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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

segunda-feira, 16 de maio de 2022

A Família e a Batalha Espiritual

Lucas 12.39

A família sempre foi e sempre será um alvo do inimigo. Satanás, o nosso adversário, não cessa em querer acabar com esta instituição criada por Deus. São muitas as armadilhas, ataques e situações complicadas que temos que enfrentar, nas quais o inimigo está por trás articulando. Por esta razão, a família precisa ser uma fortaleza espiritual, um lugar de proteção e refúgio para os que ali se abrigam. Para que a sua família seja este lugar seguro, é preciso que haja vigilância diária.

Este texto faz parte da chamada “Parábola do Servo vigilante”. Jesus alertou que seus discipulos deveriam estar ligados com os céus todo o tempo. Partindo desta parábola, gostaria de enfatizar sobre a família e a batalha espiritual. Jesus neste texto diz que a qualquer momento uma casa pode ser atacada pelo inimigo, portanto, devemos ficar vigilantes para que o inimigo não consiga entrar em nossas casas.

O ladrão é o diabo, que vem para roubar, matar e destruir. Jesus está nos alertando sobre a possibilidade de invasão espiritual maligna em nossa casa, e que não sabemos que horas, e nem como, ela irá acontecer. Portanto, o remédio é ficar preparado durante todo o tempo.

Como podemos enfrentar a batalha espiritual a favor de nossa família contra os poderes das trevas?

1. Vigiando em todo o momento

Jesus alerta para a questão da vigilância, "se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão". A questão é que não sabemos a que hora nossa casa sofrerá uma tentativa de invasão, mas sabemos que a qualquer hora isto poderá acontecer, então devemos ficar preparados a todo o instante, vigiando sempre.

Quando estive pastoreando na Bahia, a cidade era muito tranquila, naquela época não haviam assaltos, hoje está bem mudado devido ao tráfico de drogas. Nós deixávamos tudo aberto e sem grades. Um dia, no entanto, um indivíduo entrou no quintal da casa, quando não estávamos, furtou alguns sapatos e tênis. Depois disto, elevamos o muro dos fundos e colocamos vidro. Aqui no Rio, sofremos um furto de bicicletas. Um dia entraram pelo portão e levaram duas bicicletas. Após o furto, levantamos mais o muro e o portão. Se tivéssemos feito isto antes, não teríamos sofrido a invasão. Mas, contamos com a tranquilidade do lugar. As vezes a tranquilidade nos faz perder a vigilância.

Já aconteceu em minha casa de estarmos bem, não havia nenhuma crise aparente, mas, do nada começamos a nos desentender ou então, as coisas começaram a dar errado. Quando isto acontece, nós paramos tudo e passamos a orar. A oração é uma das princípais armas de proteção espiritual que temos à nossa disposição para utilizar. 

É preciso orar e vigiar em todo o tempo. Sempre verifique se há alguma porta ou janela aberta antes de relaxar. O maligno se aproveita de pequenas brechas para entrar, a intenção dele é: roubar, matar e destruir. Pequenas discussões, pequenos desentendimentos, pequenas desconfianças, pequenas irritações. Coisas, aparentemente sem nenhuma significância. Mas, que, se deixada de lado pode se transformar em um grande problema. Neemias, quando partiu para Jerusalém, tratou de levar o povo a reconstrução dos muros, e tapar as brechas. Enquanto eles reconstruíam, eles vigiavam para que nenhum inimigo invadisse.

Vigia a sua casa e sua família, não espere o inimigo entrar para que você comece a fazer a proteção que precisa. Vigie nos mínimos detalhes, vigie nas palavras que são ditas, vigie no trato uns com os outros, vigie nas tarefas que você precisa realizar em casa, vigie no cuidado e vigie na emoções.

2. Resolvendo os problemas do dia a dia

Precisamos trabalhar diariamente na resolução dos problemas para que eles não cresçam e se avolumem demais. Se empurramos os problemas para debaixo do tapete, uma hora a coisa explode e a sujeira se espalha e suja toda a casa.

Temos um casal de amigos que são muito queridos. Lembro que eles fizeram uma casa nova e decidiram não utilizar cesto de lixo no banheiro, eles jogavam o papel no vaso e davam descarga. Até que, certa vez, a água do vaso começou a descer mais lentamente, mas continuaram jogando o papel no vaso até que o vaso entupiu e parou de descer água. Havia dado um problema na saída do esgoto na rua e durante um bom tempo todo o papel ficou sendo acumulado no cano. O resultado foi que entupiu o esgoto. Eles tiveram que quebrar tudo, tirar todos os canos e retirar aquele monte de papel usado. Foi uma situação bastante complicada.

Assim são algumas famílias, não percebem que estão juntando problemas e não param para solucionar. E quando finalmente não tem mais jeito, são forçados a encarar o problema, e neste momento a coisa fica bem feia.

Resolvam seus problemas constantemente, não acumulem. O acumulo de problemas são brechas que o inimigo pode utilizar para invadir a sua casa. Peça ao Senhor que te ajude a ter sabedoria e inteligência para resolver os problemas do dia a dia.

3. Protegendo a casa

Como podemos proteger espiritualmente a nossa casa? Gostaria de ressaltar as armas ideais para o cristão proteger o seu lar contra as investidas do inimigo:

Meditação na Palavra de Deus – Na Bíblia encontramos o alimento espiritual que precisamos para fortalecer a nossa família. A Bíblia é também uma poderosa espada, com a qual podemos atacar e nos defendermos.

– Sem fé é impossível agradar ao Senhor. A fé gera esperança, e esperança é uma arma poderosíssima. A fé é capaz de mover montanhas. A fé permite que você acredite que o impossível pode acontecer em sua família.

Oração - A oração atrai e enche o nosso lar com a doce presença de Jesus. Pela oração temos autoridade para repreender o mal e abençoar a nossa casa.

Jejum - O jejum potencializa a nossa oração. Este momento de abstenção de alimentos serve para nos quebrantar. Ficamos mais sensíveis às coisas espirituais através do jejum.

Adoração - A adoração precisa ser o estilo de vida da família. Em tudo o que o crente faz ele glorifica ao Senhor. A verdadeira adoração atrai a presença do Senhor. Os filhos de Eli, Ofini e Finéias são exemplos claros de uma adoração suspeita, que desagrada a Deus.  

Amor – O apóstolo Paulo diz em I Coríntios 13.13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. O amor é a maior arma espiritual para proteção de sua família. Portanto, ame a sua família incondicionalmente.

Conclusão

São muitas as lutas, provas e ataques malignos que as famílias enfrentam. Mas se fizermos do altíssimo a nossa habitação nenhum mal nos sucederá, nem praga alguma chegará a nossa tenda. Continue crendo e colocando a sua casa sob a proteção do Senhor.

Tenha um tempo de leitura bíblica e oração em família, vigie em tudo, tape todas as brechas, não permita que o inimigo entre em sua casa. Peça sempre ao Senhor para te dar sabedoria, para que você e sua casa vivam sempre em harmonia e tenham diariamente uma solução para os problemas que surgem.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

O desafio da maternidade na pós-modernidade

I Reis 3.16-28


O texto fala sobre duas mães que desenvolviam uma atividade profissional bastante difícil para quem quer ser mãe. O texto diz que elas eram prostitutas. Ambas tiveram um filho, porém, uma das mães sufocou o seu filho enquanto dormia. Quando acordou, viu que o seu bebê estava morto, foi e trocou o seu pelo outro bebê que estava vivo. Quando a outra mãe acordou, viu que o menino que estava em seus braços estava morto, porém, atestou que aquela criança não foi a que ela deu à luz. Elas devem ter brigado bastante, trocado ofensas, e como não conseguiram resolver, buscaram o rei para julgar aquela causa.

Neste tempo os reis eram também juízes. Eles julgavam as causas que lhes eram apresentadas. O rei Salomão estava recém empossado em seu trono. Aquela foi uma espécie de prova de fogo para testá-lo. Havia provavelmente uma torcida para que ele se desse mal. Todo líder, no início de sua liderança, precisa ser testado. O grupo irá se encarregar de fazer isto naturalmente. Dentro de todo grupo existirão aqueles que são a favor, e torce para o líder se dar bem, e o apoia no que for preciso; existem aqueles que tanto faz, se cair vem outro, ou, se ficar nós o apoiamos; mas, existem também os que torcem para o novo líder cair, e faz tudo o que pode para que isto aconteça. São pessoas do mal, gente de coração perverso, amarguradas de espírito, que, devido a alguma questão pessoal, não quer ver o grupo avançar.

Não havia teste de DNA, então, como provar quem era a mãe verdadeira? Salomão pediu que lhe trouxessem uma espada e propôs o seguinte: Vamos cortar a criança ao meio e dar metade para cada uma. Uma das mães falou: Não faça isto, pode entregar o menino vivo para a outra; A outra mulher, no entanto, disse: Que não seja nem meu nem teu, seja dividido. Salomão então, entendeu que a mãe que queria o filho vivo era a mãe verdadeira. Porque a essência de ser mãe está em expressar o amor pelo filho através de atitudes concretas. Ela poderia não ser a mãe biológica, mas, provou que seria uma verdadeira mãe. Já a outra mulher, caso fosse a mãe biológica, não seria uma mãe de verdade, pois, o seu posicionamento atestava que não tinha amor pela criança.

Diante do exposto, podemos pensar nos desafios da maternidade na pós-modernidade. Quais são os desafios maternos diante de um mundo pós-moderno?

1. Desafio da Proteção

Das duas mães que vimos no texto, uma não conseguiu proteger o filho nem de si mesma. Em um ato de descuido ou extremo cansaço, ela dormiu sobre o seu próprio filho e o sufocou.

Vivemos em um mundo de muitos perigos e ameaças, os nossos pequenos são indefesos e precisam de proteção para sobreviver. Infelizmente, as vezes as crianças precisam de proteção dos próprios pais. De todos os animais, o ser humano é o único que depende em tudo da mãe para sobreviver.

O historiador romano Caio Plinio disse que: ‘O homem é o único animal que não aprende nada sem ser ensinado: não sabe falar, nem caminhar, nem comer, enfim, não sabe fazer nada no estado natural, a não ser chorar’. De fato, em tudo o ser humano necessita de seus pais, sobretudo, de sua mãe.

Muitos são os problemas e dificuldades que as mães enfrentam para dar proteção a uma criança. Sempre houve pessoas perversas para influenciar negativamente as crianças, e por isto os pais sempre precisaram ficar bastante atentos para não permitir que estes indivíduos chegassem próximos aos seus filhos. Porém, com o avanço da tecnologia este risco aumentou exponencialmente. Dentro de casa, aparentemente protegido em seu quarto, as crianças sofrem tremendo assédio através das mídias sociais. Cabe aos pais regularem o que os seus filhos acessam e estabelecer limites.

Nenhuma criança gosta de limite, elas gostam de sentirem-se livres, desde bem cedo. Você tenta controlar ela em seus braços e ela faz de tudo para se soltar. Na adolescência, eles fazem de tudo para voar. Porém, ainda não sabem o risco que correm. Há um tempo certo para voar, a ave que tenta antecipar isto, pode se machucar ou até mesmo morrer. Por isto, cabe aos pais estabelecer limites. Eles não vão gostar, mas, é preciso para proteção deles mesmos, até que tenham maturidade e sejam capazes de tomar decisões seguras.

Se você não sabe como fazer, busque em Deus a sabedoria. O Senhor dá a todos que precisam e nele confiam. Seja um intecessor dos seus filhos diariamente. A oração de uma mãe toca o coração do Pai.

2. Desafio da Orientação

Diante do perigo iminente, cabe aos pais orientar diariamente, sem cessar, aos seus filhos, para que eles possam aprender a defender-se de pessoas mal intencionadas, seja presencial ou virtualmente.

Provérbios 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar”. É papel dos pais ensinar aos filhos trilhar o bom caminho e desviar-se do mal. Eles querendo ou não, cabe aos pais o dever do ensino. Em geral a mãe dedica mais tempo aos filhos do que o pai. É uma grande responsabilidade, preparar um filho para o mundo.

Eu ouvi uma mensagem do Pr. Paschoal Piragine, que ele dizia que nós não criamos os nossos filhos para nós mesmos, criamos eles para eles mesmos, para seus cônjuges e para encarar o mundo. De fato, na criação precisamos pensar que eles não estarão para sempre debaixo de nossas asas e é preciso confiar que o que você ensinou irá funcionar.

Meu filho irá casar-se em breve. Ele vai começar a sua própria família. A partir daí, as escolhas serão dele e de sua esposa. Não convém eu e minha esposa nos metermos na vida deles, a não ser que sejamos convidados pelo casal para aconselharmos. Mas, de qualquer forma serão marido e mulher que deverão decidir sobre as suas vidas e de seus filhos quando vierem. Eu espero que demore bastante, não tenho pressa para ser avô.

3. Desafio do Empurrão

Eu lembro de um documentário que vi sobre as águias. Quando ela é pequena os papais águias caçam e dão o alimento na boca do filhote. Eles fazem isto até que o filhote esteja maduro para voar. Quando isto acontece, os pais simplesmente abandonam o ninho e vão embora. Eu vi este documentário e fiquei com dó da cara da águia quando percebe que não terá mais o alimento na boca. Não terá mais roupa lavada e passada, casa limpa e comidinha na mão. A águia filhote, fez uma cara tão triste que dava pena. Mas, se talvez se os pais águia não fizerem isto, os filhotes poderão querer permanecer no ninho a vida toda, recebendo comidinha na boca.

Eu assisti a uma aula do professor Clóvis de Barros Filho, onde ele falava de seu filho. Ele disse: eu acho que meu filho gosta mais da minha casa do que eu. É muito cômodo ficar na casa dos pais. No Brasil parece que isto é mais intenso. Entre os americanos de classe média, quando o jovem faz dezoito anos, eles vão para a Universidade, em geral bem distante de casa, e nunca mais volta. Da faculdade eles já ingressam na vida profissional e organizam a sua própria vida.

Na pós-modernidade percebe-se que há filhos que querem ficar em casa, e até alguns pais que querem que seus filhos fiquem em casa, mas, eles precisam crescer e ter o seu próprio ninho. As vezes eles não querem voar, e é preciso dar um empurrãozinho para eles voarem. Porque esta é tendência natural.

Conclusão

É um desafio enorme criar os filhos diante dos imensos desafios da pós-modernidade. Parece que o mundo nunca girou tão rápido, não conseguimos acompanhar tantas mudanças, e não são apenas mudanças tecnológicas, são também comportamentais. Antes quando um bebê nascia, pelo órgão genital nós sabíamos se era homem ou mulher. Hoje se discute se o sexo da criança pode ser classificado a partir desta definição; os cascos de Coca-Cola eram duráveis, hoje são descartáveis. E, parece que os relacionamentos acompanharam esta tendência e se tornaram sem comprometimento real; Até a forma de trabalhar tem mudado rapidamente. É muito comum trabalhar de casa, utilizando apenas computador ou celular. Eu e o meu filho, por exemplo, trabalhamos a maior parte do tempo em home office; A TV que era canal aberto, virou TV por assinatura, e evoluiu para a modalidade streaming. Pra mim é bem melhor, vejo o filme a hora que eu quero, e não na hora que a emissora quer; O que se fazia apenas em um estúdio, agora pode ser feito apenas com um celular, e um monte de gente ganha dinheiro apenas produzindo conteúdo.

Os desafios da pós-modernidade são enormes, as mães precisam ter muita perna para acompanhar tantas modificações. É preciso estar muito atenta com está próximo, para que não queira roubar o seu filho e trocá-lo por um morto. Pode ser que o outro não faça isto literalmente, mas, pode apresentá-lo à desgraça das drogas. E, quando o adolescente entra por esta linha, ele fica parecendo um zumbi. Como se tivessem trocado o seu filho por um morto vivo.

Mamãe, cuide bem de seu filho, proteja-o, ensine-o, e na hora certa, empurre-o pra fora do ninho. E, que Deus te abençoe nesta linda e maravilhosa missão.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Recebi poder. E agora?

Atos 1.8

Poder de forma geral é um revestimento que alguém recebe para realizar alguma coisa específica. Só se pode exercer o poder quando se recebe autorização para isto. Somente pode se transferir ou delegar poder para o outro aquele que recebeu autoridade para isto. Por exemplo: Para exercer a medicina é preciso que um grupo de pessoas legalmente autorizadas, denominado Conselho Regional de Medicina, credencie uma pessoa para tal. Da mesma forma pastores Batistas. É preciso que a igreja reunida, juntamente com a Ordem de pastores, credencie um candidato para exercer o ministério pastoral. Estes e outros grupos têm o poder para dizer quem pode ou não exercer determinadas profissões, porque alguém que tinha autoridade lhes conferiu este poder.  Nós recebemos o poder do Espírito Santo, do próprio Deus, fomos revestidos do poder divino para cumprir uma missão. A pergunta é: E agora, o que eu faço com todo este poder?

Muita gente recebe um poder, mas, não sabe como utilizá-lo. Eu e minha querida esposa assistimos outro dia um filme chamado Shazan. É a estória de um menino de quatorze anos que recebe o poder de um mago para se transformar em um super herói, porém, ele não sabe utilizar de imediato todo o poder que recebe. Então, ele utiliza os seus super poderes para o benefício próprio. Como um menino, ele age como um menino, vai para as ruas dar autógrafos, tirar selfies, e cobra por isto.  É preciso surgir um super vilão, para tentar destruí-lo e tomar o seu poder, para que ele perceba que tudo o que lhe foi dado é para cumprir uma missão: proteger o mundo contra o mal.

Nós temos o poder que nos foi dado pelo Espírito Santo, mas, nos comportamos como aquele menino que não sabe para que ele recebeu tal poder e queremos usar este poder somente para nós mesmos, porém, Jesus deixou bem claro onde e como deveríamos utilizar todo este poder.

Jesus havia ressuscitado e muitos discípulos estiveram com ele durante um espaço de cerca de quarenta dias. Ele apareceu para cerca de quinhentas pessoas. Pouco antes de ascender aos céus Jesus estava reunido com os seus discípulos quando fez a sua última declaração. Neste momento Jesus prometeu para que eles receberiam poder para cumprir uma missão.

Como se deu esta promessa que Jesus fez aos seus discípulos e o que eles deveriam fazer?

1ª "Receberiam poder".

A primeira promessa de Jesus neste verso é que eles seriam revestidos de poder. O que significa que eles teriam autoridade para fazer algo. A missão de Jesus era simples, eles deveriam ser suas testemunhas. Deveriam contar ao mundo tudo o que Jesus fez. Deveriam compartilhar a mensagem do reino de Deus para que outros também tivessem oportunidade de participar.

