Deuteronômio 7.12-13
Moises havia recebido de Deus a
difícil tarefa de conduzir o povo pelo deserto do Egito até a terra prometida.
Ele levou cerca de quarenta anos nesta travessia. A distância não era tão longa
assim. Na verdade Deus fez eles ficarem rodeando pelo deserto até que aquela
geração morresse. Foi no deserto que Deus depurou o povo.
Durante estes quarenta anos de
jornadas pelo deserto, os Filhos de Israel acamparam em quarenta e dois lugares
diferentes (Nm 33: 1-48), seguindo uma rota diferente daquela que seria a mais
direta ou a mais próxima do destino final. Assim foi feita uma seleção natural.
Neste momento específico Moises
está falando sobre as bençãos decorrentes da obediência. Este texto tem uma
condicional: ‘se’. “Se ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires..”.
A obediência à condição estabelecida por Deus levaria o povo a receber o
cumprimento das promessas de Deus. A obediência foi a condição estabelecida
para ser abençoado. Tudo o que Deus prometeu ao seu povo o levaria a uma
condição de honra e prosperidade.
A benção do Senhor é para a
família. Quando olhamos o texto percebemos que Deus tem o desejo de abençoar
grandemente a sua casa e toda a sua família. Para que isto aconteça, ele
estabeleceu os seus decretos e mandamentos, tudo o que precisamos fazer é
obedecê-los.
As promessas do Senhor
estabelecidas neste texto são:
1. Promessa de amor
“Ele te amará..”. O amor de Deus
para conosco e incondicional, pode ser comparado ao amor de uma mãe em relação
ao seu filho. Uma mãe carrega o seu filho no ventre, dá a luz, o amamenta e
protege de todos os males. A mãe não espera nada em troca, ela faz isto
incondicionalmente. Há muitos filhos que, quando sua mãe envelhece,
simplesmente a abandona, não liga, não procura cuidar, deixa ela a deriva. O
nome disto é ingratidão.
Embora o amor de Deus seja
incondicional, ele espera que venhamos a amá-lo também. A retribuição do amor
que entregamos para Deus favorece mais a nós do que a Ele. Porque quando nós o
amamos, cumprimos os seus mandamentos e o fazemos prazerosamente. Isto nos
coloca em condições de receber de suas mãos benção e honra.
2. Promessa de benção
“E te abençoará..”. A benção de
Deus sobre as nossas vidas é fruto de uma intimidade com Deus. Quanto mais
próximos dele, mais somos agraciados com a sua presença, e quanto mais perto de
nós, mais ele nos abençoa.
A benção de Deus é privilégio
daqueles que amam a Deus. O nosso amor a Deus é a porta que abre a porta dos
céus para nós. A nossa salvação vem através do nosso amor a Deus. E tudo o mais
que recebemos de Deus vem de nossa devoção a ele.
Ser abençoado não quer dizer que
teremos tudo o que sonharmos e tudo o que quisermos. Ser abençoado é ter o que
precisamos. Eu creio que Deus tem prazer em nos fornecer tudo o que precisamos
em abundância. Mas, isto não é mágica, não há como comprar isto, não há como
obrigar a Deus a nos dar absolutamente nada. A nossa fidelidade a ele nos faz
esperar e aguardar por sua provisão.
3. Promessas sobre a família
Quando os pais amam aos seus
filhos demonstram este amor investindo tempo em sua formação. Eles os educam da
melhor forma possível. Assim, criam homens e mulheres de caráter probo. Um filho
amado e bem educado terá maiores possibilidades de alcançar as promessas do
Senhor sobre a sua vida.
4. Promessa de prosperidade
“Abençoará os teus bens”. Os
hebreus tinham uma festa específica, que era a festa da colheita, onde eles
agradeciam a Deus pelo fruto da terra. Era nessa festa que o povo eleito do
Senhor, realizava as entregas das primícias ou primeiros frutos a Deus (Êxodo
23:16), em reconhecimento de que Deus os havia abençoado.
Quando Israel permitiu que a
idolatria invadisse o seu arraial, eles convidaram a Baal e Assera para serem
seus deuses. Estas eram entidades cananeias, consideradas como deuses da
fertilidade. Os seus seguidores acreditavam que eram eles que faziam tanto a
terra, quanto os animais, e até as mulheres serem fecundas. Mas, a passagem de
Elias e os profetas de Baal deixou bem claro para os antigos hebreus quem era o
Deus verdadeiro. Era Javé quem abençoava com multiplicação e não entidades
pagãs.
A benção do Senhor sobre os
nossos bens não é uma mágica que nos faça ficar ricos, mas, a certeza de que
tudo o que colocarmos as mãos para fazer prosperará. A condição estabelecida
por Deus é “se, ouvindo estes mandamentos, os guardares e cumprires”.
Conclusão
Desde a criação Deus estabeleceu
a sua promessa de benção e honra sobre a vida do ser humano. Para que esta
promessa se torne real, é preciso amar ao Senhor de todo o nosso coração. Amar
ao Senhor nos fará obedecê-lo. A obediência aos seus princípios nos levará a
condição de apto a ser abençoado.
Para que esta promessa se
perpetue sobre a nossa geração, devemos não apenas amar ao Senhor, mas, devemos
também ensinar aos nossos filhos amá-lo de todo o seu coração. Deuteronômio 6.5-7
fala sobre estas duas responsabilidades: Amar e ensinar aos nossos filhos a
amarem a Deus.
Ao ensinar aos nossos filhos a
amarem ao Senhor, estamos decretando sobre eles também a benção e honra do
Senhor sobre as suas vidas.