João 18:36
O que fazer para socorrer os irmãos que foram afetados
direta ou indiretamente pela política partidária que inundou as igrejas
evangélicas? Esta é uma pergunta que precisa ser respondida urgentemente,
correndo o risco de perdermos o time correto para isto.
Muitos membros das igrejas evangélicas se afastaram. Alguns
porque não gostam de política, outros até gostam, mas, acham saudável misturar
as duas coisas. Houve aqueles que se afastaram porque foram perseguidos por defender
um partido oposto ao que a liderança da igreja defendeu. Em sua maioria, foram
os eleitores que votaram na esquerda. Estes foram duramente perseguidos e severamente
criticados por eleitores da extrema direita. Isto é fato.
Primeiro, é preciso reconhecer o erro. Religião e Estado
precisam andar separados, principalmente da política partidária. Igreja não é comitê
eleitoral. Isto não quer dizer de forma alguma que o cristão não deve se
envolver em política, pelo contrário, é salutar que pessoas de bem se interesse
pela matéria. O que não é salutar é que a instituição Igreja se envolva, para
não correr o risco do retorno do chamado ‘voto de cabresto’.
Segundo, é preciso aprender a respeitar a decisão de cada
membro da igreja, no que diz respeito a sua vontade política. Por mais estranho
que possa parecer o voto do irmão, é importante respeitá-lo. O que não quer
dizer que não se possa conversar sobre o assunto. Seria importantíssimo o
diálogo. Porém, a polarização que foi gerada pelo ódio impediu qualquer tipo de
diálogo. Este fato só é interessante para o político, cujo o lema é “dividir
para conquistar”. Todos querem formar o seu “gueto eleitoral”. Querem
transformar eleitores em teleguiados eleitorais. E, não é importante para eles
que se dialogue com eleitores opositores. Vai que alguém o convença.
Terceiro, Voltar ao ensino básico de Cristo. Cristo é a
razão de ser da Igreja. Ela nasceu a partir dele, e deveria viver em função
dele. Jesus nunca se envolveu em política partidária, muito menos para tentar angariar
algum benefício, seja para ele ou para a Igreja. Ele tinha milhares de
seguidores, e poderia facilmente negociar a sua força política. Porém, Jesus disse
bem claramente: “O meu reino não é deste mundo”. Quando nos esquecemos a razão
de ser da igreja, nos deixamos levar por outros ventos que nos levam para
distante do nosso porto seguro.
E por último e não menos importante, deverá haver o perdão,
aqueles que atacaram aos seus irmãos, precisam voltar e pedir perdão e quem foi
ferido, precisa liberar o perdão. Houve muita coisa que foi dita que trouxe
profundas mágoas e fez grandes feridas. Tudo isto precisa ser curado. A cura se
dará através do perdão.
Se não caminharmos para uma solução neste formato, corremos
o risco de ter duas igrejas no Brasil, uma do Bolsonaro e outra do lula.
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