Mateus 6.16-18
Esta é a terceira preocupação de
Jesus no que diz respeito ao exibicionismo. Primeiro Ele alerta sobre a questão
da esmola (6.2-4), depois fala sobre a oração (6.5-8), e por último Jesus fala
sobre o jejum (6.16-18). Jesus está nos exortando a não nos deixarmos levar
pela tendência humana de nos ocuparmos das práticas religiosas com a finalidade
de sermos notados.
O jejum era uma prática religiosa
ensinada no Antigo Testamento. Havia inicialmente uma ordem de jejuar uma vez
por ano, o próprio povo acrescentou mais tarde alguns jejuns dedicados a
problemas de calamidade nacional. Ao chegarmos ao Novo Testamento verificamos
que os fariseus costumavam jejuar duas vezes toda semana. Não encontramos
nenhuma determinação descrita no AT para isto. Mas eles acreditavam que isso
fosse uma porção vital de sua vida religiosa.
A prática do jejum era comum e aceita
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo:
Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então,
jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram” (At
13.2,3). O jejum era praticado pelos apóstolos. A igreja de Antioquia ao enviar
Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionaria deles, só o fez depois de um
período de oração e jejum.
“Nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias,
nos jejuns” (II Cor 6.5). Paulo, ao referir-se a si mesmo e a sua vida
cristã falou dos jejuns entre suas práticas de fé.
O próprio Jesus disse: “Esta
casta de demônios não pode sair se não por meio de oração e jejum” (Mc 9.29).
No que consiste exatamente o jejum? Qual o seu proposito?
O jejum basicamente é a
abstinência de alimentos com vistas a propósitos espirituais. É algo incomum,
que devemos colocar em prática ocasionalmente e com uma finalidade especial
específica. O jejum, na realidade, pode incluir a abstinência de qualquer
coisa, tendo-se em vista algum propósito espiritual especial.
D. M. Lloyd-jones afirma que “O
jejum só deveria ser praticado quando alguém se sentisse impelido ou fosse
levado a isso por razões estritamente espirituais. O jejum não deve ser posto
em prática somente porque algum segmento da igreja decretou essa prática às
sextas-feiras, ou durante o período da Quaresma, ou durante qualquer outra
época do ano. Não devemos jejuar mecanicamente”. Devemos jejuar diante de uma necessidade
espiritual específica, onde se faz necessário uma concentração maior em Deus.
A maneira errada de se jejuar
Não se deve querer chamar a
atenção para si quando se jejua. Não seja um show man no jejum, não queira se
aparecer através de jejum, vendendo uma imagem para os outros de uma pessoa que
você não é. “Quando jejuardes, não vos
mostreis contristados como os hipócritas: por que desfiguram o seu rosto com o
fim de parecer aos homens que jejuam.” Os fariseus queriam chamar atenção
ao fato que estavam jejuando, queriam com isto mostrar uma espiritualidade
acima da média com a finalidade de serem louvados por isto.
Conclusão
O jejum é uma prática que deve
ser considerada em nossa vida cristã, a única coisa que o Senhor nos chama
atenção é para não jejuarmos com a finalidade de mostrar para os outros quão espirituais
nós somos, e assim, chamar atenção para nós mesmos.
Diante do enfrentamento a
entidades malignas de castas poderosas, devemos sim recorrer ao jejum, assim
como diante de problemas que aparecem de difícil solução. Devemos nos servir do
jejum sempre que há uma necessidade de uma intervenção mais severa de Deus.
O jejum não é um fim em si mesmo,
o jejum por jejum não é nada; o que leva em conta no jejum é a dedicação que se
faz ao Senhor durante este momento, é como se fosse uma forma de chamar a
atenção do Pai. Quando jejuamos estamos dizendo a Deus que confiamos plenamente
nele, no seu sustento e em sua provisão, e nos rendemos completamente à sua
vontade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário