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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sábado, 23 de julho de 2016

Não seja um show man na oração

Mt 6.5-8
Este bloco de texto começa com a expressão “e” que expressa continuidade com o que foi falado anteriormente. Jesus estava falando sobre a questão do auxilio ao necessitado, ele disse que quando ajudarmos a alguém, não façamos como os fariseus que faziam tocar a trombeta com a finalidade de serem vistos pelos outros e notados como homens piedosos e bondosos. Da mesma forma Jesus chama a atenção para aquele que ora. Devemos ser discretos em ambas as coisas, para não chamarmos atenção para nós mesmos. Devemos sempre em tudo fazer com que o nome do Senhor Jesus seja glorificado, “que ele cresça e eu diminua”.

A oração é a mais elevada realização do ser humano, e a mais profunda experiência que uma pessoa pode ter. Na oração falamos diretamente com Deus, o criador e sustentador de todas as coisas. Não existe uma audiência mais importante na face da terra do que a oração.

Existem duas formas de ser orar, uma certa e uma errada

Lucas 18.10-14 nos mostra a face das duas. Dois homens se apresentam no templo para orar e um sai
reprovado e outro justificado. Isto nos mostra que não é importante a aparência externa de quem entra pra falar com Deus, mas a forma que você se comporta diante de Deus na oração. Não importa quem você é, mas o seu comportamento e atitude diante da presença de Deus.

Qual e a forma errada de se orar?

Para surpresa geral, o religioso fariseu apresenta a forma errada. O que ele faz? Ele se apresenta colocando diante de Deus sua bondade e fidelidade. Há algo errado em ser bom e fiel? Não. Qual e o problema então? O problema é quando achamos que somos superiores aos outros. Ele disse: “não sou como este publicano”. Ele se achava digno da graça de Deus por praticar aquelas coisas. O seu problema foi a sua arrogância. Devemos fazer coisas boas sempre, mas jamais esquecer que somos tão necessitados da graça de Deus como qualquer outro pecador.

Há pessoas que pensam que a forma correta de orar são aqueles discursos bonitos que fazemos quando oramos em público, mas não é. O que Deus se importa na verdade não é com a nossa eloquência em falar em publico, mas com o que tem em nosso coração. Veja o que Jesus disse: “não façam como os fariseus”. A oração deles deveria ser um discurso lindíssimo, mas a vaidade dominava cada oração e por isto era rejeitada diante de Deus.

Qual e a forma correta de se orar?

 Na verdade a primeira coisa que deveríamos concluir na oração é o que Paulo disse:

Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. (Rm 8.26)

A verdade é que não sabemos como orar, nenhum de nós sabe de verdade como orar. Por isto dependemos do Espírito de Deus para interceder por nós. Portanto a melhor forma de orar é nos apresentarmos diante de Deus com um coração humilde e quebrantado. Palavras bonitas e repetitivas não impressionam a Deus.

O publicano da parábola contada por Jesus nem sequer levanta os seus olhos por reconhecer o seu lamentável estado de pecador. Esta é a forma correta de nos apresentarmos diante de Deus, despidos de todo orgulho e revestidos de toda a humildade.

Oração em publico

Os fariseus paravam no meio da praça e faziam suas orações com a finalidade de serem vistos pelos outros e assim serem considerados como pessoas piedosas, homens de oração. Jesus conhecia o interior deles e sabia que aquela posição era apenas fachada, era somente para se aparecerem, uma verdadeira propaganda enganosa, um show man em oração.

Tanto a nossa oração em público quanto a nossa oração em secreto devem ser para evidenciar a glória de Deus. A postura deve ser a mesma. Há segmentos religiosos que baseados neste verso não fazem orações em público, mas não é isto que Jesus estava ali ensinando. Temos exemplos de orações que foram feitas em público depois deste ensino, que não foram condenadas, Jesus estava ressaltando que não devemos fazer orações com a finalidade de sermos engradecidos e louvados por isto. Por outro lado, é importante que as pessoas saibam que você ora, que você é uma pessoa de oração, mas com a finalidade exclusiva de fazer brilhar a luz do Senhor diante dos homens, para que eles glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus e não para vender a imagem de uma pessoa que você na verdade não é.

Oração modelo

Naquele momento em que Jesus está discursando, os seus seguidores e discípulos olharam para ele fazendo a seguinte pergunta: como devemos orar então? Até aquele momento o modelo que eles tinham era o dos fariseus que oravam de maneira espalhafatosa, cheios de orgulho e vaidade espiritual. Então Jesus apresenta para eles um novo modelo pelo qual eles poderiam, a partir daquele momento, se orientarem.

A oração modelo começa com uma glorificação ao Pai, passa para a apresentação de nossas necessidades, seguida de pedido de perdão por nossas dívidas, um pedido de auxílio para que o Senhor não nos deixe cair. Ao termino um reconhecimento de que tudo pertence ao Senhor e uma lembrança de que assim como o Senhor nos perdoa, devemos perdoar também ao nosso próximo.

Conclusão

Os céus estão abertos pra quem queira aproximar-se de Deus e falar com Ele de maneira humilde. Foi Jesus quem abriu este caminho. Você também pode falar com Deus. Entretanto, há uma só forma de falar com Ele, através de Jesus. Jesus disse: “eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai se não for por mim”. Por isto no final de nossa oração dizemos: “em nome de Jesus. Amém”.

Você deseja aprender mais sobre Jesus? Primeiro é necessário abrir o seu coração e deixar ele mesmo começar a falar com você. Depois, podemos começar a te ajudar a falar ainda mais com Deus e caminhar com ele. Você deseja isto? Então fale com Deus: “Deus eu quero andar contigo a partir de hoje. Eu quero o seu filho amado Jesus em meu coração. Eu quero aprender mais de ti”.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Não seja um show man

Mt 6.1-4
Chegamos a Mateus 6, após uma longa e detalhada exposição de Mateus 5. O primeiro verso diz que devemos “guardar de nossa justiça diante dos homens, com o fim de sermos vistos por eles; doutra forma não tereis galardão junto ao Pai celeste”. Nas versões mais literais diz esmola.  Algumas versões na linguagem de hoje usam a expressão “serviços religiosos”, esta tradução não reflete o que o texto quer nos ensinar. Penso que a melhor tradução aqui seria “boas obras”.

Se compararmos este verso com Mt 5.16 onde lemos: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que veja as vossas boas obras e glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus”. Pode surgir a seguinte dúvida, como os homens verão as minhas obras se eu me guardar para ninguém ver? Se eu orar somente em secreto no meu quarto, se eu ajudar a alguém ninguém ficar sabendo, se eu fizer boas coisas e ninguém souber, como glorificarão ao Pai, como servirei de exemplo para que sejam meus imitadores? E como a glória do Senhor brilhará através dos meus atos se ninguém ver o eu fiz?

Não há contradição aqui, embora em um primeiro momento pareça que exista. O texto de Mateus 6.1 está nos orientando para seguir um caminho contrário ao dos escribas e fariseus que quando iam dar uma esmolas faziam tocar uma trombeta para que todos vissem quão boa ela era. Toda boa ação que faziam eles eram louvados pela obra praticada. Jesus esta dizendo que se você fizer isto, você já recebeu seu galardão. Ou seja você não deve fazer estas coisas buscando vanglórias, buscando enaltecer a si mesmo, em palavras diretas, você não deve fazer boas obras para se aparecer.

Tive uma ovelha que era uma boa pessoa, crente, fervoroso, ‘pau pra toda obra’, homem de oração, a igreja podia contar com ele pra tudo. Entretanto ele tinha um problema sério, ele gostava de se enaltecer, se ele expulsasse um demônio, pronto, falava daquilo o tempo todo; se orasse por alguém e a pessoa fosse curada, pronto, o testemunho não parava. Desta forma a glória não estava sendo dada a Deus e sim a ele. Acredito que ele poderia contar como testemunho em algum lugar, caso fosse necessário para a edificação de alguém, mas não era o caso, ele falava para se auto afirmar, para mostrar o quanto ele era bom.

1.       Não seja um show man

Lloyd-jones afirma que o crente não deve desejar ser um ‘show man’, um espetáculo admirado pelos homens. O crente deve viver de maneira que as pessoas ao olhar para ele glorifiquem a Deus. Que Ele (Jesus) cresça e eu diminua, esta deve ser a posição do homem de Deus.

"Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;”

Não devemos tentar nos aparecer quando fazemos boas ações. Devemos fazer boas obras sem levantar bandeira para chamar atenção para nós mesmos. Este texto vem nos ensinar mais uma vez sobre a nossa essência, sobre o que nos motiva a fazer o que estamos fazendo; o que estamos praticando é para minha glória pessoal ou para que Deus seja glorificado? Se for para se auto promover, você já recebeu a sua recompensa. Não terá mais galardão nos céus.

3.       O orgulho precede a queda

Glorificar-se a si mesmo gera orgulho e já sabemos que o orgulho é o princípio da queda (Prov. 16.18). Até mesmo o homem natural já descobriu isto. Veja como eram as entrevistas de jogadores de futebol antigas e veja como são as de hoje. São todas palavras voltadas para humildade. Embora seja só uma falácia, por que eles são treinados para dizerem aquilo, houve um estudo por profissionais para que o jogador não demonstre soberba. A ideia é se mostrarem humildes, por que as pessoas assimilam melhor a ideia de pessoas que se comportam desta maneira. Há uma tendência de rejeição a quem é soberbo, todos ficam torcendo e esperando que ele perca para quem é mais humilde.

4.       O que te motiva a fazer boas obras?

O cuidado que devemos ter é olhar para dentro de nós, Jesus sempre nos leva a um auto exame, “examine-se o homem a si mesmo”, e responder sinceramente, o que nos motiva a fazer o que estamos fazendo, e a resposta precisa ser sempre a mesma: eu estou fazendo isto para a glória de Deus; Faço isto por que assim Deus nos orienta a amar (servir) ao próximo; Faço isto por que estou inundado do amor de Deus.

sábado, 9 de julho de 2016

Amai os inimigos

Mateus 5.43-48

Chegamos a um dos pontos mais difíceis do sermão do monte. Como amar a uma pessoa a quem detesto com todas as minhas forças? Como amar a alguém que me humilhou, me fez grande mal ou até mesmo não gosta de mim? Seria isto possível? Vamos ver o que Jesus orientou a respeito disto no sermão do monte.

Está é a sexta das seis ilustrações que Jesus se utiliza para nos ensinar sobre a lei de Deus, em contraste com a interpretação dos escribas e fariseus.  Eles ensinavam “amarás ao teu próximo e odiará ao teu inimigo”. Para eles o próximo era sempre outro israelita. Porém, Jesus vai ensinar na parábola do ‘bom samaritano’ que qualquer pessoa pode ser o seu próximo, até mesmo aquele a quem você considera inimigo, por que Judeus consideravam samaritanos como povo inimigo. Jesus declara para eles: “Eu, porém, vos digo, amai a vossos inimigos e orai pelo que vos perseguem”. Estas palavras de Jesus devem ter doído um bocado.

Origem da interpretação dos escribas e fariseus

Em que os escribas e fariseus se basearam para chegar a esta interpretação? Segundo Lloyd-jones foi
no fato de que o povo hebreu quando estava para entrar na terra prometida recebeu ordens de Deus para exterminar aos cananeus. Para Lloyd-jones foi neste fato que eles baseavam toda estrutura hermenêutica de interpretação. Durante toda a ocupação da terra prometida, foi necessário cumprir esta ordem. Porém, o povo hebreu não o fez em sua totalidade. O resultado foi que até o dia de hoje ainda existem guerras naquele local.

O que Jesus está dizendo no sermão do monte é que naquele tempo foi necessário agir daquela forma, mas que agora é um novo tempo, e se faz necessário amar aos nossos inimigos. Nos versos anteriores Jesus havia dito que é preciso oferecer a outra face e caminhar outra milha, agora no verso 44 ele diz que precisamos amar estas pessoas. Difícil, se pensarmos em fazer isto naturalmente. Mas se você rever as bem aventuranças, há de se lembrar daquelas características: humilde de espírito, quebrantado, manso... Portanto, para cumprir o que Jesus disse, só é possível para aquele que genuinamente é dirigido pelo Espírito de Cristo.

Amai a vossos inimigos

Partindo deste princípio divino precisamos urgente repensar a forma com que tratamos aos outros. Quais tem sido os nossos pensamentos e sentimentos em relação a bandidagem que assolam o nosso Rio de Janeiro. Já vi alguns posts na internet desejando que morram. Não estou aqui defendendo bandidos e nem afirmando que são pessoas dignas de serem amadas. Não devemos amá-los por que eles merecem, por que de fato, não merecem; estão colocando terror nos cidadãos de bem. Não estou sequer advogando a seu favor, por que são indignos aos nossos olhos. Entretanto a orientação de Jesus é que devemos amá-los e orar por eles. Devemos amá-los por quem somos, pelo que há em nós, por que Deus é amor e vivemos no seu amor.

A maioria das pessoas não pensam assim por que são pessoas naturais, elas fazem tudo conforme a sua natureza humana. Por que devemos agir de forma diferente destas pessoas? Por que somos crentes e o crente é alguém que foi separado do mundo. Se vivermos conforme o mundo, que diferença temos? O crente não pertence mais a este mundo, o nosso Reino não é deste mundo. O crente é alguém transformado, é uma nova criatura; por isto ele consegue ver as coisas a partir de uma perspectiva diferente. Ele experimentou o amor de Deus e vive sobre este amor.

Amar não é uma questão sentimental

Perceba que não se trata aqui de um sentimentalismo do tipo: eu vou ser bondoso com as pessoas e elas se tornarão bondosas. Há muitas pessoas perversas no mundo que estão à procura de pessoas bondosas somente para dar golpes e se aproveitar. Há pessoas ligadas aos direitos humanos que advogam que todo bandido deve ser tratado com bondade para que ele seja transformado; por causa disto muitos bandidos têm se aproveitado do sistema para ter penas mais brandas. Penas mais brandas não simbolizam amor e sim injustiça. O amor de Deus não está ligado a indolência e nem a injustiça, pelo contrário, seu amor caminha junto com sua justiça.

Amar não quer dizer passar a mão sobre a cabeça ou amenizar o castigo. Quem comete crimes precisa responder por eles. Pais que dizem amar aos seus filhos, mas não impõe limites, não estabelece regras e não pune os erros, certamente confundiu amor com passividade. E esta criança irá crescer e se tornará um adulto sem limites. O fato de amar as pessoas diz respeito a tratá-las com humanidade dentro de um ambiente de justiça. E não apenas isto, devemos orar por elas, para que haja uma transformação real, realizada pelo Espírito Santo.

Por que devemos orar pelos que nos perseguem?

Por dois motivos: 1. Por que a oração pode transformar a vida daquela pessoa; 2. Por que a nossa oração nos faz enxergar a situação pelos olhos espirituais. Quando oramos por alguém que nos persegue o Senhor vai quebrantando o nosso coração e vai limpando o ódio e o rancor.

Seja perfeito como Deus

No último verso deste capítulo Jesus surpreende dizendo: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste”.

O sermão do monte é um discurso desafiador, ele nos desafia a fazer coisas bastante difíceis.  Vejamos: 1. A nossa justiça tem que exceder a dos escribas e fariseus; 2. Não podemos olhar para uma mulher com intenção impura; 3. Temos que dar a outra face; 4. Não podemos insultar, chamar o irmão de idiota ou de maluco; 5. Temos que perdoar as pessoas antes de adorar a Deus; 6. Amar e orar por nossos inimigos.  Por outro lado, se conseguirmos fazer tais coisas, seremos parecidos com o Senhor.

O verso 45 diz “para que vos torneis filhos do Pai”. Qual filho é inteiramente parecido com os seus
pais. Por menos que se pareça, sempre temos algumas características, mas não todas. De qualquer forma quando alguém olha pai e filho sempre diz que algo nos filhos faz lembrar aos seus pais. Como não somos filhos naturais, e sim adotivos mediante a sua graça, não iremos parecer tanto com ele. Jesus, seu filho legitimo nos orienta o que devemos fazer para nos parecermos com o nosso Pai adotivo.


Este texto é o nosso grande teste para saber se você realmente foi adotado pelo Pai. Se for, em algum lugar irá se parecer com ele de tal forma que as pessoas irão testemunhar que você realmente é filho de Deus, por que se parece com Deus em alguns detalhes. Quanto mais nos aproximamos de Deus e cumprimos sua vontade, mas ficamos parecidos com ele.