Quem sou eu

Minha foto
Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

segunda-feira, 22 de março de 2021

Você não é um hóspede você pertence à família

 Efésios 2.19

Certa vez, minha esposa estava conversando com o filho de um amigo nosso, que demonstrava imensa má vontade em ajudar em casa, mas queria desfrutar de todas as benesses da casa. Ele queria desfrutar da casa limpa, roupa lavada e passada, comida feita, armários cheios, contas pagas, internet e TV. Ela perguntou para o jovem: “Vem cá, você é um hóspede ou você é da família? O seu comportamento se parece mais com o de um hóspede do que de um membro da família, que dá a sua contribuição para que tudo esteja organizado. Aquele jovem parou para raciocinar e ficou envergonhado por concluir que ela tinha razão. A partir daquele dia o seu comportamento mudou em relação às suas atitudes e colaboração no serviço e sustento da sua casa.

Uma pessoa que se hospeda em nossa casa fica apenas por alguns dias, e por se tratar de uma visita, geralmente, poupamos esta pessoa de fazer as coisas. É natural que isto aconteça. Porém, uma pessoa que pertence à família, precisa dividir as tarefas da casa. Uma pessoa lava a louça e a roupa, a outra limpa a casa, tem aquele que faz a comida, e o que faz as compras. Aqueles que trabalham fora, devem contribuem para o pagamento dos gastos da casa. Há famílias onde a mãe é uma verdadeira escrava, faz tudo, e filhos e marido não fazem nada para ajudar, isto não é algo emocionalmente saudável. Desta forma, esta mãe pode não durar muito tempo. Cuide dela agora, depois que ela se for, não adianta lamentar.

Paulo nesta epístola à Igreja que estava em Éfeso, esclarece para os gentios que por intermédio de Jesus o Cristo, eles deixaram de ser estrangeiros, ou seja, eles não seriam mais hóspedes, passariam a fazer parte da família de Deus.

Fazer parte da família de Deus é algo realmente maravilhoso. Porém, é importante salientar que todo privilégio gera obrigações. Estas obrigações não são um peso, elas fazem parte do prazer em servir. Trata-se daquele serviço que fazemos com alegria. Cuidar da família a qual pertencemos, contribuir para que ela prospere, colaborar em tudo, é uma grata satisfação.

A partir desta introdução, gostaria de meditar com você sobre os privilégios e obrigações de pertencer à família de Deus:

1. O primeiro grande privilégio e obrigação é contar com a proteção e proteger a família (Nm 4.17)

Lemos no livro de Neemias que os muros de Jerusalém estavam sendo reconstruídos. Nabucodonozor, rei da Babilônia, havia invadido Jerusalém, décadas atrás, e derrubara os seus muros. Neemias, foi vocacionado por Deus para liderar o povo naquela difícil tarefa de reconstrução. Ele deixou a sua função de copeiro no reinado de Artaxerxes e partiu para a sua terra natal. Porém, a coisa toda não seria fácil, haviam inimigos que não queriam, de forma alguma, que aquela obra fosse a frente. Eles intentaram de todas as formas parar o trabalho. Para prevenir, Neemias colocou os homens trabalhando com o seu instrumento de construção de um lado e a sua espada pendurada do outro lado.

Esta foi a razão pela qual os construtores do muro de Jerusalém não foram atacados por seus inimigos durante a construção. Porque um protegia o outro. Ao mesmo tempo que eram protegidos, eles se protegiam. Esta deve ser a nossa postura enquanto família de Deus.

Quando éramos bem crianças, havia um menino em nossa rua que queria me bater. Toda rua tem o seu valentão. Como ele era maior, eu tinha medo dele. Ele vivia me ameaçando dizendo que ia me pegar. Um belo dia, juntou eu e minhas duas irmãs mais velhas e demos uma surra naquele menino mal. O resultado é que ele nunca mais ele implicou comigo.

Pertencer à família de Deus é contar com a proteção espiritual dos irmãos. Quando o inimigo ataca um, toda a Igreja é sente, e é tomada em oração em favor daquele que está padecendo uma perseguição.

2. O segundo grande privilégio e obrigação é ser sustentado e sustentar a família (Ml 3.10)

Malaquias faz um desafio para que todos entregues os dízimos no templo. A razão da existência do dízimo é para que todo o aparato religioso seja perpetuado. Através das contribuições individuais todas as despesas e investimentos referentes a religião é mantido. Por exemplo, a construção, manutenção e preservação do santuário, assim como todas as despesas relativas a pessoal.

Os membros da família que integram uma casa desfrutam de tudo o que há na casa, ao mesmo tempo que cuidam de tudo o que há na casa. Quando isto não acontece, o que há na casa se desgasta e no futuro não haverá nada para ninguém.

Aqueles que fazem parte da família devem ajudar no sustento da casa, ao mesmo tempo que são sustentados. Lá em casa Eu e João trabalhamos fora, Rosana cuida da casa. Ela é quem prepara o nosso alimento, cuida da casa e de nossas roupas. Nós sabemos que cuidar de uma casa é um serviço pesado. Já tivemos uma secretária que nos auxiliava, hoje não mais. Então, eu e o João damos a nossa contribuição, ajudando a lavar a louça, lavando o quintal, ajudamos naquilo que podemos.

A igreja é sustentada com dízimos e ofertas. Sem estes valores, o templo e todas as coisas que há nele não poderiam existir. Aqui, reunidos no templo, o membro recebe o alimento espiritual, suporte, apoio.

3. O terceiro grande privilégio e obrigação é ser amado e amar os que são da família (I Jo 4.19)

Deus nos amou de tal forma que entregou o seu filho amado para morrer na cruz, para que nós fossemos salvos. João, o apóstolo amado, nos desafia a expressar este amor uns pelos outros.

A melhor frase para definir o amor, que já vi, e a que eu li, há muitos anos, no livro de James Hunter, ‘O monge e o executivo’: “Amar é o que o amor faz”. Seria mais ou menos o mesmo que dizer que: “O amor sem obras é morto”. Assim como a fé precisa ser expressa através de alguma obra, conforme nos afirma o apóstolo Tiago, o amor, sem obras é vazio em si mesmo.

Não adianta muito dizer para as pessoas, eu te amo, se você não demonstra isto de forma alguma através de ações. Na família evidenciamos o nosso amor através das coisas que fazemos para quem mora na mesma casa. O que me faz lembrar sempre de um amigo pastor, quando eu fui a sua casa, no banheiro tinha um cartaz escrito por sua esposa. “Eu me sentiria uma mulher muito mais amada, se você simplesmente abaixasse a tampa do vaso”.

A família é lugar onde as pessoas amam e são amadas. É uma troca. Quando uma pessoa quer apenas ser amada ela se torna egocêntrica, achando que todos precisam amá-la, e ela não precisa retribuir o amor.

Da mesma forma, na família igreja precisamos demonstrar o amor que temos uns pelos outros através das nossas ações e atitudes. É uma carona, uma ajuda no ministério, um favor, uma contribuição que damos servindo em algum ministério.. Tudo isto demonstra o amor uns pelos outros.

Conclusão

Pertencer a família de Deus é um privilégio e, todo privilégio gera também obrigações. Eu não posso apenas querer pertencer à família e desfrutar de tudo o que há na casa do Pai e não contribuir com nada. Como membro da família, eu conto com a proteção, ao mesmo tempo que sou protegido; Eu participo do sustento, assim como sou sustentado; Eu sou amado, e transmito este amor.

Como membros da igreja, eu pertenço a esta família. Temos um estatuto que nos dirige, e lá está descrito que ao sermos aceitos como membros, temos direitos e deveres. Da mesma forma que a nossa família, onde temos direitos e obrigações.

O Senhor Jesus inaugurou o seu reino e convida a todos que quiserem participar. O seu reino é um reino espiritual, que começa em nossos corações.