Esta passagem conta o relato de Naamã, o todo poderoso general da Síria.
A Síria neste momento era uma grande potência. Em uma de suas investidas contra
Israel, foram feitos muitos prisioneiros e feitos escravos de guerra. Dentre
eles, havia uma jovem que foi servir na casa e de Naamã. Esta jovem disse para
sua patroa: “Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que há em
Samaria; ele o restauraria de sua lepra” (v. 5.3). A mulher de Naamã falou
com ele e ele foi procurar o Rei para que ele pudesse ir até Judá.
O rei da Síria escreveu uma carta para o rei de Israel com uma
solicitação, para que ele curasse Naamã de sua lepra (V.6). O rei de Israel
ficou apavorado e disse: “Acaso, sou Deus com poder de tirar a vida ou
dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de sua lepra?”
Ouvindo o Profeta Eliseu que o rei rasgou suas vestes, mandou perguntar o que
havia acontecido. O rei explicou e Eliseu falou: deixe que ele venha.
Naamã foi com toda a sua comitiva, levando milhões em prata, ouro e
vestes. Ele sabia que a sua doença era incurável e estava disposto a pagar
qualquer coisa por sua cura. Porém, o que Naamã não sabia é que a graça de Deus
é impagável. Só podemos recebê-la mediante a fé.
Três etapas da cura de Naamã:
1. Foi curado de sua prepotência (v. 9)
Naamã o todo poderoso general Sírio veio com toda a
pompa, com sua comitiva cheia de
belos carros. Os melhores cavalos do reino e
as mais belas carruagens foram colocadas à sua disposição. Deve ter sido
impressionante, totalmente chamativo, cheio de toda a exuberância e glamour.
Naamã imaginou que seria tratado com toda honra devida. Porém, quando ele
chegou na porta de Eliseu, o profeta sequer desceu para recebê-lo. Mandou o
estagiário dar um recado: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne
será restaurada, e ficarás limpo” (v. 10). Naamã ficou uma fera: o que? Nem me
recebeu e ainda me mandou ir tomar banho neste riozinho Jordão? Que absurdo!
Naamã não sabia, mas ele estava passando pela primeira
etapa de sua cura, estava sendo curado de sua prepotência. Ele precisava ‘cair
do cavalo’ para receber a graça. Seu ego precisava ser quebrado. Para ser
totalmente curado, ele teria que, primeiramente, ser quebrado pela graça,
moído, precisaria baixa a bola a respeito de si mesmo.
2. Foi curado de sua arrogância (v.11)
Em sua arrogância Naamã ainda não havia percebido
que Deus primeiro estava curando o seu coração. Não é possível receber nada de
Deus sem quebrantamento. O quebrantamento é o primeiro passo para quem deseja
receber as bênçãos do Pai.
Naamã queria ser curado, mas ele queria dizer para
Deus como isto aconteceria. Ele imaginou que o profeta viria e promoveria um
verdadeiro espetáculo, cheio de plateia e assim ele sararia. Ele queria que o
Profeta viesse, o adulasse, passasse a mão sobre sua ferida e o curasse.
Em sua indignação ele declara que os rios da Síria
eram muito melhores do que o Jordão. De fato, na aparência ele tinha razão, o
Jordão era bem pequeno diante dos rios da Síria, porém, o profeta lhe disse que
era para se lavar no Jordão e não nos rios de Damasco.
Naamã teria que ser primeiro curado de sua
arrogância e colocar-se em obediência a voz profética que lhe disse o que ele
tinha que fazer, por mais que lhe parecesse deprimente. Foi preciso ele
render-se e obedecer para ser curado.
3. Foi curado de sua doença (v. 13-14)
Seus oficiais, com bastante jeito, lhes
aconselharam a fazer o que o profeta havia falado, afinal, já estavam ali, o
que custava? Para Naamã seria muito difícil, porque ele teria que tirar as suas
roupas e mostrar a vergonha de sua doença para os seus liderados; Teria que
obedecer ao profeta que sequer se deu ao luxo de falar com ele pessoalmente.
Naamã foi quebrantado pela graça e decidiu
obedecer. Ele desceu ao rio Jordão e iniciou a série de sete mergulhos. Imagine
a ansiedade do momento. Mergulhou a primeira vez e deve ter olhado para a sua
pele e nada. Deve ter olhado para os soldados e eles devem ter falado, ainda
faltam seis. Novamente mergulhou e disseram, ainda faltam cinco, quatro, três,
dois, e finalmente um. Quando ele deu o último mergulho e voltou à superfície,
ele estava completamente curado.
Conclusão
Naamã ficou tão
agradecido por sua cura que levou toda a sua comitiva para honrar a Eliseu
oferecendo muito dinheiro e muitos presentes, porém, Eliseu não recebeu nada.
O que Deus espera para
nos abençoar é o nosso quebrantamento. Não será do jeito que nós queremos, tudo
acontecerá sempre do jeito de Deus. Pelo menos três lições Naamã aprendeu
naquele dia:
1. Deus não se
impressiona com quem nós somos e nem com nada que possamos oferecer?
2. É preciso haver
quebrantamento para que Deus possa agir.
3. Tem que ser do jeito
de Deus e não do nosso, se não, não funciona.
É por causa do
quebrantamento que muitas vezes choramos na presença de Deus. Choramos por que
percebemos quem nós somos e o quanto precisamos de Deus. Choramos porque ser
quebrantado pela graça dói. Este quebrantamento não é para nos destruir, mas
para nos elevar a lugares mais altos: “Humilhai-vos,
pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1
Pedro 5:6).
Deus curou o general
Naamã naquele dia porque ele decidiu ouvir a sua voz. Ele era leproso e ficou
curado, sua pele ficou como a de uma criança, novinha em folha. O que Deus faz
é perfeito! É isto que ele quer fazer com você espiritualmente, basta você
querer e permitir-se ser quebrantado pela graça de Deus.
(Pr. Sergio)
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