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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Por Ele e para Ele


Colossenses 1.16
 Você foi criado com um objetivo, pode ser até que você não saiba disto ou mesmo não aceite, porém, o fato é que você foi criado para a glória de Deus. Por esta razão é que você muitas vezes se sente deslocado, faz várias coisas e não vê sentido na vida. Isto ocorre por que você está fora daquilo para o qual foi criado.
Você já deve ter ouvido a expressão “se sentindo como um peixe fora d`água”. Pois é, um peixe poderia se rebelar e dizer, eu já estou cansado de viver nesta água. Tantos animais vivem na terra. Vou sair desta água e andar como os demais. Se ele pudesse fazer isto, ele morreria rapidamente, porque água é o seu habitat natural.
Longe de Deus morremos aos poucos. Isto ocorre porque o nosso habitat natural é o reino de Deus. Ele nos criou por ele e para ele. Não somos obrigados a viver em sua presença, porém, fora dela, nós simplesmente morremos.
Diante desta afirmativa que queria pensar um pouco com você sobre toda a criação de Deus, até chegarmos ao seu propósito.
1. Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1)
A bíblia começa com o relato da criação de todas as coisas. O primeiro versículo da bíblia conta que Deus criou os céus e a terra.
Eu lembro de uma vez eu tentei construir um aeromodelo. Um amigo havia me ensinado como fazer um com varetas e papel fino. Ele tinha um sistema de propulsão a base de elástico, tipo estes brinquedos a corda. Nós girávamos e depois soltávamos a hélice, que girava em sentido oposto. Levei um tempão, construindo aquela coisa. Mas, no fim, não funcionou muito bem. Eu tinha cerca de 14 anos. E naquele tempo eu descobri como é difícil você criar alguma coisa.
Não foi fácil construir todas as coisas. Cada detalhe, cada cor, cada espaço. Criar todo o universo e estabelecer leis, como a lei da gravidade em toda a sua perfeição, deu muito trabalho, e Deus levou cerca de seis dias nesta construção. Não sabemos o que quer dizer exatamente estes seis dias. Porém, o fato é que tudo o que existe foi criado por Deus.
2. Deus criou a você (Gn 1.27)
Depois de haver criado todas as coisas, faltava a obra de sua criação, o homem e a mulher. Deus criou a ambos e ordenou que eles procriassem e enchessem a terra. Homem e mulher os criou.
Assistimos a um filme, eu e minha amada esposa, sobre uma robô, que era muito semelhante ao homem. Ela era perfeita, e fazia coisas com uma precisão impressionante. Fez uma cirurgia no cérebro de uma paciente com êxito maior que os melhores médicos. Porém, ela queria entender o que é se apaixonar. Ela achou tudo completamente ilógico e não conseguir compreender algo que é natural no ser humano.
Por mais que o ser humano tente recriar algo parecido com o ser humano, sempre ficará completamente distante da obra da criação de Deus. Deus fez o ser humano com todas as suas complexidades que não compreendemos. O ser humano é a coroa da criação de Deus.
3. Deus nos criou para um propósito (Ef 1.12)
Deus fez a terra para que fosse nossa morada. Criou a natureza, para que retirássemos dela todo o nosso sustento, e nos fez com um proposito bem definido. Nós fomos criados por ele e para ele. Fomos criados pelo seu amor para o louvor de sua glória.
Teve uma vez que eu vi Rosana tentando bater um prego com um soquete. Não deu muito certo, o prego ficou meio frouxo. Eu peguei o martelo, e preguei devidamente. O que aconteceu ali? O soquete, embora tenha servido para pregar, não é a ferramenta adequada. O martelo sim foi feito com um fim específico, pregar. Você pode utilizá-lo para outras coisas, porém, é para pregar que ele serve.
Conclusão
Todas as coisas que existem nos mostram que um ser muito poderoso esteve por trás desta maravilhosa obra. É impossível que tudo isto fora criado por um acidente cósmico. É inadmissível achar que somos frutos de uma coincidência. E um absurdo acreditar na existência do infinito, sem crer que exista uma ligação entre o infinito e o finito.
Deus é a resposta para todas as perguntas existenciais do ser humano. É para ele que nós fomos criados. Foi por ele, que fomos formados. E o nosso proposito é o louvor de sua glória. Longe de Deus, nos sentimos perdidos e sem esperança. Fica como se algo estivesse fora do lugar. Em Deus, ainda que tenhamos muitas questões, nos sentimos seguros.
Estar em Deus não quer dizer que todas as suas dúvidas serão sanadas. Certamente você ainda terá muitas perguntas. Porém, aquele sentimento terrível de vazio e desesperança irá diminuir, e na medida que você exercitar a fé, e aproximar-se mais do criador, esta desesperança irá sumir completamente.
Deus já fez tudo o que ele tinha que fazer, agora, só falta você fazer a sua parte. Aproximar-se dele, viver por ele e para ele. Ter a Deus como a coisa principal da sua vida. Ter a Deus como lugar de honra. Não como algo a ser usado por você. Mas, como alguém com quem você deseja relacionar-se por toda a eternidade. Se você entende isto e deseja fazer uma decisão de andar com Deus, no seu coração diga: Senhor eu te quero. Me aceita em sua presença. Eu quero viver por ti e para ti.

sábado, 7 de setembro de 2019

O fariseu e o publicano observado através da lente da lei e da graça


Lucas 18.9-14
Quando cheguei aos 44 anos comecei a ter dificuldades de enxergar de perto. A cada ano o grau aumenta e é preciso trocar as lentes dos óculos para enxergar melhor. Já usei óculos para miopia, mas ela retrocedeu e hoje só tenho problemas com hipermetropia, dificuldades para enxergar de perto. O remédio para isto é a utilização de óculos.
Através da lente correta, aquilo que era desfocado, passa a ter uma imagem nítida. Lente é um objeto que nos possibilita enxergar melhor. Sem ele, eu não poderia ler nenhum livro, nem mesmo a minha bíblia de letra extra gigante eu não consigo enxergar.
No primeiro sábado de maio é comemorado o dia Batista de Ação Social. Neste dia, trazemos aqui vários atendimentos sociais, dentre eles, trazemos um optometrista, que é o profissional que faz o exame para medir nosso grau. Todo ano eu faço. E ele me coloca para ler aquelas letrinhas e vai trocando as lentes até achar uma que me faz enxergar melhor. Ele vai perguntando: essa é melhor? Então, ele continua testando outras lentes até achar a correta. Aquela que me faz enxergar nitidamente.
Gostaria de te convidar a examinar a parábola do fariseu e o publicano através de duas lentes: a lente da lei e a lente da graça. Vamos verificar através de qual das duas conseguimos enxergar melhor a vontade de Deus para as nossas vidas.
1. Primeiro vamos verificar a lente da lei (v. 11-12)
Jesus estava contando uma parábola. Antes de qualquer coisa, precisamos saber para quem Jesus estava contando esta parábola. As parábolas de Jesus tinham a intenção de confrontar o ouvinte consigo mesmo. Neste confronto alguns se convertiam, outros ficavam irados, e outros fingiam que não entendiam o que Jesus estava dizendo. Quem estava sendo confrontado? Lucas 17.20 responde a esta pergunta: “Interrogado pelos fariseus..”. Os fariseus eram os caras mais certinhos do Novo Testamento. Eles eram homens altamente religiosos. Eram os guardiões e interpretes da lei de Deus. Aqueles responsáveis em manter as tradições religiosas e o ensino. Eles conheciam profundamente a Torah, o Antigo Testamento, jejuavam e frequentavam a sinagoga regularmente.
Lembro de uma amiga nossa, ela nos contou que, quando criança, ela morava em uma fazendo com a família. Certa vez, ela pegou um pintinho para tomar conta, e torceu o pescoço do bicho até ele morrer. Daí, ele ficou quietinho, então ela disse que havia colocado ele pra dormir. Em sua visão distorcida de criança, ela pensou que estava fazendo uma coisa boa.
Os fariseus realmente achavam que estavam fazendo algo bom. Eles se sentiam fazendo a vontade de Deus. Achavam que o que faziam os aproximava de Deus. Eles tinham uma visão distorcida da vontade de Deus, porque estavam utilizando a lente errada. Eles estavam tentando enxergar a vontade de Deus a partir da lente da lei. Acreditavam que uma obediência superficial e exterior da lei de Deus era suficiente.
Jesus, então, conta esta parábola sobre os dois homens que subiram ao templo para orar. O primeiro é identificado como fariseu e o segundo como publicano.

O Fariseu representa a lente da lei – a obediência aparente à lei os fazia pensar que estavam fazendo a vontade de Deus. Os fariseus pensavam que se fizessem tudo aparentemente certinho, estava quite com Deus. Por isto, na parábola, ele ora dizendo: “eu não sou como os demais homens, corruptos, injustos e adúlteros e muito menos como este publicano..” Não havia problema no que ele estava fazendo. Tudo aquilo era bom. E até melhor do que a lei, que ordenava jejuar uma só vez na semana.
Jesus não está condenando o que ele fazia, mas mostrando que não adiantava ele fazer aquilo só de exterior.
2. Segundo vamos verificar a lente da graça (13)
O Segundo personagem desta parábola é o publicano.

O Publicano representa a lente da graça – a desobediência à lei o fazia pensar que não estava fazendo a vontade de Deus. E de fato não estava. Ele era um tipo de ‘traira’ de sua nação. Os publicanos trabalhavam para Roma na função de coletores de impostos dos judeus. Eles oprimiam o povo com altas taxas, e por isto eram odiados. Quando ele chega ao templo orar, ele tem noção clara de quem ele era. E ele abre o coração para Deus: “tem misericórdia de mim Senhor, porque sou pecador”. Jesus diz que ele saiu dali justificado.
A graça nos mostra quem realmente somos. Ela descortina todo o nosso ser. Esta parábola mostra que não adianta você querer aparentar para Deus quem você na verdade não é. Ele não se deixa enganar. Não esconda quem você é atrás de uma religião. A graça é uma chamada ao arrependimento, um convite à transformação.
Conclusão
Diante da graça importa o que verdadeiramente o que você é, e não quem você aparenta ser. De nada adianta um teatro religioso diante de Deus. As suas ações diante de Deus são medidas por quem você verdadeiramente é. Por isto Jesus condenou os fariseus por querer entregar uma esmola e se aparecer (Mt 6.2). Os fariseus só se preocupavam com a aparência. Eles queriam aparentar algo que na verdade não eram, isto se chama hipocrisia.
Às vezes precisamos parar, meditar, orar, e nos perguntar se não existe nada de errado com a nossa religiosidade. É preciso uma reflexão pura e sincera a partir da lente da graça. Aquela que nos despe completamente, aquela que nos faz enxergar quem realmente nós somos.
O apóstolo Paulo diz: “Examine-se pois o homem a si mesmo”. Este autoexame só é possível através da lente da graça. Olhamos para dentro de nós e conseguimos ver o que realmente tem dentro. Através deste diagnóstico lutamos para retirar aquilo que sabemos que está errado. Se tentarmos nos examinar pela lente da lei, corremos o risco de tentar nos absorver. Afinal, se ninguém viu, então, não há quem me condene.