Mateus 14.22-33
Há muita gente perversa que se
alimenta dos nossos medos. Milicianos que exploram moradores, que tem medo de
denunciarem e serem mortos. Afinal, não se sabe até onde vai os tentáculos das
milícias. Eles mesmos entre eles têm medo. Medo de invadirem o seu território e
serem mortos. Assim, eles vão ficando cada vez mais poderosos, explorando o
medo das pessoas.
Medo, é sobre isto que
gostaria de tratar com vocês.
Medo é um sentimento que é inerente a todas as pessoas. Todos nós
sentimos medo de algo ou em determinada circunstância. Qual é o seu maior medo?
Você sente algum medo que te bloqueia de alguma forma ou te leva a ficar
apavorado? Se é o seu caso, trago boas notícias, você pode aprender com Pedro a
superar os seus medos.
O segredo está na confiança plena em Jesus. Pedro foi desafiado naquela
madrugada a confiar plenamente. Era entre três e seis da manhã, quando tal fato
aconteceu. Eles estavam no meio do mar da Galileia, também chamado de lago de Genesaré
ou mar de Tiberíades, a cerca de cinco quilômetros da margem. Os discípulos
deveriam estar cansados, pois estavam a noite toda no mar. Estava quase
amanhecendo, havia uma penumbra que os permitiam enxergar algo vindo em direção
deles, andando sobre as águas. Entretanto, não conseguiram discernir exatamente
o que era. Então deduziram, rapidamente, que só poderia ser um fantasma.
Pra você que tem medo de assombração, imagina, se uma aparece e vai se
aproximando de você, e você está morrendo de medo, e para piorar, ela ainda
fala contigo. Quanto mais o fantasma se aproximava, mais eles sentiam medo.
Entretanto, quando o fantasma se aproximou e falou com eles, reconheceram a sua
voz, era Jesus. - Ufa! Que alívio. - Pedro rapidamente, tomado pela emoção,
pediu a Jesus para ir com ele e também andar sobre as águas. Jesus disse: Vem!
E ele foi.
Em geral o nosso encontro com Jesus é tomado de muita emoção, e isto é
maravilhoso. Somos levados às lágrimas ou a uma alegria incomparável. Porém, a
nossa fé não pode ser baseada somente na emoção que sentimos, seja nos cultos
públicos ou em nossas devocionais caseira, a nossa fé precisa ser madura.
Talvez seja por isto que o Senhor nos prova a nossa fé. Nos momentos das provas
somos desafiados a confiar que Jesus não nos deixará afundar por completo. Ele
não nos deixará afogar.
Pedro confiou em Jesus e, levado pela emoção, se lançou sobre as águas
e caminhou. Porém, em determinado momento, ele desviou a sua atenção de Jesus,
prestou mais atenção na força do vento e novamente sentiu medo. Foi neste
instante que ele começou a afundar.
Gostaria de destacar três elementos marcantes neste texto:
1. Pedro reparando na força do vento teve medo
Todos nós sentimos medo diante de situações difíceis. O medo nos
balança e tenta nos desestabilizar. O medo não é um sentimento ruim, precisa
ser encarado apenas como um alerta, como aquela luz amarela ou vermelha que nos
avisa do perigo. Ao receber o aviso, devemos apenas nos preparar e não nos
desesperar.
O Pr Mauro Sanches, da PIB Parque Alian fez
um teste com os pastores da Meritiense. Uma das perguntas foi: De que você tem medo? Um dos
pastores respondeu que era de ficar sem ministério. Como ele é pastor de tempo
integral, ele tem medo de perder a sua fonte de sustento. Muitas pessoas têm
medo de ficarem desempregadas a partir de certa idade. Mas, o medo não pode te travar.
Você precisa canalizar esta energia para o lugar certo. Quem sabe se preparar
melhor, desenvolver mais a sua profissão, investir em conhecimento, buscar
crescimento no que você faz, e, sobretudo confiar na provisão do Senhor.
Pedro inicialmente estava confiante, ele pediu a Jesus para ir até ele,
ele tinha convicção de que poderia também andar sobre as águas, no entanto, a
fúria dos ventos e das águas batendo em seu rosto o fez duvidar. Neste momento novamente
ele teve medo.
2. Pedro reparando na força do vendo começou a afundar
Quando seguimos a nossa vida olhando diretamente para Jesus, ele nos
sustenta diante de todos os dilemas da vida, de tal forma que podemos andar
sobre as águas sem perceber os ventos contrários, porém, basta tirarmos os
olhos de Jesus para que tudo em nosso entorno comece a afundar.
Quando a minha sobrinha mais velha, a Raquel, era criança, eu a ensinei
a andar de bicicleta. Ela montou e eu fui a segurando pelo selim. Ela estava
confiando em mim. Porém, um determinado momento, ela olhou para traz e não me
viu. Neste momento ela teve medo, desequilibrou e caiu. Ela poderia continuar
andando, porém, ela perdeu a confiança pelo fato de não me ver.
No caso de Pedro, ele confiou em Jesus, porém em determinado momento
ele deixou de vê-lo. Talvez neste momento um pouco de autossuficiência entrou
no seu coração quando deu os primeiros passos. Ele deve ter olhado para ele
mesmo e dito: Nossa! Estou andando sobre as águas. Eu sou mesmo poderoso! Neste
momento ele perdeu Jesus de vista e começou a notar o tamanho das ondas.
Jesus permitiu que Pedro afundasse só um
pouquinho, somente para ele entender que não tinha poder algum. O seu poder
vinha de sua fé em Jesus. Quando ele desviou os olhos de Jesus, a fé deu lugar
à dúvida e a dúvida ao medo.
3. Reparando na força do vento entrou em desespero
Paul Tillich foi um teólogo Alemão que participou da segunda grande
guerra como capelão, relata que certa noite, esgotado, andando no meio de
cadáveres, muitos deles seus amigos pessoais, entrou em desespero. Ele era um
cristão, porém, tinha uma visão distorcida de Deus. Ele confiava mais nos
filósofos clássicos, do que na experiência com Deus. No meio da guerra, toda
aquela certeza que tinha desapareceu. Ali, em meio aquela experiência terrível
ele entrou em desespero. Viu toda a sua certeza desaparecer. Foi em meio aquele
terror que ele teve uma experiência autêntica com o verdadeiro Deus.
Diante do desespero Pedro começou a afundar. Mas, neste momento foi que
ele teve a sua real experiência com Jesus. Ele começou a gritar por socorro. Ele
gritou por Jesus: Salva-me, Senhor! A melhor coisa que aconteceu com Tillich e
Pedro foi afundar. Só assim eles conheceram a fé verdadeira. Eles foram
depurados de suas emoções e autoconfiança, e restou apenas a fé genuína.
Conclusão
Diante dos ventos fortes que nos atinge de forma intensa, devemos
sempre confiar plenamente que Jesus irá nos salvar das tribulações. Ele estará
sempre com as mãos erguidas em nossa direção para nos ajudar.
O tentador quer nos fazer desconfiar, quer nos roubar a atenção, ele
lança suas setas para que olhemos para outro lado. Neste momento é preciso
vencer a tentação e continuar crendo, apesar dos ventos contrários. É preciso
manter os olhos fixos em Jesus e não se deixar levar pelas circunstâncias.
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