Mateus
4.18-22
Você
certamente já recebeu muitos convites. Há convites e convites. Há convites para
coisas que não queremos participar. Como por exemplo um convite para ajudar a
alguém fazer um trabalho pesado em um dia de feriado. Só se for muito íntimo. Aceitamos não porque gostamos do convite, mas por que estimamos a pessoa
que nos convidou. Mas, tem convites que são irrecusáveis, porque nos sentimos
honrados: Convite para ser testemunha de casamento do seu melhor amigo; convite
para ir ao primeiro aninho de seu neto; convite para ir a formatura de seu
filho que se formou na faculdade; convite de sua primeira namorada para ir ao cinema.
O texto fala
de um convite irrecusável e extraordinário. Vamos entender por que razão.
Jesus estava
passando junto ao mar da Galileia. O Mar da Galileia, na verdade era um grande
lago de cerca de 21 km de cumprimento por 13km de largura. Para se ter uma
ideia é proporcional a Ponte Rio Niteroi, que tem 13km de extensão. Ele convida
a alguns pescadores que estavam ali enrolando suas redes para segui-lo. A
pescaria era um das principais fontes de renda daquela região. E, ao que parece
eles possuiam um próspero negócio de família.
Aqueles
homens, até aquele momento, levavam uma vida comum, seguindo o seu cotidiano. pescavam,
cuidavam de suas vidas, e faziam coisas próprias da comunidade em que
viviam, sem nenhuma novidade ou algo interessante. Eles apenas viviam suas
vidas. Nenhum deles seria notado por qualquer atributo pessoal que pudesse ter.
Então Jesus passa
e faz um convite para aqueles homens, para que se tornassem pescadores de
homens. Um convite bastante estranho, que eu acredito que eles não faziam a
menor ideia do que seria aquilo. Como assim pescar homens? Mas, eles não
perguntaram nada. Por que eles não perguntaram nada? Por que apenas seguiram a Jesus? Porque tinha algo
naquele convite que o tornou irresistível, a tal ponto daqueles pescadores
largarem suas redes e seguirem a Jesus. O que foi tão extraordinário assim no
convite feito por Jesus?
1. O
convite foi feito por um reconhecido mestre
Ser convidado
por um mestre judeu não era pra qualquer um. Ao completar 13 anos, os meninos
deviam comparecer à sinagoga e ler uma passagem da Torá (os cinco primeiros
livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Era o
Bar-Mitzvá, um rito de passagem no qual o jovem se tornava responsável por
todos os seus atos. Por força dessa tradição, todos os garotos recebiam uma
instrução elementar, que compreendia a leitura, a escrita, a história do povo
judeu e o conhecimento dos principais salmos da Bíblia, adotados como orações.
Os melhores alunos eram convidados por mestres para tornarem-se seus
discípulos.
Aqueles
homens pescando não haviam sido convidados por mestre algum. Mas, agora,
aparece aquele rabino tão jovem os convidando. Eles se sentiram imensamente
honrados com aquele convite e por isto imediatamente dizem sim, mesmo sem
compreender exatamente o que seria um pescador de homens.
Quando eu me senti vocacionado para o ministério pastoral enfrentei muitas lutas internas. Eu estava vislumbrado com o meu crescimento profissional.Vim de uma família falida, muito pobre, tive que lutar muito para estudar e conseguir um lugar ao sol. A última coisa que eu queria era largar tudo e me tornar um pastor. Isto já faz mais de vinte anos, mas ainda arde em meu coração. Não me sinto realizado financeiramente como pastor, vou ser bem sincero, é bastante árduo tentar ser um pastor ético que busca a santificação diária. Ó desejo de me render ao que grande parte dos pastores fazem, e praticar a exploração da fé é muito forte. Afinal, você observa que a maioria esmagadora das pessoas preferem seguir àqueles que vendem bolhas de sabão. Mas, esta tristeza não é capaz de sufocar a paixão que eu tenho pelo ministério, cuidar de vidas, dirigir com com dedicação o ministério para o qual fui vocacionado. Quando eu fui chamado, eu também não tinha ideia do que seria,talvez, se me tivesse contato, eu teria dito não. Assim como os discípulos, eles não entenderam o chamado, mas acolheram prontamente a voz do mestre.
Jesus, o
mestre dos mestres ainda continua convidando a muitos para o seguirem e
tornarem-se pescadores de homens, você não precisa saber o que isto significa,
ou como você fará, inicialmente basta largar suas redes e dizer sim para Jesus. Não vou te enganar dizendo que será moleza. Será sim uma grande aventura, cheia de altos e baixos, tristezas e alegrias. Uma verdadeira montanha-russa de emoção. Se você me perguntar se vale a pena, eu respondo: olhe no rosto de uma pessoa quando ela se converte, veja a luz de Jesus nascendo naquela vida. Não tem preço.
2. O convite daquele mestre era diferente dos demais mestres
Haviam
mestres famosos dentre os judeus, acredito que a disputa era grande para se
tornar um discípulo deles. Paulo diz que estudou com Gamaliel, um renomado
mestre judeu. Havia também escolas rabínicas famosas como as de Hillel e
Shamai. Todas as pessoas importantes queriam que seus filhos estudassem com
rabinos famosos. Mas, aqueles homens, eram simples pescadores, que não haviam
sido selecionados para nenhuma escola rabínica.
Os rabinos
ensinavam a lei e repetiam os ensinos aprendidos por seus mestres. Eles interpretavam
a lei em conformidade à religiosidade de sua época. Mas, aquele mestre Jesus falava
como quem tinha autoridade, e não como os demais líderes religiosos.
Ele também
tinha um grande diferencial, ele não apenas falava, mas fazia. Jesus curava enfermos,
pregava aos pobres, reprendia demônios, e anunciava o reino de Deus.
A diferença
que havia em Jesus e que eles ainda não sabia é que Jesus é o filho de Deus.
Ele não era apenas um mestre, mas o Mestre dos mestres, o Rei do reis, o Senhor
dos senhores.
3. O
convite daquele mestre era irrecusável
Além de todos
estes detalhes, havia algo naquele convite que o diferenciava de todos os
demais. Não havia uma possibilidade de recusa para aquele convite. Aquele
convite era irresistível, não era uma ordem, mas, não havia possibilidade de
recusa. É como se o seu maior amigo te convidasse para ir ao seu casamento, não
se trata de uma ordem, mas é um convite irrecusável, é mais que uma ordem.
Quando o
nosso coração está aberto para Deus, o convite de Jesus se torna irrecusável.
Quando ele nos convida, imediatamente entendemos que Jesus é tudo aquilo que
precisamos, só ainda não sabíamos, mas assim que ele nos convida, os nossos
olhos são abertos.
É como aquele
homem a quem Jesus libertou de uma legião de demônios, ele fica tão apaixonado,
que quer seguir a Jesus por onde ele for. Mas, Jesus diz para aquele homem,
volta para a casa e conta para os seus tudo o que Deus fez por você.
Conclusão
O que Jesus
fez na vida daquele homem foi tão maravilhoso, que ele volta para a casa a fim
de contar para os seus amigos, parentes, e todos os conhecidos, o que Deus
fizera na vida dele.
O convite de
Jesus para aqueles homens largarem as suas redes e segui-lo, foi maravilhoso,
eles aceitam com naturalidade e grande alegria. O convite de Jesus para
largarmos as nossas redes ainda é o mesmo, nada mudou. O que Jesus está dizendo
é que nada pode ser mais importante em nossas vidas do que Jesus, devemos
largar as nossas redes para seguir a Jesus e também nos tornarmos pescadores de
homens.
É um convite
irrecusável por que é o ponto central de nossa missão. Fomos chamados para
isto, fazer discípulos e ensiná-los a obedecer todas as coisas que Jesus
mandou.
Pense que
você talvez seja a última oportunidade de uma pessoas ouvir sobre o evangelho
da salvação. Talvez você ache que não esteja pronto, os discípulos também não
estavam prontos, mas eles disseram sim ao chamado de Jesus. Assim, o evangelho
se expandiu até os confins da terra.
Pr. Sergio Rosa
Pr. Sergio Rosa