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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

AUTOESTIMA, VENCENDO OS PADRÕES PÓS-MODERNOS

"E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". (Gn 1:27)

Por definição autoestima é uma "avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau" (Wikipedia). Por se tratar de um juízo de valor que o indivíduo faz de si mesmo, deveríamos então pensar que existe um padrão aceitável de comportamento, onde as pessoas se colocam abaixo ou acima de uma média. Se este padrão existe, onde está? quem definiu? O escritor Ronaldo Sathler Rosa afirma que "a felicidade, conforme ditada pela cultura das sensações, torna-se impossível de ser alcançada". Em geral as pessoas buscam viver dentro de um padrão estabelecido pela sociedade, e quando não conseguem sente-se infelizes. Um bom exemplo disto é a indústria da moda que estabelece o manequim magérrimo como o ideal a ser conquistado, ditando assim um conceito de beleza que a maioria esmagadora das mulheres não conseguem alcançar, e as que conseguem precisam torturar-se até o limite da anorexia.
O texto de Genesis diz que Deus criou o ser humano à sua própria imagem e semelhança. Quando pensamos em Deus, vem a nossa mente a ideia de plenitude e perfeição, como poderíamos nós chegar perto desta perfeição? No pensamento da moda teria Deus um corpo esculturalmente magro e musculoso? Note que a ditadura da moda leva as pessoas a conceituarem com alta pontuação valores que na realidade não deveriam ser significativos. A estética não deveria ser utilizado como medida de valor, o fato de ser magrinha(o) ou cheinho(a) não deveria afetar tanto a sociendade. Não se defende aqui os maus hábitos ou o desleixo, mas, sim o excesso da busca de uma perfeição corporal muitas vezes frustrada. Horas e horas de malhação diária, lipo, silicone, botox em excesso, implantes, massagens e etc..

Devido aos padrões distorcidos que a humanidade formula e cultua, são inúmeras as pessoas que sofrem por não se encaixar dentro deles. Padrões de cor da pele, altura, peso, status social, poder econômico, estado civil, região onde mora, locais que frequenta, marca de roupa que utiliza, grau de instrução, em fim, a lista é imensa. Estes conceitos, ou preconceitos, são cruéis e causam uma enorme sensação de desconforto, rebaixando àqueles que não se enquadram a uma categoria inferior de gente. É um verdadeiro bullying de padrões.
Um outro fator que também leva o indivíduo a uma baixa na auto estima é a depressão, que pode ser causada por um trauma, um problema congênito ou um grande sofrimento. O indivíduo depressivo vê a si mesmo como alguém infeliz e que não tem esperança, por tanto não consegue ver uma solução para a sua dor. Quando olha para si mesmo não consegue enxergar a grandeza do criador, e se concentra somente nas feridas. Ele vê a si mesmo sempre como alguém marcado para ser infeliz.
Pessoas que contraíram doenças graves também tem grande probabilidade de ficarem deprimidas e terem sua auto estima afetada. Elas se entristecem e perdem a esperança de lutar, perdem as forças antes mesmo de esgotarem as possibilidades, doenças que seriam facilmente curadas tornam-se crônicas.
Quando olhamos para o Gênesis e verificamos que o próprio Deus nos criou e utilizou a si mesmo como modelo, somos obrigados a considerar que ele usou o melhor que tinha para nos criar. Isto me leva a crer que deve existir algum problema nestes conceitos e valores que nos cercam. Eles não batem com a ideia de que Deus criou a todos nós de alguma forma parecida, embora cada um tenha sua característica particular que é o que o define com alguém único.
A ditadura do prazer leva as pessoas a um hedonismo incansável, as pessoas olham somente para realização pessoal, o outro passa ser apenas uma 'coisa', um objeto de prazer para ser usado. Com este conceito mulheres em busca de realização se fazem como objetos de consumo, e se apresentam como produto esculturalmente preparado para ser consumido, através de horas e horas de tratamento estético, muita malhação e também bastante photoshopping. Homens de negócios, empresário ricos, políticos, e outros, pagam caro pela mercadoria. Após alguns poucos anos de uso são descartadas e substituídas como qualquer outro objeto, como um carro que é trocado por um modelo novo.
Genesis nos convida a olhar para dentro de nós mesmos como pessoas criadas por Deus e parecidos com ele, logo com uma maravilhosa essência, que embora sufocada pelo mal, ainda é a imagem do criador. O grande desafio é conseguir limpar o coração de toda esta parafernália de informações, conceitos e padrões tortuosos e começar a ver a si mesmo como Deus vê, alguém extraordinário criado conforme a sua semelhança.
Jesus nos dá um caminho para recomeçar, ele disse: "vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei..". Em Cristo voltamos a ver a forma de Deus que existe em nós. Jesus nos leva novamente ao nosso lugar de origem, ao Gênesis, à forma e semelhança de Deus. Quando Cristo habita em nossos corações podemos olhar para dentro de nós e enxergar uma alma feliz, mesmo em meio às fatalidades e tristezas comuns da vida.

