O verso 7 atribui uma grande
responsabilidade aos pais, porém, vivemos em um tempo de grande ativismo, onde
não temos tempo para quase nada. Em uma grande parte dos lares ambos os
cônjuges trabalham fora, estudam, buscam aperfeiçoamento profissional, e ainda
se dedicam à igreja, ficando muito pouco tempo para a família. Quando o casal tem
filhos, estes ficam com os avós ou com empregada, no tempo em que estes estão
fora.
Baseado nesta introdução
gostaria de destacar o papel dos pais no ensino dos filhos:
1º lugar. O poder da mãe no ensino
I Ts 2.7 “antes nos fizemos brandos no meio de vós,
como a mãe que acaricia seus filhos”. O poder de uma mãe na educação de um
filho é tão importante que o apóstolo Paulo se utiliza da figura materna para
ilustrar o seu relacionamento pastoral.
As mães são, em geral,
muito aplicadas ao ensino dos filhos, e são detentoras de uma forma carinhosa
para tratar e ensinar os filhos.
São elas que têm os
primeiros contatos com o filho, e ali os alimentam em seus próprios seios,
trocam suas fraudas, e em maioria, são as que ficam mais tempo com os filhos, e
são as que lhes dão maior atenção. Existem as exceções, mas, em sua maioria, as
mães são mais dedicadas aos filhos que os pais. Há pais que fazem os filhos e
desaparecem na vida, e sequer pagam pensão.
Até mesmo o Estado
compreende que a mãe precisa ficar mais perto do filho, e concede às mães a
licença maternidade bem superior a licença paternidade. É algo que esta sendo
discutido, em alguns países da Europa, Portugal por exemplo, os pais também tem
licença paternidade em tempo igual ao da mulher, para também curtir o filho.
Basta saber se estes indivíduos têm realmente se dedicado à sua prole.
Se eu puder deixar um
conselho para as mães, eu diria para que vocês aproveitem bem este dom que Deus
te deu para ensinar aos seus filhos a trilharem nos caminhos do Senhor. Seja um
modelo de adoradora para o seu filho, ele terá uma forte tendência a te copiar,
se ele vir em você uma pessoa digna de ser copiada.
Aproveite a paixão, a
admiração, o amor, que o teu filho tem por você, para conduzi-lo nos caminhos
do Senhor.
2º lugar. O poder do pai no ensino
I Ts 2.11-12 “E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a
seus filhos, a cada um de vós,
exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que
vos chama para o seu reino e glória”. O apóstolo Paulo utiliza também a
figura do pai para comparar como ele procedia no ensino, na correção e na
consolação.
Paulo no final do verso 11
diz que cuidamos “a cada a um de vós”.
Por que ele faz este destaque? Porque sabemos que cada filho é diferente um do
outro, pode se ter recebido a mesma educação, mas cada um terá características
próprias que irá diferenciar um do outro, e por esta razão precisará de um
cuidado diferenciado.
Esta passagem mostra como é
importante a figura paterna. Deus é nosso pai celestial. Como nossos filhos
nos vêem? Perverso, amoro, arrogante, paciente? Quando somos crianças
fazemos muitas associações para compreendermos o mundo. A criança associa a
figura do Pai a Deus. Martinho Lutero tinha esta dificuldade. Ele era
filho de um pai muito opressor, que lhe espancava muito e o reprimia com todo o
rigor. Desta forma, a figura que Lutero tinha de Deus era de um Deus tirano que
oprimia aos seus filhos o tempo todo.
Pais, temos uma tarefa
importante: ser exemplo para nossos filhos. Devemos fazer para eles aprenderem,
e repetirem aquilo que fazemos. Nesta grande tarefa não temos como falar: “faça o que eu falo, mas não faça o que eu
faço”. Parafraseando a Paulo, temos que dizer: “faça como eu faço, por eu faço como Cristo faria”.
3º lugar. Nossa tarefa como pais
A maioria de nós, creio,
conhece o texto de Prov. 22.6 “ensina a
criança no caminho...”. Segundo o professor Gene Getz o original diz “treine a criança de acordo com sua
personalidade, ou inclinação pessoal”. O que quer dizer isto? Que temos que
entender como a criança é para educá-la em sua forma natural.
As crianças experimentam
diversas fases em sua formação.
1. A fase da descoberta
em que ela quer mexer em tudo - A maioria das crianças, logo descobrem as
tomadas da casa e querem enfiar os seus dedinhos lá. O que devemos fazer para
protegê-las e colocar uma tampinha.
2. A fase da imitação - A criança imita tudo o que fazemos. Então quando o pai dirige o filho diz: eu
dirijo igual ao meu pai. Elas crescem imitando o que fazemos.
Quando ela cresce o adulto
não diz mais ser igual ao pai ou a mãe, agora ela diz que é ela mesmo fazendo.
Ela cresceu naturalmente copiando tudo de seus pais e continuará fazendo até
envelhecer.
3. Fase da confrontação - Quando as crianças não recebem exemplos, ou começam a desconfiar dos exemplos que estão recebendo de seus pais, eles não querem mais copiar, e então eles procuram outros exemplos. Eles dizem eu não quero ser igual aos meus pais. Isto, em geral, acontece na fase da adolescência. Isto gera um grande problema, estes jovem não sabem quem são. Eles já não querem ser iguais aos seus pais, porque a fase de desenvolvimento foi ruim. Elas não tiveram um modelo que querem seguir.
Precisamos ser exemplos e criarmos os nossos filhos naturalmente, ensinando-os assentado em casa, no caminho, ao deitar-se e ao levantar-se. Assim, chegará uma hora em que ela irá querer nos imitar, e buscar ter a sua própria experiência com Jesus Cristo.
Se eles perceberem que
somos hipócritas, fingindo ser quem não somos, eles não irão querer saber de nos seguir. Há muitos filhos frustrados com o evangelho porque seus pais se dizem crentes, mas são pessoas
terríveis. Eles nunca experimentaram o novo nascimento, a religião era apenas
uma fachada.
Nossas famílias estão
precisando urgentemente de modelos. Nossa sociedade está precisando
urgentemente de modelos. Nossa igreja está precisando urgentemente de modelos.
Modelos de caráter, de seriedade, de relacionamento com Deus.
Conclusão
A ausência dos pais cria uma lacuna enorme, uma ferida que nunca será
completamente cicatrizada. A minha mãe saiu de casa eu tinha cerca de 16 anos.
Ela simplesmente saiu sem se despedir. Um belo dia foi embora. Três anos depois
ela morreu. Meu pai não absorveu muito bem a situação e eu tive que me virar
desde esta idade. A Igreja neste período em nada me ajudou, mas, os princípios
divinos que fui ensinado me livrou de cair em um abismo sem fim. Estou com 57
anos e isto ainda é uma lacuna em minha vida.
Pais que se divorciam, precisam ter consciência do estrago que isto causa
nos filhos. Falo isto por experiência própria na minha vida. Vejo isto também
na vida de duas sobrinhas netas. Vejo a revolta na vida delas. Penso que é
preciso ter mais responsabilidade na hora de gerar uma criança. Vejo muitos
adolescentes tendo filhos, sem nenhuma experiência de vida, deixando os seus
filhos para que os avós cuidem. Vejo pessoas maduras, tendo filhos, e deixando
para que outros cuides e eduquem. Vejo consultórios de psicologia cheios de
pessoas com problemas devido a família que desmoronaram.
Os pais têm a responsabilidade não apenas de ensinar, mas, de reforçar o
ensino, para que os filhos façam escolhas adequadas. A família precisa ser o
porto seguro dos filhos. Pense nisto antes de começar a construir uma família e
não deixe de fazer isto, se você já tem uma.
A sua família é o lugar onde se deve aprender a amar a Deus. Este é o princípio
de uma igreja e uma sociedade ajustada.
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