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segunda-feira, 9 de maio de 2022

O desafio da maternidade na pós-modernidade

I Reis 3.16-28


O texto fala sobre duas mães que desenvolviam uma atividade profissional bastante difícil para quem quer ser mãe. O texto diz que elas eram prostitutas. Ambas tiveram um filho, porém, uma das mães sufocou o seu filho enquanto dormia. Quando acordou, viu que o seu bebê estava morto, foi e trocou o seu pelo outro bebê que estava vivo. Quando a outra mãe acordou, viu que o menino que estava em seus braços estava morto, porém, atestou que aquela criança não foi a que ela deu à luz. Elas devem ter brigado bastante, trocado ofensas, e como não conseguiram resolver, buscaram o rei para julgar aquela causa.

Neste tempo os reis eram também juízes. Eles julgavam as causas que lhes eram apresentadas. O rei Salomão estava recém empossado em seu trono. Aquela foi uma espécie de prova de fogo para testá-lo. Havia provavelmente uma torcida para que ele se desse mal. Todo líder, no início de sua liderança, precisa ser testado. O grupo irá se encarregar de fazer isto naturalmente. Dentro de todo grupo existirão aqueles que são a favor, e torce para o líder se dar bem, e o apoia no que for preciso; existem aqueles que tanto faz, se cair vem outro, ou, se ficar nós o apoiamos; mas, existem também os que torcem para o novo líder cair, e faz tudo o que pode para que isto aconteça. São pessoas do mal, gente de coração perverso, amarguradas de espírito, que, devido a alguma questão pessoal, não quer ver o grupo avançar.

Não havia teste de DNA, então, como provar quem era a mãe verdadeira? Salomão pediu que lhe trouxessem uma espada e propôs o seguinte: Vamos cortar a criança ao meio e dar metade para cada uma. Uma das mães falou: Não faça isto, pode entregar o menino vivo para a outra; A outra mulher, no entanto, disse: Que não seja nem meu nem teu, seja dividido. Salomão então, entendeu que a mãe que queria o filho vivo era a mãe verdadeira. Porque a essência de ser mãe está em expressar o amor pelo filho através de atitudes concretas. Ela poderia não ser a mãe biológica, mas, provou que seria uma verdadeira mãe. Já a outra mulher, caso fosse a mãe biológica, não seria uma mãe de verdade, pois, o seu posicionamento atestava que não tinha amor pela criança.

Diante do exposto, podemos pensar nos desafios da maternidade na pós-modernidade. Quais são os desafios maternos diante de um mundo pós-moderno?

1. Desafio da Proteção

Das duas mães que vimos no texto, uma não conseguiu proteger o filho nem de si mesma. Em um ato de descuido ou extremo cansaço, ela dormiu sobre o seu próprio filho e o sufocou.

Vivemos em um mundo de muitos perigos e ameaças, os nossos pequenos são indefesos e precisam de proteção para sobreviver. Infelizmente, as vezes as crianças precisam de proteção dos próprios pais. De todos os animais, o ser humano é o único que depende em tudo da mãe para sobreviver.

O historiador romano Caio Plinio disse que: ‘O homem é o único animal que não aprende nada sem ser ensinado: não sabe falar, nem caminhar, nem comer, enfim, não sabe fazer nada no estado natural, a não ser chorar’. De fato, em tudo o ser humano necessita de seus pais, sobretudo, de sua mãe.

Muitos são os problemas e dificuldades que as mães enfrentam para dar proteção a uma criança. Sempre houve pessoas perversas para influenciar negativamente as crianças, e por isto os pais sempre precisaram ficar bastante atentos para não permitir que estes indivíduos chegassem próximos aos seus filhos. Porém, com o avanço da tecnologia este risco aumentou exponencialmente. Dentro de casa, aparentemente protegido em seu quarto, as crianças sofrem tremendo assédio através das mídias sociais. Cabe aos pais regularem o que os seus filhos acessam e estabelecer limites.

Nenhuma criança gosta de limite, elas gostam de sentirem-se livres, desde bem cedo. Você tenta controlar ela em seus braços e ela faz de tudo para se soltar. Na adolescência, eles fazem de tudo para voar. Porém, ainda não sabem o risco que correm. Há um tempo certo para voar, a ave que tenta antecipar isto, pode se machucar ou até mesmo morrer. Por isto, cabe aos pais estabelecer limites. Eles não vão gostar, mas, é preciso para proteção deles mesmos, até que tenham maturidade e sejam capazes de tomar decisões seguras.

Se você não sabe como fazer, busque em Deus a sabedoria. O Senhor dá a todos que precisam e nele confiam. Seja um intecessor dos seus filhos diariamente. A oração de uma mãe toca o coração do Pai.

2. Desafio da Orientação

Diante do perigo iminente, cabe aos pais orientar diariamente, sem cessar, aos seus filhos, para que eles possam aprender a defender-se de pessoas mal intencionadas, seja presencial ou virtualmente.

Provérbios 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar”. É papel dos pais ensinar aos filhos trilhar o bom caminho e desviar-se do mal. Eles querendo ou não, cabe aos pais o dever do ensino. Em geral a mãe dedica mais tempo aos filhos do que o pai. É uma grande responsabilidade, preparar um filho para o mundo.

Eu ouvi uma mensagem do Pr. Paschoal Piragine, que ele dizia que nós não criamos os nossos filhos para nós mesmos, criamos eles para eles mesmos, para seus cônjuges e para encarar o mundo. De fato, na criação precisamos pensar que eles não estarão para sempre debaixo de nossas asas e é preciso confiar que o que você ensinou irá funcionar.

Meu filho irá casar-se em breve. Ele vai começar a sua própria família. A partir daí, as escolhas serão dele e de sua esposa. Não convém eu e minha esposa nos metermos na vida deles, a não ser que sejamos convidados pelo casal para aconselharmos. Mas, de qualquer forma serão marido e mulher que deverão decidir sobre as suas vidas e de seus filhos quando vierem. Eu espero que demore bastante, não tenho pressa para ser avô.

3. Desafio do Empurrão

Eu lembro de um documentário que vi sobre as águias. Quando ela é pequena os papais águias caçam e dão o alimento na boca do filhote. Eles fazem isto até que o filhote esteja maduro para voar. Quando isto acontece, os pais simplesmente abandonam o ninho e vão embora. Eu vi este documentário e fiquei com dó da cara da águia quando percebe que não terá mais o alimento na boca. Não terá mais roupa lavada e passada, casa limpa e comidinha na mão. A águia filhote, fez uma cara tão triste que dava pena. Mas, se talvez se os pais águia não fizerem isto, os filhotes poderão querer permanecer no ninho a vida toda, recebendo comidinha na boca.

Eu assisti a uma aula do professor Clóvis de Barros Filho, onde ele falava de seu filho. Ele disse: eu acho que meu filho gosta mais da minha casa do que eu. É muito cômodo ficar na casa dos pais. No Brasil parece que isto é mais intenso. Entre os americanos de classe média, quando o jovem faz dezoito anos, eles vão para a Universidade, em geral bem distante de casa, e nunca mais volta. Da faculdade eles já ingressam na vida profissional e organizam a sua própria vida.

Na pós-modernidade percebe-se que há filhos que querem ficar em casa, e até alguns pais que querem que seus filhos fiquem em casa, mas, eles precisam crescer e ter o seu próprio ninho. As vezes eles não querem voar, e é preciso dar um empurrãozinho para eles voarem. Porque esta é tendência natural.

Conclusão

É um desafio enorme criar os filhos diante dos imensos desafios da pós-modernidade. Parece que o mundo nunca girou tão rápido, não conseguimos acompanhar tantas mudanças, e não são apenas mudanças tecnológicas, são também comportamentais. Antes quando um bebê nascia, pelo órgão genital nós sabíamos se era homem ou mulher. Hoje se discute se o sexo da criança pode ser classificado a partir desta definição; os cascos de Coca-Cola eram duráveis, hoje são descartáveis. E, parece que os relacionamentos acompanharam esta tendência e se tornaram sem comprometimento real; Até a forma de trabalhar tem mudado rapidamente. É muito comum trabalhar de casa, utilizando apenas computador ou celular. Eu e o meu filho, por exemplo, trabalhamos a maior parte do tempo em home office; A TV que era canal aberto, virou TV por assinatura, e evoluiu para a modalidade streaming. Pra mim é bem melhor, vejo o filme a hora que eu quero, e não na hora que a emissora quer; O que se fazia apenas em um estúdio, agora pode ser feito apenas com um celular, e um monte de gente ganha dinheiro apenas produzindo conteúdo.

Os desafios da pós-modernidade são enormes, as mães precisam ter muita perna para acompanhar tantas modificações. É preciso estar muito atenta com está próximo, para que não queira roubar o seu filho e trocá-lo por um morto. Pode ser que o outro não faça isto literalmente, mas, pode apresentá-lo à desgraça das drogas. E, quando o adolescente entra por esta linha, ele fica parecendo um zumbi. Como se tivessem trocado o seu filho por um morto vivo.

Mamãe, cuide bem de seu filho, proteja-o, ensine-o, e na hora certa, empurre-o pra fora do ninho. E, que Deus te abençoe nesta linda e maravilhosa missão.

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