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Um homem de Deus, buscando aproximar-se do seu ser essencial através de uma vida devocional meditativa, pesquisa, leitura de grandes autores, prática de uma vida piedosa, obras de amor ao próximo, oração e muito trabalho. Apaixonado por Jesus, por sua esposa, filho e nora. Siga no Instagran: sergiorosa50

sábado, 30 de novembro de 2013

Lavrando a terra


Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo.”. Prov. 12.11 (NVI)

Dos 915 versos que tem o livro de Provérbios, 74 tratam, de um modo ou de outro da importância de levar a vida a sério e construir os sonhos sobre fundamentos seguros, ou seja, quase 10% do livro está destinado a motivar o crescimento pessoal. O que quer dizer que Deus está preocupado com o que você anda fazendo e quer te estimular a crescer.

No original Hebraico, a palavra traduzida por fantasias é Rêqên que também pode significar coisas vazias. A ilustração perfeita seria uma coisa bem adornada e atrativa por fora, mas vazia por dentro, completamente oca, como as bolhas de sabão atrás das quais as crianças correm entusiasmadas, mas que só trazem frustrações porque simplesmente explodem quando são alcançadas, não têm consistência, nada as sustentam, a não ser a imaginação de quem as persegue.

Jonh Maxwel parafrasea este verso de Provérbios da seguinte forma: “Acorde! Coloque seu pé no chão. Trabalhe, sue a camisa. Não fique na arquibancada da vida torcendo para que tudo aconteça. Entre no jogo e participe”.

Acordar para a vida é acordar para os princípios de Deus. Não adianta querer prosperar na vida com situações ilícitas, Deus não irá te abençoar. Há pessoas que querem ficar ricos a todo custo e não se importam em fazer coisas desonestas, passar os outros para traz, tapear ao próximo... São pessoas vazias que não se importam de verem os seus nomes na lama. Um bom exemplo disto hoje são: José Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares, João Paulo, Marcos Valério, dentre eles um bispo, Carlos Rodrigues,  cujas bolhas estão estourando.

Além da corrupção, há outras coisas que também não trazem sentimento de plenitude, mas sim de vazio. Por exemplo jogos de azar: loteria esportiva, jogo do bicho, loto, etc... cujo a possibilidade de ganhar é tão pequena, mas tão pequena, que quase não existe, mas ainda assim, há aqueles que correm atrás disto, isto é coisa vã, são bolhas de sabão.

 Somos orientados por Deus a trabalhar e produzir, lavrar a terra é o que diz o texto:

Gostaria de pensar com você sobre esta frase, lavrar a terra. O que seria em nosso contexto?

1. Lavrar a terra é ter uma visão – Visão é a capacidade que temos de deslumbrar um futuro certo, ainda que ele esteja um tanto distante. Quando um agricultor está trabalhando a terra, ele tem uma visão, e esta visão é de uma colheita abundante. O lavrador trabalharia na terra se tivesse a visão que os seus frutos morreriam? claro que não. A visão de uma colheita abundante o estimula a trabalhar duro, sol a sol. A visão é o que nos estimula na caminhada.

Gosto muito do livro de Josué, por que nos mostra um homem que luta para a realização de uma visão. Ele enfrenta a derrota, luta contra exércitos de gigantes, sofre perseguições, mas, não desiste enquanto não leva o povo a conquistar a terra de Canaã. 

Quando perdemos a visão de alguma área de nossas vidas então perdemos a motivação para continuar. É o caso de pessoas que receberam diagnóstico de alguma doença sem cura e não consegue mais ver a mão de Deus operando de alguma forma no futuro. É também o caso daqueles que perderam seus empregos com uma determinada idade e acha que a vida acabou. Ou foi abandonado pelo companheiro e acha que a vida não tem mais graça.

Ter visão e conseguir enxergar hoje o que Deus irá fazer em sua vida amanhã. É olhar para a terra nua e contemplar uma grande e abundante colheita.



2. Lavrar a terra é vencer a preguiça – você consegue imaginar um agricultor acordando tarde para arar a terra, com aquela lombeira, olhando para o tempo e dizendo: “vô trabaiá não, ta muito só”, ou então “ta chuvendo, vô não”, "ai, esta terra ta tão dura, vô pará"...

Provérbios 30.15 diz que “A preguiça tem duas filhas: a dá e a dá”. O preguiçoso não produz nada, é semelhante a sangue-suga, é um parasita que se encosta nos outros para poder comer. Só se alimenta do que é dado. Tudo para ele é difícil. Não produz nada e crê que o mundo precisa sustentá-lo.

Certa vez, um homem queria ser enterrado vivo, então seu patrão perguntou por que? ele disse que não tinha nada pra comer. Ele então ofereceu um saco de arroz, mas, o homem perguntou é com casca ou sem casca. O patrão respondeu, com casca, então ele respondeu - então, pode seguir o enterro.

Em oposição à preguiça temos a disposição. Noé para mim é um exemplo incomparável de disposição para o trabalho. Tendo recebido de Deus a missão de construir a arca, levou cerca de 100 anos trabalhando sem cessar na construção da arca. Calebe é um outro bom exemplo de trabalho, serviu 45 anos às forças do exercito hebreu, e somente aos 85 anos recebeu a posse de sua terra.

Não existe vitória sem luta, sem trabalho. Muitos acham que só por que Deus prometeu não haverá lutas, belo engano, haverá sim, e muitas, é preciso perseverar diante da luta e superar o cansaço e a preguiça.

3. Lavrar a terra é crer que a semente irá germinar – Fé é aquilo que nos motiva a continuar. Não dá para pensar em um agricultor que lavra a terra e depois planta sementes que ele crê que não irá germinar. Quando um agricultor planta, ele crê piamente que a semente plantada irá germinar.

Gosto muito de planta, embora ultimamente não tenha plantado nada. Quando estava morando na Bahia tive a alegria de plantar dois pés de coco, um de cacau e um de acerola. Plantei e tive a alegria de beber muita água de coco e comer muito cacau e acerola. Demorou anos entre o plantar e o colher, todos os dias eu dava uma olhada, regava, arrancava folhas velhas... O pé de acerola foi a que mais rapidamente produziu, era uma árvore bonita, viçosa, e deu muito fruto. Mas, a nossa secretária na intenção de ajudar, arrancou todos os brotinhos, e na mesma semana a árvore secou e morreu. Apesar de eu ter feito tudo o que devia ter feito, fatores externos à minha vontade contribuíram para que ela morresse.

Algo que precisamos compreender que o nosso crer natural não é suficiente para fazer as coisas acontecerem. Precisamos compreender que a vontade de Deus é soberana, portanto o nosso crer precisa estar debaixo da vontade do Senhor.

O que o Senhor espera de cada um de nós é que sigamos os seus princípios, trabalhando, estudando, lutando, conquistando, prosperando... mas, tributando a Ele, dia após, dia, ações de graças, que é o que estamos fazendo nesta noite. Entregando a Ele as nossas vidas, e confiando que é Ele quem faz com que a nossa semente cresça, é Ele quem nos dá a chuva, é somente Ele quem pode nos dar uma colheita abundante. Você pode trabalhar a sua vida toda, sem cessar, se o Senhor não for contigo, nada acontecerá. Portanto, entregue o seu caminho ao Senhor, confie Nele, e o mais ele fará.

Creio que o desejo do Senhor é te abençoar, mas penso que para ser plenamente abençoado é preciso entregar a sua vida em suas mãos e viver sobre os seus princípios, se você ainda não entregou sua vida a Jesus, este é o momento, e eu gostaria de ajudá-lo a fazer isto. Ore assim: Senhor Jesus, eu entrego a minha vida em tuas mãos. Te convido a entrar em minha vida. Transforma tudo o que há em mim segundo a tua vontade. Em nome de Jesus, amém!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Poder e Contestação a Partir do Pensamento de Martin L. King.

Deve um cristão se opor às leis vigentes de sua nação? Manifestações públicas é um ambiente adequado para pessoas de bem? Contestação é coisa de crente? Devo obedecer piamente ao poder vigente? Estas e outras perguntas são muito pertinentes para o momento em que o Brasil está vivendo, momento de manifestações, contestações e marchas pacíficas em oposição a determinadas posições governamentais. Sabemos que há também as manifestações não pacíficas, assim como há pessoas infiltradas nas manifestações pacíficas criando desordem para descaracterizar o movimento. Queremos aqui nos concentrar no diálogo sobre a matéria em epígrafe a partir do pensamento do Pastor Martin Luther Küng, e suas ações que levaram os negros do sul dos USA a contestarem veementemente contra as leis segregacionistas que os oprimiam e os rebaixavam a uma categoria desprezível.
Em seu tempo King foi acusado de desobedecer às leis, não só pelo estado como pela própria igreja e por seus pares. Diante das acusações King afirmou que: “a desobediência a leis injustas constitui uma responsabilidade moral. Concordaria com Sto. Agostinho em que 'uma lei injusta não é lei'”, por não ser lei, não necessita de seu cumprimento e sim do descumprimento como arma civil contra um sistema corrupto. As leis devem existir para proteger e amparar os cidadãos de uma nação, e não para oprimi-los através da ditadura de uma classe dominante.

King ainda afirmou em resposta à acusação feita que “uma lei justa é um código feito pelo homem, que coincide com a lei moral e a lei de Deus. Uma lei injusta é um código em desarmonia com a lei moral. Colocando o fato em termos de Santo Tomás de Aquino: Lei injusta é uma lei humana que não é fundada na lei eterna e na lei natural. É justa toda lei que eleva a personalidade humana. É injusta a lei que degrada a personalidade humana. Todos os estatutos de segregação são injustos porque a segregação subestima a alma e prejudica a personalidade. Dá ao segregacionista o falso sentimento de superioridade e ao segregado o falso sentimento de inferioridade”.
King afirma que uma lei injusta é um “código através do qual uma maioria poderosa compele um grupo minoritário a obedecer, mas sem compromisso algum da parte do opressor. Isto constitui a legalização da discriminação. Por outro lado, lei justa é um código que uma maioria força uma minoria a seguir, estando disposta a fazer o mesmo. Isto constitui a legalização da igualdade”.
Líderes religiosos cristãos que se levantaram com idéias revolucionárias a favor de um povo oprimido foram rechaçados pela liderança do cristianismo histórico ou religião oficial a quem pertenciam. Uma grande razão para isto pareceu ser o medo de mexer com o que está cômodo ou a preocupação em perder algum beneficio do poder estatal vigente. Toda a religião que se destaca por números de seguidores, chega de alguma forma ao poder. Ou ela mesma é a dominadora através da tomada da política, ou ela é dominada e tem seus líderes comprados de alguma forma, através não só da corrupção, como também através do terror. Desta forma, o discurso do cristianismo histórico será de complacência, a fim de fugir da desordem, o que fatalmente implicaria em perdas. Em sua luta contra o preconceito racial, King afirmou, “Quase cheguei a lamentável conclusão de que o grande empecilho à marcha do negro para a liberdade não era o Conselheiro do Cidadão Branco ou o membro da Ku Klux Klan, mas, sim o branco moderado que é mais amigo da “ordem” do que da justiça”.
Levando em conta a grande contribuição apresentada por nosso irmão King, chegamos a conclusão que não apenas é válido, como também é um dever o cristão comprometer-se em contestações não violentas, a fim de derrubar leis injustas e implementar leis justas que contemplem o caráter de Deus, que redundará no bem estar do homem independente de sua cor, nação, sexo, ração, religião ou condição social. Entendemos também que o fato de ser não violento, não é sinônimo de complacência ou timidez, mas sim a oposição ao uso da violência como arma de ataque ou defesa. A arma da contestação é a pressão pacífica que faz parar a máquina administrativa governamental e chama a atenção do mundo para uma agressão social.
No Brasil, talvez não tenhamos o problema da segregação racial enfrentada por king, ainda que a tenhamos veladamente, o nosso problema aqui são as leis de favorecimento ao rico, que os deixam cada vez mais ricos, e aos pobres em estado de controle. Temos no Brasil, segundo pesquisas de renomados institutos uma das piores divisões de renda do mundo. E, apesar de terem sido implementados diversos programas de combate à fome e à pobreza estrema, o fato é que a segregação social ainda é um problema muito sério em nossa nação e sem aparente perspectivas de melhoras.
No meio de tudo isto, tem crescido uma nova classe dominante governamental, com supersalários e poderes acima da lei. Esta classe vem se apoderando do poder e da riqueza a cada dia, seja através de atos legais ou não. Fato é que em grande parte dos políticos de carreira são riquíssimos.
Partindo por tanto do pensamento do Pastor King, que foi assassinado devido à sua luta partidária em favor do oprimido, devemos lutar pelos direitos dos desassistidos, assim como lutar pelos nossos próprios direitos e em favor de uma nação justa e piedosa.