Pura utopia. O mundo nunca será
um lugar melhor, para quem quer fazer dele um lugar pior. Creio como disse o Dr.
Martin Luther Kung Jr que o inimigo número um não são aqueles que praticam atos
discriminatórios ou criminosos por que eles já disseram para o que vieram. O
pior inimigo são as pessoas que não fazem nada. Eu creio que piores mesmos são
aquelas que além de não fazer nada ainda são egocêntricas. Não importa onde
elas estejam sempre serão pessoas incapazes de pensar no outro. Não importa
quem vai morrer, quem está desfalecendo, quem será prejudicado, o necessitado
ou o próximo, o que importa é o seu prazer e sua satisfação pessoal.
O teógolo católico Hunz Kung
escrevendo sobre ethos mundial diz que é preciso haver diálogo e tolerância
para haver paz. Penso em como pode haver este diálogo se vivemos em um mundo
plural e cada região do planeta possui uma cosmovisão diferenciada de vida. O
que é consenso de todos os lugares? O desamor e o descuido com as classes mais
baixas, aquelas que nunca saíram do gueto se não houver uma mão para ajudá-los,
como as meninas prostitutas da índia que não conseguem nem emprego ou vaga nas
escolas por que moram na zona de prostituição. Elas já nascem com o destino
traçado, são filhas de prostitutas e pais desconhecidos, o destino é
tornarem-se prostitutas desde a tenra idade. São sub-seres-humanos, marginalizados,
explorados, esquecidos. O que falar daquele que nasce na favela no Brasil, tem o destino traçado, muitos são aliciados pelo tráfico, alguns poucos tem pequenas oportunidades para sair de lá. Os mais inteligentes, espertos,
desprendidos
conseguem aproveitar as pequeníssimas oportunidades. Apenas um em hum
milhão. Mesmo assim necessitam de apoio para vencerem o preconceito e muita
inteligência para mudarem sua cosmovisão de mundo. Os menos favorecidos de QI
servem mesmo de soldados ao tráfico. Afinal, quem pagaria o que eles recebem
lá, quem daria uma 'moral' para que eles se sentissem alguém nesta sociedade? a
única mão que ele conhece é a do traficante que paga bem para ele servir de
olheiro, fogueteiro. Ali ele cresce e tem uma carreira meteórica no mundo do tráfico, ele sabe que certamente acabará no cemitério ainda bem jovem, mas com sua cosmovisão não consegue ver outra direção ou caminho. Estes
são os realmente desfavorecidos, que precisam de uma mão para caminharem em outra direção.
Penso que o problema está
realmente no hedonismo, desde as pequenas camadas sociais até às mais altas,
seja qual for a cultura. A necessidade de prazer, não por que a vida é bela e
maravilhosa e ótima para ser vivida, mas o prazer acima de qualquer coisa. Este
tipo de posicionamento leva o eu-individual a querer viver só pra ele
utilizando o outro somente para saciar seu desejo de prazer, seja ele qual for.
Pensar no outro é rever o princípio da alteridade. O outro como já dizia Charles
Chaplin não é uma coisa: "Necessitamos
mais de humildade do que de máquinas. Mas de bondade e ternura que de inteligência.
Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá". Karl Marx
afirma o outro não pode ser simplesmente uma peça de engrenagem desta máquina.
Eu digo que precisamos mais de Ágape do que de tecnologia. De que tem servido
tantas descobertas se o mundo fica cada vez pior? Para que precisamos de
facebook se nem sequer comprimentamos o nosso vizinho, ou a pessoa que pega
ônibus, metrô, barca ou mesmo o elevador junto conosco; se nem sabemos o nome
do funcionário da padaria que nos atende todos os dias; ou do manobrista que
estaciona o nosso carro? Para que tantos sites de relacionamentos se nossos
relacionamentos ficam cada vez mais plásticos, frios e sem vida?
Estamos vivendo em uma neura tão
grande, que estamos nos isolando cada vez mais, aumentamos os nossos muros, colocamos
grades em tudo, cercas eletrificadas, câmeras que nos dão uma falsa sensação de
segurança. Nossos condomínios parecem penitenciárias de presos de alta
periculosidade. Enquanto nos prendemos dentro de nossas pequenas cadeias os
bandidos andam livremente e milícias armadas vendem 'segurança'. Agentes do
estado, que são pagos para fazer assegurar a ordem, agora vendem sua mão de
obra especializada. Na verdade o que precisaríamos é tomar novamente as ruas
que pertencem ao cidadão de bem, diminuir nossos muros para protegermos uns aos
outros. Mas estamos ficando refém de nós mesmos, das nossas neuras, temores e
pavores. Não sou contra tecnologia e nem contra a segurança, mas se estas forem
as nossas prioridades então não há esperança.
Queremos armar cada vez mais a
polícia, colocar mais policiais, gastar cada vez mais dinheiro com a segurança
e penitenciarias. Queremos mais contratação de policiais, mas não se consegue
fazer o controle dos que se tem hoje, segundo o ex delegado Helio Luz. Mas,
vamos pensar quem é o bandido que ocupam as penitenciarias e quem mais ganha
dinheiro com o bandido preso? Quem é mais bandido, aquele que nos roubam e nos
matam com armas nas ruas, ou aqueles que exploram a estes? Qual seria a
solução? Queremos que o governo pense sozinho nestas questões, por que queremos
viver bem e tranquilamente sem nos ocuparmos com estas coisas. Então, penso no
meu filho, ele tem 21 anos, ele trabalha o dia todo o quando chega em casa quer
esticar as pernas e tudo na mão. Muitos pais tem dado tudo nas mãos do filho e
o criam mal. Em um casa, uma família, cada um tem que colaborar para o bem
estar da família, mas é quase natural querer viver de sombra e água fresca.
Afinal, eu já trabalho. Certo? e quem faz o restante? ah, a mamãe e o papai.
Este é o pensamento, trabalhamos e pagamos impostos, agora a responsabilidade é
do governo. Não temos responsabilidade, queremos chegar do trabalho, abrir o
portão automático, em nossos carros com vidros escuros, fechar o portão e ficar
feliz em meu mundinho pessoal. A culpa da violência é do governo. Em grande
parte realmente o é, é papel do estado promover a segurança. Mas, o Estado não
é formado apenas pelo poder público. Eles não são e nem devem ser os senhores
feudais. Cada um de nós temos responsabilidade com o próximo. Quem tem muito
poder tem muita responsabilidade, quem temos menos poder menos
responsabilidade. A quem muito é dado, muito é cobrado.
A grande maioria dos criminosos que
ocupam as penitenciarias são negros, pardos, pobres, favelados
. Também fazem
parte da estatística os que são mortos violentamente com armas de fogo. A
sociedade os explora em seus sub-empregos, os empurram para condições
sub-humanas, os colocam amontoados em favelas, eles crescem sem a educação
adequada, em um ambiente inadequado e querem cobrar que eles se comportem
adequadamente, querem que eles fiquem no morro, não desçam para o asfalto. O
delegado Hélio Luz em uma entrevista disse: falaram que eu era violento como
delegado, mas como cumprir a missão que me foi dada de impedir que o morro
desça e invada o asfalto? Só com violência.
Enquanto tivermos o egocentrismo,
cada um querendo andar com o carro mais luxuoso que o outro, querendo morar em
mansões maiores que o outro, querendo ter mais poder a qualquer custo, querendo
que o mundo se dobre aos seus pés, sem enxergar o outro como um ser humano
criado a imagem e semelhança de Deus, então teremos que viver em um mundo cada
vez pior, sem graça, apavorante, e nenhum bem que se puder juntar, nem uma
riqueza que se puder ter, nem todo o poder do mundo servirá para causar
verdadeira alegria e real prazer de viver.
Nem toquei aqui no assunto
político dos desvios do dinheiro público, das fraudes de milhões. Políticos
riquíssimos a custa de muita impunidade. Ladrões, anti-patriotas, destruídores
da nação. Quando vejo uma propagando política hoje penso, será este o próximo
político a ser preso? Uma vergonha.
Mas quem são esta gente? quem são
os políticos? eles não são extra-terrestres, são gente que saiu de nós com o pensamento
hedonista, o egocentrismo é sua lei, sua cartilha e bíblia de cabeceira é Maquiavel
e por isto não vê problemas nos desvios públicos, é tudo para um fim. O seu
próprio prazer.
Este mundo que esta gente quer
construir é um mundo sem coração, sem bondade, sem cor, é só sujeira, traição,
prostituição, lascívia, roubo, mentira. É um mundo cão. É uma vida que não vale
a pena ser vivida. É uma vida sem Deus, sem amor, sem o próximo, sem graça.
Podemos construir, ainda que seja
somente ao nosso redor, um mundo melhor. Comece com
pequenas atitudes, com um
sorriso, um cumprimento, talvez um abraço, quem sabe uma ajuda a quem você sabe
que pode ajudar, estender a mão. Quem sabe o filho de um empregado, um amigo
falido, funcionário... a soma de pequenas ações podem se transformar em grandes
ações e transformar o mundo em um lugar melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário