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sábado, 2 de novembro de 2019

A justificação pela fé e a Reforma Protestante


Romanos 1.17 e 3.28
Estamos no ano de 2019, e no dia 31 de outubro foi comemorado 502 anos da Reforma Protestante. Esta é uma data bastante importante para a igreja evangélica, pois foi nesta data, no ano de 1517, que o monge agostiniano Martinho Lutero fixou as famosas 95 teses na Igreja de Wittenberg, na Alemanha, dando inicio assim à chamada Reforma.
Havia muita idolatria dentro da igreja, mas, o estopim da reforma não foi este. Lutero se indignou contra a forma indevida utilizada na arrecadação de dinheiro para a basílica de São Pedro em Roma. Foi criado um imenso comércio de venda de indulgências. O perdão dos pecados era vendido por qualquer quantia. Havia até um lema do frade Titzel, encarregado da campanha de arrecadação: “quando uma moeda tilinta no fundo do cofre, uma alma sai do purgatório”. Assim, as pessoas confiavam que pagando teria a absolvição de seus pecados. Havia também o comércio de relíquias sagradas. Uma das mais famosas histórias foi a da cabeça de João Batista. Teve um momento em que ele tinha duas cabeças, e todas com certificados de autenticidade reconhecido pela igreja.
Martinho Lutero era professor doutor em Teologia, e estudando a Carta de Paulo aos Romanos ele encontrou a justificação do homem pela fé e isto o impactou tremendamente. Porém, esta descoberta iria bater de frente com que a Igreja estava dizendo. Lutero dizia que a salvação é recebida somente pela graça de Deus, não podemos pagar por ela. A partir daí, ele aprofundou ainda mais os seus estudos, defendeu as suas teses com veemência, o que acabou culminado em sua excomunhão da Igreja.
Zwinglio na Suiça, John Wycliffe, pároco e professor inglês da Universidade de Oxford,     também estavam estudando as doutrinas bíblicas e também nutriam forte insatisfação com toda a corrupção dentro da igreja. Esta pressão foi se aumentando e se espalhou pelo mundo todo. Este movimento criou um cisma na igreja, onde diversas pessoas abandonaram o catolicismo, dando origem assim ao que ficou conhecido como protestantismo.
Muito embora todos os evangélicos comemorem a Reforma Protestante, vale ressaltar que a Igreja Batista não surgiu da Reforma. Os Batistas vieram da Inglaterra. A Inglaterra, impulsionada pelo luteranismo na Alemanha, aproveitou-se para também separar-se do catolicismo.
Os três principais pilares da Reforma Protestante, apresentados por Lutero, foram:
1. Sola Escriptura – Só a escritura - A Escritura é a única regra de fé e prática da igreja e o protestantismo aceita doutrinas de sua inspiração e autoridade. Somente as Escrituras são o fundamento da teologia. É através da Bíblia que conhecemos a Deus e descobrimos a sua vontade. Este livro maravilhoso nos revela o caminho para chegar aos céus. Ele nos mostra com clareza que Jesus é este caminho.
2. Sola Gratia – Só a graça - É o Espírito Santo quem aplica a graça ao coração do pecador, e por meio dela que o homem é salvo. A salvação que é dada pela graça somente, não há como se pagar por ela. Graça especial somente, por meio da qual o homem é regenerado, justificado, santificado, glorificado, recebe dons espirituais, talentos para o serviço cristão e as bênçãos de Deus.
3. Sola Fide – Só a Fé – este princípio afirma que o homem é justificado única e exclusivamente pela fé, sem o acréscimo das obras do mérito humano. O apóstolo Paulo escreve em Efésios 2.8: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. Embora muitas pessoas querem fazer atos bondosos para impressionarem a Deus, a verdade é que isto não é possível. Para receber a salvação é preciso ter fé no filho de Deus, Jesus. Atos bondosos devem ser praticados por todos que são tementes a Deus, porque Deus é amor. Mas, estes atos não pagam pela salvação, é apenas reflexo do amor de Deus em nós.
Conclusão
Hoje comemora-se 502 anos da Reforma Protestante. Foi preciso que alguém pagasse o preço da perseguição e da dor para que tivéssemos acesso livremente a Bíblia, que até então era restrita somente ao alto clero. É preciso valorizar isto, e este valor se dá quando lemos e meditamos nela.
A Reforma foi uma tentativa de acertar os erros da igreja, mas, a igreja reformada foi contaminada por fogo estranho e precisa ser sempre reformada. A reforma acontece diariamente quando cada crente valoriza a Bíblia como Palavra de Deus, aceita a salvação pela fé, e compreende a graça salvadora de Jesus como preço único por sua salvação.
Temos vivido tempos difíceis, existe um evangelho contaminado de heresia e idolatria que vem sido exposto através da mídia em geral. Um evangelho que não apresenta a Jesus como salvador, não fala sobre arrependimento de pecados, não valoriza o estudo teológico profundo da Bíblia. Trata-se de um falso evangelho, bastante diferente daquele defendido na Reforma. Em alguns casos, um verdadeiro retorno à venda das indulgências. Lugares onde a oferta dada é mais importante do que a Palavra recebida. Parece um retorno ao que foi vencido no passado a partir de Lutero e todos os demais reformadores.

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