Números 13.1-3,23-33
Esta era a
visão que o povo de Israel tinha deles mesmos. Uma visão infantil, inocente,
que precisaria quarenta anos de deserto para ser amadurecida. Uma visão distorcida de si mesmos e míope no que diz respeito ao que Deus pode realizar.
O povo hebreu
havia acabado de sair da escravidão do Egito. Eles carregavam sobre si uma
mentalidade escrava implantada em suas mentes através dos 430 anos de servidão.
Esta era a única visão que eles tinham de si mesmos. Por isto tinham tanto
medo. Um escravo só sabe servir. Um escravo não é dominado somente pela força
física, ele tem a sua mente trabalhada para acreditar que pertence a uma classe
inferior. E, que jamais poderá sair daquela situação.
O texto diz
que o povo hebreu estava acampado no deserto de Parã, quando Moises escolheu
doze líderes para enviar a Canaã para espiar a terra. Não foram homens qualquer,
não foi uma escolha democrática. Deus ordenou que Moises escolhesse doze líderes,
príncipes dentre o povo: Samua, Safate, Calebe, Jigeal, Palti, Gadiel, Gadi,
Amiel, Setur, Nabi, Geuel e Josué. Destes doze homens, apenas o nome de dois é
lembrado: Josué e Calebe. Porque dentre os doze somente eles creram que Deus
poderia ajudá-los a conquistar, somente eles conseguiram vencer a mentalidade
escrava. Os dez restantes foram os que ainda não tinham libertado a sua mente.
O que se observa neste texto é que o pior inimigo do povo hebreu era a sua própria mentalidade, ou seja, eles mesmos.
A partir desta introdução, pensemos no que pode nos levar a nos tornarmos o nosso pior
inimigo:
1. Nos enxergarmos
como fracassados
Aqueles
homens que estavam com Moises tinham este problema, eles saíram da escravidão,
eram subalternos. Alguns poucos exerciam uma função de liderança, eram escravos
especiais, serviam como capatazes gerenciando o trabalho hebreu. De todos,
apenas Moises havia tido uma educação de Elite. Ele foi enviado por Deus para a
melhor escola de liderança do Egito. Mas, os demais, a grande maioria, eram
pessoas simples, que achavam que a melhor coisa a fazer era voltar para o
Egito. Eles pensavam que fracassariam naquela missão.
Você já foi
dominado pelo sentimento do fracasso antecipado, antes mesmo de iniciar algo,
por achar que não é capaz? Se você já sentiu isto a melhor forma de vencer este
sentimento é melhorando a visão que você tem de si mesmo. Peça a Deus para que
você se veja como ele te vê.
2. Nos enxergarmos
como incapazes de ir além
Quando
olhamos algo grande demais, muitas vezes nos sentimos incapazes de chegar lá.
Olhamos para uma grande empresa e achamos que não podemos trabalhar lá. Olhamos
para uma grande universidade e imaginamos que jamais poderemos pisar lá. Mas,
quem te disse isto? Quem colocou esta limitação sobre você? Você mesmo.
Eu tinha
dezessete anos quando comecei a trabalhar em uma pequena empresa que fornecia
material odontológico, em Duque de Caxias. Não tinha carteira assinada e nenhum
benefício. Trabalhava meio horário e recebia meio salário mínimo. Peguei aquele
trabalho para poder terminar o meu segundo grau. Lá havia um funcionário que já
trabalhava lá há alguns anos. Ele trabalhava um período inteiro e recebia um
salário mínimo. Certo dia ele me perguntou porque eu estava estudando. Eu disse
que queria algo melhor para a minha via. Ele imediatamente disse: Você não vai
conseguir nada, olha pra mim, eu tenho vinte e cinco anos e não consegui nada.
Eu fiquei em silêncio, mas, não permiti que aquela palavra maldita entrasse em
meu coração. Aquele rapaz havia sido condicionado a não lutar, era incapaz de
ir além, por isto, jamais saiu daquele lugar de fracasso.
Para ir além
é preciso vencer a limitação que nós mesmos colocamos em nossas vidas. O senso
de incapacidade. “Em Deus faremos proezas, porque ele calca aos pés os nossos
adversários” (Salmos 60.12).
3. Nos enxergamos
como fracos para a luta
Eles não
compreendiam que havia algo que era muito superior a tudo, uma força
indescritível estava com eles, algo que todos temeriam, a presença de Deus.
Eles olhavam simplesmente para a sua fraqueza.
Gideão sofria
deste problema. Os midianitas vinham saquear as colheitas do povo e eles se
escondiam nas cavernas para malhar trigo. Ele se via como um fracote, até que
Deus mostrou que ele poderia enfrentar o inimigo e vencer. É assim que Deus
faz, ele nos capacita para a luta. Foi na força do Senhor que Davi venceu o
gigante filisteu.
Conclusão
Dos doze
espias enviados por Moises, dez deles trouxeram um relatório desanimador. Toda
aquela energia negativa dos dez espias se espalhou rapidamente por todo o povo
que quis apedrejar a Moises e Arão. Eles os culpavam por leva-los para o
deserto para morrer. Porém a glória de Deus apareceu a todos os filhos de
Israel. Deus queria mata-los ali mesmo, mas, Moises intercedeu por eles. O
coração de Moises me impressiona. Ainda que o povo queria apedrejá-lo, assim
mesmo ele intercede a Deus por aquele povo.
Deus tentou
de todas as formas transformar a mentalidade daquelas pessoas, porém, quando
viu que era impossível, determinou que todos morreriam no deserto. No capitulo
14.33-34 Deus decretou que para cada dia que eles gastaram para espiar a terra,
eles ficariam um ano no deserto. Toda aquela geração seria consumida pelo
deserto. Somente Josué e Calebe iriam entrar na terra prometida. Os dez espias
restante morreram de praga (Nm 14.36-37).
Vença o seu
maior inimigo, aquele que te impede de realizar coisas maiores não é satanás,
não são bandidos ou homens corruptos, é você mesmo. É você mesmo que impõe
limites para não alcançar lugares mais elevados.
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