I Reis 3.16-28
O texto fala sobre duas mães que desenvolviam uma atividade
profissional bastante difícil para quem quer ser mãe. O texto diz que elas eram
prostitutas. Ambas tiveram um filho, porém, uma das mães sufocou o seu filho
enquanto dormia. Quando acordou, viu que o seu bebê estava morto, foi e trocou o
seu pelo outro bebê que estava vivo. Quando a outra mãe acordou, viu que o menino
que estava em seus braços estava morto, porém, atestou que aquela criança não
foi a que ela deu à luz. Elas devem ter brigado bastante, trocado ofensas, e
como não conseguiram resolver, buscaram o rei para julgar aquela causa.
Neste tempo os reis eram também juízes. Eles julgavam as causas que lhes
eram apresentadas. O rei Salomão estava recém empossado em seu trono. Aquela foi
uma espécie de prova de fogo para testá-lo. Havia provavelmente uma torcida
para que ele se desse mal. Todo líder, no início de sua liderança, precisa ser
testado. O grupo irá se encarregar de fazer isto naturalmente. Dentro de todo
grupo existirão aqueles que são a favor, e torce para o líder se dar bem, e o apoia
no que for preciso; existem aqueles que tanto faz, se cair vem outro, ou, se
ficar nós o apoiamos; mas, existem também os que torcem para o novo líder cair,
e faz tudo o que pode para que isto aconteça. São pessoas do mal, gente de
coração perverso, amarguradas de espírito, que, devido a alguma questão pessoal,
não quer ver o grupo avançar.
Não havia teste de DNA, então, como provar quem era a mãe verdadeira? Salomão
pediu que lhe trouxessem uma espada e propôs o seguinte: Vamos cortar a criança
ao meio e dar metade para cada uma. Uma das mães falou: Não faça isto, pode
entregar o menino vivo para a outra; A outra mulher, no entanto, disse: Que não
seja nem meu nem teu, seja dividido. Salomão então, entendeu que a mãe que
queria o filho vivo era a mãe verdadeira. Porque a essência de ser mãe está em
expressar o amor pelo filho através de atitudes concretas. Ela poderia não ser
a mãe biológica, mas, provou que seria uma verdadeira mãe. Já a outra mulher,
caso fosse a mãe biológica, não seria uma mãe de verdade, pois, o seu
posicionamento atestava que não tinha amor pela criança.
Diante do exposto, podemos pensar nos desafios da maternidade na
pós-modernidade. Quais são os desafios maternos diante de um mundo pós-moderno?
1. Desafio da Proteção
Das duas mães que vimos no texto, uma não conseguiu proteger o filho
nem de si mesma. Em um ato de descuido ou extremo cansaço, ela dormiu sobre o
seu próprio filho e o sufocou.
Vivemos em um mundo de muitos perigos e ameaças, os nossos pequenos são
indefesos e precisam de proteção para sobreviver. Infelizmente, as vezes as
crianças precisam de proteção dos próprios pais. De todos os animais, o ser
humano é o único que depende em tudo da mãe para sobreviver.
O historiador romano Caio Plinio disse que: ‘O homem é o único
animal que não aprende nada sem ser ensinado: não sabe falar, nem caminhar, nem
comer, enfim, não sabe fazer nada no estado natural, a não ser chorar’. De
fato, em tudo o ser humano necessita de seus pais, sobretudo, de sua mãe.
Muitos são os problemas e dificuldades que as mães enfrentam para dar
proteção a uma criança. Sempre houve pessoas perversas para influenciar
negativamente as crianças, e por isto os pais sempre precisaram ficar bastante
atentos para não permitir que estes indivíduos chegassem próximos aos seus
filhos. Porém, com o avanço da tecnologia este risco aumentou exponencialmente.
Dentro de casa, aparentemente protegido em seu quarto, as crianças sofrem
tremendo assédio através das mídias sociais. Cabe aos pais regularem o que os
seus filhos acessam e estabelecer limites.
Nenhuma criança gosta de limite, elas gostam de sentirem-se livres,
desde bem cedo. Você tenta controlar ela em seus braços e ela faz de tudo para
se soltar. Na adolescência, eles fazem de tudo para voar. Porém, ainda não
sabem o risco que correm. Há um tempo certo para voar, a ave que tenta
antecipar isto, pode se machucar ou até mesmo morrer. Por isto, cabe aos pais
estabelecer limites. Eles não vão gostar, mas, é preciso para proteção deles
mesmos, até que tenham maturidade e sejam capazes de tomar decisões seguras.
2. Desafio da Orientação
Diante do perigo iminente, cabe aos pais orientar diariamente, sem
cessar, aos seus filhos, para que eles possam aprender a defender-se de pessoas
mal intencionadas, seja presencial ou virtualmente.
Provérbios 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar”.
É papel dos pais ensinar aos filhos trilhar o bom caminho e desviar-se do mal.
Eles querendo ou não, cabe aos pais o dever do ensino. Em geral a mãe dedica
mais tempo aos filhos do que o pai. É uma grande responsabilidade, preparar um
filho para o mundo.
Eu ouvi uma mensagem do Pr. Paschoal Piragine, que ele dizia que nós
não criamos os nossos filhos para nós mesmos, criamos eles para eles mesmos,
para seus cônjuges e para encarar o mundo. De fato, na criação precisamos
pensar que eles não estarão para sempre debaixo de nossas asas e é preciso
confiar que o que você ensinou irá funcionar.
Meu filho irá casar-se em breve. Ele vai começar a sua própria família.
A partir daí, as escolhas serão dele e de sua esposa. Não convém eu e minha
esposa nos metermos na vida deles, a não ser que sejamos convidados pelo casal
para aconselharmos. Mas, de qualquer forma serão marido e mulher que deverão
decidir sobre as suas vidas e de seus filhos quando vierem. Eu espero que
demore bastante, não tenho pressa para ser avô.
3. Desafio do Empurrão
Eu assisti a uma aula do professor Clóvis de Barros Filho, onde ele
falava de seu filho. Ele disse: eu acho que meu filho gosta mais da minha casa
do que eu. É muito cômodo ficar na casa dos pais. No Brasil parece que isto é
mais intenso. Entre os americanos de classe média, quando o jovem faz dezoito
anos, eles vão para a Universidade, em geral bem distante de casa, e nunca mais
volta. Da faculdade eles já ingressam na vida profissional e organizam a sua
própria vida.
Na pós-modernidade percebe-se que há filhos que querem ficar em casa, e
até alguns pais que querem que seus filhos fiquem em casa, mas, eles precisam
crescer e ter o seu próprio ninho. As vezes eles não querem voar, e é preciso
dar um empurrãozinho para eles voarem. Porque esta é tendência natural.
Conclusão
Os desafios da pós-modernidade são enormes, as mães precisam ter muita
perna para acompanhar tantas modificações. É preciso estar muito atenta com
está próximo, para que não queira roubar o seu filho e trocá-lo por um morto.
Pode ser que o outro não faça isto literalmente, mas, pode apresentá-lo à
desgraça das drogas. E, quando o adolescente entra por esta linha, ele fica
parecendo um zumbi. Como se tivessem trocado o seu filho por um morto vivo.
Mamãe, cuide bem de seu filho, proteja-o, ensine-o, e na hora certa,
empurre-o pra fora do ninho. E, que Deus te abençoe nesta linda e maravilhosa
missão.
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