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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Pensando em felicidade. O que te deixa feliz?


I Tessalonecenses 5.16
Eu assisti a um vídeo muito interessante[1]um tipo de debate light entre três filósofos: Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e Mario Sergio Cortella. Cada um deu o seu parecer sobre a felicidade. Cada um deu o seu parecer sobre a felicidade que vale a pena pensar. Pensar não no sentido de tomar tudo como verdade, mas pensar no sentido de uma análise crítica entre o que eles pensam e a realidade de nossas vidas.

Segundo suas próprias definições de si mesmos:
O Pondé é um filósofo ateu fascinado pelo Deus da Bíblia.
O Karnal é um ex-católico jesuíta que abandonou o catolicismo e hoje declara-se ateu.
O Cortella um teólogo/filósofo católico não praticante.
Homens de mentes brilhantes, professores reconhecidos no Brasil e no exterior, de conhecimento filosófico profundo, e grande sabedoria. Cada um com a sua concepção que eu respeito.
Ouvindo o bate papo deles me lembrei deste texto de Paulo escrevendo aos Tessalonecenses, e baseado nesta palavra do apóstolo Paulo e nas palavras deste homens citados, gostaria de discorrer neste tema: Felicidade. O que te faz realmente feliz? Anotei quatro coisas que muitas pessoas buscam para se sentirem felizes.
1. Sexualidade livre - O Leandro Karnal testemunhou que durante um tempo ele buscou nesta prática a felicidade. Mas, no final ele diz que só encontrou vazio e por isto verificou que não existe felicidade nisto.
Paulo denunciou várias vezes a sexualidade livre, ele chama de depravação moral ou licenciosidade. Paulo não condenava o sexo, mas o seu mau uso. Sexo não foi e nunca será pecado, mas há um bom motivo pelo qual Deus estabeleceu limites. As pessoas compulsivas por sexo tem nisto uma obrigação, um vício, e não mais um prazer que as deixam felizes. Esta é a razão pela qual vale a pena seguir as orientações divinas.
Lembro de um cantor famoso. Eu era fã dele. Adorava suas músicas. Ele dizia que curtia toda a forma de ‘amor’. Na época, morreu de AIDS, muito jovem, não havia ainda tratamento.
A sexualidade livre não tem como dar certo. As consequências são muitas, que vão desde a doenças venéreas, gravidez indesejada, a problemas emocionais. As mulheres, neste caso, levam maior prejuízo.
2. Dinheiro – O iluminismo trouxe consigo para a América o otimismo, a crença de que tudo tende para melhorar. O capitalismo nasce dentro deste pensamento. A partir deste tempo que começamos a ter o desejo de ganhar cada vez mais dinheiro, e obter cada vez mais coisas, e que isto irá nos trazer felicidade. Este é um pensamento implantado. Antes disto, tirando a nobreza, as pessoas comuns não tinham esta pretensão. O prazer delas era somente trabalhar. Para que o capitalismo desse certo, foi preciso criar a sensação de prazer em coisas supérflua, para que as pessoas consumisse o que não precisasse e desejasse o que não tinha real importância. Nasce assim a obsessão pelo que o dinheiro poderia conquistar.
Um caso que ficou muito conhecido no Brasil foi o da Suzane von Richthofen, que matou os pais para ficar com a herança. Algo macabro, maligno, perverso. Ela tinha 18 anos quando cometeu o crime. O resultado é que foi condenada a 39 anos de prisão.

Outro caso que ficou também muito conhecido foi o das malas de dinheiro que foram descobertas no apartamento que seria usado por Geddel. Cinquenta e um milhões de Reais. Será que esta fortuna vale a liberdade?
Paulo escrevendo para o jovem pastor Timóteo afirma que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (I Tm 6.10). Não é o dinheiro em si, mas fazer tudo para alcançá-lo, colocando-o como coisa primeira em sua vida. Este caminho só leva a solidão e morte.
3. Drogas – O Pondé cita um romance russo onde de uma mulher adúltera, que no final do livro se mata se jogando debaixo de um trem. Ele faz uma análise de que as pessoas vivem com amarras, e é preciso libertar-se destas amarras para que possam experimentar a felicidade. Eu pensei nos artistas que experimentaram todo o tipo de coisas e no final morreram de overdose, solitários e tristes. Então, soltar as amarras não leva ninguém a felicidade. Uma âncora de um navio nem sempre é para deixá-lo parado, mas talvez seja para protegê-lo de ir para as pedras.
Whitney Houston, uma das vozes mais lindas que eu já ouvi, em uma época que negros ainda lutavam para conseguir um espaço entre os famosos, se destacou com muita propriedade. Ganhou rios de dinheiro. Mas, era completamente infeliz. Morreu sozinha e drogada.  
Paulo escreveu: “Não vos embriagueis com o vinho, que leva a libertinagem, mas enchei-vos do Espírito”. A Bíblia não fala sobre drogas, porque isto é um problema pós moderno, mas ele fala sobre o entorpecimento pelo vinho, que dá no mesmo. Não existe felicidade nas drogas, sejam elas licitas, como o álcool, ou ilícitas como maconha, cocaína, extase, crack, etc..
4. Poder – Eu fico fascinado com o posicionamento político de Jesus. Se ele vivesse hoje ele seria de esquerda ou direita. Vamos ver, quem representava a esquerda e direita nos tempos de Jesus? Representado a direita haviam os fariseus que eram religiosos e cumpridores da lei, à extrema direita os saduceus, que lambiam as botas de Roma o tempo todo. Á esquerda havia os zelotes, que queria a libertação política da Judeia, e à extrema esquerda haviam os sicários que lutavam agressivamente contra Roma, inclusive com armas, eles escondiam punhais em suas roupas, e matavam romanos, e depois se escondiam na multidão. Do lado de quem Jesus ficou? A qual partido ele defendeu? Nenhum! Mas, a igreja hoje acha que tem que apoiar um candidato. Acha que a igreja precisa de um protetor político. Como pudemos regredir tanto?
O próprio Jesus afirmou: o meu reino não é deste mundo. Jesus poderia ter desbancado o império romano e assumido o trono, mas, ele não quis. Quem desejou todo o poder desta terra foi o diabo e o ofereceu a Jesus. “Tudo isto te darei, se prostrado me adorares”.
Conclusão
Eu achei fascinante a conversa daqueles homens, a preocupação em se debater sobre o que é felicidade. Acredito que isto é algo que deve ser bem pensado, porque o que era felicidade para Paulo, quando ele disse “Regozijai-vos sempre”? Ele estava preso em Roma, fracassado profissionalmente, porque ele trabalhava para o sinédrio, caçando cristão. Agora ele se converteu ao cristianismo, perdeu o emprego. De perseguidor passou a ser perseguido. Foi surrado várias vezes, foi preso, expulso de vários lugares por líderes religiosos. O seu prazer era pregar o evangelho. A sua alegria era ver as conversões de pessoas a Cristo.
Não estou dizendo que você tenha que ser como o Paulo, aquela foi a experiência dele, mas você precisa reavaliar quais são as coisas que de fato te trazem felicidade. Eu não consigo pensar em um conceito de felicidade momentânea, algo que possa te deixar muito feliz agora, mas, que daqui há algum tempo vai te arrebentar ou arrebentar a alguém. Se não eu defenderia o sexo livre, homossexualidade, drogas, adultério, bebidas, e corrupção.
Eu penso na felicidade como sendo um caminho pelo qual se vai, e não um lugar onde se chega. Quando você está no caminho certo, aquilo te causa alegria e prazer. Embora durante o percurso, haja clímax de felicidade nas pequenas coisas belas da vida. Coisas como uma boa notícia, um bom resultado, um abraço de uma criança, uma flor que desabrochou, uma doença que foi curada, um negócio fechado.. essas e outras coisas são apenas clímax esporádicos, e não a felicidade, que não é um lugar, mas um caminho.
Penso que este caminho é Deus. Não consigo absorver um outro caminho que possa me trazer o equilíbrio necessário, a força, a concentração, o bom estado de espírito, que não seja Deus. E acredito que é isto que Paulo está dizendo. Quando estamos em Deus, estamos no caminho da felicidade, e isto não quer dizer ausência de sofrimento ou que tudo vai dar certo, e que você vai vencer tudo. Haverá lágrimas, dor, choro.. mas, este caminho em Deus nos leva a superar todas estas coisas. E é por isto que Paulo vai dizer: Posso todas as coisas, naquele que me fortalece.
[1] https://www.youtube.com/watch?v=moEOzYZjS8M

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Por Ele e para Ele


Colossenses 1.16
 Você foi criado com um objetivo, pode ser até que você não saiba disto ou mesmo não aceite, porém, o fato é que você foi criado para a glória de Deus. Por esta razão é que você muitas vezes se sente deslocado, faz várias coisas e não vê sentido na vida. Isto ocorre por que você está fora daquilo para o qual foi criado.
Você já deve ter ouvido a expressão “se sentindo como um peixe fora d`água”. Pois é, um peixe poderia se rebelar e dizer, eu já estou cansado de viver nesta água. Tantos animais vivem na terra. Vou sair desta água e andar como os demais. Se ele pudesse fazer isto, ele morreria rapidamente, porque água é o seu habitat natural.
Longe de Deus morremos aos poucos. Isto ocorre porque o nosso habitat natural é o reino de Deus. Ele nos criou por ele e para ele. Não somos obrigados a viver em sua presença, porém, fora dela, nós simplesmente morremos.
Diante desta afirmativa que queria pensar um pouco com você sobre toda a criação de Deus, até chegarmos ao seu propósito.
1. Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1)
A bíblia começa com o relato da criação de todas as coisas. O primeiro versículo da bíblia conta que Deus criou os céus e a terra.
Eu lembro de uma vez eu tentei construir um aeromodelo. Um amigo havia me ensinado como fazer um com varetas e papel fino. Ele tinha um sistema de propulsão a base de elástico, tipo estes brinquedos a corda. Nós girávamos e depois soltávamos a hélice, que girava em sentido oposto. Levei um tempão, construindo aquela coisa. Mas, no fim, não funcionou muito bem. Eu tinha cerca de 14 anos. E naquele tempo eu descobri como é difícil você criar alguma coisa.
Não foi fácil construir todas as coisas. Cada detalhe, cada cor, cada espaço. Criar todo o universo e estabelecer leis, como a lei da gravidade em toda a sua perfeição, deu muito trabalho, e Deus levou cerca de seis dias nesta construção. Não sabemos o que quer dizer exatamente estes seis dias. Porém, o fato é que tudo o que existe foi criado por Deus.
2. Deus criou a você (Gn 1.27)
Depois de haver criado todas as coisas, faltava a obra de sua criação, o homem e a mulher. Deus criou a ambos e ordenou que eles procriassem e enchessem a terra. Homem e mulher os criou.
Assistimos a um filme, eu e minha amada esposa, sobre uma robô, que era muito semelhante ao homem. Ela era perfeita, e fazia coisas com uma precisão impressionante. Fez uma cirurgia no cérebro de uma paciente com êxito maior que os melhores médicos. Porém, ela queria entender o que é se apaixonar. Ela achou tudo completamente ilógico e não conseguir compreender algo que é natural no ser humano.
Por mais que o ser humano tente recriar algo parecido com o ser humano, sempre ficará completamente distante da obra da criação de Deus. Deus fez o ser humano com todas as suas complexidades que não compreendemos. O ser humano é a coroa da criação de Deus.
3. Deus nos criou para um propósito (Ef 1.12)
Deus fez a terra para que fosse nossa morada. Criou a natureza, para que retirássemos dela todo o nosso sustento, e nos fez com um proposito bem definido. Nós fomos criados por ele e para ele. Fomos criados pelo seu amor para o louvor de sua glória.
Teve uma vez que eu vi Rosana tentando bater um prego com um soquete. Não deu muito certo, o prego ficou meio frouxo. Eu peguei o martelo, e preguei devidamente. O que aconteceu ali? O soquete, embora tenha servido para pregar, não é a ferramenta adequada. O martelo sim foi feito com um fim específico, pregar. Você pode utilizá-lo para outras coisas, porém, é para pregar que ele serve.
Conclusão
Todas as coisas que existem nos mostram que um ser muito poderoso esteve por trás desta maravilhosa obra. É impossível que tudo isto fora criado por um acidente cósmico. É inadmissível achar que somos frutos de uma coincidência. E um absurdo acreditar na existência do infinito, sem crer que exista uma ligação entre o infinito e o finito.
Deus é a resposta para todas as perguntas existenciais do ser humano. É para ele que nós fomos criados. Foi por ele, que fomos formados. E o nosso proposito é o louvor de sua glória. Longe de Deus, nos sentimos perdidos e sem esperança. Fica como se algo estivesse fora do lugar. Em Deus, ainda que tenhamos muitas questões, nos sentimos seguros.
Estar em Deus não quer dizer que todas as suas dúvidas serão sanadas. Certamente você ainda terá muitas perguntas. Porém, aquele sentimento terrível de vazio e desesperança irá diminuir, e na medida que você exercitar a fé, e aproximar-se mais do criador, esta desesperança irá sumir completamente.
Deus já fez tudo o que ele tinha que fazer, agora, só falta você fazer a sua parte. Aproximar-se dele, viver por ele e para ele. Ter a Deus como a coisa principal da sua vida. Ter a Deus como lugar de honra. Não como algo a ser usado por você. Mas, como alguém com quem você deseja relacionar-se por toda a eternidade. Se você entende isto e deseja fazer uma decisão de andar com Deus, no seu coração diga: Senhor eu te quero. Me aceita em sua presença. Eu quero viver por ti e para ti.

sábado, 7 de setembro de 2019

O fariseu e o publicano observado através da lente da lei e da graça


Lucas 18.9-14
Quando cheguei aos 44 anos comecei a ter dificuldades de enxergar de perto. A cada ano o grau aumenta e é preciso trocar as lentes dos óculos para enxergar melhor. Já usei óculos para miopia, mas ela retrocedeu e hoje só tenho problemas com hipermetropia, dificuldades para enxergar de perto. O remédio para isto é a utilização de óculos.
Através da lente correta, aquilo que era desfocado, passa a ter uma imagem nítida. Lente é um objeto que nos possibilita enxergar melhor. Sem ele, eu não poderia ler nenhum livro, nem mesmo a minha bíblia de letra extra gigante eu não consigo enxergar.
No primeiro sábado de maio é comemorado o dia Batista de Ação Social. Neste dia, trazemos aqui vários atendimentos sociais, dentre eles, trazemos um optometrista, que é o profissional que faz o exame para medir nosso grau. Todo ano eu faço. E ele me coloca para ler aquelas letrinhas e vai trocando as lentes até achar uma que me faz enxergar melhor. Ele vai perguntando: essa é melhor? Então, ele continua testando outras lentes até achar a correta. Aquela que me faz enxergar nitidamente.
Gostaria de te convidar a examinar a parábola do fariseu e o publicano através de duas lentes: a lente da lei e a lente da graça. Vamos verificar através de qual das duas conseguimos enxergar melhor a vontade de Deus para as nossas vidas.
1. Primeiro vamos verificar a lente da lei (v. 11-12)
Jesus estava contando uma parábola. Antes de qualquer coisa, precisamos saber para quem Jesus estava contando esta parábola. As parábolas de Jesus tinham a intenção de confrontar o ouvinte consigo mesmo. Neste confronto alguns se convertiam, outros ficavam irados, e outros fingiam que não entendiam o que Jesus estava dizendo. Quem estava sendo confrontado? Lucas 17.20 responde a esta pergunta: “Interrogado pelos fariseus..”. Os fariseus eram os caras mais certinhos do Novo Testamento. Eles eram homens altamente religiosos. Eram os guardiões e interpretes da lei de Deus. Aqueles responsáveis em manter as tradições religiosas e o ensino. Eles conheciam profundamente a Torah, o Antigo Testamento, jejuavam e frequentavam a sinagoga regularmente.
Lembro de uma amiga nossa, ela nos contou que, quando criança, ela morava em uma fazendo com a família. Certa vez, ela pegou um pintinho para tomar conta, e torceu o pescoço do bicho até ele morrer. Daí, ele ficou quietinho, então ela disse que havia colocado ele pra dormir. Em sua visão distorcida de criança, ela pensou que estava fazendo uma coisa boa.
Os fariseus realmente achavam que estavam fazendo algo bom. Eles se sentiam fazendo a vontade de Deus. Achavam que o que faziam os aproximava de Deus. Eles tinham uma visão distorcida da vontade de Deus, porque estavam utilizando a lente errada. Eles estavam tentando enxergar a vontade de Deus a partir da lente da lei. Acreditavam que uma obediência superficial e exterior da lei de Deus era suficiente.
Jesus, então, conta esta parábola sobre os dois homens que subiram ao templo para orar. O primeiro é identificado como fariseu e o segundo como publicano.

O Fariseu representa a lente da lei – a obediência aparente à lei os fazia pensar que estavam fazendo a vontade de Deus. Os fariseus pensavam que se fizessem tudo aparentemente certinho, estava quite com Deus. Por isto, na parábola, ele ora dizendo: “eu não sou como os demais homens, corruptos, injustos e adúlteros e muito menos como este publicano..” Não havia problema no que ele estava fazendo. Tudo aquilo era bom. E até melhor do que a lei, que ordenava jejuar uma só vez na semana.
Jesus não está condenando o que ele fazia, mas mostrando que não adiantava ele fazer aquilo só de exterior.
2. Segundo vamos verificar a lente da graça (13)
O Segundo personagem desta parábola é o publicano.

O Publicano representa a lente da graça – a desobediência à lei o fazia pensar que não estava fazendo a vontade de Deus. E de fato não estava. Ele era um tipo de ‘traira’ de sua nação. Os publicanos trabalhavam para Roma na função de coletores de impostos dos judeus. Eles oprimiam o povo com altas taxas, e por isto eram odiados. Quando ele chega ao templo orar, ele tem noção clara de quem ele era. E ele abre o coração para Deus: “tem misericórdia de mim Senhor, porque sou pecador”. Jesus diz que ele saiu dali justificado.
A graça nos mostra quem realmente somos. Ela descortina todo o nosso ser. Esta parábola mostra que não adianta você querer aparentar para Deus quem você na verdade não é. Ele não se deixa enganar. Não esconda quem você é atrás de uma religião. A graça é uma chamada ao arrependimento, um convite à transformação.
Conclusão
Diante da graça importa o que verdadeiramente o que você é, e não quem você aparenta ser. De nada adianta um teatro religioso diante de Deus. As suas ações diante de Deus são medidas por quem você verdadeiramente é. Por isto Jesus condenou os fariseus por querer entregar uma esmola e se aparecer (Mt 6.2). Os fariseus só se preocupavam com a aparência. Eles queriam aparentar algo que na verdade não eram, isto se chama hipocrisia.
Às vezes precisamos parar, meditar, orar, e nos perguntar se não existe nada de errado com a nossa religiosidade. É preciso uma reflexão pura e sincera a partir da lente da graça. Aquela que nos despe completamente, aquela que nos faz enxergar quem realmente nós somos.
O apóstolo Paulo diz: “Examine-se pois o homem a si mesmo”. Este autoexame só é possível através da lente da graça. Olhamos para dentro de nós e conseguimos ver o que realmente tem dentro. Através deste diagnóstico lutamos para retirar aquilo que sabemos que está errado. Se tentarmos nos examinar pela lente da lei, corremos o risco de tentar nos absorver. Afinal, se ninguém viu, então, não há quem me condene.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A solução encontrada para o caos é matar, matar e matar


Vou contar uma estorinha bastante real a respeito de nosso Brasil e brasileiros:
A origem de nosso País é de fato curiosa. Fomos 'achados', digo, não o povo, mas a nossa terra, pelos europeus, com a finalidade de extrair toda a riqueza aqui encontrada. Porém, acharam uma riqueza ainda maior do que o próprio ouro: uma terra boa para plantar, um clima maravilhoso e índios. Logo, todos se apaixonaram por esta terra que mana leite e mel.
Era preciso mão de obra para plantar e colher, desta forma, foram escravizados os índios. Há um pensamento popular que diz que índio não foi escravo porque não gostava de trabalhar.. kkkkkkkk.. pobre ingenuidade. Milhares e milhares de índios foram moídos na 'fabricação' do Brasil. Como os índios não foram suficientes, então, os empresários vendedores de negros surgiram com a opção de trazer os negros da África. Sequestra-los de seu continente para trazê-los para cá. Tribos inteiras foram destruídas para sustentar a mão de obra da cana de açúcar e os cafezais. Colonos enriqueceram muito com esta atividade produtiva. Alguém disse que isto seria bom para o Brasil. Afinal, ele seria o número um de exportação.
Depois de um tempo, um louco disse que isto era cruel, e lutou contra a escravidão. Um grupo de brancos ricos havia aprendido em suas igrejas que negros não tinham alma, eram semelhantes a animais, e por isto, deveriam ser tratados como animais, eles apenas pareciam com gente. Por esta razão lutou contra a libertação dos negros. Outros disseram que se libertarmos os negros o Brasil quebra, porque precisamos de mão de obra barata para concorrer no mercado mundial. Fato é que, depois de guerras sangrentas, chegou a tão sonhada libertação. No Brasil a famosa e tardia Lei Aurea foi muito comemorada entre os negros. Mas, o que aconteceu? No dia seguinte os patrões colocaram pra fora de suas fazendas os negros velhos, mulheres, desobedientes, dentre outros. Contrataram os negros melhores por uma ninharia, porque não havia leis trabalhistas. Era a famosa LIVRE NEGOCIAÇÃO entre patrões e empregados. Tudo o que o negro consumia tinha que pagar. Para onde iriam os negros? Onde eles iriam morar? o que eles iriam comer e vestir? Se você tem algum coração, certamente, dá vontade de chorar só de pensar.
Deixa-me voltar só um pouquinho atrás, nos indígenas. Os brancos viram as lindas índias negras e copularam com elas. O que nasceu foram os chamados filhos da ninguendade, não eram brancos europeus e nem pertenciam a tribos indígenas, e nem tão pouco eram negros. Esta mistureba começou dar inicio a nossa raça, se é que temos alguma. Somos mestiços, misturas de escravos com o pior tipo de gente que veio da Europa. Foi dado liberdade a presos condenados que quisessem vir para o Brasil e prostitutas. Com a libertação dos negros, agora expulsos das fazendas, para onde iriam?
Começa assim a surgir as favelas, aquele amontoado de gente desprezada pelos mais ricos. Filhos de gente que só sabia fazer uma coisa, trabalhar de sol a sol. Os antepassados sabiam pescar, caçar, viviam em tribos, tinham uma identidade. Esta geração, não sabia sequer pensar. Eles não eram nada, não eram ninguém. Não tinham mais cultura, nem história. Eles foram amontoados como uma coisa desprezível qualquer, esquecidos pela sociedade, tiveram que dar o seu jeito. Alguns, como os meus avós, de alguma forma conseguiram uma terrinha, e conseguiram sobreviver. Outros foram aliciados pelo crime e não tiveram a mesma sorte de sair do caos.
Ano de eleição acontece. Um cidadão é eleito para governar o Estado. Este cidadão, junto com outros sem noção, querem cobrar ética e bons costumes destas pessoas. Só pode estar brincando. Quer que eles hajam como se tivessem recebido a melhor das educações. Escarnecem os chamando em tom de deboche de 'vitimas da sociedade'. O protótipo de burguesinho imbecil sequer tem noção do que está falando. Apenas repete como papagaio o que ouviu. conseguiu o seu lugar ao sol, e o resto é que se dane. Que matem todos estes que sempre viveram à margem da sociedade.
O problema está formado. O que fazer? Como resolver? Culpa-se a polícia pela crescente violência. O papel da polícia, segundo o delegado Helio Luz, era manter a favela longe do asfalto. Ou seja, desde que eles se matassem por lá, estava tudo certo. O que eles não podiam era descer a favela para perturbar a paz do asfalto. Esta gente começou a criar a sua própria lógica de vida. A quem eles iram respeitar mais, à polícia que chegava atirando, metendo o pé nas portas dos barracos, esculachando os moradores, ou ao traficante que os tratava 'bem' pagava um bom dinheiro só pra ficar observando a polícia chegar, e fazer umas entregas aqui e acolá. Os melhores e mais corajosos, recebiam armas e mais dinheiro. Afinal, ele ali ganharia mais dinheiro do que qualquer trabalho poderia pagar. Com uma arma na mão, começou a sentir também que poderia combater a própria policia e grupos rivais que os oprimia. Com mais dinheiro e mais poder, se organizaram, e adquiriram armas pesadas, fuzis e até metralhadoras antiaérea, granadas e bazucas. Fizeram também alianças do seu submundo, com o poder.
Eles inventaram o seu próprio sistema. Muitos políticos vendo o poder de votos e de dinheiro se aliançaram a eles e os usam sem pudor algum. O 'novo' governo chega ao poder com promessas de concertar tudo. Ele olha para o caos formado, e tira uma fotografia. Interpreta a fotografia a partir de uma lente desfocada. A lente da 'justiça'. Que nada tem a ver com a Justiça. A receita para combater a crescente criminalidade é matar a todos. Agora de um lado ficam os policiais, que também, em sua maioria, são filhos de pobres. Pobres um pouco mais melhorados, como eu. E do outro lado ficam os filhos da ninguendade. Os que foram empurrados para o crime e viram nele a oportunidade de suas vidas. E de um outro lado obscuro, tem aqueles que realmente ganham dinheiro com tudo isto. Mas, estes moram no asfalto, em geral, usam terno e gravata. E se apresentam como homens de bem.
Diante da crise, quando a polícia mata um destes comemora-se como se tivesse feito algo para melhorar o País. Da mesma forma, quando se mata um policial, comemora-se como se tivessem ganho uma parte do que eles acreditam ser uma guerra. Mas, são apenas pobres matando pobres. Trata-se de um círculo vicioso, sem orientação alguma de vida, as mulheres pobres descobriram no sexo um dos poucos prazeres da vida. E assim elas dão a luz igual a um coelho. E quanto mais se mata bandidos, mais nasce novas crianças que ocuparão aquele lugar deixado por um jovem filho da ninguendade. E, quanto mais se mata policiais, mais há jovens querendo ingressar nesta carreira. O perigo é grande, mas com tanto desemprego, não dá pra escolher muito.
Continuem apenas matando, continuem apenas partilhando a riqueza desta linda terra entre os mais 'nobres' brancos. Continuem usando os filhos da ninguendade como objetos ou peças de máquinas. Continuem criando leis injustas. Continuem acabando com as poucas leis trabalhistas de proteção ao pobre. Continue abandonando esta gente à sua própria sorte. Tragam de volta a livre negociação entre patrões e empregados. Continuem fingindo que não existe um difícil problema a ser resolvido. Continuem os culpando de não quererem nada, serem preguiçosos ou burros. Afinal, você conhece um exemplo de um negro favelado bem sucedido, portanto, quem não é bem sucedido é porque não quer. Continuem com fórmulas simples: Matar, matar e matar.
E depois de matar rezem pela alma deles, pedindo a Deus para que os receba em sua presença. Como se por um passe de mágica, eles passassem a ser bonzinhos. Assim, talvez você enganar a si mesmo para dormir em paz. Eles não são bonzinhos. Muitos foram transformados em monstros. Se deixaram levar pelo ódio e ganância. Para estes, talvez não exista outra solução, irão mesmo morrer, seja nas mãos do tráfico ou da polícia. Mas, para os que ainda estão se formando, talvez possa ser dado a eles uma outra alternativa, se não a sentença de morte ou a continuidade do desprezo. (Sergio Rosa)

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

EU ESCOLHO DEUS!


I Reis 18.21 

Uma emissora de TV passou recentemente uma novela baseada na história da rainha Jezabel. A princesa persa que se casou com um rei hebreu. Deus havia ordenado que o povo hebreu não se casasse com pessoas de outros povos. Deus sabia o problema que isto daria, e por isto proibiu. Mas, o rei Acabe desobedeceu a ordem divina e casou-se com a princesa.

Aquele casamento era uma estratégia para fortalecer reino de Acabe, fazendo aliança com a Fenícia. Porém, quando você faz uma aliança com uma ou mais pessoas, ocorre uma troca de valores entre os envolvidos. Jezabel era idólatra, ela servia ao deus baal. Logo, Acabe acabou corrompendo-se e adorando àquela divindade.

O casamento de Acabe com Jezabel levou Israel a enfrentar uma forte crise espiritual. As pessoas estavam adorando a Baal e a Deus. Nesta ordem. Baal havia se tornado o centro das atenções dos israelitas. Baal era considerado o deus da fertilidade. A rainha Jezabel, esposa do rei Acabe, era devota de Baal, e levou a nação inteira, inclusive ao rei, a adorar a Baal. Ela colocou esta entidade como o principal deus de Israel. Os seus cultos eram promovidos através das chamadas prostitutas cultuais. O que levou a nação a uma licenciosidade jamais vista.

Elias desafiou ao povo a escolher a quem efetivamente eles queriam servir, se a Baal ou a Deus, o que eles não poderiam fazer era ficar coxeando entre os dois. Porém, o povo somente ouviu sua mensagem, mas não disse nada. Eles estavam inclinados a continuarem da mesma maneira. Eles queriam ir aos cultos, ouvir o pastor pregando, participar das programações, praticando todo o pecado, sem tomar nenhuma decisão. Elias mostrou para eles que isto não seria possível, era preciso tomar uma decisão, fazer uma escolha entre Baal e Deus.

Elias queria abrir os olhos daquelas pessoas, para que elas escolhessem a Deus. Mas, o que significa escolher a Deus?

1. Escolher a Deus é abrir mão de outras possibilidades

Imagina se uma pessoa assume um compromisso com você, mas está aberto a outras possibilidades. O que você faria? Você confiaria em alguém que está contigo, mas tem interesse em conhecer outras pessoas? Certamente você daria um fora nesta pessoa.

Elias estava dizendo exatamente isto para aquelas pessoas, eles não poderiam jamais adora a Deus e a baal. Baal simboliza o mundo e tudo o que nele há. Portanto, um relacionamento sincero com Deus existe abrir mão de outras possibilidades.

Outro dia eu li uma estória que na África caçadores põem um punhado de arroz dentro de um buraco apertado de uma árvore. O macaco enfia a mão pra pegar e quando tenta tirar a mão, não consegue. Bastaria ele abrir a mão para se livrar, mas, ele não o faz. Ele prefere perder a vida do que abrir a mão.

Escolher a Deus é escolher a vida. É abrir mão do que está te levando para a morte, para ser conduzido para a vida eterna.

Quando realizamos uma escolha, precisamos abrir mão de outras coisas. Era o que Elias estava desfiando o povo a fazer. Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro...” (Mt 6.24).

Jesus é a melhor possibilidade que você pode escolher. Escolha andar com Jesus.

2. Escolher a Deus é optar pela fidelidade

Fidelidade é a base de todo relacionamento saudável. Quer seja amizade, trabalho, namoro, casamento, até mesmo pastoral. Fidelidade é o que se espera de quem está próximo a você. Fidelidade é o que Deus espera de cada um de nós que escolhemos a Deus.

Acredito que deva ter outras propostas com aparência mais atrativas do que Deus. Porém, nada se compara a Deus. Há coisas mais atrativas do que vir para a Igreja. Há teatros e shows com musica melhor que a nossa. Há palestras motivacionais, melhores do que os sermões de domingo. Assim como há mulheres ou homens mais interessantes que o seu cônjuge. Mas, você fez uma escolha, e uma escolha elimina as outras possibilidades.

Uma escolha envolve fidelidade. Apocalipse 2.10 diz: “.. Sê fiel até a morte e dar-te-ei a cora da vida”. O que o Senhor Jesus te recompensará pela sua fidelidade.

3. Escolher Deus é a coisa mais maravilhosa que pode acontecer em sua vida

Elias levou o povo a uma escolha. Fazer uma escolha nunca foi algo fácil, porque você tem que abrir mão de uma coisa para pegar outra. Porém, quando fazemos a escolha certa, recebemos a recompensa. 

Elias fez uma proposta ao povo: o deus que respondesse com fogo seria o Deus verdadeiro. Era um momento de crise espiritual nacional, e por isto foi preciso algo excepcional. Deus respondeu com fogo e todo o povo creu. Deus continua derramando fogo, mas agora fogo espiritual através do seu Santo Espírito.

Conclusão

Em Atos 2, na descida do Espírito Santo, as pessoas viram pousar sobre suas cabeças, línguas como que de fogo. Deus continua derramando deste fogo maravilhoso para nos libertar e salvar. A única coisa que você precisa fazer é escolher a Deus, por que ele já te escolheu. Talvez você não soubesse disto, mas agora você já sabe. Deus te escolheu e te chamou pelo nome. Deus usou Elias para levar aquele povo a salvação. Hoje, Deus usa um amigo para orar por você, a fim de que você receba Deus em sua vida.

Josué disse ao povo: “escolham a quem vocês querem servir, mas eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Josué escolheu a Deus e este foi o segredo de todo o seu sucesso para a conquista da terra prometida.

Eu escolhi a Deus, e ando com Deus desde a minha mais tenra idade. Eu e a minha casa servimos ao Senhor e isto é maravilhoso. Enfrentamos crises e provas como qualquer pessoa, mas, no meio das tormentas, sabemos que Deus está conosco. Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza em todo o tempo.
Aqueles homens escolheram a Deus por que reconheceram que aquele era o Deus verdadeiro. Eles viram o fogo cair do céu, e creram. Jesus nos prometeu o Espírito Santo. Não precisamos mais de fogo caindo do céu, por que temos o Espírito Santo. Apenas sinta ele tocando em você.

Pr. Sergio Rosa

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Um convite extraorinariamente irrecusável


Mateus 4.18-22
Você certamente já recebeu muitos convites. Há convites e convites. Há convites para coisas que não queremos participar. Como por exemplo um convite para ajudar a alguém fazer um trabalho pesado em um dia de feriado. Só se for muito íntimo. Aceitamos não porque gostamos do convite, mas por que estimamos a pessoa que nos convidou. Mas, tem convites que são irrecusáveis, porque nos sentimos honrados: Convite para ser testemunha de casamento do seu melhor amigo; convite para ir ao primeiro aninho de seu neto; convite para ir a formatura de seu filho que se formou na faculdade; convite de sua primeira namorada para ir ao cinema.
O texto fala de um convite irrecusável e extraordinário. Vamos entender por que razão.
Jesus estava passando junto ao mar da Galileia. O Mar da Galileia, na verdade era um grande lago de cerca de 21 km de cumprimento por 13km de largura. Para se ter uma ideia é proporcional a Ponte Rio Niteroi, que tem 13km de extensão. Ele convida a alguns pescadores que estavam ali enrolando suas redes para segui-lo. A pescaria era um das principais fontes de renda daquela região. E, ao que parece eles possuiam um próspero negócio de família.
Aqueles homens, até aquele momento, levavam uma vida comum, seguindo o seu cotidiano. pescavam, cuidavam de suas vidas, e faziam coisas próprias da comunidade em que viviam, sem nenhuma novidade ou algo interessante. Eles apenas viviam suas vidas. Nenhum deles seria notado por qualquer atributo pessoal que pudesse ter.
Então Jesus passa e faz um convite para aqueles homens, para que se tornassem pescadores de homens. Um convite bastante estranho, que eu acredito que eles não faziam a menor ideia do que seria aquilo. Como assim pescar homens? Mas, eles não perguntaram nada. Por que eles não perguntaram nada? Por que apenas seguiram a Jesus? Porque tinha algo naquele convite que o tornou irresistível, a tal ponto daqueles pescadores largarem suas redes e seguirem a Jesus. O que foi tão extraordinário assim no convite feito por Jesus?
1. O convite foi feito por um reconhecido mestre
Ser convidado por um mestre judeu não era pra qualquer um. Ao completar 13 anos, os meninos deviam comparecer à sinagoga e ler uma passagem da Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Era o Bar-Mitzvá, um rito de passagem no qual o jovem se tornava responsável por todos os seus atos. Por força dessa tradição, todos os garotos recebiam uma instrução elementar, que compreendia a leitura, a escrita, a história do povo judeu e o conhecimento dos principais salmos da Bíblia, adotados como orações. Os melhores alunos eram convidados por mestres para tornarem-se seus discípulos.
Aqueles homens pescando não haviam sido convidados por mestre algum. Mas, agora, aparece aquele rabino tão jovem os convidando. Eles se sentiram imensamente honrados com aquele convite e por isto imediatamente dizem sim, mesmo sem compreender exatamente o que seria um pescador de homens.
Quando eu me senti vocacionado para o ministério pastoral enfrentei muitas lutas internas. Eu estava vislumbrado com o meu crescimento profissional.Vim de uma família falida, muito pobre, tive que lutar muito para estudar e conseguir um lugar ao sol. A última coisa que eu queria era largar tudo e me tornar um pastor. Isto já faz mais de vinte anos, mas ainda arde em meu coração. Não me sinto realizado financeiramente como pastor, vou ser bem sincero, é bastante árduo tentar ser um pastor ético que busca a santificação diária. Ó desejo de me render ao que grande parte dos pastores fazem, e praticar a exploração da fé é muito forte. Afinal, você observa que a maioria esmagadora das pessoas preferem seguir àqueles que vendem bolhas de sabão. Mas, esta tristeza não é capaz de sufocar a paixão que eu tenho pelo ministério, cuidar de vidas, dirigir com com dedicação o ministério para o qual fui vocacionado. Quando eu fui chamado, eu também não tinha ideia do que seria,talvez, se me tivesse contato, eu teria dito não. Assim como os discípulos, eles não entenderam o chamado, mas acolheram prontamente a voz do mestre.
Jesus, o mestre dos mestres ainda continua convidando a muitos para o seguirem e tornarem-se pescadores de homens, você não precisa saber o que isto significa, ou como você fará, inicialmente basta largar suas redes e dizer sim para Jesus. Não vou te enganar dizendo que será moleza. Será sim uma grande aventura, cheia de altos e baixos, tristezas e alegrias. Uma verdadeira montanha-russa de emoção. Se você me perguntar se vale a pena, eu respondo: olhe no rosto de uma pessoa quando ela se converte, veja a luz de Jesus nascendo naquela vida. Não tem preço.
2. O convite daquele mestre era diferente dos demais mestres
Haviam mestres famosos dentre os judeus, acredito que a disputa era grande para se tornar um discípulo deles. Paulo diz que estudou com Gamaliel, um renomado mestre judeu. Havia também escolas rabínicas famosas como as de Hillel e Shamai. Todas as pessoas importantes queriam que seus filhos estudassem com rabinos famosos. Mas, aqueles homens, eram simples pescadores, que não haviam sido selecionados para nenhuma escola rabínica.
Os rabinos ensinavam a lei e repetiam os ensinos aprendidos por seus mestres. Eles interpretavam a lei em conformidade à religiosidade de sua época. Mas, aquele mestre Jesus falava como quem tinha autoridade, e não como os demais líderes religiosos.
Ele também tinha um grande diferencial, ele não apenas falava, mas fazia. Jesus curava enfermos, pregava aos pobres, reprendia demônios, e anunciava o reino de Deus.
A diferença que havia em Jesus e que eles ainda não sabia é que Jesus é o filho de Deus. Ele não era apenas um mestre, mas o Mestre dos mestres, o Rei do reis, o Senhor dos senhores.
3. O convite daquele mestre era irrecusável
Além de todos estes detalhes, havia algo naquele convite que o diferenciava de todos os demais. Não havia uma possibilidade de recusa para aquele convite. Aquele convite era irresistível, não era uma ordem, mas, não havia possibilidade de recusa. É como se o seu maior amigo te convidasse para ir ao seu casamento, não se trata de uma ordem, mas é um convite irrecusável, é mais que uma ordem.
Quando o nosso coração está aberto para Deus, o convite de Jesus se torna irrecusável. Quando ele nos convida, imediatamente entendemos que Jesus é tudo aquilo que precisamos, só ainda não sabíamos, mas assim que ele nos convida, os nossos olhos são abertos.
É como aquele homem a quem Jesus libertou de uma legião de demônios, ele fica tão apaixonado, que quer seguir a Jesus por onde ele for. Mas, Jesus diz para aquele homem, volta para a casa e conta para os seus tudo o que Deus fez por você.

Conclusão
O que Jesus fez na vida daquele homem foi tão maravilhoso, que ele volta para a casa a fim de contar para os seus amigos, parentes, e todos os conhecidos, o que Deus fizera na vida dele.
O convite de Jesus para aqueles homens largarem as suas redes e segui-lo, foi maravilhoso, eles aceitam com naturalidade e grande alegria. O convite de Jesus para largarmos as nossas redes ainda é o mesmo, nada mudou. O que Jesus está dizendo é que nada pode ser mais importante em nossas vidas do que Jesus, devemos largar as nossas redes para seguir a Jesus e também nos tornarmos pescadores de homens.
É um convite irrecusável por que é o ponto central de nossa missão. Fomos chamados para isto, fazer discípulos e ensiná-los a obedecer todas as coisas que Jesus mandou.
Pense que você talvez seja a última oportunidade de uma pessoas ouvir sobre o evangelho da salvação. Talvez você ache que não esteja pronto, os discípulos também não estavam prontos, mas eles disseram sim ao chamado de Jesus. Assim, o evangelho se expandiu até os confins da terra.

Pr. Sergio Rosa

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Criados por Ele e para Ele


Colossenses 1.15-16
Colossos ficava na Asia, a cerca de 160 km a leste de Éfeso. Quando Paulo escreveu esta carta, ele estava preso em Roma, o ano provável era entre 62 a 64 depois de Cristo. A finalidade desta epístola foi combater algumas heresias que rodeavam a Igreja desta região.
Havia cerca de trinta anos que Jesus havia morrido, e o evangelho se espalhou por todo o mundo rapidamente. Com o evangelho apareceram também muitas invencionices, misticismos e práticas estranhas ao que Jesus havia ensinado. Paulo, mesmo preso, ficou sabendo do que estava acontecendo e escreveu esta carta com a finalidade de combater aqueles ensinos estranhos.
Nada melhor do que o ensino dos princípios elementares da fé para combater as heresias. Paulo, então, relembra a eles quem é Jesus, e qual o seu papel em toda a história da humanidade. Paulo relembra a eles que todas as coisas foram criadas por ele e para ele com um propósito:
1. Deus criou os céus e a terra - Genesis 1.1
João 1.1-3 diz: “No princípio era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”.
O verso 16 se inicia dizendo que “nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis..”.  Paulo está lembrando para os colossenses quem foi que criou todas as coisas. Deus é o criador de tudo. Tudo foi criado por Ele e para Ele.
Esta frase tem sido um problema para muitos jovens que vão para as universidades. Pessoas que tem uma fé diferente tentam desacreditar a criação por Deus. Alguns evocam a teoria da evolução para descartar Deus da História. Duas precisam ser ditas sobre isto: 1. A teoria da evolução é apenas uma teoria, ainda não foi provada, portanto não é considerada uma lei científica. 2. Ainda que a teoria da evolução fosse provada, não eliminaria a necessidade de um criador, um legislador de todas as coisas existentes. Porque é preciso muita fé para acreditar que as coisas simplesmente existem, vindo do nada. Sabemos pela ciência que o nada, nada cria, tudo apenas se transforma. Desta forma, teríamos que acreditar que o que existe, sempre existiu, desta forma se acreditaria na existência do infinito. Mas, a ciência só crê naquilo se pode comprovar. Como se comprova a existência do infinito? Neste caso, se acreditaria por fé e não por evidência, o que seria um contrasenso ciêntifico. 
Paulo não apenas defende a criação de tudo pela ação de Deus, mas afirma que Jesus é o próprio Deus criador. Ele diz isto para um público que estava na dúvida sobre a divindade de Jesus. Alguns defendiam que Jesus era um deus menor, um demiurgo. Mas, Paulo afirma que Jesus é o próprio criador, e que tudo foi criado por Ele e para Ele.
2. Deus criou a você – Genesis 1.27-28
Após Deus haver criado todas as coisas, criou o ser humano e deu ordem para multiplicarem-se e lhes delegou autoridade, homem e mulher, para dominar todas as coisas. Mais tarde, após o pecado, foi lançado a maldição para a mulher: "Teu desejo será para o teu marido e ele a dominarás" (Gn 3.16). Este domínio não foi algo bom, foi uma punição. Quando estamos em Jesus, toda maldiçãdo do pecado é quebrada. 
Paulo afirma que Deus estabeleceu os poderes da terra, os governos, principados e potestades. Os poderes da terra existem para que se organizem os povos. Se não houvesse governos, viveríamos sob uma total anarquia, e já teríamos nos destruídos uns aos outros.
Deus criou a cada uma pessoa, cada detalhe, tudo, previamente estabelecido por Deus. O que nos leva a uma boa discussão, se somos predestinados ou se temos o livre-arbítrio. Penso que esta resposta você só terá no céu. Eu, em particular, acredito nas duas coisas. Acredito que predestinação e livre-arbítrio são dois lados da mesma moeda. É como se você entrasse em um porta onde estivesse escrita do lado de fora: "livre arbítrio". Ao entrar e olhar para traz, você leria na parte de dentro: "predestinação". Sinceramente, eu não sei porque se perde tanto tempo com esta bobagem. Afinal, se um calvinista acreditasse mesmo na predestinação, eles acreditariam que não é preciso evangelizar. E, por outro lado, quem acredita no livre arbítrio, não diria que foi escolhido por Deus, para alguma coisa, tipo ministério, etc..
Independe do fato de você se achar escolhido ou ter escolhido, o fato é que Deus nos criou, e nos fez à sua imagem e semelhança. Isto é ponto pacifico. Ele fez isto como um gesto de amor. Nós somos frutos do amor de Deus, e ainda que pequemos contra ele. Ele nos continuou nos amando e veio habitar conosco, e foi por nós assassinado, para que através de sua morte, nós pudéssemos novamente nos chegarmos a ele.
3. Deus nos criou para um propósito – Efésios 1.12
Há um propósito para toda a criação. Tudo foi criado por ele e para ele com um propósito. Paulo afirma que fomos criados para o louvor de sua glória.
Não é de hoje que se tenta retirar a glória de Jesus da igreja, com fábulas e invencionices. Este era o problema da igreja em Colossos. No capítulo 2.8 Paulo alerta: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”. E no final do verso 2.23, Paulo afirma que o grande problema destas filosofias vãs, é que elas não resolviam o problema da 'sensualidade' . Essa palavra no grego é ‘sarkos’, que pode ser traduzido por carne. Para melhor entender, nosso corpo tem necessidades, físicas, emocionais e espirituais, que devem ser saciadas. Paulo diz que nada do que aquelas pessoas estavam ensinando tinham menor valor para ajudar a ter auto controle.
Só há uma forma de nos mantermos no controle de nós mesmos, é descobrir o propósito de Deus para as nossas vidas e seguir este caminho. Este propósito é simples: Fomos criados para a glória de Deus.
Conclusão
A pergunta que podemos fazer é: como podemos ser usados para a glória de Deus e por quê? Porque é somente desta maneira que voltamos a origem de todas as coisas. Fomos criados por ele e e para ele e quando fazemos qualquer outra coisas, só perdemos o foco de nossa existência, nós entramos em conflitos com os nossos mais íntimos sentimentos.
É por esta razão que Jesus disse em João 8.36: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Esta liberdade consiste em ser livre do pecado e novamente ser usado para a glória de Deus. Esta liberdade, é a liberdade de si mesmo. É ter o controle de suas paixões e vontades. 
Você só conseguirá ser pleno, voltando a sua origem, voltando-se para Deus. Jesus é o caminho parar Deus, ele é o caminho para si mesmo. Você precisa aceitá-lo e se permitir ser guiado por ele.
Deus é o nosso criador, e é também o nosso salvador, ele quer nos salvar de nós mesmos. Quando ele faz isto, a vida começa a ter um sentido, um porque existir. Eu existo porque fui criado para a glória de Deus. Eu me acho quando descubro isto. Eu me entendo quando permito Deus me descobrir. Entregue-se a ele, deixe-o guiar, caminhe com ele..