Lucas 2.39-52
Porém, no século primeiro foi desenvolvida uma doutrina denominada docetismo, que afirmava que Jesus não possuia um corpo humano. Esta discussão sobre a humanidade de
Jesus continuou por muitos anos, até que foi realizado um concílio para
deliberar sobre o assunto. O Concílio de Niceia que aconteceu no ano de 325 foi
o primeiro evento promovido pela Igreja para discutir a fé cristã. O principal
objetivo da convocação feita pelo imperador romano Constantino I era a criação
de um consenso entre os representantes da instituição acerca da natureza divina
de Jesus Cristo.
O concílio declarou que o Filho
era verdadeiro Deus, co-eterno com o Pai e gerado de sua mesma substância,
argumentando que tal doutrina codificava melhor a apresentação bíblica do
Filho, assim como a crença cristã tradicional sobre ele transmitida pelos
apóstolos.
O Concílio da Calcedônia,
realizado no ano 451, encerrou este debate, afirmando que Jesus era 100% homem
e 100% Deus.
De acordo com este concílio há duas
personalidades que residiam conjuntamente em Jesus:
1. A plena humanidade de
Cristo (v. 2.40)
Jesus nasceu como uma criança
comum. Embora o óvulo de Maria tenha sido fecundado pelo Espírito Santo, Jesus
levou nove meses para nascer. Nasceu como um bebê comum, teve que tomar o leite
materno de sua mãe, teve que aprender a falar e andar. A sua mente foi
desenvolvida normalmente como um bebê. Estes detalhes atestam a humanidade de
Jesus. Como criança teve toda a fragilidade de um bebê. Ele precisou cuidado e
proteção.
Isaías 7:14,15 diz: “Portanto,
o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho e lhe chamará Emanuel. Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar
o mal e escolher o bem”.
A versão King James Atualizada
traduz manteiga como coalhada. Aliás, coalhada com mel é bom demais, eu sou fã.
Faz mais sentido do que manteiga e mel. Mas, o fato é que Jesus criança deveria
ser alimentado e cuidado até que aprendesse a desprezar o mal e escolher o bem.
Seus pais seriam encarregados de sua educação, eles deveriam ensiná-lo estas
coisas. Esta parte atesta a plena humanidade de Cristo. Ele precisou dos
cuidados e ensinos de Maria e José.
2. A plena divindade de Cristo
(2.48-50)
Como Jesus é filho de Deus,
provavelmente o próprio Deus também se encarregou de ensinar algumas coisas,
tanto que aos 12 anos o vemos no templo discutindo com doutores, homens experimentados
na lei. Os seus pais se surpreenderam, então, as coisas que ele disse não
aprendeu com os Maria e José. Esta idade de 12 anos sugere que Jesus foi levado
ao templo para realizar o seu bar mitzvah. Esta cerimônia é um rito de passagem
que os pais fazem com os filhos homens, atestando que a partir daquele momento
o menino saiu da infância e tornou-se um homem. Foi somente após este evento
que Jesus começou então a manifestar-se.
Quando ele sumiu do meio da
caravana, eles voltaram à cidade para procurá-lo. Tiveram uma grande surpresa
em vê-lo, assentado, discutindo com doutores da lei. Jesus recebeu diretamente
do Pai, a sabedoria. Esta parte não veio através de conhecimento de seus pais,
mas foi por revelação do próprio Espírito. Seus pais já não conseguiam acompanhá-lo
a partir daí.
Conclusão
As duas personalidades de Cristo
se fundem em uma só. Não há separação entre ambas. Jesus é, portanto, o Deus
que se fez homem e habitou entre nós. Ele fez isto com uma finalidade, Sendo
Deus e homem, Jesus conheceu as nossas dores e por isto, pode nos compreender
plenamente. Ele se tornou um modelo a ser seguido, enquanto homem, e um Deus a
ser obedecido.
Ele também entregou a sua vida
humana, como um cordeiro, para morrer em nosso lugar. A sua morte humana, seu
sacrifício na cruz é o que nos liga a ele como Deus. Tudo o que precisamos
fazer diante dele é aceitar o seu sacrifício, aceita-lo em nosso coração.
Devemos entregar a nossa vida em suas mãos, para que ele entre em nossos
corações.
Jesus é o Deus homem que veio ao
mundo para nos dar uma nova esperança e nos mostrar um novo e vivo caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário