Mt. 7.6
Este é um verso bíblico que as
pessoas muitas vezes utilizam como provérbio popular, quando querem dizer que
uma pessoa não é digna de receber algo bom que lhe foi dado. É basicamente isto
que Jesus está ensinando, porém ele é bem específico: ele fala sobre as coisas
santas.
Nos versos anteriores, e 1 a 5
deste capítulo, Jesus ensinou sobre a questão de julgar o irmão. Ele disse:
“hipócrita! tira primeiro a trave do teu
olho, e então, verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão”. Em sequência ele diz que não devemos dar aos
cães o que é santo e nem lançar pérolas aos porcos. Mas o que são as coisas
santas e o que são estas pérolas? E quem são estes cães e porcos que Jesus
menciona?
As coisas santas
A palavra santo quer dizer
separado, consagrado para Deus. Não trata aqui de um objeto consagrado para o
serviço religioso, mas sim de sua própria palavra que é santa e preciosa.
Já viu quando você vai
evangelizar uma pessoa e ela desdenha da Palavra de Deus, outras agem até mesmo
de maneira violenta? D.M. Lloyd Jones assevera que na palestina, o cão não era
considerado conforme estamos acostumados a fazer na cultura ocidental. O cão
era o carniceiro das ruas, um animal meio-selvagem, feroz, perigoso e não um
animal doméstico. E o porco, na cultura judaica, representava tudo quanto havia
de mais imundo e que se devia repudiar. Muitas pessoas se comportam como os
cães da antiguidade, xingando e até ofendendo os mensageiros. Se parecem muito
com porcos que não conseguem distinguir entre uma pedra qualquer e uma pérola
de grande valor. Portanto, não respeitam a mensagem de Jesus.
As pérolas
Pérolas sempre foram objetos
valiosos de valor altíssimo devido a dificuldade de se obter. Uma pérola leva
anos para se formar dentro da ostra. Ela é gerada a partir do mecanismo de
defesa da ostra, que ao defender-se contra um objeto estranho, lança sobre ele
uma substância própria para isolá-lo dentro de si. Ela se torna valorosa devido
a sua dificuldade de formação. É preciso tempo e sorte para gerar uma pérola de
grande valor.
O crente e o incrédulo
Esta passagem tem sido
interpretada por alguns como sendo uma exortação para não se pregar o evangelho
para pessoas consideradas grandes pecadoras. Estas estariam classificadas como
cães e porcos. Mas, não creio que poderia ser isto, por que em todo o seu
ministério Jesus sempre deu grande atenção aos pecadores. Na verdade quem mais tinha dificuldades de entender
os ensinos de Jesus eram os religiosos de sua época.
Conheço muitas histórias de pessoas
que se identificam como crentes, vão costumeiramente a igrejas, são batizados,
e até ocupam cargos de confiança em sua comunidade de fé, mas que comportam-se
como porcos em determinados assuntos. Pessoas envolvidas com escanda-los, corrupção,
adultério, pornografia e tantas outras coisas perversas. Pessoas que estão na
igreja, mas escarnecem do evangelho. São muitas vezes pedras de tropeço para
conversão de outras pessoas. Estas pessoas serão julgadas por seus próprios
atos. O Apóstolo Paulo nos adverte: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer;
porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Embora sejam tidos
como crentes, na verdade são porcos espirituais que estão pisando nas pérolas
que receberam.
Em Atos 18.6 Paulo estava
pregando em Corinto, e se viu diante da inveja e da forte oposição deflagrada
pelos judeus: “Opondo-se eles
blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e disse-lhes: Sobre a vossa cabeça o vosso
sangue! Eu dele estou limpo e desde agora vou para os gentios”. Na qualidade de cães e porcos espirituais,
eles se voltaram e lhe fizeram oposição, blasfemando e pisando na verdade que
lhes havia sido anunciada.
Conclusão
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