Mt. 5.13-16
Terminamos as bem-aventuranças,
aprendemos que são bem aventurados aqueles que foram quebrantados pelo Senhor e
hoje se parecem com ele. Devemos ser humildes de espírito, misericordiosos,
mansos, ter fome e sede de justiça. Esta é a receita para nos tornarmos sal da
terra. Para que possamos dar sabor, precisaremos estar juntos e não separados
deste mundo. Não há como temperar a comida colocando o sal do lado de fora da
panela. Portanto, assim como Jesus, o crente precisa estar no mundo para fazer
diferença.
1. Para que servem os crentes no meio da humanidade?
O crente não é uma pessoa que
vive isolada. Ele está no mundo e interage com as pessoas, muito embora não
pertença mais ao mundo. Na verdade ele o crente é um representante dos céus
aqui na terra. Tem um cântico do Cantor Cristão que diz "Sou mensageiro
aqui, em terra estranha estou, do reino lá do céu, embaixador eu sou".
Aprendi com a organização Embaixadores do Rei que o Embaixador é aquele que
representa o seu rei na corte de outro.
O crente precisa ter uma perspectiva
diferente dos demais; todavia, isso jamais significa que ele deve retirar-se da
vida ativa deste mundo. Esse tem sido o mais notável erro do monasticismo,
separar o indivíduo da sociedade e passar a viver contemplativamente. O crente
precisa estar presente no mundo com a finalidade de fazer diferença.
Segundo Lloy-jones o sec XX, sem
dúvidas foi um dos mais interessantes períodos que o mundo jamais conheceu. A
época da efervescência da teoria da evolução. Filósofos, poetas, líderes
políticos apostavam alto na evolução humana em todos os níveis. As guerras
seriam abolidas, as enfermidades seriam erradicadas, o sofrimento iria
desaparecer. O século XX seria fantástico. As massas populacionais, através de
uma correta educação, não mais se entregariam ao alcoolismo, à imoralidade e
vícios. Em pouco tempo o mundo seria transformado em um paraíso. Através de
conferências internacionais, todos os grandes problemas do mundo encontrariam
soluções.
Entretanto todo este otimismo
começou a ruir a partir da primeira guerra e foi enterrado após a segunda
grande guerra mundial. Filósofos tiveram que repensar o seus prognósticos.
Perceberam que o homem tem uma essência má, que se não for freada, não haverá
limites para a maldade de seu coração. O mundo é decaído, é pecaminoso e é mal.
A maldade é uma bactéria, um vírus, que vive no homem. Elas são infecciosas e a
menos que sejam neutralizadas, causarão enfermidades muito graves.
As escrituras estão repletas de
intermináveis ilustrações a esse respeito. Em Gn 6.5 já fala a respeito do
começo deste grande mal no coração humano. A partir daí a coisa só cresceu até chegar a
destruição no dilúvio. Mas, mesmo após a seleção de uma família bendita, esta
semente novamente cresceu e outra vez encontramos a deterioração do ser humano,
culminando na destruição de Sodoma e Gomorra.
Esta é razão pela qual precisamos
de crentes no mundo, para gerar um equilíbrio, para que tenhamos posições
sensatas e vozes que apontem para um caminho melhor. Pessoas que exerçam boa
influência e tragam esperança para momentos de crises.
2. O que temos de parecidos com o sal?
O sal, embora completamente
diferente em composição de todos os demais alimentos a que é misturado,
impõe-lhe um sabor. Não é preciso muito sal para temperar, basta um punhado.
Assim é a vida do crente, onde ele estiver impõe sua presença por causa de sua
essência.
O sal também é utilizado para
preservar o alimento, quando utilizado, ele impede sua putrefação. Este também
é o papel do crente nesta terra, impedir que a terra se estrague completamente
e se perca. Se o cristianismo fosse retirado desta vida e deste mundo, a terra
certamente se apodreceria.
3. O que temos de parecidos com a luz?
A luz é utilizada para alumiar,
mostrar, iluminar algo que está em trevas, portanto escondido, não pode ser
visto: um carro alumia a estrada, uma lanterna ilumina o caminho, uma lâmpada
em casa clareia todo o ambiente. Assim é o crente, a sua vida, a sua forma de
viver expõe o pecado. Não precisa ele fazer nada, o simples fato dele estar
presente em um determinado grupo já mostra tudo o que está errado. As pessoas
que querem fazer algo errado ficam incomodadas.
Funciona assim: imagina que
alguém esteja fazendo algo muito errado, escondido, você acha que ela gostaria
que alguém acendesse uma luz bem forte perto dela? Claro que não! Por isto o
crente santificado incomoda e é perseguido simplesmente por ser parecido com
Jesus.
4. Como podemos nos tornar sal e luz desta terra?
Quando nos convertemos recebemos
a essência do Cristo e por isto passamos a ser luz e sal, no entanto este sal
pode se tornar sem sabor e a luz opaca e escondida. Esta é a questão pela qual
alguns cristãos não fazem diferença onde eles estão.
Ser sal e luz deve estar na
essência do crente. Desta maneira, onde você estiver deverá naturalmente temperar
e iluminar o ambiente. A forma do cristão ser e agir fala por si mesma, na
maioria das vezes sem utilizar palavras.
O nosso desafio é caminhar no
processo diário de aproximação de Jesus. Quanto mais nos aproximamos de Jesus,
mais concentramos sabor ao sal e mais aumentamos a luminosidade de nossa luz.
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