Mt. 5.6 "Bem-aventurados aqueles que tem fome e sede de justiça"
Estamos vivendo um momento de
religiosidade cristã onde a busca da benção se tornou primazia. As pessoas
estão vivendo o evangelho simplesmente para alcançar algum tipo de benção, mas
este não é o evangelho de Jesus e reduzi-lo a isto é diminuir completamente
tudo aquilo que foi planejado de plenitude para a vida cristã. Talvez este tenha
sido um dos maiores erros da igreja pós-moderna. Fazer com que as pessoas
corram atrás de uma benção.
Jones exemplifica da seguinte
maneira: Suponhamos que alguém está sentindo muita dor, é claro que o indivíduo
deseja livrar-se dela. Se ele começar a se automedicar ou tratar somente da dor
não ficará livre da doença que está provocando aquela dor. O que ele deve fazer
é ir ao médico, que deverá investigar o motivo daquela dor através de exames,
chegar a um diagnóstico e tratar da doença com a medicação específica. Há
muitas pessoas tratando apenas de sua dor espiritual e não da doença que está
causando a dor. Eles querem combater a dor com paliativos. Dinheiro, sexo e
poder são os principais.
Há muitos membros de igrejas que
também vivem em busca de paliativos espirituais. Eles vivem buscando
experiências que irão enchê-las de júbilo e irá arrebatá-las em êxtase
espiritual. Procuram isto com fome e sede, mas jamais acharão. O que a Palavra
de Deus nos orienta é ter fome e sede de justiça e não fome e sede de
experiências espirituais. Felicidade, benção, experiências arrebatadoras são
consequências de uma espiritualidade sadia, de uma vida em oração e santidade e
jamais podem ser o foco de nossa fé. Nosso alvo é ser parecidos com Jesus.
Quando colocamos algo para concorrer com Jesus dá-se a idolatria. Nos tornamos
idólatras da benção e da felicidade. Felicidade e benção Deus acrescenta àqueles
que buscam a sua justiça.
O que não é esta justiça:
Esta Justiça não é moralidade. Embora
a justiça leve a um senso de moral elevado. Ter uma moral ilibada é sem dúvidas
uma característica de um caráter íntegro. Mas é inferior à proposta de justiça
oferecida por Jesus. O desafio de Jesus é bem mais arrojado do que simplesmente
ter retidão nos negócios, ter uma vida equilibrada, honrar os acordos. O
conceito de retidão é muito mais profundo do que isto. Conheci pessoas justas
nos negócios, mas que mantinham amantes. Bons pais de família e excelentes
maridos, mas que mantinham negócios escusos. Pastores íntegros com as finanças
da igreja e com a sexualidade, mas que se blindava e abatia a todos que era
contra o seu ministério, com medo de ser derrubado. Estes são comportamentos
naturais de moralidade. Entre o mundo não há um senso de justiça que transforme
o caráter do homem em sua plenitude, então eles vivem de aparência.
O que significa ter fome e sede de justiça?
Ter fome e sede de justiça
significa desejar ser livre do pecado, entende-se que o pecado nos separa de
Deus. Todas as dificuldades que assediam o mundo atual devem-se ao fato que o
homem não está bem com Deus. O desejo de obter a justiça é o desejo de se estar
bem com Deus. Ele anseia por retornar àquele antigo relacionamento, àquele
relacionamento original de justiça, quando o homem andava na companhia de Deus.
Ter fome e sede de justiça é em
última instância o desejo de ser santo. O homem que tem fome e sede de justiça
tem o desejo supremo parecer com Jesus.
O ponto de vista profano encara a
justiça concentrando toda a atenção no próprio homem e no seu caráter. Mas isto
somente produz o orgulho pessoal do fariseu. Como disse C.S. Lewis
"orgulho de ser humilde". Ter fome e sede não pode apontar para o
esforço próprio, porquanto logo na primeira bem-aventurança somos informados
que devemos ser humildes de espírito. Quando há um orgulho em seu próprio
caráter então compreende-se que este não pode ter sido produzido pelo Espírito
Santo. A humildade gerada pelo Espírito produz ainda maior quebrantamento, por
que percebemos nitidamente, com maior clareza, o quanto estamos distantes do
propósito de Deus.
Ter fome e sede é bem
exemplificado pelo salmista quando diz "como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de ti" (Sm 42.1-2).
Somente Jesus pode saciar a nossa sede e fome de justiça
“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não
terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. (João 6:35)
Em João 7.37-38 lemos "Jesus pôs-se em pé, e clamou,
dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a
Escritura, rios de água viva correrão do seu interior". (João 7:37,38).
Quem tem fome e sede de justiça
serão fartos, ficarão satisfeito, serão cheios. Jesus afirmou que nunca terão
fome ou sede. Mas este precisa ser um processo contínuo que envolve a
santificação. Fome e sede é uma figura
de linguagem, uma metáfora que o Senhor Jesus utilizou para nos informar que é
algo que precisamos nos saciar todos os dias. Assim como temos que comer e
beber diariamente. É algo que precisa fazer parte do nosso cotidiano diário, e
não apenas um dia em uma experiência arrebatadora. Aquele que verdadeiramente
encontrou a Jesus, tem a plenitude, por esta razão é bem-aventurado, é feliz, é
pleno, por que achou a razão primeira de sua existência, encontrou ao Cristo.
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