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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Cristão, nem todos que se dizem ser são

Mateus 7. 21-23

Hoje em dia é mais comum uma pessoa declarar-se evangélico no Brasil. Houve um tempo no qual era bastante difícil declarar a fé em Jesus, porque haviam bem poucos crentes, e estes eram considerados como ETs. Lembro que eu recebia todo o tipo de bullying por ser sempre o único da turma que era crente. Nos últimos anos o evangelho esparramou-se por todo o País e esta situação mudou bastante, somente em poucas cidades ainda há resistência, a maioria no interior.

Entretanto, apesar de todo este crescimento de seguidores que estão aderindo a fé protestante, é preciso alertar para o fato de que uma pessoa declarar-se um cristão, não faz dela um cristão. É preciso bem mais que isto, e é para este detalhe que Jesus chama a nossa atenção neste trecho que chegamos do Sermão do Monte.
Dizer Senhor, Senhor, não basta

Uma pessoa pode ter todas as características de um cristão: se vestir, falar, comportar-se, mas não entrar no reino dos céus.  Nem todo o que diz “Senhor, Senhor” entrará no reino dos céus; mas todos aqueles que de fato entram, com certeza declaram isto. Qualquer que se recuse a dizer, jamais poderá entrar; não haverá lugar no céu para quem não tem a Jesus com Senhor de sua vida.

Falar o nome de Deus, ou ter um mero conhecimento intelectual sobre a existência de Deus, qualquer pessoa pode ter, Tiago 2.19 diz: “Até os demônios creem e estremecem”, apesar disto, eles continuam sendo espíritos malignos. O simples fato de dizer que Jesus é Senhor, não faz de uma pessoa um cristão, é preciso bem mais que isto.
Pregar sobre o nome do Senhor também não basta

Uma pessoa pode conhecer bem a Escritura Sagrada, mas a mensagem não significar absolutamente nada para ela. Ela pode até mesmo usá-la como usaria qualquer outro conhecimento filosófico, achar rico em conhecimento e virtude, mas sem ter qualquer significado espiritual. Ela pode até mesmo reconhecer que Jesus é o filho de Deus e salvador do mundo, mas ainda assim não ser um crente nascido de novo.
É possível um homem pregar corretamente os princípios da Palavra de Deus, e fazê-lo em nome de Jesus, e no entanto permanecer fora do reino de Deus. No Antigo Testamento temos a história de Balaão (Números 22) como um exemplo de pessoa que foi usada por Deus para anunciar a mensagem profética, entretanto, ele mesmo foi apenas um profeta mercenário. A mensagem em nada fez efeito no seu coração; ele não mudou sua postura, seu comportamento, apenas entregou a mensagem por que assim Deus ordenara.
O apóstolo Paulo demonstra grande preocupação com este fato, de tal forma que ele declara em I Co 9.27 “Mas esmurro o meu corpo... para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”. Esmurrar o próprio corpo significa controlar tudo quanto a sua carne deseja fazer, seus desejos, suas vontades.

Pregar em nome do Senhor apenas não basta, é preciso ser aprovado tanto a mensagem quanto o mensageiro. Temos muitos pregadores de renome ao redor do mundo, com mensagens extraordinárias que fazem diferença na vida de muitos ouvintes. Multidões têm chegado ao conhecimento de Jesus através das mensagens destes homens, mas se a motivação deles for outra se não o Reino de Deus, estão correndo o risco de terem suas mensagens aprovadas, mas eles mesmos não entrarem no reino celestial.
Fazer sinais e maravilhas não basta

Há pessoas que dirão diante do Senhor que fizeram sinais e milagres no nome de Jesus. Porém se os seus nomes não estiverem escritos no reino de Deus, de nada adiantará tudo o que fizeram. Não adiantará prestar relatórios diante de Deus de todas as coisas boas que foram feitas: Mas Senhor, eu fui um bom pastor, levei muitas pessoas a salvação; eu fui um ótimo líder de células, minha célula foi a que mais multiplicou; eu fui um bom diácono, visitei muitas viúvas e doentes; eu fui do ministério de louvor, levei a igreja a profunda adoração; eu fui zelador, cuidei maravilhosamente do templo; eu fui um crente fiel, entreguei dizimo e ofertas de tudo o que recebi; eu orei por muitos que foram curados... Deus não quer ouvir nossos relatórios, por que ele já os conhece, tudo o que fazemos já está registrado no Livro da Vida.

Certa ocasião os discípulos foram enviados para evangelizarem e voltaram demasiadamente empolgados com o resultado: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos submetem” (Lucas 10.17). O Senhor Jesus os corrigiu dizendo: “não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”.  Jesus estava dizendo, não se deixem levar pelos aparentes resultados, alegrem-se por que vocês de fato são convertidos.
Conclusão

Jesus conclui de uma forma muito dura: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim...”. Será muito duro para muitos ouvirem isto de Jesus. Portanto não se engane nada mais é tão importante no reino de Deus do que fazer a vontade de Deus e a primeira coisa a fazer é ter convicção plena de que o seu nome está escrito no Livro da Vida.
Para ter esta certeza você precisa de pelo menos duas coisas: 1. Arrepender-se dos seus pecados; 2. Confessar publicamente a Jesus como seu salvador. Estas duas coisas juntas se chama conversão. Você já fez estas duas coisas?

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Os falsos profetas

Mateus 7.15-20

No estudo anterior falamos sobre a porta estreita e a impossibilidade de levarmos bagagens antigas neste apertado caminho que conduz ao Reino de Deus. Neste trecho em que chegamos, Jesus mostra alguns dos perigos, empecilhos e obstáculos com os quais se encontram todos aqueles que tentam iniciar esta caminhada no estreito caminho rumo ao reino dos céus.


Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores” (v. 15).


Quem são estes falsos profetas?  Como poderão ser reconhecidos?

O que Jesus afirma é que pelos seus frutos nós os conheceremos. Mas, não se enganem, eles não se parecerão com lobos, serão sutis, irão estar revestidos em pele de ovelhas. Isto quer dizer que não será fácil a sua identificação. A aparência poderá ser a mesma, mas os seus frutos os denunciarão. Ele poderá pregar algo que parece o evangelho, mas sempre será denunciado por seus frutos.

Se um homem pregar algo escancaradamente duvidoso, como exemplo o Henri Cristo e tantos outros que afirmam ser Jesus Cristo, saberemos de cara que são farsantes. O problema não são estas pessoas que claramente são impostores, a nossa dificuldade está naqueles que tem toda aparência de piedade, são sutis, parecem com os santos de Deus, falam como santos, mas trata-se de um disfarce, são na realidade falsos profetas. Se eles se apresentassem como realmente são, qualquer pessoa poderia reconhece-los facilmente.

O apóstolo Pedro afirma que estas pessoas “introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras” (II Pedro 2.1). Eles estarão junto como o povo de Deus, estarão no meio dos salvos, com a intenção de desencaminhar aqueles que estão na estrada apertada tentando entrar na porta estreita.

O que há de errado no ensino deles?

No ensino ministrado por eles não há o elemento da “porta estreita”, nem há o “caminho apertado”. O ensino deles parece bom, mas não inclui nenhum desses dois aspectos. Eles procuram agradar a todos e escondem o que vai contra aos maus hábitos do homem natural. Aparecem sempre “disfarçados de ovelhas”, e mostram-se tão atrativos, tão amáveis, tão agradáveis de serem admirados. Sua mensagem é tão suave, consoladora e confortadora! Ele agrada a todos, e todos falam bem dele. Jamais é perseguido por causa de sua pregação, e nunca é criticado por causa da mesma, por que de forma alguma fala sobre o pecado.

O falso profeta sempre prega a favor da paz ou como defensor de uma causa, mas é apenas uma fachada para atrair militantes e boas pessoas. Usam destes pretextos para falar contra os verdadeiros profetas. Isto aconteceu na época dos profetas veterotestamentários, como exemplo Jeremias: “Eles tratam da ferida do meu povo como se ela não fosse grave. "Paz, paz", dizem, quando não há paz alguma”(Jr. 8.11). Desta forma, o ouvinte destas pessoas continuam agindo normalmente, sem preocupar-se, por que para ele está tudo bem.

O verdadeiro profeta prega sobre a porta estreita e o caminho apertado e a dificuldade que temos em seguir por ele, e todo o sacrifício e esforço que precisamos empreender para continuarmos e avançarmos. Não trata-se aqui de ensinar sobre conceitos de moralidade ou castidade ou qualquer outro princípio para tornar-se uma pessoa melhor. Isto pode ser encontrado em boas escolas e outras instituições de ensino. Trata-se de uma mudança radical de todo o seu interior. Os fariseus erravam justamente aqui, eles tinham uma aparência de piedade, mas em seu interior era como sepulcro caiado.

Os falsos profetas e a questão do pecado e da santidade

Os falsos profetas não enfatizam a questão do pecado e arrependimento que nos levam a uma real mudança interior, eles pregam somente sobre um viver tranquilo, próspero, como usufruir o melhor desta vida, independente de uma transformação interior. Eles não gostam muito de falar sobre pecado por que isto afasta as multidões. Assim as pessoas seguem tranquilas para o inferno.

Eles também não enfatizam a santidade, em geral falam para as pessoas praticarem algumas coisas exteriores e pronto. Não se pensa na santidade em termos de “não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo, e a soberba da vida” (I Jo 2.15-19). Estes têm sido os maiores problemas da igreja pós-moderna, os crentes tem amado demasiadamente as coisas do mundo e se apegado a elas. A mensagem dos falsos profetas tem sido oferecer a graça barata e um evangelho que não transforma o interior. Oferecem uma salvação facilitada, e um tipo de vida fácil de ser vivido.

Conclusão

Temos hoje muitos falsos profetas, são verdadeiros lobos vestidos em pele de ovelhas; eles possuem aparência de piedade, mas querem somente juntar multidões para delas se beneficiarem. Eles não estão interessados na salvação, cuidado, pastoreio; muito menos na santidade. As suas motivações são totalmente egocêntricas, só pensam em si mesmos e como engordar suas contas. Por esta razão não tem dificuldades em oferecer o caminho mais fácil, não tem escrúpulos para apontar para o caminho largo. Jesus disse: “Tenham cuidado com os falsos profetas”. Eles são falsos orientadores, o seu caminho é aquele que conduz para a perdição.

A melhor forma de se precaver contra os falsos profetas é querer ter de fato um relacionamento profundo com Deus. Isto se inicia com o arrependimento dos pecados, um desejo de mudança completa e radical, um coração humilde e quebrantado diante do Pai. Portanto, se você ainda não entregou verdadeiramente sua vida a Jesus, faça neste momento, ore a Deus pedindo para que ele te receba como filho e te livre dos falsos profetas. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Deixando para trás antigas bagagens

Mateus 7.13-14


As melhores coisas nesta vida são justamente as mais difíceis de serem conquistadas. Coisas fáceis não tem valor. As melhores coisas desta vida estão justamente nas portas mais difíceis de entrar e o Evangelho não é diferente disto. Para entrar por esta porta é necessário deixar para trás antigas bagagens.

No Sermão do Monte Jesus nos ensina que a vida cristã é um caminho estreito e apertado desde o começo. No entanto, muitos têm a impressão que uma pessoa pode seguir o cristianismo em meio às multidões andando no caminho largo. Porém as coisas não são assim. O evangelho de Jesus Cristo anuncia abertamente, sem qualquer abrandamento, que a vida cristã é algo que começa por uma porta estreita e apertada.

Se quisermos caminhar por ali, há certas coisas que teremos de deixar de lado. Não há espaço para tais coisas, por que temos de inaugurar a nossa vida cristã passando por uma porta apertada e estreita. Uma boa ilustração para entendermos melhor isto é uma roleta de ônibus, que só pode passar uma pessoa por vez e não tem espaço pra passar com muita bagagem.

Primeira bagagem a ser deixada: as multidões

A primeira coisa que precisamos deixar para trás são as multidões e a maneira de viver do mundo. Veja o que Jesus disse: “larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela”. O evangelho do caminho largo e fácil não existe.

Somos tendenciosos a fazer o que todos estão fazendo e ir por onde todos estão indo para sermos aceitos nos grupos sociais que frequentamos. Em geral aquilo que é diferente é rejeitado e por esta razão somos levados a nos moldarmos aos padrões, costumes, hábitos e maneiras de se comportar-se da multidão. Se frequentamos uma roda em que todos estão bebendo, somos tentados a beber, se as pessoas estão fumando cigarro ou um ‘baseado’, somos instigados a participar, se a moda agora é ser homossexual muitos aderem a moda para não serem rejeitados. Quem não aceita os padrões são taxados por adjetivos que não gostariam de receber, do tipo homofóbico, quadrado, facista.. devido a esta pressão muitos simplesmente acompanham as multidões. Como cristãos acabamos andando na contra-mão da multidão, abandonando seus costumes e valores.

Devemos entender que uma coisa é abandonar a multidão, outra coisa é abandonar o caminho da multidão. Há pessoas que trocam seus círculos de amizades antigas após se converterem, mas suas atitudes continuam as mesmas de outrora. Me faz lembrar um programa televisivo onde o comediante dizia: eu tento sair da Bahia, mas a Bahia não sai de mim.

Abandonar a multidão não é cortar as amizades antigas ou deixá-los de lado, mas é começar a influenciá-los com novos costumes, é fazer a diferença no meio em que você frequenta. Jesus estava sempre no meio de pecadores, mas ele os desafiava a abandonar seus pecados e mudar de vida. Todo o pecador que sentava com Jesus saía com uma visão diferente da vida. Deixar a multidão é deixar de ser influenciado pelo pecado e passar a ser um influenciador pelo Espírito Santo.

Segunda bagagem a ser deixada: o padrão do mundo

Não conseguiremos entrar pela porta estreita se decidirmos continuar carregando as antigas bagagens. Se continuarmos com os mesmos comportamentos que a multidão, que diferença faremos como sal e luz para este mundo? O padrão do Reino é alto e totalmente diferenciado, alguns deles que aprendemos nos estudos anteriores:

Mas qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra (5.39); 

E ao que demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas (5.40-41); 

Eu porém vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem (5.44)

Não obedecemos estas coisas por instinto, na verdade sentimos vontade de fazer exatamente o oposto: revidar, nos defendermos, amar somente a quem nos ama e odiar a quem nos odeia. O problema é que esta bagagem não pode entrar pela porta estreita. Este é o padrão do mundo.

Terceira bagagem a ser deixada: o “eu”

O “eu” não pode entrar pela porta estreita. Para entrar pela porta estreita é preciso deixar o “eu” do lado de fora. O apóstolo Paulo quando escreve aos colossenses declara: “... vos despistes do velho homem...” (3.9), isto equivale a dizer que o velho homem foi deixado de fora. O nosso “eu” não tem lugar no reino de Deus.

A coisa mais difícil na conversão é abandonar o “eu”. Isto somente é possível através de um espírito quebrantado. Quando nos quebrantamos diante de Deus damos espaço para o Espírito Santo agir em nossas vidas. Jesus disse: “se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo..”(Mt 16.24).

Conclusão

A maneira de viver cristã é difícil. Não se trata de uma vida fácil. Ela é por demais gloriosa e maravilhosa para poder ser fácil. O padrão é muito elevado. É medíocre a pessoa que quer somente aquilo que é fácil. Essa é a vida mais elevada que jamais foi descrita diante da humanidade, e, por esta causa é tão difícil. Podemos compará-la a especialistas de qualquer área. Sempre haverá menos especialistas do que trabalhadores comuns, não importa qual seja o campo de conhecimento. Quando atingimos o nível mais elevado, em qualquer profissão na vida, o grupo sempre se torna menor. A vida cristã é de altíssimo nível, esta é a razão por que é tão difícil e poucos são os que conseguem.

As melhores universidades, os melhores cursos, os melhore treinamentos, os melhores empregos, as melhores carreiras, os melhores concursos, as melhores vagas... são as mais difíceis de serem alcançadas. São poucos os que conseguem entrar. Há lugares onde sobram vagas e falta gente capacitada para assumir. Estes lugares são difíceis de entrar por que são os melhores. Só com muito esforço ou pagando um preço bastante alto é que se consegue entrar nestes lugares. Assim é o céu. É um lugar maravilhoso. É o paraíso preparado para os vencedores. O apóstolo Paulo que foi até o terceiro céu disse que viu coisas indizíveis lá. O céu é o lugar de descanso eterno onde não haverá mais dor, nem pranto, nem doença, pobreza, lamento e nem morte. É o lugar que Jesus preparou para todos os que lá desejarem morar. Porém, por ser tão especial, a entrada é altamente seletiva, a porta é estreita e apertado o caminho e não comporta a multidão.

Você gostaria de entrar pela porta estreita? Jesus é esta porta. Para iniciar a sua trajetória rumo aos céus, você precisa entregar sua vida a Jesus. Jesus te convida: “vinde a mim”. Você gostaria de aceitar o convite de Jesus para entregar sua vida a ele? Ele te ajudará a andar no caminho apertado e passar pela porta estreita, você não estará sozinho nesta jornada. Se você quer, ore neste momento, fale com Deus dizendo: “Deus, eu quero aceitar o seu filho amado Jesus em minha vida e em meu coração, eu quero a partir de hoje, andar pelo caminho apertado e entrar por esta porta estreita. Me ajude nesta caminhada. Amém”

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Reciprocidade cristã

 “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; Porque esta é a lei, e os profetas”. (Mateus 7.12)

Reciprocidade refere-se a responder uma ação positiva com outra ação positiva, e responder uma ação negativa com outra negativa. Você gosta que os outros digam coisas desagradáveis a seu respeito? Pois bem, não diga tais coisas sobre outras pessoas. Você não gosta de pessoas difíceis de serem tratadas, que só criam problemas? Então, não permita que o seu comportamento seja tal que você venha a tornar-se semelhante a uma dessas pessoas.

Todos os grandes manuais sobre princípios éticos, relações sociais, relacionamentos humanos, podem ser resumidos nesse princípio estabelecido por Jesus neste verso. Se examinarmos bem os grandes conflitos perceberemos que todos eles partem de problemas de relacionamento humano. Imaginamos que as crises internacionais são de natureza econômica, social e política. Mas, na realidade todas essas questões podem ser reduzidas ao relacionamento com os nossos semelhantes.

O propósito das leis de Deus


Temos uma tendência de pensar que o ensino de Jesus trata-se apenas de uma série de regulamentos que deveríamos cumprir, mas geralmente nos esquecemos do espírito da lei. Pensamos a respeito da lei como se fosse algo para ser observado mecanicamente. Neste ponto do Sermão do Monte, a preocupação de Jesus foi oferecer aos seus discípulos uma perspectiva correta da lei, uma vez que fariseus e escribas possuíam apenas uma visão superficial. Para eles bastava a aparência do cumprimento da lei. 

Precisamos pensar, por qual motivo a lei nos recomenda não cobiçar os bens e as possessões do próximo, ou a esposa, ou qualquer outra coisa que lhe pertença? Por que a lei nos recomenda: “Não matarás”, “Não furtarás” ou “Não adulterarás”? O que a lei pretende dizer através dos seus mandamentos? O propósito real por detrás de tudo isso é que amemos ao próximo como a nós mesmos, que nos amemos uns aos outros. Jesus queria resgatar a alteridade, o olhar para o próximo com compaixão.

Temos uma tendência para o mal

Sendo criaturas do tipo que somos, entretanto, não basta apenas determinar que deveríamos nos amar mutuamente, essa é uma questão que precisa ser melhor dissecada para nós. Em resultado da queda pelo pecado, nos tornamos indivíduos com grande tendência pecaminosa. Temos o desejo de pecar o tempo todo. Assim sendo, não é suficiente dizer-se: “Amai-vos uns aos outros”. Alguém pode pensar que é apenas uma questão se sentimentalismo. A questão vital é que você ame àquela pessoa, que você a compreenda e deseje o seu bem-estar, tal como você deseja para si mesmo.

Lloyd-Jones afirma que neste detalhe encontramos o resumo da lei e do que disse os profetas. Por exemplo, na antiguidade se alguém visse um boi de um vizinho seu, que tivesse fugido, deveria trazer-lhe o seu animal; ou se visse algo errado em sua propriedade deveria avisá-lo. A finalidade da lei era levar as pessoas a pensarem: Esse homem é semelhante a mim. Se fosse comigo eu teria um enorme prejuízo e isto não seria nada bom. Quanto eu ficaria grato a quem me avisasse ou me ajudasse a evitar este dano. O que a lei pretendia era que cada um se interessasse em ajudar ao outro como se fosse para si mesmo. Para que isto ocorra é necessário amor. O amor gera interesse pela felicidade alheia.

O que vemos hoje na sociedade é bem diferente deste ensino. As pessoas olham somente para si mesmas e para os seus interesses. Vemos o egocentrismo. As pessoas só querem o “venha a nós”, só querem receber, querem crescer às custas da exploração do próximo, não estão dispostas a abrir mão de nada. Dizem que amam, mas na verdade só querem satisfação de seus desejos, caprichos e vontades.

Conclusão

Jesus disse que deveríamos amar a nossos semelhantes como a nós mesmos. Mas fazemos exatamente o oposto, amamos a nós mesmos mais do que tudo. Essa é a condição do homem em seu pecado, como resultado da queda ele não pensa em ninguém, exceto em si próprio, não lhe interessando outra coisa senão o seu próprio bem-estar. Vemos até mesmo crentes nesta condição,.

Para vencer o nosso ego precisamos começar a exercitar o ensino de Jesus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento (...) Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.37-39). Somente amando a Deus e ao nosso próximo podemos vencer o nosso ego.

Deus nos vê como um Pai amoroso, Ele nos trata mediante a sua graça e não em conformidade às nossas atitudes. É como se Cristo tivesse ensinado: “Olhem para os outros conforme eu mesmo tenho olhado para vocês”.


Somente Deus pode nos dar esta capacidade de amar ao nosso semelhante com toda esta intensidade, a ponto de sempre querer o melhor para ele. Para que isto aconteça você precisa abrir verdadeiramente a sua vida para Jesus e deixá-lo transformar completamente. Dê o primeiro passo, entregando sua vida a Cristo. Você deseja fazer isto agora? Se você quer convidar a Cristo para entrar em sua vida ore assim: Senhor Jesus, entra na minha vida e promove uma transformação total e completa. Que eu possa ver as outras pessoas como o Senhor mesmo as vê; que eu trate ao meu semelhante, como o Senhor mesmo os trata e como eu mesmo gostaria de ser tratado. Amém.