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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Vivendo na intensidade do Espírito Santo. Uma exposição da Igreja neo-testamentaria em Jerusalém.

Atos 2.42-47; 4.32-37

Viver a vida intensamente é fazer com que a nossa vida valha a pena ser vivida. Algumas pessoas acreditam que viver a vida intensamente é viver no pecado, fazendo coisas que desagradam a Deus. E por isto se entregam a todo o tipo de licenciosidade: jogos, bebidas, sexo livre, drogas.. e acham que assim estão vivendo a vida intensamente. Outros se entregam para a ganância e tentam alcançar poder e dinheiro a qualquer o custo, seja através de uma busca alucinante de crescimento na carreira profissional, seja no mau uso da política, ou outros meios não muito lícitos.
O livro de Atos mostra como os discípulos viviam intensamente suas vidas. Para vivermos na mesma intensidade que a igreja neotestamentária vivia, é necessário entendermos como eles viviam:

1. Perseveravam na doutrina dos apóstolos (2.42)

EQuando eu estava meditando neste texto eu parei um pouco pra pensar qual seria a doutrina dos apóstolos que eles estavam vivendo. A palavra traduzida por doutrina aqui é didaquê, que se refere ao conjunto de ensinos que os apóstolos viviam. Não se tratava aqui de algo formal, que um grupo de religiosos preparou através de uma teologia sistemática, baseada em usos e costumes. Eles ensinavam o que eles haviam, não somente ouvido, mas vivido com o próprio Jesus, durante os três anos de seu ministério. 
Nos capítulos 5, 6 e 7 de Mateus encontramos o texto conhecido como o Sermão do Monte, Este texto reflete a ética de Jesus e a maneira que ele gostaria que seus discípulos vivessem. O anúncio do sermão do monte deve ter sido, a princípio, um choque para os seguidores de Jesus, porque até então eles viviam sobre os ensinos dos fariseus e neste sermão Jesus contraria completamente tudo o que os fariseus ensinavam. Em Mt 5.20 Jesus diz: “se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”.
É interessante que a doutrina de Jesus não faz parte da nossa doutrina batista e de nenhuma Declaração Doutrinária cristã que eu conheça. O ensino de Jesus consistia em: “ser humilde, manso, justo, misericordioso, limpo de coração, pacificador, praticar a justiça; ser luz e sal da terra; não se irar sem motivo; não insultar o irmão; reconciliar com o irmão antes de ofertar; não repudiar (colocar pra escanteio, negligenciar) o seu cônjuge; não jurar em falso; virar a outra face; amar aos inimigos; fugir da hipocrisia religiosa; não acumular riqueza na terra; não servir às riquezas; não inquietar com o dia de amanhã; não julgar o próximo; seguir sempre pela porta estreita; fugir dos falsos profetas; praticar as palavras de Jesus”. Nenhuma destas coisas faz parte de nossa doutrina. Mas se meditarmos nos três capítulos de Mateus, de 5 a 6, verificaremos que estes foram os principais ensinos de Jesus, e foram estes ensinos que os apóstolos ensinaram aos primeiros cristãos.

2. Perseveravam no partir do pão (2.46)

Partiam pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria”.

Sentar à mesa para comer, na cultura judaica, era sinônimo de comunhão. Na mesa conversamos, colocamos os assuntos em dia e comemos. A mesa é um lugar especial da família, muitos, na modernidade, tem desprezado este lugar de comunhão. É muito prazeroso convidar amigos e irmãos para realizarmos refeições juntos. É bom demais, sentar com a família para comer. Alguém disse que comida é um excelente quebra-gelo, por que em qualquer lugar que tenha comida as pessoas se juntam para comer e conversar. Os discípulos estavam experimentando a refeição com irmãos de casa em casa. A comunhão era intensa e se intensificava ainda mais com esta atitude. As reuniões feitas de casa e casa fortalece a comunhão.
No novo testamento as casas eram utilizadas rotineiramente para o encontro de comunhão, discipulado, evangelização e partir do pão. Quer maneira melhor de evangelizar do que comida? Faça um culto em sua casa e convide seus amigos e veja quantos irão; Agora, faça um churrasco com uma picanha maturada e convide-os novamente, sua casa vai ficar cheia.
Igrejas que se reuniam nas casas:
Romanos 16.5: “Saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles (Priscila e Áquila)”;
Colossenses 4.16” “Saudai os irmão de Laodiceia, e Ninfa, e à igreja que ela hospeda em sua casa”;
Filemom 1.2: “Á irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em tua casa”;

Havia uma forte comunhão entre os irmãos da igreja neotestamentária e talvez este tenha sido o segredo de se multiplicarem tão rapidamente.
3. Perseveravam nas orações (2.42)

A oração foi uma das principais marcas do ministério de Jesus. Há diversas citações bíblicas que mostram Jesus orando. Esta prática passou a ser também uma das principais marcas dos discípulos de Jesus, e tomou a todos os seus seguidores, tanto que, em Atos achamos eles tendo momentos de orações em suas casas, juntamente com outros irmãos.
Como é importante ter alguém que ora conosco. Às vezes enfrentamos tribulações sozinhos e isto não é bom. Ontem mesmo fizemos uma visita a uma pessoa e tivemos um momento de oração, como o semblante dela mudou, após o momento de oração. Sempre precisamos de irmãos que nos ajudem e nos sustentem em oração, enquanto oramos e abençoamos outras vidas.

Em nossas reuniões de célula temos vivido um momento maravilhoso de oração, temos experimentado a importância da intercessão e os testemunhos são muitos. Certa vez, fizemos uma dinâmica bem simples, que acabou sendo usada em quase todos os nossos encontros: Colocamos um banquinho no centro do grupo, e quem quisesse oração deveria sentar-se ali, e fazer o seu pedido. O grupo todo ao redor orava a Deus por aquela pessoa. Como foi importante na vida dos integrantes da célula aquele momento. Pessoas que nem sabia o que era oração, estava ali orando e recebendo oração.

4. Perseveravam no templo (2.46)

A comunhão, o partir do pão juntos, a oração e a adoração coletiva estava no DNA daquelas pessoas. Depois que o Espírito Santo foi derramado sobre suas vidas, eles passaram a viver na intensidade do Espírito. Viviam a comunhão de casa em casa e a adoração no templo com todos os santos reunidos. Uma coisa não dispensou a outra, elas se complementavam.
Quando a igreja se reúne de casa em casa e há uma comunhão muito intensa, o resultado disto é que haverá uma adoração fluindo espontaneamente no grande encontro da congregação, sem que haja uma necessidade de nada especial. Isto se dá porque as pessoas não virão mais para o santuário para buscar uma benção, eles virão para simplesmente adorar a Deus.
Há pessoas que querem servir a Deus distante do templo, elas não querem ninguém regulando suas vidas, querem ter comunhão com Deus sem ter comunhão com a igreja local. Mas, isto não é possível. Não existe membro de um corpo, que não esteja ligado a ele. Nós nos ligamos ao corpo através da igreja local.

No templo recebemos os devidos ensinos doutrinários que devem ser base da nossa fé, e Prestamos contas de nossos atos. No templo recebemos treinamento, e compartilhamos a comunhão com todo o corpo reunido.

5. Perseveravam em ganhar vidas para Jesus (2.47)

Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.

Eles viviam com tamanha intensidade a fé cristã que isto contagiava as pessoas que estavam ao seu redor. Imagino o dia a dia daquelas pessoas compartilhando com todos a respeito do que estava acontecendo em suas casas, em sua igreja, sobre suas células, sobre como é bom servir ao Senhor. Imagino que elas estavam tão felizes que quando convidavam as pessoas, os outros viam o brilho estampado em seus rostos e a alegria em seus corações, e aceitavam prontamente; talvez outros até se oferecessem pra ir só de sentir o entusiasmo e ouvir falar a respeito: “eu quero ir lá em sua célula, eu quero ir lá em sua igreja. Posso ir?”.
Conclusão
Através da experiência de nossos irmãos do passado, podemos aprender a como viver na uma vida na intensidade do Espírito. O que estava por de trás de cada ação que eles praticavam era o Espírito Santo que havia sido derramado sobre suas vidas. O Espírito Santo era a força que os impulsionava.
Quando abrimos a nossa vida para Jesus, ele nos dá o seu Espírito, é por isto que nos sentimos tão bem quando nos convertemos. Entretanto, com o passar do tempo, se não buscarmos a cada dia uma vida na plenitude deste Espírito, vamos nos esvaziando até não ter quase nada. Por isto o apóstolo Paulo diz: “Enchei-vos do Espírito” (Ef.5.18).
Meu filho tem 23 anos. A cerca de três anos ele comprou uma bicicleta, ficou todo empolgado. Nas primeiras semanas foi para a igreja de bicicleta, passeou, andou por vários lugares. Depois, largou ela pra lá e quase nunca mais tocou. Ela continua lá, tadinha, está toda empoeirada e com os pneus vazios. Neste trânsito maluco de SJM, ele perdeu a motivação de andar. É basicamente o que acontece conosco, em nossa caminhada de fé. Recebemos a Jesus com imensa alegria, mas com o tempo deixamos o Espírito Santo de lado, perdemos a motivação rapidamente das coisas espirituais. Mas, o Espírito não nos deixa, ele está ali, como àquela bicicleta, basta limpa-la, encher novamente os seus pneus e pedalar.

É isto que o Espírito espera de você, que você não apenas volte a ter a motivação do primeiro amor, mas cresça a cada dia, tenha novas experiências e flua poderosamente, e viva intensamente uma vida no poder Espírito. 

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