Mateus 7. 21-23
Hoje em dia é mais comum
uma pessoa declarar-se evangélico no Brasil. Houve um tempo no qual era
bastante difícil declarar a fé em Jesus, porque haviam bem poucos crentes, e
estes eram considerados como ETs. Lembro que eu recebia todo o tipo de bullying
por ser sempre o único da turma que era crente. Nos últimos anos o evangelho
esparramou-se por todo o País e esta situação mudou bastante, somente em poucas
cidades ainda há resistência, a maioria no interior.
Entretanto, apesar de todo
este crescimento de seguidores que estão aderindo a fé protestante, é preciso
alertar para o fato de que uma pessoa declarar-se um cristão, não faz dela um
cristão. É preciso bem mais que isto, e é para este detalhe que Jesus chama a
nossa atenção neste trecho que chegamos do Sermão do Monte.
Dizer Senhor, Senhor, não basta
Uma pessoa pode ter
todas as características de um cristão: se vestir, falar, comportar-se, mas não
entrar no reino dos céus. Nem todo o que
diz “Senhor, Senhor” entrará no reino dos céus; mas todos aqueles que de fato
entram, com certeza declaram isto. Qualquer que se recuse a dizer, jamais
poderá entrar; não haverá lugar no céu para quem não tem a Jesus com Senhor de
sua vida.
Falar o nome de Deus, ou
ter um mero conhecimento intelectual sobre a existência de Deus, qualquer
pessoa pode ter, Tiago 2.19 diz: “Até os demônios creem e estremecem”, apesar
disto, eles continuam sendo espíritos malignos. O simples fato de dizer que
Jesus é Senhor, não faz de uma pessoa um cristão, é preciso bem mais que isto.
Pregar sobre o nome do Senhor também não basta
Uma pessoa pode conhecer
bem a Escritura Sagrada, mas a mensagem não significar absolutamente nada para
ela. Ela pode até mesmo usá-la como usaria qualquer outro conhecimento
filosófico, achar rico em conhecimento e virtude, mas sem ter qualquer
significado espiritual. Ela pode até mesmo reconhecer que Jesus é o filho de
Deus e salvador do mundo, mas ainda assim não ser um crente nascido de novo.
É possível um homem
pregar corretamente os princípios da Palavra de Deus, e fazê-lo em nome de
Jesus, e no entanto permanecer fora do reino de Deus. No Antigo Testamento
temos a história de Balaão (Números 22) como um exemplo de pessoa que foi usada
por Deus para anunciar a mensagem profética, entretanto, ele mesmo foi apenas
um profeta mercenário. A mensagem em nada fez efeito no seu coração; ele não
mudou sua postura, seu comportamento, apenas entregou a mensagem por que assim
Deus ordenara.
O apóstolo Paulo demonstra
grande preocupação com este fato, de tal forma que ele declara em I Co 9.27 “Mas esmurro o meu corpo... para que, tendo
pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”. Esmurrar o
próprio corpo significa controlar tudo quanto a sua carne deseja fazer, seus
desejos, suas vontades.
Pregar em nome do Senhor
apenas não basta, é preciso ser aprovado tanto a mensagem quanto o mensageiro.
Temos muitos pregadores de renome ao redor do mundo, com mensagens
extraordinárias que fazem diferença na vida de muitos ouvintes. Multidões têm
chegado ao conhecimento de Jesus através das mensagens destes homens, mas se a
motivação deles for outra se não o Reino de Deus, estão correndo o risco de
terem suas mensagens aprovadas, mas eles mesmos não entrarem no reino
celestial.
Fazer sinais e maravilhas não basta
Há pessoas que dirão
diante do Senhor que fizeram sinais e milagres no nome de Jesus. Porém se os
seus nomes não estiverem escritos no reino de Deus, de nada adiantará tudo o
que fizeram. Não adiantará prestar relatórios diante de Deus de todas as coisas
boas que foram feitas: Mas Senhor, eu fui um bom pastor, levei muitas pessoas a
salvação; eu fui um ótimo líder de células, minha célula foi a que mais
multiplicou; eu fui um bom diácono, visitei muitas viúvas e doentes; eu fui do
ministério de louvor, levei a igreja a profunda adoração; eu fui zelador,
cuidei maravilhosamente do templo; eu fui um crente fiel, entreguei dizimo e
ofertas de tudo o que recebi; eu orei por muitos que foram curados... Deus não
quer ouvir nossos relatórios, por que ele já os conhece, tudo o que fazemos já
está registrado no Livro da Vida.
Certa ocasião os
discípulos foram enviados para evangelizarem e voltaram demasiadamente
empolgados com o resultado: “Senhor, pelo
teu nome, até os demônios se nos submetem” (Lucas 10.17). O Senhor Jesus os
corrigiu dizendo: “não vos alegreis
porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos
nomes escritos nos céus”. Jesus
estava dizendo, não se deixem levar pelos aparentes resultados, alegrem-se por
que vocês de fato são convertidos.
Conclusão
Jesus conclui de uma
forma muito dura: “Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim...”. Será muito duro para muitos ouvirem isto de Jesus.
Portanto não se engane nada mais é tão importante no reino de Deus do que fazer
a vontade de Deus e a primeira coisa a fazer é ter convicção plena de que o seu
nome está escrito no Livro da Vida.
Para ter esta certeza
você precisa de pelo menos duas coisas: 1. Arrepender-se dos seus pecados; 2.
Confessar publicamente a Jesus como seu salvador. Estas duas coisas juntas se
chama conversão. Você já fez estas duas coisas?