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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Pedro o apóstolo precipitado

P e r g u n t a s   c h a v e

1. Você conhece alguém que seja precipitado, que faz as coisas no impulso?
2. Deus usa a todo o tipo de pessoa. Como e onde Deus poderia usar uma pessoa impulsiva?
Estamos falando sobre os doze discípulos de Jesus e como eles foram moldados para alcançarem o sucesso, em sua missão. Temos visto que eram pessoas comuns, como qualquer um de nós. Tinham medo, sentiam-se inseguros, por vezes se irritavam, brigavam entre si, havia disputa entre eles, dentre alguns defeitos. Mas mesmo assim Jesus os escolheu para apóstolos; os treinou, capacitou, supervisionou, liderou, os enviou. Eles erravam, Jesus os chamava, corrigia e tornava a os enviar. Eles não tinham nenhuma característica especial, não eram mestres, doutores e nem nenhum personagens importantes. Não temos o motivo pelos quais Jesus os escolheu, mas acredito que seja por serem pessoas abertas para aprenderem. Eram vasos vazios, sedentos por serem cheios. Vaso que já está cheio é impossível colocar mais alguma coisa.

Introdução

Lucas 6.12-16
Você conhece alguém que não pensa antes de falar, e quando pensa já falou? Pois é, Pedro era assim. Precipitação era o seu nome. Ele era completamente impulsivo.
Pedro na verdade não era um nome, mas sim um apelido que Jesus colocou em seu discípulo, cujo verdadeiro nome era Simão. Pedro significa literalmente pedra. Haviam dois discípulos chamados Simão, um era Simão Pedro e o outro Simão o Zelote. Sobre este último vamos falar mais sobre ele em outra oportunidade.
O apelido era significativo, e o Senhor teve uma razão específica para escolhê-lo. Simão era, por natureza, impetuoso, inconstante e inconfiável. Sua tendência era fazer grandes promessas que não poderia cumprir. Era uma daquelas pessoas que parece atirar-se de cabeça em alguma coisa e, logo depois a abandona, antes de ter concluído. Com frequência, era o primeiro a aceitar um desafio, mas, muitas vezes, também era o primeiro a pular fora. Toda igreja tem seus ‘Pedros’, ou seja, pessoas com características semelhantes a deste discípulo com uma personalidade tão inconstante.
Pedro também tinha um problema sério de dissimulação, o que chamamos normalmente de duas caras, no livro de Gálatas encontramos ele levando uma chamada do apóstolo Paulo: Gálatas 2.11-14. Quando estava com as pessoas de fora da igreja tinha um comportamento; quando estava com os da igreja se comportava de outra maneira. 
Características de Pedro:
1. Era pescador
Simão Pedro era pescador profissional. Ele e seu irmão André eram herdeiros de um comércio de pesca em Cafarnaum. Apanhavam peixes no mar da Galileia.
2. Era líder dos apóstolos
O nome de Pedro encabeça todas as listas de apóstolos, e ainda em Mateus 10.2 diz “primeiro Simão..” A palavra traduzida por ‘primeiro’ em grego é protos, não significa ser o primeiro de uma lista, mas o principal, o chefe.
3. Era precipitado
A personalidade de Pedro tanto o levava a ser precipitado como também o levava a tomar decisões rapidamente. No texto de Mateus 16.13 havia várias opiniões a respeito de quem era o Filho do Homem. Jesus pergunta para os discípulos qual era a opinião deles, Pedro rapidamente responde: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”.
Quando Jesus vem caminhando pelo mar, Pedro pede para andar sobre as águas com Jesus, e logo se atira no mar e começa a caminhar, mas quando a ficha cai, ele começa a duvidar e começa a afundar (Mt 14.30)
Quando Jesus estava sendo preso, Pedro saca a espada e corta a orelha do soldado. Havia um destacamento de soldados, o que ele pensou? Que poderia matar a todos os soldados? Na verdade acredito que ele agiu por impulso, não pensou em nada e tomou uma repreensão de Jesus.
Conclusão
Pedro foi um dos que Jesus mais chamou atenção, mais tomou repreensão. Era para Pedro ficar com raiva de Jesus, mas ele era um dos três discípulos mais próximos de Jesus.
 Talvez você se encaixe na personalidade de Pedro e ache que isto é um impedimento para ser um grande discípulo, mas Pedro é uma prova viva, de que os precipitados tem um lugar especial no coração de Jesus. Fato é que, você vai apanhar muito para tomar a forma de uma Pedra ideal. Jesus chamou Pedro até de Satanás e o repreendeu na frente de todos. Tudo isto não desestimulou a Pedro, pelo contrário, o fortaleceu. Não há outra forma de se polir uma pedra sem bater nela e lixar com força.
A maior característica de Pedro foi não desistir, deixar-se ser corrigido e ensinado. No livro de Atos vemos o poder e a autoridade que este discípulo exerceu em seu ministério. Seu poder era tanto, a ponto das pessoas serem colocadas por lugares onde Pedro iria passar, para que pelo menos a sua sombra passasse por cima delas e as curassem.

Se você permitir, o Senhor irá trabalhar em você e vai te transformar em uma grande testemunha do seu poder. Dê lugar ao Senhor, deixe-o moldar a sua vida.

Pr. Sergio Rosa

terça-feira, 30 de maio de 2017

Doze homens extraordinariamente comuns

Lucas 6.12-16

São estes os nomes dos apóstolos: Simão Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Natanael (Bartolomeu), Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Simão o Zelote, Judas filho de Tiago, Judas Iscariotes.

Nestes estudos queremos conhecer a personalidade dos apóstolos, como eles se comportavam, quem eram eles e como foram moldados para alcançar o sucesso em sua missão?

1. Eles foram chamados por Jesus dentre os demais discípulos
Jesus tinha muitos seguidores, o texto de Lucas diz que ele os chamou para perto de si após passar uma noite em oração, e dentre eles Jesus selecionou doze, o qual chamou apóstolo. A palavra apóstolo no grego significa apenas: “aquele que é enviado”. Jesus chamou apóstolo tão somente aqueles a quem ele enviaria com a missão de pregar o evangelho. Estes homens ganharam notoriedade na igreja primitiva. Atos 2.42 diz:  “e perseveravam na doutrina dos apóstolos”.

2. Eram homens comuns
Os doze não possuíam nenhuma habilidade ou talento especial, não eram eruditos ou sequer mestres, eram pessoas comuns. Jesus nunca disse por que os escolhera, ele simplesmente os chamou dentre os demais discípulos.

Eles eram pessoas reais, com personalidades bastante estranhas. Eram bem parecidos com todos nós. Tinham problemas, discutiam e discordavam entre si, eram teimosos, fracos e às vezes até sem fé. Não se destacava neles nenhuma habilidade especial ou extraordinária.

Estes detalhes nos faz sentir mais confortáveis com a nossa missão. Muitos de vocês já olharam para dentro de si mesmo e disseram: “eu não tenho nada para oferecer ao Senhor, não sei fazer nada”. É exatamente isto que nos faz ser tão parecidos com os apóstolos, o fato de ser pessoas simples, sem muitos atributos especiais.

3. Eles foram treinados

Jesus sabia que eles eram pessoas comuns, mas Jesus tinha um plano para prepará-los, discipulá-los, capacitá-los e enviá-los. Talvez Jesus os tenha escolhido por eles serem vasos vazios prontos para serem cheios.

O treinamento de Jesus deu-se na base do exemplo, Jesus fazia juntos com eles, os deixava observar, e depois a sós Jesus explicava para eles. Depois de um tempo junto Jesus passou a enviá-los. E como todos nós eles erraram nas primeiras vezes, Jesus ouvia deles o relatório, fazia os devidos acertos e os enviava novamente.

4. Eles eram obedientes

Uma das principais marcas dos discípulos era a obediência. O discípulo é aquele que recebe a instrução, aprende e pratica. Alguém que não queira obedecer não pode ser discípulo. Se os discípulos não ouvissem e praticassem o ensino de seu mestre seriam considerados homens imprudentes que edificou sua casa sobre a areia.

A obediência é marca da equipe vencedora. Não existe uma forma de uma igreja, organização ou qualquer instituição dar certo sem obediência à liderança. Jesus declarou:  “Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, disse: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir” (Mt 12:25).

4. Eles foram revestidos do Espírito Santo

Eles não apenas foram treinados para o trabalho, eles receberam algo mais, receberam o poder do Espírito Santo para realizar sua grande missão.

Como discípulos de Jesus nós carecemos do poder do Espírito Santo para realizar a obra do Senhor. Não podemos trabalhar na obra do Senhor apenas com o conhecimento humano. A obra do Senhor requer a ação sobrenatural do Espírito Santo.

O poder do Espírito Santo vem através da intimidade com Deus. Oração é a chave para ser revestido da presença do Senhor.  

Conclusão

Deus tem levantado pessoas simples em sua Igreja, que têm sido treinadas, capacitadas e enviadas para cumprir a grande comissão estabelecida por Jesus. Isto é maravilhoso. Pessoas que disseram sim ao chamado divino para fazer outros discípulos, da mesma forma que os primeiros discípulos fizeram. O estudo dos apóstolos nos fortalece na medida em que entendemos que eles também eram pessoas simples como nós.

Temos um grande desafio de crescer espiritualmente! Para que isto ocorra precisamos buscar maior intimidade com o Senhor, nos apaixonar novamente por Deus e por sua obra. Uma pessoa apaixonada, não mede esforços para encontrar-se com a pessoa objeto de sua paixão. Um crente apaixonado, que ama profundamente ao Senhor, não medirá esforços para realizar a obra divina.

Gostaria de desafiá-lo a iniciar um tempo de crescimento espiritual em sua vida, uma busca pela maturidade espiritual. Deus tem muita coisa a fazer na sua vida e através de sua vida, mas é preciso que você o busque de todo o seu coração. É preciso saciar a fome e sede de Deus. Somente desta forma você deixará de ser alguém comum para ser poderoso na obra do Senhor.


terça-feira, 23 de maio de 2017

Família lugar onde aprendemos amar a Deus

Deuteronômio 6.4-9
Este texto originalmente foi escrito para o povo hebreu recém saído do cativeiro egípcio. Neste momento eles estão a caminho da terra prometida, Canaã. Era um povo nômade andando pelo deserto. Deus estabeleceu que fosse escrito nos umbrais das portas as palavras ordenadas por Ele. O propósito deste mandamento foi para que os pais ‘inculcassem’ na cabeça de seus filhos os mandamentos do Senhor, para que as gerações posteriores também não esquecessem o amor a Deus sobre todas as coisas.
De acordo com este texto, nós temos uma grande responsabilidade, nossa família deve ser uma escola onde se aprende amar a Deus. Ensinaremos aos nossos filhos através de nosso exemplo (v. 4). O verso sete apresenta quatro momentos distintos como isto deveria ser feito: 1. Assentado em casa; 2. Andando pelo caminho 3. Ao deitar-se; 4. Ao levantar-se. O verso 9 diz que os Israelitas deveriam atar nas mãos, na testa e escrever nas portas, para que o tempo todo estivessem lendo e aprendendo sobre a Palavra de Deus, para que em momento algum eles viessem a se esquecer dos mandamentos de Deus, e se corrompessem.
Este texto, sobretudo o verso sete, atribui uma importância enorme aos pais, a de educar os seus filhos segundo o ensinamento divino. Vejamos:
1. O poder da mãe no ensino
I Ts 2.7 “antes nos fizemos brandos no meio de vós, como a mãe que acaricia seus filhos”. O poder de uma mãe na educação de um filho é tão importante que o apóstolo Paulo se utiliza da figura materna para ilustrar o seu relacionamento pastoral.
As mães são, em geral, muito aplicadas ao ensino dos filhos, e são detentoras de uma forma carinhosa para tratar e ensinar os filhos.
São elas que têm os primeiros contatos com o filho, e ali os alimenta em seus próprios seios, troca suas fraudas, e em maioria, são as que ficam mais tempo com os filhos, e que lhes dá maior atenção. Existem as exceções, mas, em maioria as mães são mais dedicadas aos filhos.
Mãe aproveite este dom que Deus te deu para ensinar aos seus filhos a trilharem nos caminhos do Senhor. Seja um modelo se adorador para o seu filho, ele terá uma forte tendência a te ouvir e aceitar seus conselhos, se ele acreditar em você como uma pessoa digna.
2º lugar. O poder do pai no ensino
I Ts 2.11-12 “E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória”. O apóstolo Paulo utiliza também a figura do pai para comparar como ele procedia no ensino, na correção e na consolação.
Paulo no final do verso 11 diz que cuidamos “a cada a um de vós”. Por que ele faz este destaque? Por que sabemos que cada filho é diferente um do outro, pode se ter recebido a mesma educação, mas cada um terá características próprias que irá diferenciar um do outro, e por esta razão precisará de um cuidado diferenciado.
Pais, temos uma importante tarefa: ser exemplo para nossos filhos. Devemos fazer para eles aprenderem, e repetirem aquilo que fazemos. Nesta grande tarefa não temos como falar: “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. Parafraseando a Paulo, temos que dizer: “faça como eu faço, por eu faço como Cristo faria”.
3º lugar. Tarefa dos pais
A maioria de nós, creio, conhece o texto de Prov. 22.6 “ensina a criança no caminho...”. Segundo o professor Gene Getz o original diz “treine a criança de acordo com sua personalidade, ou inclinação pessoal”. O que quer dizer isto? Que temos que entender como a criança é para educá-la em sua forma natural.
Nossos filhos, assim como nós mesmos passamos, experimentam diversas fases em sua formação:
1. A fase da descoberta. Neste momento as crianças sabem quase nada. A maioria das crianças, logo descobrem as tomadas da casa e querem enfiar os seus dedinhos lá ou lamber. O que devemos fazer para protegê-las é colocar uma tampa protetora para não tomarem choques.
2. A fase da imitação. A criança imita tudo o que fazemos. Então quando o pai dirige o filho diz: eu dirijo igual ao meu pai; as meninas veste as roupas da mãe, calça seus sapatos e passam suas maquiagens. Elas crescem imitando o que fazemos. É o momento em que elas estão formando sua personalidade.
3. Fase da desconfiança dos pais como modelo. Quando o filho já adolescente começa a desconfiar dos exemplos de seus pais, e querem copiar outros exemplos. Este é um grande problema para os dias atuais, onde ditos professores tem deixado de ensinar para doutrinar nossos filhos, tentando colocar em suas cabeças doutrinas e ideologias que tem levado esta geração a práticas estranhas à Palavra de Deus.
4. Fase adulta. Quando o filho/a se torna adulto e se torna independente, responsável por suas próprias decisões. Neste momento ele tomará suas decisões a partir daquilo que foi inculcado em sua cabeça.
“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar” (Pv. 22.6)
Conclusão
A família precisa ser o lugar principal onde se aprende a amar a Deus. Quando criamos nossos filhos naturalmente: ensinando-os assentado em casa, no caminho, ao deitar-se e ao levantar-se; chegará uma hora em que ela irá buscar a sua própria experiência com Jesus Cristo. Neste momento ele terá a você como exemplo. Deuteronômio 6.4-9 nos mostra como podemos fazer isto de maneira eficaz, ou seja ensinando a nossos filhos em todos os momentos de sua vida.
Nossas famílias estão precisando urgentemente de modelos. Nossa sociedade está precisando urgentemente de modelos. Nossas igrejas estão precisando urgentemente de modelos. Modelos de caráter, de seriedade e principalmente de relacionamento com Deus.
Vivam na plenitude do Espírito Santo, buscando o caráter de Cristo para sua vida, a fim de que a próxima geração siga o seu exemplo. Se você não amar a Deus, como poderá ensinar seus filhos a amarem? Amar a Deus não é ter uma fachada cristã, eles descobrem isto facilmente na adolescência e se revoltam contra Deus quando se decepcionam com os seus pais, quando percebem que tudo que falavam era uma farsa.

Uma boa forma de ensinar e aprender é através dos cultos domésticos em família: orem juntos, leiam a Bíblia juntos, tenham momentos devocionais juntos. São coisas muito simples, mas que fazem grande efeito. Invistam tempo no seu crescimento espiritual e divida isto com sua família. 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Ideal de Deus para a sociedade

Isaias 1.19
"Se quiserem, e me ouvirem, vocês comerão o melhor desta terra
Todos nós temos ideais em nossas vidas. Alguns têm grandes ideais, sonhos enormes, desejo de crescer, prosperar, alcançar patamares maiores. Outros têm ideais menores, querem simplesmente levar uma vida modesta, quieta e sossegada. Estes querem apenas sentir-se seguro em um emprego, seja público ou privado. Muitos estudam para um concurso até passar e depois se acomodam e já não fazem mais nada, trabalham ali até aposentar-se.
Ter um ideal é muito importante, quem não tem um ideal não sai do lugar. O ideal funciona como uma meta, ela te faz sonhar, pensar, trabalhar em razão daquilo que se deseja alcançar. O ideal é a forma ou o lugar que se deseja chegar ou alcançar. Exemplo: o meu peso ideal são 77kg, então eu trabalho e como em função de chegar a este peso. Se eu não tiver este ideal vou comer o tempo todo, todo o tipo de gordice. Outro exemplo, o meu ideal é ser um pastor consagrado, então eu oro, leio a Bíblia, leio livros, ouço mensagens de grandes pastores, faço cursos, treinamentos, tudo para me tornar a cada dia um pastor mais consagrado. Qual é o seu ideal para sua vida?
Lendo este texto bíblico do Profeta Isaias eu percebo que Deus tem um ideal para a nossa sociedade, a forma como ele gostaria que vivêssemos?
Isaias faz uma boa leitura da triste situação em que o seu povo se encontrava, faz lembrar muito o Brasil de nossos dias. Parece até que Isaias estava escrevendo o jornal de hoje:
a) Havia falsa religiosidade (1.11-13) – As pessoas daquela época queriam apenas uma religião, mas não queriam muito envolvimento com Deus. Não é isto que vemos no Brasil? Um lugar tão religioso, onde se fala tanto de Deus, onde há tantos templos de todos os cultos, mas muito pouca vivência de Deus na vida das pessoas.
b) Havia muita injustiça e violência (1.21) – A justiça não funcionava para os pobres, somente para os ricos. No Brasil, pela primeira vez estamos vendo a justiça sendo feita aos ricos. “Nunca antes na história deste País” vimos tal coisa acontecendo, de pessoas ricas e políticos serem presos. Embora, ainda há uma diferença gritante, o pobre fica preso muito mais tempo que o rico. Mas, pelo menos estamos vendo que algo está sendo feito.
c) Havia muita corrupção entre os lideres da sociedade (1.23) – Isaias nos relata que os lideres
políticos de Israel eram em sua maioria corruptos. No Brasil a corrupção parece estar no DNA do brasileiro, é uma praga, uma maldição que faz parte de nossa cultura. Desde os serviços públicos mais insignificante até o mais alto escalão, a corrupção está presente. Há um cinismo impressionante em uma grande parte dos servidores que atendem diretamente ao público. Há por outro lado, uma vontade do brasileiro em pagar propinas para se favorecer, então fica tudo combinado. O corrupto e o corruptor ambos se locupletam.

A descrição da sociedade feita pelo profeta Isaías é gravíssima, porque uma coisa leva a outra. A falsa religiosidade leva o povo para longe de Deus; Sem o temor de Deus o homem se deixa levar pela corrupção; A corrupção atrai a injustiça, culminando em violência generalizada.
O profeta está trazendo um panorama da sociedade de sua época e está apontando a saída para a situação de caos. “Se quiserdes me ouvirdes, comereis o melhor desta terra”.
Nestes dois versos Deus declara abertamente o seu ideal para a sociedade.
1. Ideal de prosperidade (v. 19) – Deus nunca escondeu o seu ideal de benção para o seu povo. Sempre foi da vontade de Deus que o seu povo vivesse em abundância. Desde o começo, quando Deus começa a se revelar ao povo, este sempre foi o desejo de Deus. Deus sempre prometeu o melhor desta terra para o seu povo, entretanto, precisamos conquistar a terra, e isto leva tempo e dá trabalho. Salmos 115.16 “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu aos filhos dos homens”.
Há muitos pastores da chamada teologia da prosperidade que distorcem este texto e usam somente para arrancar mais ofertas do povo, afirmando que primeiro tem que ser dado uma oferta para que Deus depois te abençoe. Deus nunca disse isto, pelo contrário, no livro de Isaías ele está rejeitando o culto daquelas pessoas, por que eles estavam se esquecendo do pobre, da viúva e do órfão. Ofertar no templo é uma responsabilidade de quem faz parte da religião, e não uma troca para ser abençoado.
Quando Deus prometeu a terra de Canaã para o povo, ele prometeu o melhor que havia. Era uma terra boa, terra que mana leite e mel, entretanto, havia gigantes que precisam ser derrotados. Então o povo recuou, por que não estavam a fim de lutar contra gigantes. Na verdade eles tinham dúvidas se Deus iria ou não dar a eles a vitória sobre os gigantes. Então, aqueles homens recuaram e não receberam a benção de entrar naquela terra. Exceto Josué e Calebe que se posicionaram ao lado de Deus.
Deus quer abençoar a sua vida, e esta benção vem através da sua fé e obediência, através do seu comprometimento com o trabalho para multiplicar o talento que ele te deu. Creia que Deus abençoará aquilo que você por as mãos para fazer, desde que seja digno e honesto.
2. Ideal de salvação e vida eterna (v. 18) – Uma outra vontade de Deus é a vida eterna, a salvação. A benção de Deus não é apenas para este tempo, mas também para toda a eternidade. Mesmo porque, tudo o que acumularmos nesta terra, ficará por aqui mesmo, mas o que acumularmos no céu será eterno.
Tanto o ideal de prosperidade terrena quanto o ideal de vida eterna são para aqueles que têm a marca da promessa sobre suas vidas. Esta marca é o selo do Espírito Santo de Deus, que é colocado em nossas vidas quando entregamos as nossas vidas a Jesus.
Ambos ideais devem ser buscados juntos, entretanto, qual dos dois é o mais importante? Prosperidade
material ou vida eterna? Note que é para a vida eterna que recebemos a marca da promessa, e ainda mais, os nossos anos aqui na terra são poucos, comparado com o tempo que passaremos na eternidade, desta forma, precisamos nos preocupar mais com a coisa certa, devemos colocar a nossa salvação em primeiro lugar, este é o maior ideal de Deus para nossas vidas.

A salvação se inicia quando entregamos a nossa vida a Jesus. Devemos entregar as nossas vidas a Ele, por que é Jesus quem nos dá a salvação. Se você quer receber a promessa de Deus sobre sua vida, então você precisa entregar a sua vida em suas mãos. Se você já entregou, precisa viver em obediência a Deus e aos seus mandamentos.
Conclusão
Deus tem um ideal para esta terra e para a nossa nação, e é a mesma que Isaías profetizou para o povo de Israel. Como poderemos fazer parte do ideal de Deus se quisermos andar distante dele? Como receberemos suas promessas se não queremos intimidade com ele?
Deus também tem um ideal para cada ser humano, e é o mesmo ideal que ele tem para a nossa nação. Uma nação é feito de pessoas, e quando estas pessoas se dispõe a andar com Deus, a benção do Senhor chega para estas pessoas, que vão ao mesmo tempo se transformando e mudando a sociedade para melhor.

É desta forma que comeremos o melhor desta terra, quando o ser humano voltar-se completamente para Deus, amando a Deus sobre toda e qualquer coisa e ao seu próximo com a si mesmo.

Pr. Sergio Rosa - IBAP

segunda-feira, 6 de março de 2017

Em que consiste o evangelho?

Mateus 13.44

A palavra Evangelho quer dizer, boas novas. Eu vejo o evangelho da seguinte forma: É como alguém que está à procura de algo que não sabe bem o que é, mas sabe que necessita, e quando encontra o evangelho (boas novas) verifica que é bem melhor do que aquilo que procurava. Por esta razão as boas novas não podem ser apenas a aquisição de uma nova religião, mas a descoberta do próprio 'ser em si', Deus.

