“Tudo
quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles;
Porque esta é a lei, e os profetas”. (Mateus 7.12)
Reciprocidade refere-se a responder uma ação positiva com
outra ação positiva, e responder uma ação negativa com outra negativa. Você
gosta que os outros digam coisas desagradáveis a seu respeito? Pois bem, não
diga tais coisas sobre outras pessoas. Você não gosta de pessoas difíceis de
serem tratadas, que só criam problemas? Então, não permita que o seu
comportamento seja tal que você venha a tornar-se semelhante a uma dessas
pessoas.
Todos os grandes manuais sobre princípios éticos, relações
sociais, relacionamentos humanos, podem ser resumidos nesse princípio
estabelecido por Jesus neste verso. Se examinarmos bem os grandes conflitos
perceberemos que todos eles partem de problemas de relacionamento humano. Imaginamos
que as crises internacionais são de natureza econômica, social e
política. Mas, na realidade todas essas questões podem ser reduzidas ao relacionamento com os nossos semelhantes.
O propósito das leis de
Deus
Temos uma tendência de pensar que o ensino de Jesus trata-se
apenas de uma série de regulamentos que deveríamos cumprir, mas geralmente nos
esquecemos do espírito da lei. Pensamos a respeito da lei como se fosse algo
para ser observado mecanicamente. Neste ponto do Sermão do Monte, a preocupação
de Jesus foi oferecer aos seus discípulos uma perspectiva correta da lei, uma
vez que fariseus e escribas possuíam apenas uma visão superficial. Para eles
bastava a aparência do cumprimento da lei.
Precisamos pensar, por qual motivo a lei nos recomenda não
cobiçar os bens e as possessões do próximo, ou a esposa, ou qualquer outra
coisa que lhe pertença? Por que a lei nos recomenda: “Não matarás”, “Não
furtarás” ou “Não adulterarás”? O que a lei pretende dizer através dos seus
mandamentos? O propósito real por detrás de tudo isso é que amemos ao próximo
como a nós mesmos, que nos amemos uns aos outros. Jesus queria resgatar a
alteridade, o olhar para o próximo com compaixão.
Temos uma tendência
para o mal
Sendo criaturas do tipo que somos, entretanto, não basta
apenas determinar que deveríamos nos amar mutuamente, essa é uma questão que
precisa ser melhor dissecada para nós. Em resultado da queda pelo pecado, nos tornamos indivíduos com grande tendência pecaminosa. Temos o desejo de pecar o tempo
todo. Assim sendo, não é suficiente dizer-se: “Amai-vos uns aos outros”. Alguém
pode pensar que é apenas uma questão se sentimentalismo. A questão vital é que
você ame àquela pessoa, que você a compreenda e deseje o seu bem-estar, tal como
você deseja para si mesmo.
Lloyd-Jones afirma que neste detalhe encontramos o resumo da
lei e do que disse os profetas. Por exemplo, na antiguidade se alguém visse um
boi de um vizinho seu, que tivesse fugido, deveria trazer-lhe o seu animal; ou
se visse algo errado em sua propriedade deveria avisá-lo. A finalidade da lei
era levar as pessoas a pensarem: Esse homem é semelhante a mim. Se fosse comigo
eu teria um enorme prejuízo e isto não seria nada bom. Quanto eu ficaria grato
a quem me avisasse ou me ajudasse a evitar este dano. O que a lei pretendia era
que cada um se interessasse em ajudar ao outro como se fosse para si mesmo.
Para que isto ocorra é necessário amor. O amor gera interesse pela felicidade
alheia.
O que vemos hoje na sociedade é bem diferente deste ensino.
As pessoas olham somente para si mesmas e para os seus interesses. Vemos o
egocentrismo. As pessoas só querem o “venha a nós”, só querem receber, querem
crescer às custas da exploração do próximo, não estão dispostas a abrir mão de
nada. Dizem que amam, mas na verdade só querem satisfação de seus desejos,
caprichos e vontades.
Conclusão
Jesus
disse que deveríamos amar a nossos semelhantes como a nós mesmos. Mas fazemos
exatamente o oposto, amamos a nós mesmos mais do que tudo. Essa é a condição do
homem em seu pecado, como resultado da queda ele não pensa em ninguém, exceto
em si próprio, não lhe interessando outra coisa senão o seu próprio bem-estar.
Vemos até mesmo crentes nesta condição,.
Para vencer o nosso ego precisamos começar a exercitar o
ensino de Jesus: “Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento
(...) Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.37-39). Somente
amando a Deus e ao nosso próximo podemos vencer o nosso ego.
Deus nos vê como um Pai amoroso, Ele nos trata mediante a sua
graça e não em conformidade às nossas atitudes. É como se Cristo tivesse
ensinado: “Olhem para os outros conforme eu mesmo tenho olhado para vocês”.
Somente Deus pode nos dar esta capacidade de amar ao nosso
semelhante com toda esta intensidade, a ponto de sempre querer o melhor para
ele. Para que isto aconteça você precisa abrir verdadeiramente a sua vida para
Jesus e deixá-lo transformar completamente. Dê o primeiro passo, entregando sua
vida a Cristo. Você deseja fazer isto agora? Se você quer convidar a Cristo para
entrar em sua vida ore assim: Senhor Jesus, entra na minha vida e promove uma
transformação total e completa. Que eu possa ver as outras pessoas como o
Senhor mesmo as vê; que eu trate ao meu semelhante, como o Senhor mesmo os
trata e como eu mesmo gostaria de ser tratado. Amém.
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