Juízes 2.6-12
O que aconteceu com eles? Por que
se tornaram tão distantes de Deus? Gostaria de responder a esta pergunta a
partir da consideração de três gerações.
1. Primeira geração – Pais
cheios de intimidade com o Senhor (v. 7)
Examinando a história de Josué,
podemos dizer que a sua geração foi a geração do avivamento. Eles vivenciaram
um verdadeiro derramar da presença de Deus. Esta primeira geração é daqueles
que tiveram um encontro real com Deus, eles experimentaram um grande avivamento
pessoal, viram de perto as maravilhas de Deus, buscaram intimidade e se
encheram do Espírito Santo. Eles foram testemunhas oculares da abertura do Rio
Jordão, da queda dos muros de Jericó, e da tomada inicial da terra prometida. Estes
crentes fizeram diferença em sua geração, fizeram grandes coisas, tiveram ricas
histórias escritas em seu currículo.
Quando estava meditando neste texto,
lembrei de grandes pastores, que realizaram obras grandiosas, foram homens cheios
do Espírito Santo, porém, os seus filhos não tiveram a mesma experiência de
seus pais. O que nos leva para a segunda geração.
2. Segunda geração – Filhos
religiosos, crentes medianos (v. 8)
A geração seguinte apenas vivia
das experiências contadas pelos seus pais. Mas, aqueles fatos em nada os
preenchia. Logo eles se tornaram frios e distantes de Deus.
Josué morreu e foi sepultado, e a
sua geração também. Ficaram os filhos deles. Eles não viram o agir de Deus. Só
conheciam a Deus de ouvir as histórias de seus pais. Estas histórias eram contadas
e recontadas em dias de festas. Mas, não representava nada para eles. Eles
ainda possuíam algum temor de Deus, mas o suficiente somente para lembrar de
Deus vagamente. Por isto, sua religiosidade era vazia, sem expressão, até mesmo
hipócrita, porque não viviam nada daquilo que contavam para seus filhos.
Esta segunda geração é a dos
filhos saudosistas de algo que não viveram ou eram muito pequenos para lembrar.
Fato é que aquelas histórias já não diziam nada pra eles. Eles viviam a
religiosidade na fé de seus pais somente. Desta forma, eles não tinham muita
preocupação com a perpetuidade da adoração ou da lei de Deus. Eles só achavam
legal seguir ao Senhor por causa de seus pais. Mas, para eles tudo aquilo era
superficial e sem graça. Esta geração não tem comprometimento com a igreja.
Eles querem se redescobrir. Não abandona de vez a base do evangelho, mas também
não o vivem. Rompem com as tradições, questionam a fé, e vivem vazios.
3. Terceira geração – Netos,
sem nenhum temor do Senhor (v. 10)
A terceira geração é a dos filhos
dos crentes medianos. Eles presenciaram a vida dupla de seus pais e pensaram: “ora,
tudo isto é uma hipocrisia! Eles não vivem o que pregam”. E a partir daí,
partem para buscar as suas próprias verdades. Começam a se interessar por
outros tipos de filosofia de vida e vão atrás de outros aspectos religiosos.
O texto mostra que a geração dos
netos em diante, não conhecia ao Senhor e nem as obras que Ele fizera em
Israel. Como eles estavam completamente esvaziados de qualquer coisa de Deus,
eles procuraram se encher com o que melhor lhes agradou. Eles foram
apresentados aos deuses daquela nova terra. Que a princípio pareceu bem melhor
do que a ideia de um Deus invisível. Os deuses cananeus estavam ligados
diretamente a uma expressão livre de sexualidade, sem aquela pureza sexual que
os seus avós buscavam. Aos seus olhos, os avós pareciam retrógrados, tinham
vários tabus desnecessários. Esta nova geração logo se identificou com aquele
deus cananeu que promovia a sensualidade e a fertilidade. Baal e Astarote eram
os principais. Então, eles foram e os serviram, abandonaram a Deus e se
tornaram idólatras.
O que nos leva a pensar que o abandono
a Deus e de seus princípios, em muitos casos, está intimamente ligada a licenciosidade.
Muitos abandonam a Deus, porque querem viver uma vida dissoluta, como a parábola
do filho pródigo nos ensina.
Conclusão
Eu olho para este texto e me
sensibilizo com a terceira geração, porque estão no vácuo, completamente
perdidos. A primeira geração vivenciou uma experiência genuína com Deus, eles
tentaram, ao seu modo ensinar aos seus filhos a andarem na presença de Deus.
Mas, a segunda geração, viveu uma religiosidade fria, com pouca ou nenhuma
expressão, o resultado foi que a terceira geração abandonou completamente a
Deus, e pior ainda, tornou-se idolatra de deuses cananeus.
Entendo que a nossa geração
precisa ser a geração de crente do avivamento, aquele que faz a história, que
presencia a ação de Deus, que tem intimidade com Deus, e que se compromete com
Deus a fazer de sua geração, uma geração de crentes avivados, vivos em Deus. Mas,
não apenas isto, precisamos incendiar a próxima geração. Precisamos deixar um
legado de avivamento para nossos filhos e netos. Precisamos ensiná-los a amar a
Deus de todo o seu coração e de todas as suas forças. É preciso nos
preocuparmos com a próxima geração.
Um evangelho de aparências não é capaz
de incendiar nem a nós mesmos, por isto, precisamos tomar uma decisão de nos
enchermos da presença de Deus e viver um evangelho autêntico, para não
corrermos o risco de cair no mesmo erro de Josué.