Por
definição autoestima é uma "avaliação
subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou
negativa em algum grau" (Wikipedia). Por se tratar de um juízo de valor que
o indivíduo faz de si mesmo, deveríamos então pensar que existe um padrão
aceitável de comportamento, onde as pessoas se colocam abaixo ou acima de uma
média. Se este padrão existe, onde está? quem definiu? O escritor Ronaldo
Sathler Rosa afirma que "a
felicidade, conforme ditada pela cultura das sensações, torna-se impossível de
ser alcançada". Em geral as pessoas buscam viver dentro de um padrão
estabelecido pela sociedade, e quando não conseguem sente-se infelizes. Um bom
exemplo disto é a indústria da moda que estabelece o manequim magérrimo como o
ideal a ser conquistado, ditando assim um conceito de beleza que a maioria
esmagadora das mulheres não conseguem alcançar, e as que conseguem precisam
torturar-se até o limite da anorexia.
O
texto de Genesis diz que Deus criou o ser humano à sua própria imagem e
semelhança. Quando pensamos em Deus, vem a nossa mente a ideia de plenitude e
perfeição, como poderíamos nós chegar perto desta perfeição? No pensamento da
moda teria Deus um corpo esculturalmente magro e musculoso? Note que a ditadura
da moda leva as pessoas a conceituarem com alta pontuação valores que na
realidade não deveriam ser significativos. A estética não
deveria ser utilizado como medida de valor, o fato de ser magrinha(o) ou cheinho(a) não deveria afetar tanto a sociendade. Não se defende aqui os maus hábitos
ou o desleixo, mas, sim o excesso da busca de uma perfeição corporal muitas
vezes frustrada. Horas e horas de malhação diária, lipo, silicone, botox em excesso, implantes, massagens e etc..
Devido
aos padrões distorcidos que a humanidade formula e cultua, são inúmeras as
pessoas que sofrem por não se encaixar dentro deles. Padrões de cor da pele,
altura, peso, status social, poder econômico, estado civil, região onde mora,
locais que frequenta, marca de roupa que utiliza, grau de instrução, em fim, a
lista é imensa. Estes conceitos, ou preconceitos, são cruéis e causam uma
enorme sensação de desconforto, rebaixando àqueles que não se enquadram a uma
categoria inferior de gente. É um verdadeiro bullying de padrões.
Um
outro fator que também leva o indivíduo a uma baixa na auto estima é a
depressão, que pode ser causada por um trauma, um problema congênito ou um
grande sofrimento. O indivíduo depressivo vê a si mesmo como alguém infeliz e
que não tem esperança, por tanto não consegue ver uma solução para a sua dor. Quando
olha para si mesmo não consegue enxergar a grandeza do criador, e se concentra
somente nas feridas. Ele vê a si mesmo sempre como alguém marcado para ser
infeliz.
Pessoas
que contraíram doenças graves também tem grande probabilidade de ficarem
deprimidas e terem sua auto estima afetada. Elas se entristecem e perdem a
esperança de lutar, perdem as forças antes mesmo de esgotarem as
possibilidades, doenças que seriam facilmente curadas tornam-se crônicas.
Quando
olhamos para o Gênesis e verificamos que o próprio Deus nos criou e utilizou a
si mesmo como modelo, somos obrigados a considerar que ele usou o melhor que
tinha para nos criar. Isto me leva a crer que deve existir algum problema
nestes conceitos e valores que nos cercam. Eles não batem com a ideia de que
Deus criou a todos nós de alguma forma parecida, embora cada um tenha sua
característica particular que é o que o define com alguém único.
A ditadura
do prazer leva as pessoas a um hedonismo incansável, as pessoas olham somente
para realização pessoal, o outro passa ser apenas uma 'coisa', um objeto de
prazer para ser usado. Com este conceito mulheres em busca de realização se
fazem como objetos de consumo, e se apresentam como produto esculturalmente
preparado para ser consumido, através de horas e horas de tratamento estético,
muita malhação e também bastante photoshopping. Homens de negócios, empresário
ricos, políticos, e outros, pagam caro pela mercadoria. Após alguns poucos anos
de uso são descartadas e substituídas como qualquer outro objeto, como um carro
que é trocado por um modelo novo.
Genesis
nos convida a olhar para dentro de nós mesmos como pessoas criadas por Deus e
parecidos com ele, logo com uma maravilhosa essência, que embora sufocada pelo
mal, ainda é a imagem do criador. O grande desafio é conseguir limpar o coração
de toda esta parafernália de informações, conceitos e padrões tortuosos e
começar a ver a si mesmo como Deus vê, alguém extraordinário criado conforme a
sua semelhança.
Jesus
nos dá um caminho para recomeçar, ele disse: "vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos
aliviarei..". Em Cristo voltamos a ver a forma de Deus que existe em
nós. Jesus nos leva novamente ao nosso lugar de origem, ao Gênesis, à forma e
semelhança de Deus. Quando Cristo habita em nossos corações podemos olhar para
dentro de nós e enxergar uma alma feliz, mesmo em meio às fatalidades e
tristezas comuns da vida.
Pr.
Sergio Rosa
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