Eu lembro quando trabalhei em uma grande empresa. Entrei como assistente, depois de uns três ou quatro anos a empresa decidiu me promover e recebi a função de chefia. Neste momento eu fui revestido de autoridade sobre os meus companheiros, que antes eram apenas seus colegas de trabalho. O que mudou? Eu fui revestido de poder para liderá-los. Este poder foi me dado para que eu coordenasse o trabalho de equipe. Caso eu não cumprisse o meu papel, provavelmente eu seria demitido, porque não utilizei com excelência o poder que me foi confiado.

Quando nós nos convertemos, recebemos poder para cumprirmos uma missão. Antes da conversão não temos o poder do Espírito Santo, este poder só nos é dado quando entregamos a ele as nossas vidas. E, neste momento, somos capacitados a testemunhar o seu amor e a sua justiça.

II Reis 9 conta a história de quando Jeú foi ungido rei de Israel. Eliseu manda um dos seus discípulos pegar um vaso de azeite e ungir a Jeú como rei. Jeú era comandante do exercito. O moço vai com muito medo e faz o que o profeta mandou e foge. Logo depois os outros capitães ficam sabendo o que aconteceu, lançam suas capas, tocam o shofar e declaram, Jeú é rei. Veja que, a cinco minutos atrás ele era somente um comandante do exército, mas, depois de um simples ato, ele recebe a investidura de um rei. 

Neste verso, Jesus está informando para os seus discípulos que eles receberiam poder espiritual para realizar uma grande missão, eles seriam suas testemunhas.

2ª "Receberiam o Espírito Santo".

Quem recebe poder ou autoridade, recebe de alguém que tem o poder de conceder tal autoridade, se não ela não serve para nada. Eu posso chegar aqui e dizer, a partir de hoje todos vocês são príncipes e princesas, mas, nada aconteceria. Eu não tenho autoridade para isto, então minha palavra será inútil. Mas, posso levar pessoas aqui a serem consagradas a pastores e líderes da igreja. Para isto eu tenho poder e autoridade. No caso de Jeú, Eliseu tinha poder reconhecido para ungir alguém para ser rei.

No caso dos discípulos, eles receberiam poder que vinha do próprio Deus. Ele os capacitaria para realizar a grande obra para o qual foram comissionados. Este fato acontece primeiramente durante a festa de Pentecostes, quando os discípulos estavam todos reunidos em Jerusalém. Hoje acontece quando cremos em Jesus e entregamos a ele as nossas vidas.

O Espírito Santo seria o poder capacitador, para que os discípulos pudessem realizar a missão. 

3ª "Seriam testemunhas de Jesus"

Quando se recebe um poder ou uma autoridade é para ser utilizado para um fim específico. Jesus declarou para o que eles receberiam todo aquele poder. Os discípulos seriam testemunhas dele. Onde eles fossem compartilhariam a história do que Jesus fez. Simples assim. O poder não era para benefício próprio era para ser utilizado para que outras pessoas tivessem a oportunidade de também conhecer a Jesus.

Quando discipulamos alguém, estamos utilizando o poder que o Espírito Santo nos concede. Quando nos calamos, nós tornamos todo este poder obsoleto. O poder do Espírito não é para realizarmos cultos para nós mesmos nos sentirmos bem, mas, é para que vidas sejam alcançadas.

4. “Testemunhariam em Jerusalém, toda Judéia, em Samaria, e até nos confins do mundo"

Há um sentido lógico no que Jesus disse. É preciso começar por Jerusalém, ou seja, por aqueles que estão mais próximos. Nossos vizinhos, amigos, parentes. Depois, pensar em nosso entorno: Em toda a Judeia. Em nosso caso, Duque de Caxias é a nossa Judeia. Devemos também pensar em alcançar aqueles que consideramos desprezíveis, que para o povo judeu eram os samaritanos. Estes representam aquelas pessoas que não queremos em nossas igrejas, porque as rejeitamos. E, então, por último, pensar nos lugares mais distantes.

O que Jesus propôs não é uma lista para escolhermos qual povo queremos alcançar, mas, mostrar que todos precisam ser alcançados, porém, primeiramente aqueles que estão próximos a nós. O Eu+1 é uma ferramenta que visa viabilizar esta ordem de Jesus. Pensar em discipular aquele que está perto de nós. E para isto o Espírito Santo nos capacita.

Conclusão:

Jesus veio a terra, se fez homem, habitou entre nós, entregou sua vida na cruz do calvário para nos salvar da condenação eterna e nos enviou o seu Santo Espírito. Ele prometeu que por seu intermédio receberíamos poder, através do recebimento do Espírito Santo em nossas vidas, e este poder deverá ser usado para um objetivo específico, ser testemunha do Senhor Jesus. Discipular pessoas pelo poder do Espírito Santo. Contar para as pessoas sobre as boas novas de salvação. Esta é a nossa missão.

terça-feira, 12 de abril de 2022

Transformando o vale de Baca em manancial

Salmo 84.5-6

As versões mais antigas traduzem vale árido como vale de Baca. O vale de Baca era uma região desértica, um lugar seco, sem vida. O texto fala sobre o homem bem aventurado, que tendo passado por ali, faz dele um manancial. O que podemos aprender com isto é que, não importa o lugar onde você está, o que importa é a transformação que você poderá realizar ali, através do poder de Deus. O lugar no qual você está hoje pode ser um deserto árido, mas creia que ele poderá ser transformado em manancial, simplesmente pela sua presença ali. O vale de baca representa o poder de Deus sobre a impossibilidade humana.

Há momentos, que nos encontramos em determinados lugares, e nos perguntamos o que estamos fazendo ali. Seja em uma empresa, escola, igreja, até mesmo em uma família estranha. Parece que não estamos no lugar certo. Mas o salmista diz que o homem bem aventurado, será reconhecido pela sua capacidade de transformar um deserto em manancial. A presença deste homem ou desta mulher neste local irá fazer total diferença.

Não é fácil transformar uma terra árida em um lugar produtivo e muito mais difícil ainda é fazer surgir ali um manancial. Mas, nós cremos que com Deus nós podemos fazer proezas, pela fé, nós podemos fazer o impossível tornar-se possível. Então, se está enfrentando uma situação complicada, creia em Deus. Ainda que as evidências sejam as piores possíveis, não deixe de crer, não pare de acreditar no poder que vem do alto.

