“Deixará o seu pai e sua mãe..”
(Gênesis 2.24)
O livro do Gênesis mostra algo
que é natural, que é quando os filhos deixam os lares de seus pais para viverem
as suas própria vidas. Eles crescem, começam a tomar as suas próprias decisões,
e um dia, simplesmente vão embora. O chamado ninho vazio, portanto, se dá por
conta desta saída dos filhos de casa, seja para trabalhar, viajar, estudar ou
casar-se, conforme diz o texto de Gênesis. Este rompimento se dá por meio de
diversas formas diferentes, dependendo da posição social, cultural ou até mesmo
do relacionamento que foi desenvolvido entre pais e filhos. Hoje vivemos um
tempo de grandes migrações, muitos filhos tem deixado a sua família para
trabalhar ou estudar em outros países, deixando precocemente a convivência com
os seus pais. Em geral é uma experiência de amadurecimento espetacular.
Sozinho, em lugares distantes, longe da proteção materna e paterna, os jovens mimados
precisam se virar, dar o seu jeito de sobreviver, se encontrar, superar
dificuldades e aprender a vencer sozinhos.
Dediquem-se aos filhos, mas,
não se esqueçam de si mesmos
Há muitos casais que ficam
perdidos quando os filhos se vão, dedicaram toda a sua vida em favor
deles e simplesmente esqueceram de olharem para si mesmos. Alguns destes esqueceram até mesmo de dedicar-se um ao outro. Então, quando os filhos se
afastam o sofrimento é muito grande. Mas, a dor não é simplesmente devido a perda
da presença física, da saudade que fica, mas, por uma falta de objetivos que vão além da simples dedicação à
prole. Os pais que vivem as suas vidas em função dos seus filhos, e que tudo o
que pensam, sonham idealizam em suas vidas é com expectativa somente neles,
são os que se sentem vazios quando ocorre a ruptura. Muitos não se dão conta de
que eles crescem, se tornam adultos, e precisam ter o seu próprio espaço, seguir o seu próprio caminho, tomarem as susas próprias decisões, cometerem os seus próprios erros e acertos.
Quando os filhos se vão, a
casa fica maior
Quando há um propósito na vida que vai além dos filhos, há uma sensação de dever cumprido e certo alívio quando eles se vão. Não porque havia um desejo em se livrar deles, ou porque o convívio era
ruim, mas, porque quando adultos, os filhos precisam espaço para crescerem e amadurecerem. Eles são espaçosos e acabam tomando
espaço demais. Naturalmente, irão querer desenvolver a sua liderança e mandar na casa de seus pais, ou se não, irão querer viver uma vida independente da rotina da casa. O que gera muito desgaste para todos. Este é o momento em que
precisam ir e ter o seu lugar próprio, para que possam viver da forma que
gostariam. Os pais que compreendem bem isto não terão a sensação de ninho vazio,
mas de mais espaço, que antes estava suprimido devido a presença deles. A casa parece
ficar maior, diminui o barulho e a tensão.
Há um casal amigos nossos que nos
relatou que em conversa com a nora falou o seguinte:
- Olha, quando for lá em casa
avisa, porque eu gosto de andar pelado dentro de casa.
A nora respondeu:
- Ugh!! Que nojo sogro! kkkkk
Esta experiência aponta para um
casal que tem uma boa relação com os filhos e seus respectivos cônjuges, que cumpriram bem o
seu dever de pais, e agora vivem uma excelente relação de casal. É como voltassem no
tempo e pudessem reviver o momento inicial do seu próprio casamento. Um retorno à lua de mel, mas, com menos pressão.
Tenham planejamentos e sonhos
para uma vida pós saída dos filhos
É, portanto, salutar que os pais
tenham sonhos de realizações para o momento pós partida dos filhos. Quem sabe
aquelas viagens que nunca foram feitas, porque todos os recursos estavam destinados a
dar uma educação melhor para eles, e para ajudá-los a dar os primeiros passos, tanto
em suas vidas acadêmicas, quanto profissionais, e até mesmo ajuda no enxoval de casa própria. Aproveite, porque após a saída dos filhos
de casa, não haverá apenas mais espaço, mas, também, uma diminuição nos gastos,
e portanto, um efetivo aumento das finanças, que poderão ser usados para
objetivos pessoais.
Esta é hora de ocupar-se consigo
mesmo, gastar consigo mesmo, investir tempo e dinheiro em algo que goste de
fazer. Porém, não é salutar esperar este momento chegar para decidir o que
fazer, é bom planejar antes. Até mesmo o que fazer com aquele quarto que ficará
vazio. Monte uma pequena academia, uma sala de vídeo ou de leitura, redecore a
sua casa para você mesmo. Talvez a casa já não seja tão importante agora, então, aproveite para conhecer novos lugares, novas pessoas, ter novas experiências. Afinal, a vida e curta.
Conclusão
O momento em que os filhos vão
embora, o casal já está maduro e o que vai contar é amizade, o carinho, o amor
do casal. Em nossa casa, eu e minha amada esposa, estamos com trinta anos de
casados, e o nosso filho único casou-se e foi morar em outro Estado. Temos
amigos que os filhos foram morar em outro país, e outros que os filhos mudaram-se
para o céu. Em todos os casos, vimos experiências sadias. É claro que existe a
dor da separação e no caso de morte, a dor do luto. Mas, de qualquer forma, o
casal precisa continuar a sua vida e viver as suas experiências. Faça coisas
que nunca fizeram, ouse tentar outras coisas interessantes.
O seu ninho pode ficar bastante
aconchegante se você tiver um bom relacionamento com o seu cônjuge. Portanto,
mesmo quando estiver cuidando dos seus filhos, não se esqueçam que uma hora
eles irão embora, e o que vai sobrar é o casal. O que vai contar é o que vocês
construíram para si; as experiências que vocês acumularam; a cumplicidade do casal;
o amor desenvolvido; a amizade entre os dois.
Em nossa experiência de ‘ninho
vazio’ nós viajamos juntos, cuidamos da casa juntos, jogamos, brincamos, desenvolvemos
negócios juntos, assistimos séries e até futebol, de vez enquanto ela para pra
assistir comigo. Cuidamos um do outro da melhor forma que podemos. Assim, o
nosso ninho está ótimo. E, quando bate a saudade, ligamos para o nosso filho,
viajamos para vê-lo ou convidamos ele para nos visitar, juntamente com a sua
esposa.
Pr. Sergio Rosa
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