Já aconteceu com você de querer comer algo, mas não sabe bem o quê, e de repente alguém te oferece algo, e aquilo supera a sua expectativa? Minha esposa de vez enquanto me surpreende assim. Lá em casa não jantamos, fazemos um lanche a tarde e antes de dormir comemos uma fruta, um iogurte ou algo leve. Mas às vezes dá uma fome diferente, e eu falo com ela que estou querendo comer algo, mas não sei bem o que, e logo depois ela aparece com alguma coisa que me surpreende. Este é um exemplo bastante simples do que Jesus estava falando nesta parábola a respeito do seu reino. O reino é a descoberta de algo completamente novo, que sabíamos que precisávamos, mas não tínhamos a menor ideia do que poderia ser.

O que é de fato o evangelho?

1. O evangelho é o cumprimento da promessa

Jesus é cumprimento da palavra de vários profetas do Antigo Israel:
Isaias profetizou o nascimento do Cristo: Isaias 9.7 “Por que um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilho Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.

Miqueias profetizou onde ele iria nascer: Miqueias 5.2 “E tu, Belém-Efrata pequena demais para figurar como grupo de milhares para Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.

Oseias profetizou a fuga de Jesus para o Egito: Oseias 11.1 “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho”.

Todas estas palavras proféticas foram entendidas pelos escritores do Novo Testamento como cumpridas em Jesus.

2. O evangelho é fascinante

Jesus nesta parábola compara o seu reino a um homem que tendo encontrado um tesouro em um
campo, vai e vende tudo o que possui, junta todos os seus recursos e compra aquele campo. Eu imagino um homem que avista um lindo pomar, cheio de árvores frondosas e tem um desejo enorme de morar naquele lugar. Então, ele faz uma lista de todos os seus bens. Talvez na hora ele hesite um pouco, afinal, a casa que mora pertenceu a seus pais e tem um valor sentimental imenso. Mas, se ele não se desfizer, não poderá comprar aquele novo terreno. Então ele negocia tudo, pega o valor vai e compra aquele lugar onde viu aquele lindo pomar. Para sua surpresa, após comprar, ele descobre que ali tem um rico manancial de água mineral. Sua alegria que antes já era boa, agora se torna ainda mais intensa.

Descobrir o reino de Deus é como descobrir a paixão por algo de valor inestimável. É como quando pensamos em nos casar. Conhecemos uma pessoa, e nos dispomos a mudar toda a sua vida por causa daquela pessoa. Então nos casamos e começamos uma nova vida, agora a dois. Quem não está disposto a compartilhar a sua vida com outro, não é conveniente que se case. Por que um casamente só é saudável quando ambos se doam para o relacionamento. Quando ambos querem compartilhar tudo. Da mesma forma, não há como entrar no Reino de Deus e não assumir um compromisso de fidelidade com Jesus.

Descobrir o evangelho é fascinante por que Jesus é inigualável, não há nada igual. Conhecer a Jesus e fazer parte do seu reino é extraordinário, trata-se de uma experiência única, é passar a ter contato com o próprio Deus. É fazer parte de Deus. É passar a ser íntimo de Jesus.

3. O evangelho é desafiador

Ninguém pediu para aquele homem comprar aquele campo e nem vender nada do que ele tinha, foi uma decisão dele, ele sabia que para ter uma coisa ele teria que abrir mão de outra. Jesus estava mostrando nesta parábola que não se pode continuar com os seus valores e bagagens do passado e ainda assim querer ter o reino de Deus.

O evangelho é desafiador por que nos convida a mudar de vida. Nos desafia a nos tornarmos novas criaturas. É desafiador por que você necessariamente precisa abrir mão de algumas coisas para abraçar a Jesus. É desafiador por que em geral gostamos daquelas coisas, estamos apegados a ela e não queremos abrir mão, mas se você não abrir mão de uma coisa, não pode pegar outra.

Conta-se que uma determinada tribo africana caça macacos apenas colocando um punhado de arroz em um buraco pequeno de árvore. O macaco enfia a mão no apertado buraco e pega o arroz, mas não consegue puxar a mão de volta por que está cheia. Como ele não quer perder o arroz, ele não abre a mão e fica aprisionado por si mesmo.

Eu vejo a aquisição do reino dos céus como aquele atleta que almeja o pódio: Ele abre mão de um monte de coisas para alcançar o seu objetivo; Ele tem uma dieta rica, deixa de comer determinados alimentos, para alcançar o seu objetivo; Ele dorme cedo, procura descansar bem, para ter o seu corpo preparado para a vitória. Ele sabe que se não abrir mão de algumas coisas que gosta, não conseguirá jamais alcançar a vitória.

Pode ser visto também como aquele estudante que deseja ser aprovado em uma prova ou concurso, ele abre mão de horas de prazer para concentrar-se nos estudos para buscar a aprovação.

4. O evangelho é transformador

Aquele homem citado pela parábola de Jesus jamais seria o mesmo homem após comprar aquele campo. Ele olha para o seu tesouro e contempla e se alegra dia após dia pela aquisição realizada.  Acredito não haver nada comparado ao evangelho neste sentido, a proposta do evangelho é que haja uma transformação radical em sua vida. Mas ao mesmo tempo é fascinante por que é uma metamorfose que o Espírito de Cristo vai promovendo na medida em que você permite que ele o faça.

O reino de Deus é transformador, a proposta de Jesus é mudar toda a nossa vida. Hoje, devido a multiplicação de igrejas, algumas pessoas começaram a achar que podem viver no reino e fazer de tudo. Temos pessoas que estão nas igrejas que se embriagam, se drogam, transam com namorados, mentem, fofocam, roubam, praticam corrupção, são maldosas, se entregam a licenciosidade, são promíscuos, planejam o mal dos outros, não ajudam ao próximo. Em fim, comportam-se desta forma, mas  participam normalmente de uma igreja. O fato de uma pessoa participar de uma igreja não faz dela um participante do Reino de Deus. Ela pode levantar as mãos na igreja em adoração, entrar em êxtase na hora do louvor, chorar, gritar, mas ainda assim não ter a vida modificada.

Conclusão

A parábola de Jesus nos mostra claramente que é preciso desfazer de tudo do passado para adquirir este tesouro que o reino dos céus. Gostaria de convidá-lo a conhecer este reino, que não é deste mundo, trata-se de um reino espiritual, cujo o qual, o rei chama-se Jesus. Deixa Jesus te conduzir a partir deste ponto, se entregue a ele e permita ele dirigir a sua vida. Tome uma decisão de deixar tudo para traz e abraçar a Jesus. Venha e viva com ele no seu reino.

Pr. Sergio Rosa - IBAP

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

São João de Meriti, Baixada Fluminense, lugar esquecido

Olhando da sacada de minha casa eu consigo ver parte de São João de Meriti. O que vejo? Um lugar sofrido, de gente simples e pobre, formigueiro da América Latina. Cerca de 500mil moradores que vivem aglomerados em um espaço de 35Km2. A cidade com a maior densidade demográfica da América Latina. Um lugar que experimentou um crescimento populacional exponencial, mas sem muito organização. Grande parte dos terrenos possuem diversas casas, em geral familiares que vão se multiplicando e ficando por ali mesmo por falta de opção. 

O que esperar para as próximas gerações?

Uma grande parte dos adolescentes e jovens não tem a menor perspectiva do amanhã. Não tem ideia de
que profissão seguir e nem de que curso técnico ou universitário deverá estudar. A grande maioria sequer pensa em ir para uma universidade. Grande parte dos pais, amigos ou parentes próximos, não tem conhecimento suficiente para orientá-los, são operários, pessoas simples, com uma cosmovisão bastante limitada. Com a migração de muitos bandidos das favelas onde foram instaladas UPPs para São João e toda a baixada, muitos destes jovens estão indo para o tráfico.

Onde as igrejas podem entrar para ajudar?

Oferecendo informações aos jovens e adolescentes, dando a eles direcionamento para onde ir, como chegar e como buscar. E não apenas a informação, mas algo mais importante, a MOTIVAÇÃO CORRETA para chegar lá. Tem-se observado que jovens que tiveram base evangélica em igrejas bem estruturadas se sobressaíram devido simplesmente a ênfase na leitura, uma melhor postura ética e desenvolvimento em liderança. É muito pouco, mas já é alguma contribuição. A Igreja Ministério Apascentar de Nova Iguaçu é um bom exemplo de suporte aos jovens, há nove anos realiza o ‘Fórum de Oportunidades’. Com a presença de personalidades do empreendedorismo e de outras áreas do conhecimento. É uma boa contribuição, porém não consegue alcançar aquela pessoa que é mais simples, por que aquelas não tem sequer uma base para entender e buscar tais oportunidades.

A igreja detém grande poder e deveria pensar mais nestes detalhes, embora seus recursos sejam bastante limitados para uma ação direta mais profunda. Penso em uma ação da igreja forçando ou atuando no Estado ou em conjunto com este, de tal maneira que este possa olhar para as cidades mais pobres. Este deveria ser um assunto sério a ser tratado em convenções, ligas, associações e demais entidades dos diversos conglomerados evangélicos, católicos e demais religiões. Mas não se observa nestas entidades um desejo de dar alguma contribuição neste sentido, a não ser pequenos projetos de fachada sem muita relevância, realizados somente para embelezar a foto e outros isolados que não tem muita força, relevantes, às vezes, somente para a localidade onde estão inseridos.

Qual o papel do Estado e o que se espera dele?

O Estado tem a competência de ação para através de leis e direcionamento de verbas pensar em melhoria social de base (saúde, segurança, educação e infra estrutura) e formas de criar oportunidade para estes jovens. Mas não há um desejo político. Toda vez que alguém fala em justiça social, já se levantam aqueles outros para dizer que isto é coisa de esquerda, e que querem agigantar o Estado, e que a política liberal resolve estes problemas todos com a livre concorrência criando mais empregos e oportunidades. Enquanto isto, os ricos ficam cada vez mais ricos, e os pobres continuam sendo celeiros de capatazes e operários. E ninguém dá a mínima para os lugares subdesenvolvidos.

Dentre as camadas mais pobres o percentual de jovens que entram em uma boa universidade ou que entram em um curso técnico é irrelevante, o que fará que se perpetue a pobreza nestes lugares. Aqueles que possuem uma mente privilegiada e foram achados ou aquele que de alguma forma conseguiu sobressair através da criação de um negócio próprio são muito poucos.

Cosmovisão do vulnerável

Uma das principais razões pelas quais acredito que os jovens da baixada fluminense não prosperam tem muito a ver com sua cosmovisão. Eles nasceram naquele meio, foram educados naquele meio, seus amigos são daquele meio, suas conversas são daquele meio, sua mente é condicionada aquele meio. Ele não tem a visão de como sair daquela condição. Não tem a motivação para sair. Não tem sequer estrutura emocional, familiar e social para sair. A partir desta afirmativa, acredito que seja necessário uma intervenção de fora em sua vida, uma vez que não terá capacidade para, sozinho, mudar o seu status quo. Sua visão limitada de mundo impedirá que ele possa procurar e até mesmo lutar por seus direitos.

Talvez alguém possa dizer: eu nasci na baixada e hoje sou bem sucedido. Ok, eu talvez também não possa reclamar, nascido em uma família extremamente pobre, eu consegui ter dois cursos superiores, um MBA, um mestrado e ainda um curso no exterior (USA). Consegui alguma projeção em grandes empresas, mas decidi pelo Ministério Pastoral. Tenho uma boa casa, um bom carro e uma situação financeira regular. Temos na baixada grandes e maiores exemplos do que eu. Mas, eu não sou medida para ninguém, e de qualquer forma, continuo pobre e morador da baixada fluminense, embora um pobre ‘melhorzinho’. Alguns destes jovens que sobressaíram vieram da classe melhorada da baixada, tiveram uma família equilibrada, ou tem uma mente privilegiada, ou tiveram uma baita sorte e hoje é um próspero empresário, um militar de carreira, ou um empregado bem sucedido. Estes casos são tão isolados que são quase inexistentes em um universo de tamanha pobreza.

A baixada fluminense é um lugar tão esquecido que ultimamente quase todos os lugares foram taxados como ‘área de risco’. Nem mesmo os Correios querem fazer entregas por lá, muito embora continuem cobrando taxa de entrega, ainda que o cliente tenha que dirigir-se ao Centro de Distribuição para pegar sua encomenda.

Precisamos de ajuda

Tivemos a algum tempo atrás o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). São João de Meriti recebeu cerca de 150 milhões em 2009. Neste tempo pudemos observar muitas obras sendo feitas. Se tivéssemos uma melhor fiscalização, talvez fossem melhores. O programa recebeu inúmeras criticas, eu mesmo sou um destes críticos. Porém, a cidade conseguiu realizar algumas obras de infraestrutura.

Olhando para a minha cidade e para o restante de toda a baixada fluminense penso que se não tivermos maiores investimentos de estrutura básica, nunca sairemos de onde estamos e de forma alguma conseguiremos criar oportunidades para que nossos jovens cheguem a algum lugar. Aos defensores do liberalismo fica a pergunta, como o liberalismo atuará para que os mais pobres de nosso país tenham oportunidades de disputar mercado e de se tornarem grandes empreendedores, militares ou empregados bem sucedidos? Como os adolescentes e jovens poderão deixar a sua condição de vulnerável para se transformarem em agentes de crescimento para a sua própria cidade?

Falar de justiça social não é coisa de partidarismo, é de humanidade, e sobretudo de humanidade cristã, mas ao que parece o público evangélico de classe média voltou a sua visão para si mesmo, tornando-se totalmente egocêntrica, abraçando o liberalismo e esquecendo totalmente das pessoas em estado de vulnerabilidade social. Este foi o mesmo erro da nação de Israel, pelo qual pagou muito caro, sendo levado para o cativeiro Assírio e Babilônico como bem expressaram o profetismo do Antigo Israel.

Precisamos de ajuda sim, São João de Meriti, Baixada Fluminense e muitos outros lugares de nosso querido Brasil precisam que sejam vistos, pensados, e ajudados a saírem da terrível condição que se encontram. Sem o apoio dos mais favorecidos e/ou do Estado, sem leis justas que contemplem o desfavorecido, jamais sairemos da condição de penúria que nos encontramos. Jamais seremos um lugar de oportunidades mais justas. Jamais sonharemos que nossos jovens terão, no futuro, alguma representatividade ou alguma parcela de contribuição para fazer de nosso lugar, um lugar mais justo para a próxima geração.

Não sou inocente para acreditar que uma boa condição social irá mudar o caráter das pessoas, se fosse assim, nossos políticos seriam homens de caráter, mas uma grande parte são bandidos, alguns deles sem nenhum escrúpulo, que roubam até dinheiro de merenda, aposentados e doentes. Mas, apesar de não mudar o caráter, irá oferecer uma dignidade. Quem sabe se com a dignidade não começamos a gerar uma nova mentalidade de justiça social em nossa nação.