A terra árida mencionada pelo salmista é uma metáfora para as muitas dificuldades que enfrentamos.  São diversos enfrentamentos da vida, que nos fazem sentir como se estivéssemos atravessando um deserto seco.

O que podemos aprender quando passamos por uma terra árida?

1. Terra árida é o lugar ideal para manifestação do milagre

O povo hebreu tinha várias festas sagradas durante o ano. Estas festas eram realizadas em Jerusalém, cidade sagrada para o povo. Ali ficava o templo, o local de sacrifício e ofertas. O povo seguia várias vezes no ano em peregrinação para a cidade santa. O vale de Baca era rota para a maioria dos viajantes. Havia longos períodos que o vale ficava completamente seco, sem vida.

O salmista afirma que o homem bem aventura é capaz de transformar aquela triste realidade. Devido a presença deste homem naquele local, o Senhor providencia a chuva que enche todo o lugar e produz vida.

Há situações que ficamos chateados por estar em um lugar seco e sem vida, e murmuramos. Pode ser que você esteja em um lugar assim e talvez ache que nem deveria estar ali. Se este é o teu caso, saiba que talvez a razão para você estar ali, é tão somente para que Deus te use para  inundar aquela terra árida de chuva. Deus vai levar vida para um lugar morto, através da presença dele em sua vida. Você será usado para que o milagre aconteça. Haverá mudança, haverá vida, através de sua vida.

2. Terra árida é o lugar ideal para ter experiências com Deus

Eu imagino este homem bem aventurado citado no texto ao chegar naquele lugar. Ele olha e vê as aparências, mas, ele enxerga além das evidências humanas, ele vê o poder de Deus. Ele pensa no que Deus poderá fazer naquele local. Então, ele ora e clama pela providência divina. Não é o homem quem faz chover, ele apenas é o agente da oração. Deus é quem derrama a chuva pelo seu poder.

Tiago 5.17-18 diz: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.

É através da oração que experimentamos as maiores experiências espirituais possíveis ao ser humano. A Bíblia está repleta de testemunhos de fé. Elias é um destes grandes exemplos.

Se estivermos em um lugar de abundância, não precisamos de milagre algum. Deus nos faz passar por terras áridas para que tenhamos experiências com ele. C.S.Lewis diz que Deus não deseja o sofrimento do homem, mas ele utiliza os momentos de infortúnios para que nos lembremos de buscá-lo. Lendo o texto poderíamos nos perguntar, porque aquele homem bem-aventurado estava passando pelo vale de Baca, um lugar árido e sem vida. O salmista não se preocupa com isto. Ele afirma, que quando o homem bem aventurado passar por ali, aquele vale será coberto de bênçãos. O que antes era morto, começará a produzir vida.

3. Terra árida é o lugar ideal para Deus te usar

Imagine se aquele bom homem passando por aquele vale árido se perguntasse: o que é que eu estou fazendo aqui? Eu penso em Deus lhe respondendo, eu te trouxe aqui porque desejo usar você para transformação deste lugar. Este lugar precisa de vida, é um lugar morto, eu confio em você para transformar este lugar. Você tem vida em você, basta você pedir e eu farei este lugar árido transformar-se em manancial.

Quando eu estive na Bahia eu tive o privilégio de ver a ação de Deus sobre aquele lugar. Eu vi aquela igreja crescer e desenvolver-se. Tudo foi feito através do poder da oração. Não era apenas eu que orava, eu desafiei a igreja a orar. Orávamos muito, fizemos várias campanhas de jejum e oração de 21 e 40 dias. E, de fato vimos ali uma terra árida, lugar de pessoas incrédulas e perseguição religiosa, se tornar espiritualmente muito produtiva. Ali tivemos muitas experiências com Deus.

Para que você transforme o vale de Baca em manancial é preciso que você esteja cheio do poder de Deus. É preciso buscar intimidade com Deus.

Conclusão

Acontece conosco, algumas vezes, estar em um lugar que não gostaríamos de estar. Mas, talvez haja uma razão para se estar ali. Na Bíblia vamos encontrar muitas histórias de homens que estavam em lugares que não gostariam de estar, mas Deus usou a eles poderosamente para transformar o lugar: José, no Egito; Daniel, na Babilônia; Paulo em Roma. Deus usou a estes homens poderosamente para transformar terra árida onde estavam em manancial.

Deus quer usar você para transformar a sua família, sua rua, seu bairro, seu trabalho, seus colegas na escola. Porém, para que isto aconteça, você precisa estar inundado pela presença de Deus. Você precisa ser um homem bem aventurado.

Você gostaria de ser um crente bem-aventurado, do tipo que transforma desertos em mananciais? Para que isto aconteça, você precisa estar cheio da unção de Deus. É preciso ter intimidade com o Senhor. Busque ao Senhor de todo o seu coração, encha-se com a sua maravilhosa presença. Que Deus te use poderosamente para transformação de lugares áridos em mananciais.

Várias pessoas passavam pelo vale de Baca e nada acontecia, mas, quando ali estivesse o homem bem aventurado, Deus se lembraria daquele lugar e faria chover, de tal forma que aquele vale se encheria de água. É desta forma que Deus quer usar você. Ele deseja que você seja canal de benção.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

O seu maior inimigo

Números 13.1-3,23-33

Na infância eu tive inimigos que me metiam medo. Eu era muito pequeno. Embora eu não tenha crescido muito, alcancei, pelo menos, uma estatura mediana de 1,70mt. Quando criança, na época da escola, em geral eu era o menor, ou um dos menores, da minha sala de aula. Então os outros meninos pareciam gigantes aos meus olhos. A minha visão infantil fazia com que os outros se tornassem maiores ainda do que eram na realidade. Eu me via incapaz de enfrentá-los. Só quando cresci e me tornei homem é que pude perceber que nem tudo é tamanho, força e estatura física. Há princípios muito maiores por detrás do poder. E, principalmente do poder de Deus.

Esta era a visão que o povo de Israel tinha deles mesmos. Uma visão infantil, inocente, que precisaria quarenta anos de deserto para ser amadurecida. Uma visão distorcida de si mesmos e míope no que diz respeito ao que Deus pode realizar. 

