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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Destiduindo-se das armas do passado


(João 18:10)
Esta passagem narrada por João ocorreu durante os momentos finais de Jesus com os seus discípulos no Getsêmani. Ele estava orando quando os soldados chegaram para prendê-lo. Este momento foi de forte estresse para os seus discípulos, que ficaram apavorados com a situação. Cada um de nós tem uma forma diferente de agir em meio à pressão. Certa vez uma amiga nossa disse que se fosse assaltada iria ficar com tanto medo que iria desmaiar, mas, quando isto aconteceu ela bateu no bandido que teve que correr dela. Aquela experiência mostrou que ela ainda não se conhecia totalmente. Há certas atitudes que tomamos em momento de estresse que nos mostram quem somos nós realmente.
Pedro tinha um gênio muito forte, dono de uma personalidade marcante e dúbia. Ao mesmo tempo era ajudador e meigo, também era impulsivo e bruto. Em nossa igreja tínhamos um administrador que se chamava Ciro, se você o conhecesse teria uma boa idéia de como pode acontecer isto. Ele era todo sisudão, brancão e quando se irava, ficava mais vermelho do que tomate maduro, coisa que acontecei facilmente, entretanto tinha um coração de ouro. Tudo o que se precisava dele estava sempre pronto para servir. Assim era Pedro.
Malco, o servo do sumo sacerdote, estava no lugar errado na hora errada, ele era apenas um servo cumprindo ordens. Ele foi enviado junto com outros servos e soldados para prender a Jesus. Ele não tinha escolha, tinha que cumprir sua missão.
Pedro, por outro lado tinha outra escolha, mas ao ver o seu mestre em perigo agiu com a emoção, pegou sua espada e golpeou a Malco arrancando a sua orelha sem dó nem piedade.
O que levou Pedro a tal atitude? Sua índole. Aquele era Pedro, que mesmo após a sua conversão ainda carregava suas armas do passado. Não apenas a espada, mas a ira, a raiva, a falta de compaixão, a impiedade, a falta de amor ao próximo. Aquela atitude mostrou a personalidade e o caráter de Pedro que precisava ser corrigida.
Talvez este também seja o seu caso, gostaria de conversar sobre alguns princípios que podem te ajudar a destituir-se das armas do passado?

1. Conheça a si mesmo.
Quem sou eu? Até aquele momento Pedro ainda não se conhecia. Ele ainda estava seguindo a Jesus, mas, não tinha a sua vida transformada. Ainda não havia encontrado o verdadeiro cristianismo. Dentro de si só havia rancor, ira, raiva, intolerância e muitos outros sentimentos maus.
Algumas vezes presenciei situações lamentáveis de pessoas liberando toda a sua ira sobre outras pessoas. Uma desta vez foi um diácono que se aborreceu com o pastor da igreja e no meio da assembléia começou a esbravejar querendo partir para cima do pastor. Aquele homem era um excelente diácono até aquele momento, um evangelista de bom coração, mas, no momento de estresse profundo ele não segurou aquilo que estava dentro de si. Aquele homem ainda não se conhecia ele ainda carregava armas do passado sem se dar conta disto. Assim foi Pedro naquele fatídico.
Malco, por outro lado foi a sua vítima, foi a pessoa a quem Pedro encontrou para derramar toda a sua ira incontida do velho homem. Quando carregamos coisas ruins do passado sempre haverá um ou mais Malco, em um momento inoportuno de nossas vidas, para descarregarmos a nossa ira, para atacarmos sem piedade, para arrancarmos a orelha com uma espadada. Para ser maltratado, humilhado e moído por nossa ira. Por que ainda carregamos armas do passado e às vezes nem nos damos conta disto.
Você precisa se conhecer, conhecer suas fraquezas e seus pontos fracos. É preciso saber quais armas você ainda carrega para livrar-se delas. A melhor maneira de iniciar este processo é fazendo uma auto análise de suas atitudes. Como você tem tratado ao seu semelhante, quais têm sido as suas atitudes para com o seu próximo?

2. Reconhecendo que estas armas não são mais suas.
É interessante pensar que Pedro já tinha vários anos como discípulo direto de Jesus, mas ainda carregava uma espada. Será que Jesus não sabia disto? Óbvio que sabia, afinal, eles andavam juntos para todos os lados, seria praticamente impossível esconder uma espada. Então, por que não se importava? O fato de Jesus saber e permitir que Pedro ainda carregasse uma espada não quer dizer que ele não se importava, ao contrário, ele se importava e muito. Mas, tem coisas em nossas vidas que nós mesmos temos que tirar. É preciso esperar o tempo certo para ensinar certas coisas. Jesus tinha uma didática excepcional de ensino. Seus ensinamentos jamais eram esquecidos. Ele utilizava os momentos certos para fazê-lo. Pedro jamais se esqueceria daquele momento fatídico.
Tive muitos discípulos. Pessoas que treinei de perto. Há muitas coisas na vida de nossos discípulos que não gostamos. Mas, há coisas que não temos como ensinar, é preciso esperar a hora em que uma ‘arma’ escondida irá evidenciar-se por si, e este será o momento para ajudar a própria pessoa a desarmar-se. Há muitas armas do passado que carregamos conosco mesmo após a nossa conversão: São antigas respostas, antigas formas de agir e reagir, que não condiz mais com a proposta de Jesus. Coisa do tipo: “se mexer comigo...” Você precisa desfazer-se destas armas.
Depois daquele incidente, nunca mais se ouviu dizer que Pedro teve uma espada. Foi preciso um Malco na vida dele para que ele pudesse arrancar a orelha, ver o sangue jorrar e escorrer pelo chão, para modificar a sua vida. Para sua sorte, Jesus estava presente e pode colar a orelha do homem no lugar. Mas, nem sempre isto irá acontecer. Há coisas que fazemos que não podem mais ser modificadas. Pedro reconheceu que aquela espada não era mais a arma que deveria usar. A partir daquele momento as suas armas seriam espirituais.

3. Tomando posse de novas armas.
Após aquele incidente Pedro fugiu. A pressão foi muito grande. Em geral, temos a tendência de fugirmos depois de uma explosão causada por um forte estresse. Pedro arrancou a orelha de Malco. Depois que Jesus o repreendeu, caiu a ficha. Mais tarde o olhar de Pedro encontra o olhar de Jesus, e a sua compaixão invade a sua alma. Tantas palavras em um só olhar. Depois daquele evento terrível, Pedro repensou e reorganizou toda a sua vida. Ele modificou toda a sua forma de agir e de viver.
Certa vez tive que tratar de um problema em nossa igreja onde havia um agressor e um agredido. É interessante, quando entendemos a graça de Deus, notamos que ambos precisam de suporte espiritual e mudança. Tanto o agressor como o agredido tinham suas razões e certezas. Ambos estavam certos aos seus próprios olhos. Mas, aos olhos de Jesus, havia um tratamento diferenciado para cada um deles. Cada um deles foi tratado conforme a sua necessidade e ambos permaneceram na igreja. Há uma tendência no ser humano de se sensibilizar com o agredido e expelir o agressor. Talvez, se o evento fosse em outro lugar o agressor teria sido execrado, mas, não é desta maneira que a graça de Jesus age. Ela tem o tratamento certo para cada um de nós.
Jesus não descartou Pedro mesmo depois daquele erro enorme. Jesus tratou tanto de Malco, que teve a sua orelha colada novamente no lugar como de Pedro. A tradição diz que Malco mais tarde converteu-se e tornou-se um grande cristão. Jesus tratou tanto de um como de outro. Todos os dois necessitavam da graça de Cristo em suas vidas para serem transformados. Se Jesus tivesse abandonado Pedro à sua própria sorte, haveria esperança para aquele homem bruto? Talvez não.
Pedro aceitou o tratamento e desfez-se de sua antiga espada, aquele objeto já não lhe pertencia mais.

Conclusão
Há armas que você carrega que não pertence ao tempo que você está vivendo agora. Agora você é uma nova criatura criado em Cristo Jesus para boas obras, não tem mais que ficar carregando armas letais contigo. O apóstolo Paulo, que também foi transformado pela graça de Cristo nos exorta dizendo que “as armas de nossa milícia não são carnais, mas poderosa em Deus” (II Cor 10.4).
Talvez você ainda esteja usando armas destruidoras para defender-se ou defender o que você acredita. Então você precisa destituir-se delas. Depois daquele incidente, Pedro notou que não poderia mais ser o mesmo. Iniciou-se então um tempo de quebrantamento em sua vida, e o passo seguinte foi a reedificação de sua vida.
Se você ainda carrega com você um destes sentimentos: Rancor, raiva, ira, ressentimento, inveja, contenda, vingança... mas, quer deixá-los, faça como Pedro, abandone estas armas e cofie tão somente nas armas que o Senhor Jesus te dá. Tudo começa no quebrantamento, quando olhamos para dentro de nós mesmos e percebemos que somos pessoas más e necessitamos da graça salvadora de Jesus para nos libertar da maldade de nosso coração e da impiedade deste mundo.
Jesus pode libertar você, desde que você o queira e aceite a sua graça libertadora sobre sua vida. Clame por isto, reconheça que é uma pessoa má e que precisa de perdão e absolvição do Pai. Olhe para dentro de si mesmo, faça uma auto-análise, repense seus atos e atitudes do passado, tenha nojo dos momentos infelizes de sua vida, e peça ao Senhor para te ajudar a livrar-se das armas que você utilizava para destruir pessoas, atacá-las e aniquilá-las ou mesmo para defender-se cortando orelhas.

2 comentários:

  1. Quando nos começarmos a viver Jesus em vez de seguir modelos de Cristianimos vamos enteder a profundidade desta palavra revelada.
    Deus não deu um modelo e sim uma Vida a ser vivida e seguida Jesus..

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  2. Que mensagem abençoada PR

    Sergio rosa que Deus continui abençoando o seu ministério.

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