senhor vai quebrantando o nosso coração e vai limpando o ódio e o rancor.

Seja perfeito como Deus

No último verso deste capítulo Jesus surpreende dizendo: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste”.

O sermão do monte é um discurso desafiador, ele nos desafia a fazer coisas bastante difíceis.  Vejamos: 1. A nossa justiça tem que exceder a dos escribas e fariseus; 2. Não podemos olhar para uma mulher com intenção impura; 3. Temos que dar a outra face; 4. Não podemos insultar, chamar o irmão de idiota ou de maluco; 5. Temos que perdoar as pessoas antes de adorar a Deus; 6. Amar e orar por nossos inimigos.  Por outro lado, se conseguirmos fazer tais coisas, seremos parecidos com o Senhor.

O verso 45 diz “para que vos torneis filhos do Pai”. Qual filho é inteiramente parecido com os seus
pais. Por menos que se pareça, sempre temos algumas características, mas não todas. De qualquer forma quando alguém olha pai e filho sempre diz que algo nos filhos faz lembrar aos seus pais. Como não somos filhos naturais, e sim adotivos mediante a sua graça, não iremos parecer tanto com ele. Jesus, seu filho legitimo nos orienta o que devemos fazer para nos parecermos com o nosso Pai adotivo.


Este texto é o nosso grande teste para saber se você realmente foi adotado pelo Pai. Se for, em algum lugar irá se parecer com ele de tal forma que as pessoas irão testemunhar que você realmente é filho de Deus, por que se parece com Deus em alguns detalhes. Quanto mais nos aproximamos de Deus e cumprimos sua vontade, mas ficamos parecidos com ele.

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