O povo hebreu havia acabado de sair da escravidão do Egito. Eles carregavam sobre si uma mentalidade escrava implantada em suas mentes através dos 430 anos de servidão. Esta era a única visão que eles tinham de si mesmos. Por isto tinham tanto medo. Um escravo só sabe servir. Um escravo não é dominado somente pela força física, ele tem a sua mente trabalhada para acreditar que pertence a uma classe inferior. E, que jamais poderá sair daquela situação.

Cornaca é o nome que se dá a um adestrador de elefantes. Dizem que se condicionar um elefante novo a ficar preso em uma corrente, ao ficar adulto, ele poderá ser amarrado por qualquer coisa, que não tentará escapar. A razão é porque a sua mente ficou condicionada. Ele lutou tanto quando jovem e não conseguiu, agora, quando adulto, simplesmente aceitou a condição de preso. O Egito agiu como o conarca do povo hebreu, submeteu-os a trabalhos forçados, humilhou-os, acabou com o seu poder de reação. Assim, eles saíram do Egito levando em sua bagagem o adestramento da escravidão.

O texto diz que o povo hebreu estava acampado no deserto de Parã, quando Moises escolheu doze líderes para enviar a Canaã para espiar a terra. Não foram homens qualquer, não foi uma escolha democrática. Deus ordenou que Moises escolhesse doze líderes, príncipes dentre o povo: Samua, Safate, Calebe, Jigeal, Palti, Gadiel, Gadi, Amiel, Setur, Nabi, Geuel e Josué. Destes doze homens, apenas o nome de dois é lembrado: Josué e Calebe. Porque dentre os doze somente eles creram que Deus poderia ajudá-los a conquistar, somente eles conseguiram vencer a mentalidade escrava. Os dez restantes foram os que ainda não tinham libertado a sua mente.

O que se observa neste texto é que o pior inimigo do povo hebreu era a sua própria mentalidade, ou seja, eles mesmos.

A partir desta introdução, pensemos no que pode nos levar a nos tornarmos o nosso pior inimigo:

1. Nos enxergarmos como fracassados

Há muita luta no mundo para alcançarmos os melhores lugares. É uma luta muito severa. Os lugares ao sol não são muitos. Desta forma, muitos desistem antes mesmo de começar a luta. Olham para si mesmos e olham para o adversário e acham que não estão a altura. Fracassam antes mesmo de começar a luta.

Aqueles homens que estavam com Moises tinham este problema, eles saíram da escravidão, eram subalternos. Alguns poucos exerciam uma função de liderança, eram escravos especiais, serviam como capatazes gerenciando o trabalho hebreu. De todos, apenas Moises havia tido uma educação de Elite. Ele foi enviado por Deus para a melhor escola de liderança do Egito. Mas, os demais, a grande maioria, eram pessoas simples, que achavam que a melhor coisa a fazer era voltar para o Egito. Eles pensavam que fracassariam naquela missão.

Você já foi dominado pelo sentimento do fracasso antecipado, antes mesmo de iniciar algo, por achar que não é capaz? Se você já sentiu isto a melhor forma de vencer este sentimento é melhorando a visão que você tem de si mesmo. Peça a Deus para que você se veja como ele te vê.

2. Nos enxergarmos como incapazes de ir além

Os doze espias foram até a terra de Canaã, trouxeram um cacho de uvas que foi preciso dois homens para carregar. Viram que a terra era de fato muito boa. Porém eles olharam muito mais para a situação contrária. Viram que ali haviam gigantes e que eles eram como gafanhotos. Interessante que esta descrição não foi dos seus inimigos sobre eles, esta foi a conclusão que eles chegaram de si mesmos. Eles se achavam pequenos demais, incapazes.

Quando olhamos algo grande demais, muitas vezes nos sentimos incapazes de chegar lá. Olhamos para uma grande empresa e achamos que não podemos trabalhar lá. Olhamos para uma grande universidade e imaginamos que jamais poderemos pisar lá. Mas, quem te disse isto? Quem colocou esta limitação sobre você? Você mesmo.

Eu tinha dezessete anos quando comecei a trabalhar em uma pequena empresa que fornecia material odontológico, em Duque de Caxias. Não tinha carteira assinada e nenhum benefício. Trabalhava meio horário e recebia meio salário mínimo. Peguei aquele trabalho para poder terminar o meu segundo grau. Lá havia um funcionário que já trabalhava lá há alguns anos. Ele trabalhava um período inteiro e recebia um salário mínimo. Certo dia ele me perguntou porque eu estava estudando. Eu disse que queria algo melhor para a minha via. Ele imediatamente disse: Você não vai conseguir nada, olha pra mim, eu tenho vinte e cinco anos e não consegui nada. Eu fiquei em silêncio, mas, não permiti que aquela palavra maldita entrasse em meu coração. Aquele rapaz havia sido condicionado a não lutar, era incapaz de ir além, por isto, jamais saiu daquele lugar de fracasso.

Para ir além é preciso vencer a limitação que nós mesmos colocamos em nossas vidas. O senso de incapacidade. “Em Deus faremos proezas, porque ele calca aos pés os nossos adversários” (Salmos 60.12).

3. Nos enxergamos como fracos para a luta

Em seu relatório aqueles homens disseram: “Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós” (v. 31). Mais uma vez a visão que tinham a respeito de si mesmos era a pior possível. Se achavam fracos demais, despreparados para a luta, incapazes de vencer.

Eles não compreendiam que havia algo que era muito superior a tudo, uma força indescritível estava com eles, algo que todos temeriam, a presença de Deus. Eles olhavam simplesmente para a sua fraqueza.

Gideão sofria deste problema. Os midianitas vinham saquear as colheitas do povo e eles se escondiam nas cavernas para malhar trigo. Ele se via como um fracote, até que Deus mostrou que ele poderia enfrentar o inimigo e vencer. É assim que Deus faz, ele nos capacita para a luta. Foi na força do Senhor que Davi venceu o gigante filisteu.

Conclusão

Dos doze espias enviados por Moises, dez deles trouxeram um relatório desanimador. Toda aquela energia negativa dos dez espias se espalhou rapidamente por todo o povo que quis apedrejar a Moises e Arão. Eles os culpavam por leva-los para o deserto para morrer. Porém a glória de Deus apareceu a todos os filhos de Israel. Deus queria mata-los ali mesmo, mas, Moises intercedeu por eles. O coração de Moises me impressiona. Ainda que o povo queria apedrejá-lo, assim mesmo ele intercede a Deus por aquele povo.

