“Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive”. Eclesiastes 3.12 (NVI)
Um dos principais lugares que as
mulheres gostam de passear é no Shopping Center. Elas adoram ver vitrines e
entrar em lojas para ver vitrines. Nós homens, temos algumas dificuldades com
isto. Eu por exemplo, quando preciso ir a um Shopping, vou apenas na loja em
que preciso, compro o que quero e volto pra casa. Mas, se eu for acompanhado
com a esposa, entramos em quase todas as lojas apenas para dar uma espiadinha.
Uma das coisas que se percebe com
clareza, quando vamos escolher uma simples roupa, é a complexidade de nossa
singularidade. Por exemplo, as roupas que compramos, são fabricadas para as
multidões despersonalizadas. Para produção em massa é preciso padronizar os
tamanhos, cores, modelos. Os tamanhos são limitados em PP, P, M, G, GG, XGG.
Espera-se que eu e você caibamos em algum destes números, ainda que sobre ou falte
um pouquinho. Quando vamos experimentar uma calça cumprida, por exemplo, em
geral, nunca fica da forma que gostaríamos, dificilmente encaixa bem direitinho,
é preciso apertar, fazer bainha, ou deixar mais curta, ou arrastando, ou mais
apertada, ou mais frouxa.
Quem quer se vestir de maneira
mais elegante, com roupas totalmente personalizadas, no tamanho certo, na cor
desejada, no modelo imaginado, precisa contratar um alfaiate para fazer. Creia,
alfaiate não é um ser lendário, ele existe e faz roupas sobre medida. Assim, a
sua roupa será exclusiva, feita sob medida. Ela não caberá em outra pessoa, e
se couber jamais vestirá da mesma forma que em você.
Da mesma forma não dá para
construir um conceito de vida plena onde todos caibam. A nossa singularidade
não permite fazer isto, não dá para padronizar através de fórmulas onde caibam
todos. Assim, os livros de autoajuda, em nada nos ajudam quando escrevem temas
do tipo: Nove passos para a prosperidade; Sete segredos para uma vida plena;
Cinco etapas para a construção de uma vida melhor. E, hoje, com o tempo
corrido, os passos estão cada vez menores: ‘os três passos para uma vida
feliz’.
Minha pretensão aqui, portanto,
não é te dar uma resposta pronta, desvendar um segredo, ou estabelecer metas
para você encontrar a felicidade plena, mas simplesmente estabelecer alguns
princípios que podem te ajudar a refletir sobre o estilo de vida que poderá te
fazer feliz.
1. Faça tudo o que você gosta
e te faz feliz – Eclesiastes 11.9
Por exemplo, eu gosto de passar
um tempo de qualidade com a minha esposa. Um tempo no qual não temos que nos
preocupar com a rotina da casa, igreja, trabalho ou estudo. Este tempo é
preciosíssimo. Algumas vezes, saímos para passear em outras cidades, visitamos
novos lugares, comemos em lugares diferentes, é sensacional.
No meu trabalho, consegui
trabalhar com algo que gosto de fazer e tenho buscado outros tipos de trabalhos
que também gosto. Trabalhar no que se gosta de fazer também é prazeroso e também
nos faz bem.
2. Faça tudo aquilo que você
não gosta, mas, te faz bem.
Apenas a título de ilustração,
deixa eu compartilhar algo pessoal, eu detesto acordar cedo, principalmente no
inverno, a cama parece que fica muito mais gostosa e nos abraça
confortavelmente, nos deixando bem quentinhos. E, para piorar, eu não sou
aqueles entusiastas de exercícios físicos. No entanto, de minha família de
sete, todos já morreram, e o mais velho morreu com apenas 57 anos. Todos com
problemas vasculares. Eu tenho 58. Assim, acordo bem cedo para me exercitar,
não porque gosto, mas, porque me faz bem.
Há muitos remédios que tem um
sabor horroroso, mas, que tomamos porque queremos melhorar de alguma
enfermidade. Há também decisões ruins e enfrentamentos que gostaríamos de
evitar, porém, se não tomarmos, a situação poderá se agravar ainda mais. Ás
vezes é preciso brigar, ainda que prefiramos a paz, porém, já descobrimos que
há situações que para haver paz é preciso primeiro se travar uma guerra.
3. Deixe de fazer tudo o que
você gosta, mas, te faz mal.
Este terceiro princípio parece
contradizer o primeiro, no entanto, eles se completam. Não dá pra fazer tudo o
que se gosta de fazer, sem um freio, sem o bom senso, sem a percepção do que
ocorrerá se percorrermos tal caminho. Assim, precisamos fazer tudo o que
gostamos, mas, que de fato irá nos fazer bem, não só agora, mas, amanhã e depois
também. Há pessoas que acham que o entorpecimento das drogas lhes faz bem.
Certamente que a sensação é boa, se não, ninguém iria querer usar. No entanto,
o uso de drogas leva à dependência daquele elemento e isto se transforma em uma
prisão. Acredito que ninguém deseja ser um prisioneiro.
Conclusão
Como disse no início, não há aqui
neste texto uma tentativa de entregar uma receita pronta de bolo, devido a
singularidade de cada um, isto é impossível, entretanto, tentei propor um
caminho que pode te ajudar a encontrar o seu próprio caminho da felicidade. Não
apenas aquela momentânea, que te realiza por alguns instantes, mas, aquela que
é duradoura.
Muitas pessoas sofrem porque
tomam decisões importantes em suas vidas de cabeça quente ou distraidamente.
Não dão o devido valor à sua própria decisão. Se você entendesse que você é o
que é mais importante que existe pra si mesmo, então, talvez, você parasse para
pensar melhor nas implicações de suas decisões e não faria tanta bobagem que só
prejudica a você mesmo.
Sergio Rosa - Pastor