Pr. Sergio Rosa

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A RIQUEZA DO EVANGELHO E A POBREZA DA RELIGIÃO

Ouvi uma mensagem do Pr. Ed Rene Kivitz onde ele diz que o evangelho começa em Genesis 1, na concepção do mundo e das criaturas, e não em Genesis 3, na origem do pecado. Parei um pouco para analisar a sua mensagem e comecei a perceber como a religião pode ao mesmo tempo nos apresentar a Deus e nos oprimir diante dele. Jesus parece ter tido esta percepção quando interpela aos religiosos de sua época em Mt 23.15. Kivitiz salienta em sua mensagem que "em nossa concepção, parece que o evangelho tornou-se um 'deixar de fazer coisas', isto faz com que a religião torne-se um código de moral e conduta e não um lugar onde as pessoas possam encontrar a Deus. Olhando por este prisma consigo entender por que tantas vezes ouvi muitas pessoas me dizerem: "vou para a Igreja quando eu for mais velho, por que quero aproveitar um pouco mais minha vida."

Foi Tomaz de Aquino quem fez a separação entre natureza e graça, desde então começa-se a dizer o que é de Deus e o que é do mundo. A coisa evoluiu tanto que chamamos as coisas que fazemos na igreja de coisa de Deus, e o que fazemos fora coisas do mundo. Interessante isto, por que parece que Deus não fez esta separação, para ele existe o que é santo e o que é profano e ambas as coisas podem estar no mesmo ambiente. Uma pessoa pode estar dentro de um ambiente de culto com um coração perverso e mesquinho, enquanto outra pessoa pode esta
r em seu local de trabalho louvando a Deus. Ai está o grande perigo de querer separa o que é secular e o que não é.

Se lermos Isaias, vamos perceber que a maior preocupação de Deus está em que as pessoas sejam honestas, cuidem dos pobres, cuidem de suas famílias e façam o bem. Onde é para se fazer estas coisas? no "mundo" ou na "igreja? Portanto, o evangelho não é um arrazoado de coisas que podem ou não podem serem feitas, o evangelho é a boa noticia de que Deus nos criou a sua imagem e semelhança, e agora nos dá o privilégio, através do Cristo, de nos reconciliarmos com ele e viver uma vida plena em graça. O nosso desafio portanto é ter a essência de Deus em todo o nosso viver, e não apenas em poucos minutos que passamos no templo.

Ouvi outro dia uma frase muito interessante: "Religião é o homem buscando a Deus, e evangelho é Deus buscando o homem". Gostaria de salientar pelo menos dois grandes perigos desta definição:
1. Ver a si próprio como alguém que foi alcançado pelo evangelho, logo, achado por Deus. Pronto, caímos na discussão da predestinação e pior, teremos que concordar com as pessoas quando dizem: "ainda não fui tocada por Deus". Isaias testemunha contra isto afirmando "buscar-me-eis e me achareis...". Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados...". Se Deus está buscando, está fazendo isto para apresentar ao homem o caminho, compete a este homem aceitá-lo ou rejeitá-lo.
2. Sentir-se seguro por não ser apenas um religioso. Chamo aqui para a reflexão sobre o que é religião? Em uma definição generalista seria um grupo de pessoas, que se cercam em irmandade, em volta de uma divindade, seguindo suas regras próprias e doutrinas em geral cultuando em um templo. Me pergunto, onde é que as pessoas que se dizem não religiosas se desenquadram deste perfil? Para ser um não religioso, teria que ser quebrado os paradigmas da religião, então teria que caminhar para o ateísmo, que é a tentativa de separar-se totalmente da religião, muito embora eu creia que esta também seja uma forma de religião, onde a divindade é o próprio homem.

Volto novamente a Isaias, um profeta do Antigo testamento preocupado com as questões que envolve o homem integralmente: os problemas religiosos eclesiásticos e religiosos sociais. As pessoas de sua época estavam dando ênfase a outros deuses, uma hora esquecendo-se de Javé, e outra hora colocando-o como um deus como os outros, além disto, a exploração dos pobres e o esquecimento das viúvas e órfãos era outro grande problema. Somando-se a isto havia grande declínio de ordem moral. Era a falência tanto religiosa como social.

Voltando a questão da reflexão apresentada acima, é preciso deixar bem claro que não é uma frase pronta que irá modificar a decadência do evangelho nos dias atuais, será preciso muito mais do que isto. Assim
como não adianta nossa presidenta ir para os meios de comunicação e declarar que teremos a melhor copa de todos os tempos. Poderá não ser a pior em termos de organização, mas, com certeza será medíocre, como todas as grandes coisas que se faz neste país, será cheia de corrupção e enriquecimento ilícito, desvios e mais desvios de verbas públicas, favorecimentos, e, pelo rumo das manifestações, muita repressão por parte da polícia.   

O empobrecimento da religião fez com que a nação de Israel sucumbisse moral e socialmente, eles conseguiram encobrir a Iavé e sufocar o 'rugido do leão' declarado por Amós. Como nação brasileira estamos fazendo o mesmo, na mesma medida em que cresce o número de religiosos cristãos evangélicos, que se apresentavam como "A SOLUÇÃO", cresce também o declínio religioso. As pessoas estão se tornando religiosas, mas, não estão encontrando Deus, e por isto não há transformação pessoal, não havendo esta transformação, todo o ranço de uma vida em declínio é levada para dentro da igreja. E como disse Jesus: "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas, porque percorrem terra e mar para fazer um convertido e, quando conseguem, vocês o tornam duas vezes mais filho do inferno do que vocês". (Mateus 23:15).


Precisamos urgente de um avivamento, uma ação sobrenatural do Espírito Santo, que convença de fato o homem de seu estado de miserabilidade espiritual, e os leve para um lugar de santidade, onde a moral seja apenas um detalhe natural, um fruto do Espírito Santo, como Paulo nos ensina. Precisamos urgente que o Espírito de Cristo nos torne novamente homens semelhantes a Deus, homens que amam ao seu semelhante: "A Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo".