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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sábado, 27 de agosto de 2016

Olhos bons, corpo iluminado!

Mateus 6.22-24

Em geral usamos este texto para falar sobre o que os olhos veem fora da igreja, ou seja, as coisas do mundo. Falamos que não podemos assistir a determinados vídeos, filmes, jogar determinados jogos, ler determinadas revistas e olhar para coisas imorais. Tudo isto nós já sabemos e não é preciso ser crente para saber que estas coisas não devem ser vistas. Todos sabem que é errado.

O Pr. Leo da IBCBH (Igreja Batista Central de Belo Horizonte) falou em uma palestra que quando os seus jovens perguntam se determinado filme pode ser visto, ou determinado vídeo game pode ser jogado, ou determinada revista pode ser lida, ele responde sempre a mesma coisa: depende. Então eles perguntam, depende de que? Do conteúdo, da hora, do lugar, depende de que? Ele responde, depende de onde você quer chegar.

Achei ótima esta abordagem e creio que nos fala profundamente. Onde você quer chegar como cristão? Que tipo de cristão você quer ser? Um religioso repetidor de ritos, ou um cristão poderoso cheio de experiências com Deus?

Em geral fazemos a abordagem deste texto considerando a reflexão a partir das coisas que não se deve ver neste mundo. Entretanto, gostaria de meditar neste texto, partindo de outra perspectiva, a partir da visão dentro da igreja.

Vamos partir da afirmação principal de Jesus neste texto. Ele afirma:

São os olhos a lâmpada do corpo

Jesus estava ensinando que o que ilumina o nosso corpo são os nossos olhos. Fiquei pensando sobre como os olhos poderiam iluminar o nosso corpo. Pesquisei e não achei nada, então resolvi buscar em Deus a resposta. Por que o Senhor Jesus disse isto?

Nossos olhos são responsáveis em captar as coisas que entram em nossa mente, a nossa mente processa e a partir das informações passamos a ter determinados comportamentos.Há duas formas disto acontecer demonstrada neste texto. Há duas condicionais, dois “se”:

1.       Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso”

Vamos pensar em uma pessoa que vem para a igreja, o que esta pessoa vê aqui, o que ela está captando?

Ela pode ver várias coisas: Pessoas com as mãos levantadas em adoração, pessoas vivendo em comunhão, o pastor pregando boas mensagens, irmãos orando, a alegria do Espírito Santo na vida das pessoas, a ação social que a igreja faz, Jesus transformando corações, as obras de reforma que estão sendo feitas... Em fim, ela pode ver tudo de bom que está sendo realizado pela igreja. Estas coisas que ela está vendo, está retendo para si e vai refletir sobre sua vida, e portanto o seu corpo será luminoso. Quando ela falar a respeito da igreja vai refletir todas estas coisas.

2.       “se porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas

Por outro lado, nesta mesma igreja pode haver outra pessoa que está vendo outra coisa que ela julga ser mais importante, esta pessoa pode estar prestando atenção em outros detalhes: nas fofocas, nas roupas curtas, nas maledicências, nas mentiras, no adultério que foi praticado, em alguma coisa que não concordou, em alguém que não falou com ela, em alguém que entrou de cara feia... Em fim, esta pessoa foca em tudo o que de ruim acontece na igreja. Todas estas coisas são passíveis de acontecer, é fato, mas, se você prestar atenção somente nestas coisas, sem observar aquelas outras, se o que te chama atenção são só as coisas más, o que você irá refletir é amargura e descrença. Quando você se referir a igreja, vai falar do que o seu coração está cheio.

Quando olharmos para as duas pessoas o que nós veremos?

Olhando para a primeira pessoa veremos a luz de Cristo através da alegria que ela tem em servir ao Senhor, alegria em estar na igreja e na comunhão com os santos. Veremos um corpo luminoso;
Já olhando para a segunda pessoa haverá só lamúria, queixas e reclamações, portanto, só veremos trevas.

 Conclusão

Cuide bem dos seus olhos, esteja certo de que eles estão alimentando bem a sua alma e o seu coração. Fazendo assim todo o seu corpo será luminoso. Se eles focarem em boas coisas, então todo o seu ser refletirá a glória de Deus.

Este não é um convite a inocência ou ao emburrecimento crítico. Não devemos deixar de fazer boas leituras a respeito da situação, até mesmo para não sermos enganados por falsos profetas ou por espíritos enganadores. Este é um convite a santificação dos olhos e para uma vida piedosa a partir dos ensinos de Jesus. Portanto, embora você veja coisas más e muitas vezes você tenha que até mesmo combate-las, não foque nestas coisas, não baseie nestes detalhes a sua espiritualidade. 

sábado, 13 de agosto de 2016

Os tesouros que agradam a Deus

Mt. 6.19-21

Os três estudos anteriores falam a respeito de situações onde somos tentados de uma forma muito sutil: na ajuda ao próximo, na oração e no jejum. Veja que não são tentações a respeito de coisas aparentemente desejáveis como sexo, dinheiro e poder.  Estes três, apesar de ter um forte apelo, é fácil identificar como tentação. Entretanto, somos também tentados na questão do orgulho e vaidade espiritual, temos desejo de ser reconhecido e enaltecido por nossos atos. Este é mais difícil ser identificado como tentação. Jesus dá a orientação para que não façamos nada a finalidade de nos aparecermos, buscando a nossa própria glória, tudo o que fizermos deve ser para que a luz do Senhor brilhe através de nossas vidas e assim glorifiquem a Deus.

Nesta seção Jesus fala a respeito do posicionamento cristão diante das riquezas deste mundo. O cristão é uma pessoa como todas as outras, que enfrenta crises, angústias e dificuldades, assim como experimenta vitórias e recebe honras. É uma pessoa que está neste mundo e precisa sustentar-se e luta por um pouco de dignidade, por esta razão luta por um emprego melhor, uma boa casa e estabilidade financeira. Quando não consegue isto, fica bastante ansioso e frustrado.

Jesus não está falando sobre a vida normal e nossas lutas para viver bem, mas é um alerta àqueles que querem enriquecer a todo custo e coloca as riquezas deste mundo como a coisa principal em sua vida.
Algumas considerações a respeito destes tesouros:

1. Tesouro pode ser dinheiro

I Tm 6.10 “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

O amor ao dinheiro e não o dinheiro em si, é a raiz de todos os males. Há pessoas que só pensam em dinheiro e se tornam mesquinhas, arrogantes, prepotentes devido aos bens que possuem. Deixam de agir com naturalidade e se comportam de maneira estranha e às vezes extravagante. Algumas querem ostentar mostrando suas posses, casas, carros, celulares, relógios caros. Não adquirem bens pensando no conforto e segurança, mas sim em mostrar para as pessoas que eles podem. Todos nós estamos sujeitos a experimentar isto. Há inclusive igrejas que fomentam este comportamento. Nestes lugares a meta é você tornar-se rico e famoso. Para eles isto é sinônimo de uma vida abençoada.

Veja aqui não existe uma condenação para a riqueza, mas sim um ensino a respeito do seu uso. Jesus não condenou a riqueza, só mostrou que a riqueza e bondade devem andar juntas.

Jesus, neste texto, está denunciando que há pessoas que perdem toda a sua vida correndo atrás de dinheiro e bens e coloca toda a sua confiança nestas coisas. Mas esquece de que tudo o que é material vai ficar nesta terra, não podemos levar nada daqui.

2. Tesouro pode ser qualquer coisa a que você atribua grande valor

Tesouro não é apenas dinheiro, tesouro é aquilo que uma pessoa considera muito importante a ponto de fazer tudo para consegui-lo. Há cristãos que não tem problemas com o dinheiro, não cedem a tentação nesta área, esta não é a sua fraqueza, mas que falha na questão da busca por uma posição social ou um cargo importante que lhe dá status elevado. Percebe-se nestas pessoas que há um declínio espiritual quando cedem a esta tentação.

D. M. Lloyd-jones afirma que “muitos pregadores têm sido arruinados pelas suas respectivas congregações. Os elogios que lhe fazem, o encorajamento que lhe dão como um ser humano, quase arruínam a determinado tipo de homem (...) Quase inconscientemente tal homem tende por se deixar controlar pelo desejo de desfrutar de boa opinião e dos elogios de sua gente; mas no momento em que isso sucede, já está juntando tesouros sobre a terra ”.

3. O tesouro que poderemos levar para o céu

Toda riqueza, poder ou fama adquiridos neste mundo ficarão por aqui mesmo, não poderemos levar nada. O único tesouro que poderá entrar no céu são aquelas virtudes que foram desenvolvidas para fazer a glória do Senhor resplandecer através de nossas vidas: oração, vidas alcançadas para o Reino de Deus, adoração, amor ao próximo, são exemplos de tesouros que agradam ao Senhor, estes podem entrar nos céus. Em troca deste tesouro iremos receber um tesouro maior, o nosso galardão, a nossa recompensa diante de uma vida vivida para a glória de Deus.

Pensemos: o que tem mais valor no céu, o cargo que ocupo ou a forma que trato o outro? A voz afinada ou a minha expressão pura de adoração? A minha eloquência ao falar ou quantas pessoas eu ajudei a entrar nos céus? A fama ou a expressão do amor Ágape através da ajuda ao próximo, a quantidade de bens que eu possuo ou a forma que administrei os bens que o Senhor me deu em favor do Reino de Deus?


Portanto, creio que o que o Senhor Jesus desejou foi chamar a nossa atenção para que não vivamos pensando apenas neste mundo como se a vida fosse acabar aqui, mas vivamos neste mundo pensando que a forma que vivermos aqui determinará a forma que seremos tratados no reino celestial.  

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Não seja um show man no jejum

Mateus 6.16-18

Esta é a terceira preocupação de Jesus no que diz respeito ao exibicionismo. Primeiro Ele alerta sobre a questão da esmola (6.2-4), depois fala sobre a oração (6.5-8), e por último Jesus fala sobre o jejum (6.16-18). Jesus está nos exortando a não nos deixarmos levar pela tendência humana de nos ocuparmos das práticas religiosas com a finalidade de sermos notados.

O jejum era uma prática religiosa ensinada no Antigo Testamento. Havia inicialmente uma ordem de jejuar uma vez por ano, o próprio povo acrescentou mais tarde alguns jejuns dedicados a problemas de calamidade nacional. Ao chegarmos ao Novo Testamento verificamos que os fariseus costumavam jejuar duas vezes toda semana. Não encontramos nenhuma determinação descrita no AT para isto. Mas eles acreditavam que isso fosse uma porção vital de sua vida religiosa.

A prática do jejum era comum e aceita

E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram” (At 13.2,3). O jejum era praticado pelos apóstolos. A igreja de Antioquia ao enviar Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionaria deles, só o fez depois de um período de oração e jejum.  

Nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns” (II Cor 6.5). Paulo, ao referir-se a si mesmo e a sua vida cristã falou dos jejuns entre suas práticas de fé.

O próprio Jesus disse: “Esta casta de demônios não pode sair se não por meio de oração e jejum” (Mc 9.29).

No que consiste exatamente o jejum? Qual o seu proposito?

O jejum basicamente é a abstinência de alimentos com vistas a propósitos espirituais. É algo incomum, que devemos colocar em prática ocasionalmente e com uma finalidade especial específica. O jejum, na realidade, pode incluir a abstinência de qualquer coisa, tendo-se em vista algum propósito espiritual especial.

D. M. Lloyd-jones afirma que “O jejum só deveria ser praticado quando alguém se sentisse impelido ou fosse levado a isso por razões estritamente espirituais. O jejum não deve ser posto em prática somente porque algum segmento da igreja decretou essa prática às sextas-feiras, ou durante o período da Quaresma, ou durante qualquer outra época do ano. Não devemos jejuar mecanicamente”.  Devemos jejuar diante de uma necessidade espiritual específica, onde se faz necessário uma concentração maior em Deus.

A maneira errada de se jejuar

Não se deve querer chamar a atenção para si quando se jejua. Não seja um show man no jejum, não queira se aparecer através de jejum, vendendo uma imagem para os outros de uma pessoa que você não é. “Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas: por que desfiguram o seu rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam.” Os fariseus queriam chamar atenção ao fato que estavam jejuando, queriam com isto mostrar uma espiritualidade acima da média com a finalidade de serem louvados por isto.

Conclusão

O jejum é uma prática que deve ser considerada em nossa vida cristã, a única coisa que o Senhor nos chama atenção é para não jejuarmos com a finalidade de mostrar para os outros quão espirituais nós somos, e assim, chamar atenção para nós mesmos.

Diante do enfrentamento a entidades malignas de castas poderosas, devemos sim recorrer ao jejum, assim como diante de problemas que aparecem de difícil solução. Devemos nos servir do jejum sempre que há uma necessidade de uma intervenção mais severa de Deus.


O jejum não é um fim em si mesmo, o jejum por jejum não é nada; o que leva em conta no jejum é a dedicação que se faz ao Senhor durante este momento, é como se fosse uma forma de chamar a atenção do Pai. Quando jejuamos estamos dizendo a Deus que confiamos plenamente nele, no seu sustento e em sua provisão, e nos rendemos completamente à sua vontade.