João 4.3-30:
De acordo
com a história, Deus apareceu a Jeroboão, um dos servos de Salomão, e lhe disse
que ele seria o novo rei das dez tribos do norte de Israel. Deus lhe disse que
isso aconteceria porque Salomão havia se afastado dos seus mandamentos e se
voltado para outros deuses. No entanto, Deus prometeu a Jeroboão que, se ele
obedecesse aos seus mandamentos, seu reinado seria tão próspero quanto o de Salomão.
Posteriormente,
Jeroboão liderou uma revolta contra Salomão e proclamou-se rei das dez tribos
do norte, formando assim o Reino de Israel. As tribos do sul, incluindo Judá e
Benjamim, permaneceram sob o domínio da dinastia de Davi e formaram o Reino de
Judá.
Assim, o
sonho de Salomão foi uma profecia divina que se cumpriu com a divisão do Reino
de Israel em dois, após sua morte. Esse evento teve consequências
significativas na história de Israel, já que a separação entre as tribos do
norte e as tribos do sul gerou tensões e conflitos que persistiram por séculos.
A separação
entre judeus e samaritanos teve origem na divisão do Reino de Israel após a
morte do rei Salomão, no século X a.C. Segundo a Bíblia, Salomão havia
governado um reino unificado que incluía tanto as tribos do norte quanto as
tribos do sul de Israel. No entanto, após a morte de Salomão, seu filho Roboão
se tornou rei e adotou políticas que desagradaram as tribos do norte. Como
resultado, as dez tribos do norte se separaram e formaram o Reino de Israel,
enquanto as tribos do sul, que incluíam Judá e Benjamim, formaram o Reino de
Judá.
Assim, a
separação entre judeus e samaritanos se deve principalmente à história complexa
e às divergências religiosas e culturais que se desenvolveram ao longo dos
anos. A referência em 1 Reis 12:20 se relaciona com a divisão do
Reino de Israel após a morte de Salomão, que marcou o início desse processo de
separação entre as tribos do norte e as tribos do sul.
Fazendo um
paralelo entre a história da mulher samaritana em João 4 e a divisão do Reino
de Salomão em Judá e Israel.
Segundo a
narrativa bíblica, após a morte do rei Salomão, o Reino de Israel se dividiu em
dois: o Reino de Israel, ao norte, e o Reino de Judá, ao sul. Israel foi
governado por uma série de reis, muitos dos quais foram idólatras e não
obedeceram aos mandamentos de Deus. Como resultado, Deus permitiu que Israel
fosse invadido por várias nações, incluindo os assírios, os babilônios, os
persas, os gregos e os romanos.
A invasão
dos assírios em 722 a.C. foi especialmente devastadora para o Reino de Israel,
que foi conquistado e seus habitantes foram levados como cativos para a
Assíria. Como resultado, muitos judeus de Judá se recusaram a se misturar com
os samaritanos que habitavam a região norte, considerando-os impuros e infiéis.
A história
da mulher samaritana em João 4 mostra a tensão entre judeus e samaritanos, e
como Jesus quebrou as barreiras entre os dois grupos ao se envolver em um
diálogo respeitoso com a mulher samaritana. Portanto, a história da mulher
samaritana pode ser vista como um exemplo de como Jesus transcendeu as divisões
entre os povos, oferecendo a todos a salvação e o amor de Deus.
Os
samaritanos eram um grupo étnico e religioso que habitava a região da Samaria,
situada entre a Galileia, ao norte, e a Judeia, ao sul, na época de Jesus. Eles
seguiam uma forma modificada da Lei de Moisés e acreditavam que o local correto
de adoração a Deus era no Monte Gerizim, em vez de Jerusalém, onde o templo
judaico estava localizado.
A diferença
na crença entre os judeus e os samaritanos em relação ao local de adoração
criou uma tensão entre os dois grupos. Os judeus consideravam os samaritanos
como hereges e não se relacionavam com eles. Na verdade, a hostilidade entre
judeus e samaritanos era tão forte que os judeus evitavam viajar pela Samaria e
optavam por fazer uma rota mais longa quando precisavam se deslocar de uma
região para outra.
No entanto,
Jesus desafiou essas barreiras culturais e religiosas ao falar com a mulher
samaritana e reconhecer a validade da sua fé. Ao mesmo tempo, Ele também enfatizou
que a verdadeira adoração a Deus não está ligada a um lugar físico, mas é uma
questão de espírito e verdade. Com isso, Jesus rompeu as barreiras entre os
judeus e samaritanos, mostrando que a salvação de Deus está disponível para
todos, independentemente de sua origem ou religião.
Os
samaritanos seguiam uma forma modificada da Lei de Moisés que diferia da
tradição judaica em alguns pontos. Por exemplo, eles possuíam um texto sagrado
próprio, conhecido como o Pentateuco Samaritano, que consistia nas mesmas cinco
primeiras escrituras da Bíblia Hebraica ou do Antigo Testamento, mas com
algumas diferenças de redação e ênfase em relação à versão judaica. Além disso,
os samaritanos praticavam alguns rituais e cerimônias religiosas que eram
diferentes dos praticados pelos judeus, como a observância do sábado em outro
dia da semana e a realização de sacrifícios no Monte Gerizim, em vez de no
Templo de Jerusalém.
Essas
diferenças foram o resultado de uma história complicada entre judeus e
samaritanos que se estendia por séculos. Após a divisão do Reino de Israel em
dois, no século X a.C., a região da Samaria foi governada por uma série de reis
que introduziram novas práticas religiosas e culturais na região. Os judeus do
Reino de Judá consideraram essas práticas como heréticas e, assim, surgiram as
diferenças religiosas entre judeus e samaritanos.
Apesar
dessas diferenças, é importante lembrar que, assim como Jesus reconheceu a
validade da fé da mulher samaritana, os samaritanos também consideravam a
figura de Moisés e a Lei de Deus como fundamentais para sua religião. De fato,
os samaritanos eram uma comunidade religiosa que acreditava na unicidade de
Deus e que, em muitos aspectos, se assemelhava aos judeus de sua época.
Resumo
técnico em ordem cronológica:
1. Em um sonho, Deus fala com Salomão
e diz que irá rasgar seu reino em dois, deixando seu filho com apenas uma
tribo, enquanto as outras dez tribos formariam um novo reino.
2. Em 930 a.C., após a morte do rei
Salomão, o reino de Israel foi dividido em dois: o Reino de Israel (também
conhecido como Reino do Norte) e o Reino de Judá (ou Reino do Sul).
3. Em 722 a.C., o Reino de Israel foi
conquistado pelos assírios, que exilaram grande parte de sua população, e
outras tribos foram trazidas de outras regiões para habitarem a região de
Samaria. Com o passar do tempo, essas tribos se misturaram com a população
remanescente de Israelitas, bem como com outras tribos não-judaicas que já
habitavam a região.
Dentre esses povos que formaram a mistura encontrada
na região de Samaria, podemos citar:
1.
Cutas,
que eram originários da Babilônia e haviam sido levados à Samaria pelo rei da
Assíria como parte do processo de colonização;
2.
Avitas,
que eram originários de Hamate, ao norte de Damasco;
3.
Sefarvitas,
que eram originários de Sefarvaim, uma cidade próxima a Hamate;
4.
Hamatitas,
que eram originários de Hamate;
5.
Elamitas,
que eram originários de Elão, uma região ao leste da Babilônia.
4. Após a conquista assíria, a região
de Samaria foi habitada por uma mistura de povos de diferentes origens e
culturas, incluindo alguns judeus que permaneceram na região e se casaram com
não-judeus.
5. Os samaritanos adotaram uma forma
modificada da Lei de Moisés e acreditavam que o local correto de adoração a
Deus era no Monte Gerizim, em vez de em Jerusalém.
6. 586 a.C.: O Reino de Judá é
conquistado pelos babilônios e os judeus são exilados.
7. 516 a.C.: Os judeus exilados na
Babilônia retornam e reconstruem o Templo de Jerusalém.
8. 445 a.C.: Os judeus reconstróem os
muros de Jerusalém.
9. 332 a.C.: Alexandre, o Grande,
conquista Jerusalém e incorpora a região à Grécia.
10. 63 a.C.: O Reino de Judá é
conquistado pelos romanos e torna-se uma província romana.
11. 30 d.C.: Judeus e samaritanos ainda
mantinham uma tensão religiosa e cultural.
Jesus tem um encontro com a mulher samaritana no poço
de Jacó em Samaria, ensinando a ela sobre a verdadeira adoração e se revelando
como o Messias esperado pelos judeus e samaritanos.
Embora a
Bíblia não forneça uma explicação detalhada sobre a conexão entre os cinco maridos
da mulher samaritana e os cinco povos que formaram a mistura na região da
Samaria, é possível fazer uma conexão simbólica entre esses eventos.
Ao mencionar
os cinco maridos da mulher, Jesus pode ter buscado fazer uma analogia com a
mistura de povos que ocorreu na região da Samaria. A presença de povos como os
cutas, avitas, sefarditas, hamatitas e elamitas na região, e sua mistura com os
samaritanos, criou uma sociedade híbrida, com características próprias e
distintas da cultura judaica.
No entanto,
a fala de Jesus pode ter buscado despertar o inconsciente da mulher samaritana
para suas raízes no judaísmo, e a conexão entre sua história e a história do
povo de Israel. Ao mencionar seus cinco maridos, Jesus pode ter querido trazer
à tona as cinco tribos que se misturaram na região da Samaria, e a sua conexão
com a história e a tradição judaicas.
A mensagem
que Jesus pode ter buscado transmitir para a mulher samaritana é que, apesar de
sua sociedade ter se misturado com outros povos, suas raízes e sua identidade
ainda estavam enraizados na história e na tradição judaica. A fala de Jesus
poderia ter tido um significado profundo para a mulher samaritana, que poderia
ter se sentido conectada novamente com suas raízes, bem como para o povo
samaritano como um todo.
Assim,
embora a conexão entre os cinco maridos da mulher samaritana e os cinco povos
que formaram a mistura na região da Samaria possa parecer simbólica, ela pode
ter um significado profundo e poderoso para aqueles que se conectam com a
mensagem de Jesus e com a história do povo de Israel.
Marcos
Domingos