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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sábado, 31 de agosto de 2024

A Baixada Fluminense e o Descaso do Estado

"Disse-lhe Jesus: Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão".

Mateus 26:52

Quando chego na baixada, vindo de outros lugares, percebo o amontado de casas. Dificilmente há um terreno onde não tenha pelo menos cinco casas. A baixada se tornou um amontado de gente, que não para de crescer devido às pessoas pobres que buscam um local de moradia mais barata, muitas vindas de outros estados, e a alta fertilidade das adolescentes, que não para de gerar guris. É um lugar semiabandonado pelo Estado.

As perspectivas dos jovens são baixíssimas, a expectativa de um futuro, entre uma grande parte, quase não existe. São poucos os que pensam em buscar uma carreira, fazer um curso técnico ou uma faculdade. Muito disto devido a falta de estrutura familiar. Entretanto, há pessoas inteligentes, já saíram muitas para posições nobres, porém, não é realidade da maioria. Há muitos subempregos e serviços informais de baixíssima renda, o que só dá para não morrer de fome. A falta de perspectiva abre oportunidade para ocupações fáceis e ilícitos. Este fato torna a criminalidade crescente.

O número de mortes entre os nossos jovens, pretos e pardos em sua maioria, que são ceifados prematuramente, ou vão para a estatísticas prisionais, não para de crescer. Se prisão resolvesse algum problema, estávamos bem resolvidos. Nossa população carcerária no Brasil é de quase Hum milhão de presos. Gasta-se mais com presídios do que com prevenção. Sai bem mais barato o investimento em escolas e cursos técnicos e programas de estruturação familiar do que sustentar toda a estrutura de presídios.

Estes dados informais só nos levam a pensar em um completo descaso do Estado que abandonou a Baixada Fluminense à 'ninguendade' (expressão cunhada pelo professor Darcy Ribeiro). Este local tem virado terra de ninguém, como era o faroeste nos USA no século XIX. Onde os bandos chamados cawboys faziam o que queriam, com pouquíssima atuação do Estado, que só intervinha quando a coisa já estava interferindo nos assuntos dos grandes empresariados.

As incursões da polícia em lugares já dominados por milícias e tráfico só tem levado à mortes trágicas, tanto dos polícias, que também são de origem pobre, quanto dos integrantes de grupos criminosos, e por efeito colateral, os moradores. Vivemos uma guerra cível, considerando o número de mortes violentas. Enquanto o Estado, o Leviatã de Thomas Hobes, dorme um sono tranquilo, enquanto não é incomodado. Não se vê um projeto a curto, médio ou longo prazo para o desfazimento de um mal que iniciou logo após o fim da escravidão e que se arrasta até hoje.

O que eu acredito? É que se a solução não sair dos próprios pobres, não haverá solução para eles. Se pobres continuarem explorando, extorquindo, roubando, corrompendo, matando outros  pobres, negros e pardos principalmente, não haverá esperança. A violência só aumentará e o Leviatã, volta e meia, através dos seus caveirões somente exterminará o excesso.

Como promover uma mudança? Isto é individual e coletivo ao mesmo tempo. Individual, quando cada um buscar o seu próprio crescimento, desenvolvimento e voltar a acreditar em si mesmo. Coletivo, quando um vizinho parar de olhar o seu vizinho como inimigo e se unir em prol de melhorar o seu lugar. Comece com pequenas ações, busque a cada dia fazer algo de bom, pense no seu próximo como irmão, lute pelo outro.

sábado, 3 de agosto de 2024

Purim. Quando Deus transforma tristeza em alegria

Ester 9.20-28

Este texto fala sobre a origem da festa de Purim, que é comemorada pelos judeus até o dia de hoje. O povo judeu é muito festeiro. Há diversas festas tradicionais entre o povo. As três principais são: A festa da Páscoa, Pentecostes e dos Tabernáculos. Todas em agradecimento a Deus. A festa de Purim é celebrado do pôr do sol do dia 25 de fevereiro até o anoitecer do dia 26.

O historiador Flávio Josefo, em sua obra História dos Hebreus, apresenta o imperador da Pérsia Assuero, que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até a Etiópia, como sendo Artaxerxes, ele seria o mesmo rei Ciro encontrado no livro de Daniel. Ele desposou uma judia de nome Hadassa, que teve o seu nome trocado para o nome persa Ester. Ao casar-se com Assuero, Ester se torna a grande rainha persa.

A festa de Purim teve o seu início quando a rainha Ester conseguiu livrar o seu povo das mãos de Hamã, o amalequita que se tornou príncipe dos príncipes do poderoso império persa. Devido a um aborrecimento com o primo de Ester, o Mordecai, ele planejou exterminar todo o judeu que havia no reino da Pérsia. Assim que a rainha Ester soube do plano maligno de Hamã, por intermédio de Mordecai, ela convocou todo o seu povo para jejuar e buscar ao Senhor. Deus atendeu ao clamor do seu povo e efetuou um grande milagre, livrando todo o seu povo da perseguição e morte.

Assim o Senhor mudou a sorte do seu povo, que antes esperava o pior. Aqueles que estavam apavorados na iminência da destruição e morte, foram surpreendidos com a boa mão de Deus agindo em seu favor. Em gratidão a Deus, e para que o povo jamais se esquecesse do que aconteceu, eles celebraram aquele livramento com uma grande festa, que é comemorada até os nossos dias. Um dos pratos prediletos que é consumido nesta data se chama: “orelha de Hamã”.

Gostaria de destacar duas principais razões que levaram àquele povo a celebrar aquela grande festa:

1. Eles receberam sossego dos seus inimigos – 9.17

Hamã, o grande príncipe persa, ficou furioso com Mordecai, porque ele era a única pessoa de todo o império persa, que não reverenciava a sua presença. Hamã queria que todos se ajoelhassem diante dele, ao vê-lo passar, pois assim tinha determinado o próprio Imperador Assuero. Devido a recusa de Mordecai ajoelhar-se diante dele, ele ficou tão furioso que intentou não apenas matar a Mordecai, mas, a todos os judeus que habitavam no império persa. E, para Mordecai, mandou construir especificamente uma forca bem grande.

Tudo estava preparado para que Mordecai e todos os judeus que habitavam na Pérsia, fossem mortos, inclusive a rainha Ester. A rainha então levou todo o povo a jejuar e orar, buscando a face de Deus. Aconteceu que Deus efetuou um grande livramento, e no lugar preparado para Mordecai morrer, o próprio Hamã foi enforcado.

Apesar da grande vitória que o Senhor deu para o povo hebreu, o enfrentamento não foi nada fácil. Diante do todo poderoso príncipe Hamã, Mordecai parecia não ter nenhuma chance. Era uma luta de um gigante, todo paramentado com suas armas de guerra contra um adolescente com uma atiradeira e cinco pedras.

Este fato registrado nas Escrituras nos faz lembrar que não devemos nos enxergar como meros gafanhotos. Maior sempre será Deus, que tem todo o poder para nos livrar das mãos de nossos inimigos. Portanto, não se deixe abater quando a luta for intensa e o seu inimigo poderoso.

2. Eles receberam alegria ao invés de pranto – 9.22

Os planos do todo poderoso príncipe Hamã era de matar a todos os judeus que havia no império, estava tudo certo para isto, ele já estava comemorando por antecipação. Porém, ele não contava com a ação de Deus. Ele se achou grande demais e deixou que a soberba o dominasse. Provérbios 16.18 diz que: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda”. E, foi o que aconteceu. Alguém disse que o poder corrompe, porém, eu creio que o poder apenas revela quem a pessoa verdadeiramente é. Faz imergir aquilo que está no coração. Hamã era mal, e assim que subiu ao poder, quis humilhar, maltratar e matar, aqueles a quem ele não gostava.

O que Hamã não sabia é que Deus era poderoso para reverter toda aquela situação. Ele achava que matar aquela gente cativa, não daria em nada. Seria como eliminar uma praga, cortar uma erva daninha, mas, Deus pensava diferente. Hamã não sabia que os filhos de Deus são cuidados por Deus. E, Deus tem a capacidade de transformar todo pranto em grande alegria, toda perseguição em grande vitória, toda opressão em libertação.

No evangelho de Lucas 7.11-17, temos o relato de Jesus encontrando um cortejo fúnebre. Ali havia uma mãe, viúva, levando o seu único filho para ser sepultado. Imagino a dor daquela mulher que perdera o que tinha de mais precioso, para a sua época: marido e filho. Diferente de hoje, na cultura judaica antiga, a mulher não poderia auto representar-se, ela precisava da figura de um homem, seja um marido, pai ou filho. Agora ela não tinha ninguém. Jesus se compadeceu da dor daquela mulher, e naquele dia ressuscitou o seu filho, contrariando a toda expectativa negativa, assim transformou a sua tristeza em alegria, e seu luto em festa.

Conclusão

Deus é capaz de mudar toda e qualquer situação que estejamos enfrentando. O que precisamos fazer é simplesmente crer e confiar no Senhor. Não é nada fácil crer quando estamos afundando no mar agitado, mas, é justamente nos momentos difíceis que precisamos exercitar a fé. Em momentos onde tudo está correndo bem, não necessitamos deste exercício.

Creio que não há situação que Deus não possa modificar. E, a chave para isto é a fé. Não esquecendo que não temos o poder em nós para mudar nada. Mas, temos um pai, que pode alterar tudo. Aprouve ao Senhor agir na vida do povo hebreu e livrá-lo das mãos dos seus inimigos. Esta ação de Deus foi tão poderosa, que até hoje os judeus celebram a festa de Purim.

O começo de tudo foi a fé da rainha Ester, de Mordecai e depois de todo o povo judeu. Eles creram em Deus e isto fez toda a diferença. A perseverança em Deus é o que abre as portas da verdadeira esperança para as nossas vidas. Que você possa crer em Deus, o todo poderoso. E, se você está enfrentando forte perseguição, ou um problema muito grande tem te cercado, fazendo você descrer, ou desconfiar de que as coisas vão desabar de vez, creia que em breve chegará o tempo de Purim em sua vida. Tempo este que Deus transformará todo pranto em grande festa, toda tristeza em grande alegria.