Deus tentou de todas as formas transformar a mentalidade daquelas pessoas, porém, quando viu que era impossível, determinou que todos morreriam no deserto. No capitulo 14.33-34 Deus decretou que para cada dia que eles gastaram para espiar a terra, eles ficariam um ano no deserto. Toda aquela geração seria consumida pelo deserto. Somente Josué e Calebe iriam entrar na terra prometida. Os dez espias restante morreram de praga (Nm 14.36-37).

Vença o seu maior inimigo, aquele que te impede de realizar coisas maiores não é satanás, não são bandidos ou homens corruptos, é você mesmo. É você mesmo que impõe limites para não alcançar lugares mais elevados.

terça-feira, 29 de março de 2022

Benção e honra para quem ama a Deus

Deuteronômio 7.12-13

Deuteronômio significa segunda lei. O livro leva este nome porque esta foi a segunda vez que a Lei de Deus é apresentada ao povo. Trata-se de uma releitura da Lei. Na Bíblia Hebraica, este livro é chamado Debarim, que quer dizer Palavras. Isto porque o primeiro verso diz: “São estas as palavras que Moises falou a todo o Israel..”. Deuteronômio ou Palavras, portanto, nos apresenta todas as palavras de Moisés que foi dirigida ao povo pela segunda vez.

Moises havia recebido de Deus a difícil tarefa de conduzir o povo pelo deserto do Egito até a terra prometida. Ele levou cerca de quarenta anos nesta travessia. A distância não era tão longa assim. Na verdade Deus fez eles ficarem rodeando pelo deserto até que aquela geração morresse. Foi no deserto que Deus depurou o povo.

Durante estes quarenta anos de jornadas pelo deserto, os Filhos de Israel acamparam em quarenta e dois lugares diferentes (Nm 33: 1-48), seguindo uma rota diferente daquela que seria a mais direta ou a mais próxima do destino final. Assim foi feita uma seleção natural.

Neste momento específico Moises está falando sobre as bençãos decorrentes da obediência. Este texto tem uma condicional: ‘se’. “Se ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires..”. A obediência à condição estabelecida por Deus levaria o povo a receber o cumprimento das promessas de Deus. A obediência foi a condição estabelecida para ser abençoado. Tudo o que Deus prometeu ao seu povo o levaria a uma condição de honra e prosperidade.

A benção do Senhor é para a família. Quando olhamos o texto percebemos que Deus tem o desejo de abençoar grandemente a sua casa e toda a sua família. Para que isto aconteça, ele estabeleceu os seus decretos e mandamentos, tudo o que precisamos fazer é obedecê-los.

As promessas do Senhor estabelecidas neste texto são:

1. Promessa de amor

“Ele te amará..”. O amor de Deus para conosco e incondicional, pode ser comparado ao amor de uma mãe em relação ao seu filho. Uma mãe carrega o seu filho no ventre, dá a luz, o amamenta e protege de todos os males. A mãe não espera nada em troca, ela faz isto incondicionalmente. Há muitos filhos que, quando sua mãe envelhece, simplesmente a abandona, não liga, não procura cuidar, deixa ela a deriva. O nome disto é ingratidão.

Embora o amor de Deus seja incondicional, ele espera que venhamos a amá-lo também. A retribuição do amor que entregamos para Deus favorece mais a nós do que a Ele. Porque quando nós o amamos, cumprimos os seus mandamentos e o fazemos prazerosamente. Isto nos coloca em condições de receber de suas mãos benção e honra.

2. Promessa de benção

“E te abençoará..”. A benção de Deus sobre as nossas vidas é fruto de uma intimidade com Deus. Quanto mais próximos dele, mais somos agraciados com a sua presença, e quanto mais perto de nós, mais ele nos abençoa.

A benção de Deus é privilégio daqueles que amam a Deus. O nosso amor a Deus é a porta que abre a porta dos céus para nós. A nossa salvação vem através do nosso amor a Deus. E tudo o mais que recebemos de Deus vem de nossa devoção a ele.

Ser abençoado não quer dizer que teremos tudo o que sonharmos e tudo o que quisermos. Ser abençoado é ter o que precisamos. Eu creio que Deus tem prazer em nos fornecer tudo o que precisamos em abundância. Mas, isto não é mágica, não há como comprar isto, não há como obrigar a Deus a nos dar absolutamente nada. A nossa fidelidade a ele nos faz esperar e aguardar por sua provisão.

3. Promessas sobre a família

também abençoará teus filhos”. Para o antigo Israel, filhos eram considerados herança do Senhor. A mulher que não tivesse filhos era considerada uma desaventurada, porque os filhos eram sinônimo da benção de Deus. Por isto, Salmo 127.5 diz “Feliz o homem que enche deles a sua aljava”. A ideia no ensino dos hebreus era que os pais cuidassem bem dos seus filhos para que eles fossem homens de caráter, prósperos, responsáveis e tementes a Deus.

Quando os pais amam aos seus filhos demonstram este amor investindo tempo em sua formação. Eles os educam da melhor forma possível. Assim, criam homens e mulheres de caráter probo. Um filho amado e bem educado terá maiores possibilidades de alcançar as promessas do Senhor sobre a sua vida.

4. Promessa de prosperidade

“Abençoará os teus bens”. Os hebreus tinham uma festa específica, que era a festa da colheita, onde eles agradeciam a Deus pelo fruto da terra. Era nessa festa que o povo eleito do Senhor, realizava as entregas das primícias ou primeiros frutos a Deus (Êxodo 23:16), em reconhecimento de que Deus os havia abençoado.

Quando Israel permitiu que a idolatria invadisse o seu arraial, eles convidaram a Baal e Assera para serem seus deuses. Estas eram entidades cananeias, consideradas como deuses da fertilidade. Os seus seguidores acreditavam que eram eles que faziam tanto a terra, quanto os animais, e até as mulheres serem fecundas. Mas, a passagem de Elias e os profetas de Baal deixou bem claro para os antigos hebreus quem era o Deus verdadeiro. Era Javé quem abençoava com multiplicação e não entidades pagãs.

A benção do Senhor sobre os nossos bens não é uma mágica que nos faça ficar ricos, mas, a certeza de que tudo o que colocarmos as mãos para fazer prosperará. A condição estabelecida por Deus é “se, ouvindo estes mandamentos, os guardares e cumprires”.

Conclusão

Desde a criação Deus estabeleceu a sua promessa de benção e honra sobre a vida do ser humano. Para que esta promessa se torne real, é preciso amar ao Senhor de todo o nosso coração. Amar ao Senhor nos fará obedecê-lo. A obediência aos seus princípios nos levará a condição de apto a ser abençoado.

Para que esta promessa se perpetue sobre a nossa geração, devemos não apenas amar ao Senhor, mas, devemos também ensinar aos nossos filhos amá-lo de todo o seu coração. Deuteronômio 6.5-7 fala sobre estas duas responsabilidades: Amar e ensinar aos nossos filhos a amarem a Deus.

Ao ensinar aos nossos filhos a amarem ao Senhor, estamos decretando sobre eles também a benção e honra do Senhor sobre as suas vidas.

quinta-feira, 17 de março de 2022

O Juízo Final, uma audiência com Deus

Apocalipse 20.11-15

Eu já estive em algumas audiências em tribunais. Mas, nunca como réu. Deve ser uma experiência muito desagradável, ver ali a sua vida sendo decidida por outras pessoas: Promotor, advogado, testemunhas e, dependendo, jurados. Certa vez, participei de uma audiência, porém, foi como testemunha, onde uma dona de uma loja estava sendo processada por uma ex-empregada. A funcionária me pediu para ser testemunha. Eu fui e disse exatamente o que eu lembro ter acontecido. Este é o papel da testemunha. O advogado de defesa ainda tentou me induzir a falar outras coisas, porém, eu disse que falaria apenas o fato ocorrido. Assim, o julgamento deu-se e a empresa foi condenada a pagar uma indenização para a funcionária.

O dia do juízo final, será o dia do julgamento final, onde todos os povos, de todos os tempos, de todas as línguas, etnias e nações, irão comparecer diante de Deus para receber a sentença. Cada um será julgado em conformidade ao que está escrito nos livros que serão abertos.

Como será este julgamento?

1. A primeira coisa a considerar é que Jesus será o juiz (Ap 20.11)

O apóstolo Paulo fala a este respeito afirmando que “Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos” (2Tm 4.1). Pedro confirma dizendo que Jesus Cristo “é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos”. (At 10.42). Como juiz, ele julgará com retidão. Não será como juízes que recebem propinas e vendem decisões. Ele é o santo juiz.

 2. A segunda coisa a considerar é que todos serão julgados (Ap 20.12)

Após o fim de todas as coisas, o fim da história da humanidade, haverá o grande julgamento, ali, naquele momento estará sendo definido onde cada um passará a eternidade. Céu ou inferno, caberá ao santo juiz definir o nosso destino.  

Neste momento se abrirão os livros e toda a nossa história de vida estará registrada nele. Cada ato, cada pensamento, cada atitude, tudo. Nada ficará de fora.

O apóstolo Paulo escreve em Rm 14.10-12: “Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”.

3. A terceira coisa a considerar é que o Julgamento não é opcional

Quando cometemos um delito, é apresentado uma acusação contra nós. Isto é encaminhado ao juiz que julgará a procedência da acusação. Ser julgado não é uma opção de quem cometeu o crime, cabe ao ministério público apresentar a acusação, ao advogado de defesa representar a nossa causa e ao juiz, julgar conforme tudo oque está escrito. O juiz examina as provas e profere sua sentença. O julgamento não é uma opção para quem cometeu o delito. É o juiz quem decide.

Da mesma forma será o grande julgamento, trata-se da nossa audiência com Deus. O dia do julgamento já está marcado na agenda dos céus. Há um registro fiel de tudo o que fizemos neste mundo durante a nossa vivência aqui. Não há como escapar deste julgamento, não é opcional. Deus marcou a data deste julgamento e vai executar a sentença.

Qual a mensagem bíblica para nós sobre o grande julgamento?

O que o grande julgamento nos leva a pensar?

1. A doutrina do juízo final constitui motivo para uma vida justa

A mensagem do julgamento não é para amedrontar a ninguém. Não é para que as pessoas morram de medo de serem condenadas e assim queiram andar com Deus. Na verdade trata-se de um grande incentivo para praticarmos boas obras. Nós, seres humanos decaídos da graça de Deus por intermédio do pecado, temos uma natureza má. Se não houver nada que nos force a fazer o bem, nós acabamos esquecendo. O grande julgamento nos lembra que precisamos escrever boas coisas no livro da vida, porque tudo está sendo observado. Se alguém quiser mal, corrupto, perverso, saiba que pagará por isto.

2. A doutrina do juízo eterno se constitui em grande motivo para a evangelização

Entendemos que haverá um grande julgamento, as pessoas condenadas padecerão por toda a eternidade, devemos então, por amor, fazer tudo para que estas pessoas sejam salvas. A evangelização nada mais é do que a demonstração de amor por aquele que se perde. 2Pe 3.9 diz que “não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Nós que já recebemos o livramento da condenação devemos ajudar a outros a também encontrar este caminho.

Conclusão

Cristãos de um modo geral acreditam que haverá um grande julgamento, e que Deus estará sentado mandando uns para o inferno e outros para o céu. E alguns até perguntam, como pode um Deus de amor condenar pessoas para o inferno. Outras pessoas dizem: Deus é quem sabe, afinal eu não fiz tanta coisa ruim. Outras pessoas ficam até com medo de pensar, e preferem deixar pra ver o que acontece.

Eu creio que João, o discípulo amado, nos dá uma direção muito boa sobre como será o grande julgamento. João 3.16-19 diz que “quem crê nele não é julgado; o que não crê já está julgado”, em algumas traduções, diz que já está condenado. No verso 19 ele diz como será o julgamento de uma maneira bem simples de entender “as pessoas amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más”. O julgamento não é o que Deus vai determinar no futuro, o julgamento na verdade se dá no momento em que você faz as suas escolhas. Quando fazemos a escolha para o bem, estamos determinando o futuro de nossa alma com Deus, quando fazemos escolha para o mal, estamos determinando a nossa existência para longe de Deus.

Naquele dia, você será o seu próprio promotor e juiz. Não será Deus quem irá dizer para onde você vai, mas você mesmo é quem está decidindo a partir de suas escolhas. Seus atos determinam hoje a sua eternidade.

Pr. Sergio Rosa